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Inception Dream

🇧🇷Sado_Yasutora
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Synopsis
O garoto de 15 anos — Kieta Meguro — acordou em uma casa estranha. Rondando pelo local ele descobre que a vizinhança onde mora subitamente abrigou criaturas e a maioria dos moradores estão desaparecidos. Com seu forte desejo de voltar para sua casa, ele enfrenta as criaturas com ajuda de Walther, um companheiro e Henrry, um meio doidinho. Para só então, ao chegar em casa ele descobrir através de uma jovem garota que tentou o matar: "Você está sonhando. E o seu sonho te levará a morte." Como e o que ele fará para sair deste inabitual mundo de ilusão!? "Quer sair deste lugar? Entre cada vez mais fundo no seu subconsciente, Meguro-kun, mas lembre-se..." "...Se você morrer aqui dentro. Você morre também no seu mundo real." PS: uma história feita para seguir capítulos curtos e rápidos! Boa para ler no ônibus ou na carona para a escola (ou com sono no meio da madrugada!) :D 《Chapter 1》 Capítulo 1 – 9 《Chapter 2》 Capítulo: Em breve...
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Chapter 1 - Coisas estranhas

— Uaaah!

Ele acordou com um grito que o fez saltar para frente.

— O que... Esse sonho...?

A princípio era algo assustadoramente horrendo para ser contado. Tão cruel que o fez gritar em agonia.

Mas...

— O que era mesmo?

Como quem tem dor de cabeça, o garoto colocou a mão na testa tentando se lembrar. Foi ruim, de fato foi. Mas parecia ter significado algo.

— Ah, espera!

Quando tomou ciência do seu redor, o menino de 15 anos e cabelos escuros olhou em volta e percebeu que estava sentado no chão.

— Eu dormi no chão? Que estranho... Esse lugar... Não se parece com o meu quarto.

Se obrigou a se levantar.

O menino de pé analisou o ambiente e só conclui que este não era o seu quarto.

Bizarro.

Isso era bizarro.

— Também não parece ser a minha casa... Eu não sofri um sequestro, não é mesmo?

Ele riu fracamente a fim de se convencer e saiu dali.

Era um bloco meio escuro, mas ele conseguia ver perfeitamente a porta que dava para a saída.

Abrindo-a o garoto se depara com uma casa. Podia se ver uma cozinha e sala mais além. Ademais algumas portas fechadas indicavam que esta casa continha mais cômodos.

— Essa definitivamente não é a minha casa...

Ele engoliu seco e se perguntou se deveria agir.

"Ficar parado não vai me levar a lugar algum."

Por isso ele respirou fundo e se preparou para caso encontrasse algum dos sequestradores.

Ele andou até a cozinha e viu que estava arrumada. Era uma casa descente por sinal.

O garoto decidiu abrir uma das gavetas, a mais óbvia e escolheu pegar uma faca de cortar carne como arma de defesa.

— Eu nunca usei algo como isso... Espero que não seja a primeira vez.

Mesmo que o sequestrador tenha más intenções, o jovem não iria gostar da sensação de esfaquear um ser humano que é feio de pele e carne e tem órgãos funcionais por dentro.

— Urgh... Só de imaginar eu fico cabreiro...

Ele chacoalhou a cabeça e andou para alguma porta.

— Isso aqui é o banheiro?

Abrindo-a com cautela ele...

— ....

Ele entrou em contato visual com "aquilo".

Aquilo parecia humano, se você considerar que pessoas possam se vestir de fantasias.

Mas era real demais.

Surreal demais.

O humanoide verde era feito de escamas. Não tinha olhos, nem orelhas e nem nariz. Apenas uma bocarra enorme no meio do que seria a face.

Um ser desses não deveria ser real nem mesmo em outro planeta.

Na verdade, quanto mais ele olhasse, mais parecia ter vindo de outro lugar que não é a Terra.

— Gwaaaaaahg!!!!

— Uaaaaaaah!!!

Ele fechou a porta rapidamente quando aquela figura bizarra e assustadora avançou pra cima dele com a boca aberta cheia de dentes pontudos.

Sentiu o impacto da porta quando a fechou com suas costas e começou a ter uma batalha de resistência contra aquela coisa reptiliana que queria sair.

— Que merda é essa...!?

Nervoso e em prantos ele meteu a ponta da faca com forças no buraco da fechadura e a girou rudemente, podendo quebrar a lâmina, até escutar um "track".

Quando sentiu que travou a porta ele se afastou aliviando-se.

— Arff... Arff... Que raios de ser mitológico é isso?

A porta continuou batendo por mais alguns segundos, mas a faca agindo no lugar de uma chave mantinha a vida do jovem a salvo.

— Que isso não saia daí nunca! Eu vou dar no pé!

Moveu ele rapidamente os pés do lugar e foi para a sala.

A sala desta casa estava bem agradável com janela e a porta que dava para o lado de fora aberta.

Era dia.

— Por que eu acordei na casa de alguém que não é a minha, e tem um alien mantido no banheiro!? Isso é um sonho? Eu estou sonhando?

— Fu, fu. Você está.

— Yeeeh???

Escutou uma risadinha travessa atrás de si e saltou do lugar para tomar distância.

Quando se virou, viu uma donzela de cabelos azuis longos e olhos amarelos. Seu aspecto dava a impressão de ser uma jovem bastante antinatural.

— Q-quem é você? — perguntou cauteloso.

— Ora? Não lembra de mim, Kieta-kun? Você realmente se esqueceu de mim, eu vejo.

A menina, um pouco menor que o garoto pareceu entristecer o semblante repentinamente.

— Kieta? Quem é esse?

— Isso é estranho. Não lembra de ti mesmo?

— De... mim mesmo? Do que está falando?

— Kieta Meguro... Esse é seu nome.

— .....

Era um nome estranho, mas ao ouvi-lo, causava uma sensação extremamente familiar.

— Kieta-kun... O seu sacrifício foi quase em vão. Tudo resetou ao seu início. Mas é uma realidade estranha. Sua memória deve ter sido danificada no processo de reinicialização. Que lástima...

A menina transpareceu ainda mais pesar em seu olhar dourado.

— Sacrifício? Não lembro de ter me sacrificado para algo. Do que está falando? Essa casa é sua? Por que eu acordei aqui!?

Impaciente, Kieta Meguro questiona a menina sobre a situação estranha.

Ao que ela diz se aproximando.

— O tempo está próximo.

— Ei, se afasta.

— Mas eu sei que você vai dar um jeito. Basta...

— Eu disse para se...

A menina estendeu as mãos, já próxima o suficiente e o tocou na face.

— Basta se lembrar de mim.

Com o toque quente das palma da jovem pálida de cabelos azuis, Kieta sentiu também uma sensação diferente quanto notou que ela estava próxima demais dele.

— ............!?

Calor.

Calor molhado e macio se envolveu pelos seus lábios e dentro da sua boca, tocando profundamente cada poro da sua língua, a medida que o corpo magro e pequeno dela se derramava em cima do dele.

Isso durou breves segundos que para Kieta pareciam uma eternidade.

Quando terminou de beijá-lo com extremo zelo e carinho, ela acariciou os cabelos negros dele e disse com o dedo no lábio do garoto.

— Deixarei esse pequeno presentinho para que não se esqueça de mim. Quando lembrar do meu nome, basta me chamar e eu finalmente o terei de volta, meu amado.

Deixando um Kieta Meguro sem reação alguma e vermelho pelo ocorrido, a menina sorriu meigamente.

— Adeus, querido.

...E de repente, como que não tivesse existido, ela desapareceu.

Foi como um fantasma.

Palavras dita por um fantasma.

Gestos feitos por um fantasma.

— ...Eu.... E vou dar o fora daqui...

Ainda meio rubro e atordoado pelo ato recente, Kieta prefere não pensar em como uma garota, que talvez fosse fruto da sua imaginação, roubou-lhe a sensação do seu primeiro beijo.

E quando se virou para a saída...

— O que faz na minha casa, rapaz?

Deu de cara com um homem. Parecia um jovem-adulto. Tinha cabelos castanhos e sapatos marrons.

— V-você vai me beijar também é?

— Quê? De forma alguma. Por que eu faria isso?

— Uhhh, bem... Deixa pra lá...

Ele sorriu abobalhado.

E o som de bater ecoou da porta.

— O que foi isso? — questiona o rapaz.

— Tem um ET no seu banheiro, tio.

— Um o quê? Ah... Não me diga que...

— Desculpe, mas eu estou tão confuso que não sei nem por onde começar.

— Comece explicando o porquê de estar em minha casa.

— Belo ponto. E também o mais difícil...

— ....?

O rapaz ergueu uma sobrancelha confuso, pouco se importando para o que existia dentro do seu banheiro, e olhou Kieta.

— Só o que me faltava... Essa vizinhança não podia ficar ainda pior.

O homem suspirou, aparentemente acostumado em ver coisas estranhas e entrou dentro de sua própria casa carregando algumas sacolas de mercado.

Ele se dirigiu despreocupado até a cozinha e Kieta foi atrás.

— Com licença mas... Pode me explicar o porquê eu estou em sua casa? E por que tem um reptiliano no seu banheiro? Isso é caso de FBI, sabia? Ou da NASA...

— Ah, aquilo? Deve ter entrado pelo meu esgoto. Quer feijão?

Explicou o jovem vagamente e ofereceu uma lata de feijão enlatado.

Kieta dispensou com a mão e o homem catou uma colher da gaveta.

— Sabe, feijões enlatados são os melhores. Esse aqui é de uma marca pós-apocalíptica que eu gosto bastante. Adoro comer de colher.

Falava ele voltando à sala e se sentando no sofá. Ali não existia TV.

— Tá, tá, bem legal. Mas olha... Eu estou meio confuso aqui...

— Você se acostuma, esse mundo é louco mesmo. Só não entra na casa dos outros sem pedir, ouviu garoto?

— Não isso. Eu acordei aqui do nada e percebi que não é onde moro.

— Acordou, do nada?

— Sim.

— Na minha casa? — franziu o cenho.

— Exatamente.

— Suspeito. Mas vou relevar.

E voltou a comer a sopa de feijão.

Kieta ficou boquiaberto com tamanha leveza deste homem. Ele parecia não saber o porque de ter acordado aqui também, logo a ideia do sequestro diminuiu drasticamente.

— E... Bem... A menina de cabelo azul?

— Que menina?

— ...

O rapaz realmente questionava sem entender. E vendo um Kieta meio perdido, o rapaz parou de comer, deixou o seu caldo de feijão do lado e resolveu se apresentar.

— Ok. Você parece meio perdido, garoto. Vamos começar do básico. Eu me chamo Walther, tenho 24 anos e moro nesta casa aqui. — dizia apontando com os dedos para o chão. — E você?

— Eu... Eu me chamo Kieta Meguro, tenho 15 anos e estou um pouco confuso sobre a minha situação atual. — respondeu.

Então o homem sentou para o lado e disse:

— Certinho então, sente-se aqui e vamos conversar.

...O sofá parecia ser um pouco aconchegante e Walther um homem educado.