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Chapter 9 - Chapter 1- 9 "Escolher - Refazer (Chapter 1: End)"

...O mundo estava sendo consumido.

Onde estava Walther?

O que houve com Henry?

Onde estava Abracadabra?

A resposta era simples...

— ...Estão mortos. Todos eles. Todos morreram...

O mundo caótico atingiu a todos e não importa o ser — bom ou mau — tudo seria consumido.

— ...Esse era o fim previsto, não era? Não há nada que se possa fazer.

Nem mesmo a dita pessoa mais poderosa do mundo poderia parar esse final.

— ...Não imaginava que chegaria tão rápido.

Ele pensou que ao menos, aqueles três fugiriam quando notassem que tudo começara a ficar caótico.

Mas nem isso aconteceu.

Ele não viu seus corpos. Mas com certeza Walther viria para buscar Kieta e o levaria junto.

A razão para não ter feito era...

— Morreram todos...

Ele entristeceu ainda mais a sua face.

— E pelo visto eu também vou morrer... Há, há...

Ele disse isso. E riu de si mesmo por ter sido tão patético.

Mas...

"Eu não quero morrer..."

Mesmo fraco e sem forças.

Mesmo tido jogado 2 semanas fora da sua vida, sem nem ter feito nada, apenas existindo.

Ele ainda não queria morrer.

Não era isso o que ele queria.

— Ah...!

Porém...

O chão a sua frente rachou.

Rachou e se separou rudemente, formando uma fenda que antes não existia ali.

Kieta, fraco e sem ter ao que se apegar, teve a infelicidade de se desequilibrar e cair para dentro daquela fenda.

— ...Ahh! N-não assim...!

Parecia cair para dentro de um vulcão escaldante.

Seria o fim.

— ...

"Eu não fiz nada. O Walther morreu. O Henry morreu. Abracadabra deve estar morta. E agora eu vou morrer em vão. Mãe e pai... Eu não os achei. Não sei se estão bem... Ah, mas não importa agora. Eu vou morrer... Então esse é o meu fim?"

Lamento preencheu o seu peito.

Tudo aquilo que ele se privou de sentir estava vindo.

Ignorou, ignorou, e ignorou.

Rejeitou olhar. Rejeitou ouvir. Rejeitou sentir.

Rejeitou fazer algo a respeito.

Tudo isso para presenciar a face do abismo mais uma vez.

Injusto.

Era injusto.

Tudo porque ele foi "jogado" nesse mundo que se diz ser um sonho.

"Maldito seja este mundo..!"

Ele uivou com forças em seu pensamento enquanto a cena lenta dele caindo nas chamas passava diante de seus olhos.

Ele amaldiçoou este mundo.

Ele se lamentou pela morte de todos.

E ele sentiu em seu coração de que não queria morrer.

— Então não morra!

E tudo parou de repente.

"O que... tá havendo?"

Não havia mais queda.

Não havia mais calor.

Não havia movimento.

Mas havia um toque.

Um alguém que o tocou e o abraçou pelas costas, no meio de todo esse caos.

— Meu amado... Você não chamou pelo meu nome. Isso me entristece tanto...

Ela chorou.

Cabelos azuis celestes como o mais puro céu. Uma forma distinta de toda as criaturas horrorosas e horripilantes.

Corpo fino e esguio.

Braços e pernas pálidas e macias.

Diferente de toda a maldade, essa era toda a bondade que Kieta Meguro poderia sentir agora.

— ...Você. Você é a menina de antes.

— Eu não podia vir. Desafiei toda as leis do mundo para estar aqui. Porque não posso deixá-lo que tenha esse fim. Se você morrer, eu perderei tudo.

— Eu não entendo, eu não entendo, eu não entendo...! Quem é você, exatamente!?

— Gostaria de te dar todas as questões do mundo. Mas o tempo é escasso, Kieta Meguro, meu amado.

— Amado...

Amado. Se sentia amado.

Ele se sentia amado por essa mulher.

Esse sentimento. Esse sentimento que brotou no seu interior de repente, era tão verdadeiro que ele tinha medo.

Sentia-se extremamente familiarizado com essa figura.

E por nunca ter visto ela, e ter esse sentimento familiar, ele não sabia como deveria reagir.

Ele se privou de aceitar esse amor em sua totalidade.

Não estava pronto.

Mas...

— Você me ama? Veio me salvar?

— Te salvar... Sim. Eu vim nos salvar.

— E como fará isso? Não há como escapar desse abismo. Nem mesmo a mais forte do mundo...

— Há algo que até ela desconhece.

— O quê?

Ele ponderou por alguns segundos naquele momento de tempo inacessível, onde tudo não se movia.

Ela o abraçou mais forte.

"Que cheiro bom..."

Mesmo diante dessa situação, o jovem não pode deixar de notar a peculiaridade do aroma envolvendo-o.

Ela falava com olhos cheio de lágrimas que escorriam da sua face branca.

— Você. Você é capaz de fazer o {reset} por conta de mim. Se o desejar agora, onde podemos agir, tudo se reiniciaria e a Realidade voltaria para o seu início novamente.

— Resetar? Você diz...

Ele arregalou um pouco os olhos quando lembrou que, dês do início, no primeiro dia quando acordou na casa de Walther, essa garota falou sobre um possível reinício meio mal sucedido.

As razões para isso eram desconhecidas no entanto.

— Meu poder está acabando. Esse será o nosso último reset. Após isso, Kieta Meguro, não poderemos mais refazer a linha do tempo. Você entende mais ou menos o que digo?

— Isso é...

— Eu sei que entende. No fundo da sua memória. No interior do seu ser. Lá no fundo. Eu sei que você entende de fato.

Ela colocava expectativas nele.

Cada palavra. Cada frase.

Era tudo tingido em expectativa do qual Kieta Meguro só não soube dizer do contrário.

Na verdade...

Na verdade ele sentiu que poderia confiar em cada palavra dita por esta garota.

Mas ainda faltava algo. Faltava um ponto de partida.

Por isso...

— Kieta Meguro, você quer morrer aqui e para sempre, ou prefere ter a chance de sair desse buraco que te encaminha para o fim, e conseguir um futuro diferente deste que você viu e tanto sente medo?

As perguntas dela não vacilavam.

Ele viu isso e percebeu o quão decidida ela estava.

Era uma garota decidida.

A resposta foi:

— Que tipo de pergunta é essa? É claro que eu escolho viver.

Respondeu assim de forma despretensiosa.

Ela riu.

— Pois bem... Que tudo se desfaça... e...

...Subitamente, com os dizeres dessa jovem garota de belos cabelos azuis, os lábios do menino foram tomados pelos dela.

Mesmo em um mundo onde o tempo não se movia.

Mesmo em um mundo onde a calamidade atingiu o seu ápice.

Aquele poder era capaz de restaurar tudo do zero.

"...Que tudo se reinicie."

...Ele teve a sua consciência tragada pelo breu.

E mesmo nesse breu sem espaço e nem tempo, onde tudo só desapareceu e nem mais seus sentidos sentia...

A "presença" daquela mulher emaranhava o seu ser.

Dês do ponto mais singular do interior dele, até o mais complexo do exterior.

Tudo.

Nesse estado de quase não-consciência, ele só tinha uma questão.

"Qual... Qual era mesmo o seu nome...?"

Mesmo que ela o envolvesse por completo, não conseguia se lembrar de um conceito simples como um nome.

Então, sentindo que estava prestes a ter a sua consciência de volta...

"Meu nome é.. Yo-..."

...Ele acordou sem mais e nem menos.

☆☆☆☆

A sensação do chão duro prensava o seu rosto.

— .....

Ele estava acordado, como quem acorda de um sonho tendo espasmos.

A sua mente não doía, mas ele teve a sensação de acordar de um sonho longo...

— ....

O jovem de cabelos pretos se levantou do chão e olhou ao redor.

Era um quarto de uma casa.

E definitivamente não era dele.

— Realmente não é a minha casa...

Assim que tomou ciência disso, ele saiu daquele quarto pela porta e foi para a cozinha.

Vazia.

Não havia ninguém aqui.

Então andou ele até a sala de estar e parou na porta de entrada.

A luz solar entrava de forma graciosa e iluminava o chão.

E então...

— Oh, o que faz na minha casa, garoto?

Uma voz o chama atenção por de trás.

O menino se virou para ver quem era, e viu um homem de cerca de uns 25 anos.

Ele sorriu ao ver o homem.

— Walther, você está bem...

— ?

Sim.

O Mundo.

O Walther.

O jovem Kieta Meguro havia voltado para o passado em segurança.

— Tudo bem, senhor destino. Você vai ver. Esse cara aqui, sem expectativa alguma de vida vai vencer o próprio inferno e dará risadas de deboche no final. Porque eu tô... Motivado pra caramba!

Ele bateu o punho na sua palma dando essa declaração de rebelião.

Uma determinação que subitamente o preencheu. Não é incomum pensar que isso tenha haver com a donzela de antes. Mas ele não se importou com isso.

Poderia ser chamado de "fogo do momento", mas Kieta Meguro preferia acreditar que poderia usar isso como combustível para vencer.

Diante de toda essa empolgação...

Walther só pode concluir uma coisa.

— Tá, já sei. Você quer meus feijões.

...Não era nada disso afinal.