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Chapter 16 - Solidão profunda em meio a uma carta de sentimentos

Quando percebeu, lágrimas caíram de seus olhos, estava estática olhando para o caderno onde estava escrevendo. 

Seu coração doeu e gritou, ninguém a ouviu e ela chorou novamente. 

— Rannala, você está bem? 

— O que você fez com a menina?

— Eu não fiz nada, idiota. 

— Ei, Rannala fala comigo. 

Rannala grita e chora, seu coração ansioso dói, ela se vira para algum lugar e se afunda no edredom empurrando seus amigos.

Falta de ar, hiperventilação, espasmos involuntários e medo.

Sua amiga, sem saber o que aconteceu, olha para o que Rannala estava fazendo na mesa e vê a carta.

Lendo com calma, se sente nervosa e se joga na cama abraçando Rannala.

Vendo a cena das duas, o amigo delas não entende até ler a carta.

"Você que está lendo está aí?"

"Eu tenho medo a noite."

"Às vezes eu choro."

"Tenho pavor de estar só."

"Não quero ir para o colégio."

"Me deixem aqui sozinha no quarto"

"Você me disse que…"

A carta foi amassada pelo amigo de Rannala, ele se odiou por não ver sua amiga sofrendo tanto.

Seus olhos também começam a cair lágrimas e seu nariz começa a escorrer.

Passando o braço no nariz e sentindo nojo daqui, ele pula na cama onde as meninas estavam, deixando cair a carta amassada no chão.

"Que amigos somos se não estamos nos melhores e piores momentos de quem amamos?"

Os três choram juntos.

— Rannala você chora todas as noites?

Ele se juntou a elas na cama enquanto os três choravam juntos.

As feridas demoram a cicatrizar, mas nunca somem.

Algumas coisas são eternas demais e ficam em sua pele que se contorce à noite.

Nem mesmo a melhor tatuagem iria lhe marcar mais que uma dolorosa lembrança. 

Os olhos, pesados e ardidos de tanto chorar, se enxugam.

— Vocês precisam ir…

Os dois amigos de Rannala olham para ela como se ela estivesse falando outra língua.

— Não mesmo.

— Nem vêm. 

Rannala tenta desconversar, era certo que estava ficando de noite e eles teriam que ir uma hora ou outra.

— Só preciso ficar só.

— Não.

— Ela tem razão, amigos deveriam cuidar uns dos outros, não?

Rannala olhou para o lado, desviando o olhar deles.

— O que vocês dois pretendem fazer após ler aquilo? Não era para vocês. — Para a surpresa de Rannala a resposta dela foi unânime.

— Nada.

— Não faremos nada.

— Mas, não sei ele, só que eu vou te acompanhar todo dia agora para a escola até você tomar uma decisão e, se ela não chegar, nunca faremos nada.

— Ela está certa, também respeito… Mesmo quando não deveríamos respeitar.

Rannala chorou enquanto abraçou os dois.

— Obrigada.

Rannala chora abraçando os dois.

A noite que devia ser um açoite ficou mais tolerável, a escuridão que engolia seu coração nunca deixou de existir, mas por agora ela estava quente e protegida.

— Que nojo, por que seu braço está grudando?

— Eu estou triste.

— Isso não são lágrimas, né?

— Não. 

— Ah...

Rannala sorri enquanto os dois discutem. Ela se sentiu finalmente em paz, momentaneamente.