Harry fixou o olhar no velho barbudo ali. Flashes de memória desconexas surgiam de repente, e com isso Harry logo ditara:
- Albus! A Pedra! Foi Quirrell! Ele apanhou a Pedra! Professor, depressa...
- Acalme-se, menino, você está um pouco atrasado. Quirrell não apanhou a Pedra.
- Então quem apanhou? Professor? Eu...
- Harry, por favor, relaxe ou Madam Pomfrey vai mandar me expulsar.
Harry engoliu em seco e olhou a sua volta. Percebeu que devia estar na ala hospitalar. Achava-se deitado numa cama com lençóis de linho brancos e do seu lado havia uma mesa atulhada do que parecia ser a metade da loja de doces e centenas de cartas empilhadas.
- Presentes dos seus amigos e admiradoras. - Esclareceu Dumbledore, sorrindo.
- Aquilo que aconteceu entre você e o professor Quirrell é segredo absoluto, por isso, é claro, a escola inteira já sabe. - Dumbledore disse com um riso indignado pelo alto sistema de fofocas da escola. - Acredito que os nossos amigos, os Srs. Fred e George Weasley foram os responsáveis pela tentativa de lhe mandar um assento de vaso sanitário. Com certeza acharam que você ia achar engraçado. Madam Pomfrey, porém, achou que poderia ser pouco higiênico e o confiscou.
- Há quanto tempo estou aqui? - Harry perguntou com flashes vivos e esclarecedores se propagando a sua mente.
- Três dias. Os Srs. Weasley e Longbottom e as Srtas. Granger e Tonks vão se sentir muito aliviados por você voltar a si, estavam muitíssimos preocupados. Principalmente essa última que não queria te largar em momento algum. - O diretor disse com um ar de que sabia muito bem das coisas que aconteciam nesse castelo. Um ar de que sabia até demais.
- Mas, professor, a Pedra... o que foi que aconteceu?
- Era isso que eu queria perguntar, Harry... o que foi que ocorreu naquele salão? - Dumbledore indagou mostrando uma verdadeira curiosidade, e instantaneamente Harry sentira toda sua proteção mental ser revisada e posta em estado máximo de alerta para impedir qualquer invasão, porém que logo acabou-se quando Albus notou estar em um ambiente que não era do seu conhecimento. - Imagine minha surpresa chegar ao ministério e descobrir que fui alvo de um trote perante uma falsa reunião, aparatar a Hogwarts, encontrar minha vice-diretora vítima da maldição Imperius, e encontrar todos meus professores a caminho do terceiro andar.
- Não apenas isso, os acompanhando sob pedidos e súplicas de seus três amigos e um Weasley deixado na ala hospitalar, minha surpresa maior foi chegar ao destino de tudo isso e encontrar todas as proteções abertas, um salão em ruínas, um de meus professores completamente ferido a beira da morte, e um de meus alunos mais empenhados sofrendo de uma drenagem magica excessiva.
- Por isso lhe pergunto, o que foi que ocorreu para que apenas o espelho de Ojesed se mantivesse sem danos aparentes? - Dumbledore indagou tocando ao objeto com a mão direita, fazendo assim finalmente Harry notar o espelho ali na ala hospitalar.
Suspirando profundamente enquanto buscava algum ponto fixo do que exatamente ocorrera naquela noite, Harry enfim iniciara sua explicação, fase pôs fase. Desafio pós-desafio:
[ ... ]
- E como estava dizendo: - Harry disse após estabilizar o folego pela explicação prolongada. - Quirrell passou a lançar dezenas de feitiços contra mim, eram todos muito complexos e até mesmo alguns que me fizera recordar-me da noite em que meus pais foram assassinados.
- Somente consigo me recordar levemente nesse ponto... e... de que tudo isso começou em uma fúria incontrolável dele, após eu conseguir a Pedra Filosofal e a lançá-la contra as chamas negras atrás dele.
- Já vi que você não se deixa relaxar num momento de tensão. Seu esforço foi louvável em impedir o ladrão de chegar a Pedra, e por um minuto, quando cheguei junto aos professores, pensei que o tivesse perdido. - Dumbledore citou pensativamente ao que Harry citava como magias perigosas e esverdeadas, quando, na verdade, era uma das mais mortais existentes. - A Pedra. O Professor Quirrell não conseguiu tirá-la de você. Como disse, muito louvável em lançar no fogo maldito, sabendo que ele não poderia retornar para capturá-la sem uma poção igual à que seus amigos beberam anteriormente na ocasião, mas... infelizmente isso acarretou nela ser destruída.
- O-OQUE? - Harry exclamou sem entender. - Mas o seu amigo, Nicolau Flamel.
Ah! Você já ouviu falar no Nicolau? - Perguntou Dumbledore, parecendo encantado, pois realmente no começo desse ano ele visou tirar tudo o que tivesse de conhecimento sobre o alquimista da biblioteca. - Você fez mesmo a coisa certa, não foi? Somente não soube que a carga e potência de um fogo maldito criado por mim, era capaz de destruir um artefato tão precioso... Foi uma surpresa até para mim, acho que subestimei demais o poder de minha varinha. - O diretor continuava explicando enquanto girava a varinha das varinhas entre os dedos.
Vendo o silêncio do Garoto-Que-Sobreviveu, não uma, mas sim duas vezes perante o Lorde das Trevas caído. Dumbledore enfim suspirara em um sorriso cúmplice pelo silêncio esclarecedor do mais jovem:
- Nicolau e eu tivemos uma conversinha nos últimos dias, e concordamos que assim era melhor. Atualmente ele me informou de que iria resolver alguns assuntos finais, e me pediu para entregar isso como agradecimento ao impedir que um bruxo das trevas se apossasse de sua maior criação.
Recebendo em mãos um livro sobre alquimia, Harry prontamente o folheou rapidamente, onde notara muitas anotações e correções feitas à mão:
- Mas, isto quer dizer que ele e a mulher vão morrer, não é? - Harry indagou após ler estranhamente uma sequência de números aleatórias descritas na contracapa.
- Eles têm elixir suficiente para deixar os negócios em ordem e então, é, infelizmente eles vão morrer. - Dumbledore sorriu complacente ao ver a expressão de surpresa no rosto de Harry.
- Para alguém jovem como você, tenho certeza de que isto parece incrível e terrível ao mesmo tempo, mas para Nicolau e Perenell, na verdade, é como se fossem deitar depois de um dia muito, muito longo. Afinal, para a mente bem estruturada, a morte é apenas uma grande aventura seguinte. Você sabe, a Pedra não foi uma coisa tão boa assim. Todo o dinheiro e a vida que a pessoa poderia querer! As duas coisas que a maioria dos seres humanos escolheriam em primeiro lugar. O problema é que os humanos têm a condição de escolher exatamente as coisas piores para eles.
Harry ficou ali deitado, sem encontrar o que responder. Em momento algum ele o encarara nos olhos, no qual Dumbledore novamente levou como uma forma de Harry estar triste ou cabisbaixo pelo ocorrido, pouco sabendo como ao seu redor existiam ainda mais coisas ocultas de sua compreensão.
Dumbledore cantarolou um pouquinho e sorriu para o teto. No qual ele logo voltara ao espelho pensativamente, como se desse uma última olhada ao que mostrava.
- Diretor? - Disse Harry. - Estive pensando..., mesmo que a Pedra tenha sido destruída, Vol... Quero dizer, o Senhor-Sabe-Quem...
- Chame-o de Voldemort. Sempre chame as coisas pelo nome que têm. O medo de um nome aumenta o medo da coisa em si.
- Sim, senhor. Bem, Voldemort vai tentar outras maneiras de voltar, não vai? Quero dizer, ele não foi de vez, foi?
- Não, Harry, não foi. Contínua por aí em algum lugar, talvez procurando outro corpo para possuir... sem estar propriamente vivo, ele não pode ser morto. Provavelmente abandonou Quirrell quando sentiu a vinda dos professores e propriamente minha, ele demonstra a mesma falta de piedade tanto com os aliados quanto com os inimigos. No entanto, Harry, embora você talvez tenha apenas retardado a volta dele ao poder, da próxima vez só precisaremos de outro alguém que esteja preparado para lutar o que parece ser uma batalha perdida. E se ele for retardado repetidamente, ora, talvez nunca retome o poder.
Harry concordou com um gesto, mas parou na mesma hora, porque o aceno fez-lhe doer a cabeça. Então disse:
- Diretor, há outras coisas que gostaria de saber, se o senhor puder me dizer... coisas que eu gostaria de saber, a verdade...
- A verdade - Suspirou Dumbledore. - É uma coisa bela e terrível, e, portanto, deve ser tratada com grande cautela. Mas, vou responder às suas perguntas, exceto se haja uma boa razão para não o fazer, caso em que eu peço que me perdoe. Não vou, é claro, mentir.
- Bom... Voldemort disse que só matou minha mãe porque ela tentou impedi-lo de me matar. Mas por que, afinal, ele iria querer me matar?
Dumbledore suspirou muito profundamente desta vez:
- Que pena, a primeira coisa que você me pergunta, eu não vou poder responder. Não hoje. Não agora... você vai saber, um dia... Por ora, tire isso da cabeça, Harry. Quando você for mais velho... sei que detesta ouvir isso..., mas quando estiver pronto, você vai saber.
E Harry entendeu que não ia adiantar insistir, na realidade, ali mesmo ele compreendeu que se fosse depender sua segurança e confiança nesse homem, poderia morrer pelas ações de terceiros, não era um julgamento infantil, na realidade ele precisava de respostas para criar planos de contingências como sempre fez em sua vida, porém o diretor queria continuar vendo uma criança ali, uma criança maleável que poderia aproveitar a infância, porém crianças abusadas não crescem adeptas a figuras de autoridade e honrarias heroicas como o diretor tanto apresentava orgulho pelos presentes que Harry recebeu do público de Hogwarts, ele queria que Harry abraçasse esse elo da sociedade magica o tratando como herói, quando tudo o que rondava em sua mente era como evitar chegar tão perto da morte quanto ele chegou no último combate:
- Mas por que Quirrell não podia me tocar? Digo, ele quase perdeu a mão... e ainda tive que perfurá-lo com minha katana a fim de ele não conseguir mais contato. - Harry disse. - Sei que parece besteira..., mas, aquele que batalhava comigo não era Quirrell, logicamente que havia Voldemort ali, mas parecia mais como uma casca humana sem alma.
- E... no fim, eu somente queria poder não acabar com uma vida inocente pelo simples fato de que um inimigo jurado a mim que queria me afetar, levando qualquer um no caminho. - Harry, que explicava a tudo como um completo adulto, e não como a inocente criança que Dumbledore queria ver e preservar, logo fizera o diretor pensar que talvez Harry estivesse mais do que pronto para saber a verdade.
Porém, ainda sim sua vontade de preservar o bem maior era evidente... seja o bem maior de Harry, o bem maior do mundo, o bem maior de seus planos, o bem maior de seu aluno, ou propriamente o bem maior de Albus Percival Wulfric Brian Dumbledore.
- Sua mãe morreu para salvar você. Se existe uma coisa que Voldemort não consegue compreender é o amor. Ele não entende que um amor forte como o de sua mãe por você deixa uma marca própria. Não é uma cicatriz, não é um sinal visível... ter sido amado tão profundamente, mesmo que a pessoa que nos amou já tenha morrido, nos confere uma proteção eterna. - O diretor explicava sabiamente. - Está entranhada em nossa pele. Por isso Quirrell, cheio de ódio, avareza e ambição, compartindo a alma com Voldemort, não podia tocá-lo. Era uma agonia tocar uma pessoa marcada por algo tão bom e puro.
- Eu sei... não devia ter pensado no bem maior de meu inimigo. - Harry disse. - Mas... pensar que ali dentro tinha um homem com uma vida pela frente, sendo usado como fantoche... acredito realmente que salvar uma alma dessas não seja de todo mal, quem sabe..., mas só quem sabe... em um futuro próximo ele venha a me auxiliar em alguma coisa boa, estou errado? - Harry indagou com o diretor se surpreendendo ainda mais pelo intelecto oculto de seu aluno, e como isso já tirava uma grande suspeita do garoto, de que a cicatriz nele não era só uma cicatriz, e sim uma alma tentando o possuir, se não possuído já e só enganando a todos.
- Na verdade, Harry... você está corretíssimo. - Dumbledore disse em nostalgia com uma visão de seu eu passado. - A tempos atrás, eu tive uma pessoa importante para mim, alguém que eu queria salvar da escuridão, dar-lhe uma segunda chance se posso dizer assim... porém, infelizmente isso foi para com a pessoa errada, eu vejo luz em você..., mas também vejo uma sede por conhecimento geral em prol de sua proteção e do que importa a ti.
- Gostaria realmente de ver, quem sabe um dia, a alma que você salvou do Lorde das Trevas, venha a se tornar um ótimo aliado contra o mal que um dia possa aparecer.
Então, Dumbledore se interessou muito por um passarinho no peitoril da janela, o que deu tempo a Harry para se levantar da cama, só notando assim estar sem nenhuma vestimenta superior.
Vendo dezenas de cicatrizes em seu tórax, que com certeza não estavam ali antes do ocorrido com Quilldemort. Harry logo tremeu internamente por mais alguém ter visto isso.
Sabia que seu corpo se curava rapidamente, e praticamente setenta por cento de suas cicatrizes haviam sumido, mas ali estavam elas, completamente expostas, como se algo as ocultasse até hoje sem noção da vítima.
Harry que se auto estudava, podia notar marcas de arames, cintos, cortes, correntes, vergões, e muitas outras que não deixava uma aparência grotesca nele, mas sim uma dando indicio de que a vida dele desde cedo nunca foi fácil, e nisso, rapidamente ele visou encarar o diretor em dúvida.
- Ah, meu garoto... sobre isso. - Dumbledore iniciou com um pesar no olhar. - Madam Pomfrey, realizou um diagnóstico completo em ti sob minha supervisão, encontramos muita coisa, a principal delas foi um feito de magia inconsciente e acidental, no qual lhe permitiu esconder a tudo aquilo que mais lhe fazia sofrer, mantendo apenas visível suas cicatrizes mais leves, realmente digo que pela primeira vez senti ódio aos No-mag, com base no que fizeram a você. - Vendo o olhar escurecido de Harry, Dumbledore logo continuou enquanto Harry não entendia mal ao que ele dizia. - Pelo visto não compreendi tão bem o verdadeiro mal da humanidade, e diferente de nossa sociedade, eles não prezam tanto pela segurança e existência das crianças e o que elas representam ao futuro de nossa história. Desde as festividades de fim de ano, visei viajar para casa de seus tios, estudei sua vida lá, o ambiente escolar, seus exames médicos, o que lhe ocorreu e se tudo o que me disse era verídico e sem nenhuma ocultação. - Dumbledore citou. - Devo suplicar minhas mais sinceras desculpas em como foi sua vida com eles.
- Sei que não existe palavras que podem resolver a tudo isso. E nem mesmo sei quanta dor você carrega, esconde, e as mantém de lado para sua autoproteção... realmente pude perceber que na época que seu metabolismo acelerou de uma hora para outra, não foi uma dádiva, mas sim uma reação imediata de segurança própria que só foi ativada num caso de risco de morte, nunca pensei que você correria tal perigo estando lá...
- Então visei arquitetar alguns planos... primeiro, existem alas protetores de sangue em volta daquela casa, em referência, alas que somente são fortificadas com sua presença, impedindo assim inimigos de encontrarem seus tios, e principalmente encontrarem você. Estas alas foram criadas há muito tempo, não por mim, mas sim por sua mãe.
Suspirando com sua fala e como o olhar de Harry o estudava minuciosamente, não gostando nada do caminho dessa conversa, principalmente perante o fato dele ter fugido de sua casa, o velho diretor recuperou a voz, e disse:
- Também visei tentar realizar seus pedidos..., mas infelizmente o ministério negou hostilmente perante sua falta de maioridade.
- O que quero dizer é... em compensação, pelo fato de não conseguir passar minha posse de guardião a alguém de sua confiança. Visei alterar as alas de sangue em sua casa para algo menos rígido, infelizmente cancelar essas alas seria um aviso grandioso para qualquer bruxo das trevas que tenha ressentimento de você pela queda do Lorde das Trevas anos atrás. - Vendo o olhar analítico de Potter. O Diretor logo chegou ao ponto principal. - Em prol disso, peço que ao menos permaneça naquela casa durante um mês. Dessa forma as alas lá dentro serão totalmente fortificadas, cobrando uma taxa maior de magia, mas que no fim, o permitiria ser livre no restante do tempo, ficando lá somente um mês e assim podendo cuidar de sua vida como bem entender.
- Hm... - Harry murmurou vendo por trás das palavras do velho, ele podia estar pedindo, mas não, a maneira que ele entregou fatos representou que ele não tinha voz no assunto e tudo já foi estabelecido. - Tudo bem... um mês não será um problema, será tempo suficiente para conversar com meu priminho, e por mais que odeie aqueles dois porcos que se dizem ser a supremacia da razão e tenha uma vontade eminente de fazer eles sofrerem ao que me causaram, não os faria, pois poderia resultar em algo de ruim afetando minha relação com Duda.
Suspirando aliviado pela resposta de Harry, o diretor logo sentira que tinha algo de errado pelo sorriso maníaco do garoto:
- Mas... - Era isso que Dumbledore temia. Harry realmente sabia ser um manipulador oculto ótimo, pois desde que foi matriculado, não teve uma única vez que ele viu um sorriso verdadeiro no garoto, cada sorriso, cada riso, cada palavra parecia ser analisada, calculada e utilizada da maneira mais eficaz perante as crianças dessa escola, sendo somente os adultos capazes de enxergar a verdadeira persona calculista do Potter. - Ainda vou querer esse espelho... não para meu uso, mas como um ato de boa-fé para com Gringotes, que literalmente foi a primeira conexão minha nesse mundo, nos quais mostraram uma humildade e lealdade sem igual.
- Hnpf... tudo bem... - Dumbledore suspirou olhando ao reflexo do espelho, algo em que um homem de cabelos grisalhos visava sorrir a ele. - Acredito que já está na hora dele ser passado a frente e superar a ilusão.
- E... - Harry ditou, fazendo agora o diretor o olhar confuso, pois realmente não sabia ao que Harry queria o forçar a receber.
Mil coisas passavam pela mente do diretor, seja Harry querendo o chapéu seletor, algum artefato raro de seu escritório, ou qualquer coisa que ronde a mente inacessível desse garoto que parecia tão simples naquela mesa de computador, mas, ao mesmo tempo, tão complexa, que em quase um ano, em momento algum o olhara nos olhos, impedindo assim o diretor de conseguir ao menos dar uma espiada em sua mente.
- Desde que você viu minhas cicatrizes obtidas pela "feliz, alegre e pacífica" vida que tive nos últimos onze anos... - Harry explicou sombreando o olhar numa falsa seriedade. - Quero que desative o Alter Ego ao seu redor, e me mostre quem realmente você é...
- Sem manipulações, Dumbledore... Pois nessa arte eu não sou um ignorante. Me mostre quem realmente é você, e assim eu poderei lhe dar um voto de confiança após tudo o que recebi nesse seu trabalho ridículo como guardião magico.
Vendo o olhar surpreso do diretor, Harry realmente sentira vontade de rir. Mas logo, o "velhinho avô", simplesmente descartara seu semblante humilde e indefeso, enquanto uma luminosidade parecia se apoderar ao seu redor.
Num instante, Harry cobrira os olhos, perante a luminosidade que se propagava do velho barbudo a sua frente, e no outro instante, o mesmo coçava os olhos enquanto via uma imagem completamente diferente da qual ele imaginava o diretor.
Era um homem de mesma estatura do diretor ali em sua frente, estava de costas para ele enquanto se encarava no espelho de Ojesed.
Trajava consigo uma calça social preta, um sobretudo escuro e bem alinhado ao que aparentava ser um corpo jovem e saudável, junto ao fato de uma cartola elegante situar-se acima de sua cabeça.
- Dumbledore? - Harry indagou com o homem se virando enquanto sorria, mas não um sorriso de avô que Harry tanto se acostumara, mas sim um sorriso simples, de alguém que estava extremamente calmo em mostrar-se realmente quem era.
Seu rosto detinha de uma barba bem-feita, e não olhando diretamente nos olhos do homem ali a sua frente, Harry pudera estudar ele por completo, sua postura, sua mão empunhando uma varinha que emitia uma sensação de puro poder, e até mesmo os olhos dele, olhos que eram azuis como os da família Weasley.
Realmente Harry agradecia e muito em ter essa capacidade de analisar aos outros, sem ao menos movimentar os olhos ao redor ou focar diretamente em um ponto. E claramente o diretor a sua frente sorriu, sorriu como se compreendesse ao que Harry fazia, sorriu como se Harry só podia o estudá-lo porque o mesmo queria, e junto a isso, o diretor parecia não deixar de se orgulhar de algo.
- Sim, Harry... esse sou eu, realmente. - Dumbledore disse abrindo os braços ao lado. - Incrível, não é? Os milagres da magia. Enquanto os No-mag visam envelhecer rapidamente, nós feiticeiros conseguimos elevar isso ao ponto de até mesmo alguns ter cento e oitenta anos e continuar com suas aparências no auge dos vinte aos trinta.
- É, mas me diga... - Harry iniciou. - Por que se esconder?
- Não é me esconder, Harry..., mas sim me adequar ao que a sociedade espera de um diretor e feiticeiro poderoso com uma idade tão avançada.
- Imagine só, por mais que seja incrível ter um diretor jovem e poderoso em uma das mais prestigiadas escolas de magia e bruxaria... fingir ser um avô benevolente, que pode lhe dar tanto proteção, como aconselhamentos, torna tudo mais fácil tanto aqui dentro da escola, quanto no próprio ministério da magia.
- Sim, como você mesmo disse... manipulações, mas existe uma grande diferença entre manipular para um bem maior, e outros que manipulam as coisas para um mal ou catástrofe eminente. - Dumbledore explicou empunhando sua varinha, e com um aceno simples, um veloz malão fora atraído para onde estavam.
Com Harry reconhecendo a ele, Dumbledore logo sorriu em brincadeira pelo olhar chocado do garotinho de aparência adolescente.
- Maleta interessante... acreditaria que um grande amigo meu tinha uma igual? - Dumbledore disse com Harry logo o olhando sem saber o que dizer.
Por mais que ele tivesse pedido ao diretor parar de fingir ser uma coisa, ele não esperava essa mudança drástica de cenário. Era como se o ex-velhinho barbudo soubesse de tudo e todos, e mesmo assim não se importava com nada, como se as coisas corressem totalmente bem.
- Oh, não se importe... não estou confiscando-a nem nada irracional, somente a atrai para você poder se vestir daqui a pouco e guardar esse espelho, creio que a nomeação do fim de ano letivo irá ocorrer esta noite, e precisará se aprontar rapidamente para pegar o resultado de seus exames antes do banquete final.
- Deixe me ver se entendi... então você sabe de tudo? - Harry indagou recebendo um sorriso bem entendedor.
- Sabe... sempre senti afinidade com os grandes pássaros mágicos. - Dumbledore iniciou. - Há uma lenda em minha família, que uma fênix irá ajudar sempre um Dumbledore em apuros, eu tenho a minha... e você, ah é incrível a capacidade magica de uma varinha nas mãos corretas, estou certo? - Ele explicou a tudo naturalmente.
- Realmente foi incrível quando Hagrid me contou sobre suas varinhas, e como você criou vida a partir do nada com uma varinha que a muito tempo nem mesmo eu fui capaz de ser escolhido... mais incrível ainda quando você contrabandeou um dragão da cabana do Hagrid para sua maleta, e ainda mais incrível, como você criou uma comoção incrível no ministério da magia, somente pelo fato de acreditarem que um dragão estava sendo contrabandeado de Hogwarts pelo Garoto-Que-Sobreviveu, para somente ser uma pegadinha Weasley ao entender do ministério que confiscou uma caixa contendo uma escultura de pedra. - Ele dizia com graça como se isso o tivesse feito ganhar o dia. - Você desagradou e muito uma das potências políticas de lá
- Digamos que estou surpreso com seu primeiro ano e tudo ao que realizou, sei que desconfia de mim para com a Pedra Filosofal, mas isso realmente não fazia parte de plano algum. Nicolau é um grande amigo, ele sabia que não havia local mais seguro que Hogwarts para se guardar a Pedra, somente não esperava que muito antes desses planos serem formulados, que o Professor Quirrell já estivesse sob controle de um Lorde das Trevas tão enfraquecido que não era capaz nem de ser sentido pelas alas do castelo.
- Eu estava a mantendo segura, e ocorreu de a sua pessoa acabar sendo alvo também, não se engane. Me sinto mal pela destruição da Pedra Filosofal, mas com uma boa conversa junto a meu amigo Nicolau, pude clarear minha mente e pensamentos.
- Você ainda é jovem, Harry. Quero realmente preservar sua inocência e te fazer aproveitar a juventude como um dia eu aproveitei, mas sei que já é um pouco tarde para tal. Devido a isso, não irei interferir em sua vida fora da escola mesmo sendo seu guardião magico, peço que tenha responsabilidade ao que faz longe da casa de seus tios, e quando retornar a ela para um mês lá dentro, peço que vise notar que está retornando para seu priminho que realmente é alguém que dá valor a você, e o vê como fonte de inspiração.
- Seus tios foram bem avisados por um certo homem barbudo, estiloso e de olhos azuis com uma cartola na cabeça, que com certeza não se parecia em nada com o velhinho diretor de Hogwarts. - Dumbledore explicou por fim citando cada aspecto dele mesmo na forma atual. - Por isto, novamente peço perdão sob minha ausência como seu guardião magico, peço perdão pelo que passou naquela casa, perdão pelos seus traumas... e por fim, peço que não caia ou sucumba ao lado errado das coisas, a um mundo todo para você explorar e aproveitar, não deixe problemas de um governo atrasarem sua vida como atrasaram a minha.
- Você é um garoto forte, inteligente, esperto, e com certeza tem uma legião de fãs e algumas mulheres que com certeza se atraem por você... não desista de uma vida de glória e felicidade, por conta do que seus tios fizeram, e também não siga o caminho da vingança contra um Lorde das Trevas, pois realmente isso somente o definharia lentamente.
- Uau... - Harry suspirou pesadamente. - Realmente eu esperava alguém mais jovem..., mas não alguém com uma presença magica tão poderosa, devo admitir, suas manipulações são ótimas, e realmente esse tal ministério da magia iria temer e muito quando visse você agindo e falando de forma tão direta.
- Mas, muito bem... a partir de hoje iremos começar tudo do zero e com o pé direito. Não sei o porquê de ter tanto controle emocional, quando no meu lugar qualquer um enlouqueceria e se tornaria um feiticeiro das trevas mimado querendo causar dor e terror aos outros..., mas, realmente, somente quero esquecer 99% do que tive antes do meu aniversário de onze anos, mantendo somente foco nas memórias com meu priminho. - Harry explicou estendendo as mãos que o diretor firmemente apertou em um cumprimento, tentando ainda olhar nos olhos do Potter. - E, não pense que somos amiguinhos... não pense que pode citar um discurso motivacional e achar que me arrastara para algum tipo de guerra, não pense que vou deixar olhar nos meus olhos e ler a minha mente como tentou fazer quando acordei, e muito menos, não acredite em momento algum que eu sou um fantoche para ser manipulado por você nesse seu bem maior.
- Tenho meus próprios planos, tenho minhas próprias ambições, e até que eu realmente acredite que esse seu "bem maior" seja algo digno realmente de minha atenção e confiança, então até lá você fica na sua Dumbledore. E não importa se é você, Voldemort ou qualquer um dessa Dimensão Espelho, serei eu o feiticeiro mais forte que existe. - Harry ditou com uma seriedade incrível, no qual Albus Dumbledore realmente só entenderia que isso não era brincadeira quando um potencial de mesmo patamar que o dele fosse exposto tão repentinamente em um curto período.
- Você tenta me manipular, Dumbledore, e eu respondo te manipulando... veremos no que isso irá resultar no fim, pois eu realmente consigo ver que você não é o que deveria ser, tem alguma coisa aí, só não sei o que é ainda. - Pela primeira vez Harry disse dessa vez respondendo ao olhar de Dumbledore com um sorriso desafiador.
Imediatamente sua mente tornara a tocar uma música eletrônica audível em seus ouvidos, com o diretor piscando em surpresa e certa careta dolorida com um passo atrás, mas que logo sorriu desafiadoramente pela defesa mental incrível que acabara de se chocar.
- Muito bem... garoto. - Dumbledore disse em brincadeira sob riso de Harry, onde enfim ambos terminarem seu debate.
[ ... ]
Dumbledore visara sorrir enquanto Harry abria seu malão e retirava um terno completo que comprara antes de vir a Hogwarts, o estendera sob um cabide e prontamente estudou um pouco a varinha em mãos do diretor, que saboreava um dos doces a qual Harry ganhou.
Ela era diferente de qualquer uma que ele já vira, detinha de uma forte presença igual à sua, e Harry não queria entrar no assunto sobre elas, pois ainda nem sabia ao que poderia realmente fazer com a sua e o que a do diretor podia fazer.
Já Dumbledore, esse nunca imaginara no garoto Potter sendo assim, pensara em alguém aparente mais velho, talvez mais intelectual, porém de mente inocente, que precisava de um amparo fixo para seguir em frente, ou talvez perante suas suspeitas da magia inédita de sua cicatriz, que algo estivesse tomando controle de Harry e manipulando todos antes do abate, mas não, depois de tudo e como teve umas boas verdades jogadas na sua cara, Dumbledore tinha certeza que aquele ali era realmente o filho de Lility, a ceifadora de comensais da morte que em um estado de loucura chacinou quase todo o círculo íntimo do Lorde das Trevas na última guerra.
Ali estava, um garoto de somente onze anos, com aptidões para quatro grandes casas de Hogwarts, com duas varinhas excepcionalmente poderosas, de intelecto oculto e calculista, surpreendendo e muito a um dos maiores bruxos atualmente vivo no mundo mágico inteiro. E isso somente fazia ao diretor ansiar por mais dessa rivalidade de ideais com seu aluno e Garoto-que-Sobreviveu.
Harry vira por trás de sua máscara de avozinho solidário, e ainda mostrara que realmente não temia isso e não seria manipulado para nada. Se fosse ter de manter Harry a seu lado como um aliado, teria de parar de agir como vinha fazendo desde a última guerra, teria de parar de acreditar que tudo que ele fazia, resultava no bem maior, realmente a fama que os feiticeiros traziam em seu nome podia fazer tudo subir à cabeça, e desde que todos esperavam algo de Dumbledore, ele passara a agir solitariamente para realmente alcançar a isso, e agora teria de parar, ou do contrário, perderia realmente a confiança de Harry Potter, e isso não poderia ser consertado.
Já voltando de seus devaneios sobre varinhas por parte de Harry, e por ideais de paz em parte de Dumbledore. Harry logo perguntara enquanto ainda havia tempo:
- E a capa da invisibilidade? O senhor sabe quem a mandou para mim? - Harry perguntou com o diretor se virando. - Para que eu pergunto, é claro que você sabe. - Harry continuou com o mais velho rindo.
- Ah, por acaso seu pai deixou-a comigo e eu achei que você talvez gostasse de receber isso como um presente. Não me olhe assim, seria estranho e extremamente tendencioso se do nada o diretor aparecesse na vista de todos e te desse uma capa dessas, fora que não sabia se você seria uma daquelas crianças mimadas que saem se achando sobre ganhar algo de alguém. - Os olhos de Dumbledore faiscaram. - Coisas úteis... seu pai usava-a principalmente para ir escondido a cozinha, roubar comida, quando estava aqui, ou outras coisas que ele e o grupinho bagunceiro dele aprontava contra todos em suas infames pegadinhas dos Marotos.
- E tem mais uma coisa... - Harry disse vendo o homem elevar sua varinha na direção do próprio rosto.
- Diga. - O homem respondeu.
- Quirrell disse que Snape... - Harry tentara dizer, porém, logo o mais velho o censurou.
- O Professor Snape, Harry.
- Sim, senhor, ele... É verdade que ele me odeia porque odiava meu pai. Isso é realmente verdade? E se sim, por qual motivo ele tem estado tão manso comparado aos outros alunos quando me vê?
- Bom, ele e seu pai se detestavam bastante, era mais como uma rivalidade pelo coração de uma dama... e, além disso, seu pai fez uma coisa que Snape nunca pôde perdoar, de mesmo modo que Snape fez coisas que ele mesmo nunca irá se auto perdoar.
- O quê? - Harry perguntou curioso sobre descobrir mais sobre seu pai.
- Seu pai salvou a vida dele. - O diretor explicou diretamente.
- Sério? - Harry indagou.
- Sim... - Disse Dumbledore sonhador. - É engraçado como a cabeça das pessoas funciona, não é? O Professor Snape não conseguiu suportar o fato de estar em dívida com o seu pai. De mesmo modo que ele não consegue se perdoar por seus pecados no passado.
- Acredito que tenha se esforçado para proteger você este ano, porque achou que isso o deixaria quite com o seu pai. Assim podia voltar a odiar a memória do James em paz.
Harry tentou compreender, mas sentiu a cabeça latejar pelo seu estado ainda debilitado, por isso parou.
- Mas também, foi uma incrível surpresa para o mestre de poções, que logo o filho da pessoa que ele mais odiava, era um amante de poções... acho que isso realmente amoleceu ele, e o fez respeitar você minimamente devido ao trabalho duro que tem realizado durante o ano letivo.
- Pode não parecer muito, mas de todas as pessoas, eu temia que a hostilização dele acabasse por nublar seu profissionalismo, imagine minha surpresa ao ver que ele pouco a pouco vem passando a se afeiçoar contigo, isso por curar a perna dele com uma magia tão avançada, quanto por seus trabalhos extras em poções.
- É... mas espero que se você uma hora ou outra converse com ele. Vise explicar que tal tratamento tem de ser realizado para com todos e não somente comigo.
- Eu até tento não dar indícios de qualquer favoritismo a alguma casa quando minha escolha inicial foi estar na Grifinória, mas de nada adianta quando ele vira seus próprios alunos da Sonserina contra os outros, e os trata como nobreza enquanto somente hostiliza as outras casas e principalmente a Grifinória.
- Sobre isso... acho que você pode realmente resolver. Sabe, ser um Divergente, transitar por todas as casas e dormitórios. - Dumbledore disse jogando verde. - Imagina a repercussão tanto dos alunos, quanto do ministério, ao saber que o menino de ouro da Grifinória, está tendo uma relação amigável com Sonserinos, nos quais sempre são mal interpretados e taxados como vilões em ascensão. Mudanças grandiosas podem surgir no decorrer dos anos, isso com pequenos atos seus.
- Bom... isso não seria um problema. Fiquei sabendo que a Sonserina tem quartos privados para cada aluno, quem sabe para o próximo ano letivo eu decida comprar algumas vestes verde. - Ele respondeu com o diretor sorrindo.
E, diretor, só mais uma coisa...
- Só essa? Ainda tenho de voltar a ser um "velhinho sábio", e resolver alguns assuntos para cerimônia final.
- Entendo, sei que a Pedra Filosofal foi destruída pelas chamas. - Harry ditou. - Mas, como foi que tirei a Pedra do espelho? Digo, era como se eu a segurasse, a colocasse no bolso em meu reflexo, e em resultado o peso da Pedra surgia realmente comigo.
- Ah, fico satisfeito que você tenha me perguntado. Foi uma das minhas ideias mais brilhantes, e cá entre nós, isto é alguma coisa. Sabe, só uma pessoa que quisesse encontrar a Pedra, encontrar sem a usar, poderia obtê-la, de outra forma, a pessoa só iria se ver produzindo ouro e bebendo elixir da vida. O meu cérebro às vezes surpreende até a mim... - Ele disse tocando sua varinha na cabeça de forma engraçada.
- Agora chega de perguntas. Sugiro que comece a comer esses doces. Ah, feijõezinhos de todos os sabores! Quando eu era moço tive a infelicidade de encontrar um com gosto de vômito, e desde então receio que tenha perdido o gosto por eles. Mas acho que não corro perigo com um gostoso caramelo, não acha? - E sorrindo jogou um feijãozinho caramelo escuro na boca. Então se engasgou e disse:
- Que pena! Cera de ouvido. - Dumbledore disse por fim com uma cara amarga, e nisso novamente ele brilhara luminosamente quando tocara com a ponta da varinha em sua testa.
- Novamente o aconselho, cuidado com essa maleta. Não irei proibi-lo de usá-la..., mas também, não posso permitir que seja pego com ela, tem muitos caçadores e feiticeiros de má índole que a reconheceriam... por isso:
E com um alçar de varinha pela última vez ali, Harry enfim vira que ela se transfigurara agora uma maleta nova, adornado por coro escuro e um símbolo de Hogwarts, junto a uma Fênix em chamas incrustada ao lado de uma Coruja nevada.
- Transfiguração Permanente, e Feitiço Avançado de Ocultação Magica... acredito que seja o suficiente. - O diretor explicou sorridente com seu ar de avô novamente ao seu redor. - E... não se esqueça do botãozinho engana trouxa, ao lado terá outro botão de redução e expansão permanente a fim de mantê-la facilmente consigo - Por fim, ele disse sorrindo brincalhão, quando mostrou o teste do que dizia e a pequenina maleta visava regredir minimamente como uma pulseira em seu braço, só para retroceder ao tamanho original sob compreensão do Potter.
E nisso, ele enfim saíra da ala hospitalar, com Madam Pomfrey enfim invadindo, tratando o rapaz como se ele tivesse saído de uma guerra, tendo que refazer todos os diagnósticos e suas dietas alimentares com poções nutritivas.
[ ... ]
Madam Pomfrey: A encarregada da ala hospitalar de Hogwarts, era uma boa pessoa, uma linda loira que ele conhecera desde o início do ano escolar, porém... muito rigorosa.
- Por favor... só cinco minutinhos. - Suplicou Harry após tantos testes médicos e vacinas agora que seu corpo estava minimamente saudável comparado a desnutrição interna que o lar de seus tios acarretou e foi oculto pela aparência mágica.
- Absolutamente não.
- A senhora deixou o Professor Dumbledore entrar mais cedo.
- Bom, é claro, ele é o diretor, é muito diferente. E qual a ideia dele te permitir comer essa montanha de doces? Precisa descansar.
- Estou descansando, olhe, deitado e tudo. Ah, por favor, Madam Pomfrey...
- Ah, muito bem. Mas só cinco minutos. - E com um olhar de cachorrinho dele. Logo ela bufou. - Tudo bem... a coruja também pode entrar, Merlin, é como se ela te tratasse como o filhote dela, e não o contrário.
E ela deixou Ron e Hermione entrarem nos quais traziam uma ave nevada que voara velozmente contra seu dono.
O bicando furiosamente sob sua cabeça, todos ali riram pela inteligência da ave que com toda certeza sabia que seu dono quase morrera dias atrás.
- Harry! - Hermione parecia prestes a abraçá-lo outra vez, mas Harry viu que ela se conterá porque a cabeça dele ainda estava com uma ave furiosa que mais parecia o estar insultando pelas bicadas e ruídos frenéticos.
- Ah, Harry, nós estávamos certos que você ia melhorar... apesar de que Dumbledore estava tão preocupado na noite do ocorrido.
- A escola inteira não fala em outra coisa. A Pedra, Quirrell, Cérbero, tudo. - Disse Ron orgulhoso de estar em meio as fofocas. - Mas, no duro, o que foi que aconteceu?
Era uma das raras ocasiões em que a história verdadeira é ainda mais estranha e excitante do que os boatos fantásticos. Harry queria contar tudo..., mas sabendo que não podia tal ainda no castelo, visou se limitar ao que explicou para o diretor.
Ron e Hermione eram bons ouvintes, exclamavam nas horas certas e quando Harry lhes disse o que havia sob o turbante de Quirrell, Hermione soltou um grito.
- Então a Pedra foi destruída? - Perguntou Ron finalmente. - Flamel simplesmente vai morrer?
- Foi o que perguntei, mas Dumbledore acha que... como foi mesmo? - Pensou um pouco. - Que para a mente bem estruturada, a morte é a grande aventura seguinte.
- Eu sempre disse que ele era biruta. - Disse Ron, parecendo muito impressionado com a grande loucura do seu herói.
- Então o que aconteceu com vocês e os outros dois? - Perguntou Harry.
- Bom, eu voltei sem problemas. - Disse Hermione. - Levei Ron para a ala hospitalar. Neville e Tonks foram atrás de Dumbledore, quando encontrei ela no terceiro andar de volta, todos os professores estavam lá, e Dumbledore surgiu correndo como alguém da idade dele seria incapaz, ele já sabia, e só disse "Harry foi atrás dele, não foi?", e saiu desabalado para onde você estava.
- Você acha que ele queria que você fizesse aquilo? Digo, ele parecia muito preocupado quando chegou na ala hospitalar com você nos braços, mas vai saber? - Perguntou Ron. - Mandou a capa do seu pai e tudo o mais?
- Bom! - Explodiu Hermione. - Se ele fez isso, quero dizer... isso é horrível, você podia ter sido morto.
- Não, não é horrível! Não sei se foi proposital ou não, mas descobri muitas coisas hoje e isso já basta. - Disse Harry pensativo. - Ele é um homem engraçado, o Dumbledore. Manipulador ao que posso ver, mas não alguém simploriamente mal.
- Não acho que tenha sido por acaso que me deixou descobrir como o espelho funcionava. Era quase como se pensasse que eu tinha o direito de enfrentar Voldemort se pudesse... e isso de todo modo somente me beneficiou. - Harry explicou enquanto diminuía o espelho por meio de uma magia.
- Garota... será que pode me fazer uma entrega muito especial? - Harry indagou enquanto sua coruja guinchava como se isso fosse algum desafio e com certeza ela encarava.
- Muito bem. - Ele disse enquanto o minúsculo espelho que ele minimizara e embalara, era posto em uma caixinha de presente que Harry invocara por pura magia básica, junto a uma pequena anotação com assinatura de sangue que Harry fez mediante uma das folhas e envelopes ali contidos. - Leve ao Gringotes... há uma carta ditando que é um presente de boa-fé. - Terminando de explicar, a coruja logo o bicara carinhosamente, dessa vez com um pio alegre que mais parecia um alívio dela para com seu dono, e nisso enfim saíra janela afora com a caixinha de presente que com certeza surpreenderia e muito ao chefe do maior banco mágico.
- Bom, já que temos tudo resolvido, tomei a liberdade de guardar suas coisas em seu malão e as mantive em cima de sua cama. Os pontos já foram todos computados e Sonserina ganhou, é claro. Você faltou ao último jogo de Quadribol do ano, fomos estraçalhados por Corvinal sem você, e eles ficaram em segundo lugar com poucos pontos abaixo da Sonserina.
- Sim, Harry, e espero que melhore logo. - Hermione disse o abraçando e situando um selinho em sua bochecha, ao mesmo momento em que Madam Pomfrey irrompeu no quarto.
- Vocês já estão aí há quinze minutos, agora fora. - Disse a mulher com firmeza e Harry não pode negar que ver essa loira toda autoritária, mexia com a sanidade dele. - Você não, querido. - Continuou ela exasperada, quando Harry tentou fugir junto, achando que ela não veria alguém tão grande perante as criancinhas.
- Vão lá, pessoal. Eu apareço para o jantar... se não receber alta, pode deixar que eu dou uma escapada. - Harry disse sob olhar indignado da loira adulta ali, que já pegava uma poção e o fazia beber, sob rosto enrugado dele. - Horrível como sempre..., manda a outra.
Parte 02 no próximo Capítulo devido ao limite de palavras da postagem do capítulo.