*Deleitar-me-ei em teu corpo
Sedento está meu coração
Sedenta está minha alma
Por ti, por teus beijos
Em nosso leito de flores.*
O menino entregador de folhetins gritava nas ruas de Londres sobre corpos dilacerados nos becos. A senhora Ingrinias tivera que reconhecer o corpo da filha, que ao contrario dos outros estava apenas com a cabeça separada. Ficara deprimida e chorara muito pela perda.
Os preparativos do casamento estavam prontos. A cerimônia aconteceu no jardim e a festa no salão. Emália ficara radiante no vestido branco perolado,
O senhor Holths e Marienny ficaram contentes com a união. Ela por sua vez não dispensara a refeição após festa. Devorara sete pescoços no seu quarto. O senhor Holths se recolhera cedo. Lourenço fora seduzido pela condessa que o induzira a possuí-la em meio aos corpos espalhados no seu aposento.
Emália e o conde se recolheram em seu novo quarto. Tomaram vinho e dançaram felizes. A cada peça de roupa tirada o conde lutava para controlar a fera dentro de si. Finalmente ele a teve só si. As noites da semana de núpcias foram mágicas para Emália que agora passara a ser a nova senhora Rossien.
Depois da lua-de-mel, Vladminsk começara a trabalhar todas as noites com seu tio Ronald no caso dos assassinatos ocorridos em Londres. A maior parte do dia descansava no seu quarto particular. A tarde se reunia com sua irmã, esposa e sogro para o chá.
À noite, as sombras traziam a sede de sangue. As pessoas estavam assombradas pelo medo. Muitos recusavam convites de festas nas casas de nobres. Outros pagavam bem por proteção tanto em suas residências como para saírem às ruas.
Em um beco sem saída uma mulher fora levada por um raptor. O rosto do homem estava oculto por um lenço e um chapéu preto. Estava a ponto de estripá-la quando sua ação fora interrompida pela presença repentina de outrem. O homem vestido de negro o capturou numa rapidez absurda. O estrangulou com os dentes. A cabeça fora arrancada e o coração também. Em um frasco colhera um pouco de sangue. A vitima assustada conseguira escapar sã e salva. Mais um julgamento fora bem sucedido. O corpo do estripador fora levado dali. Incinerado. Os vestígios apagados.
A meia noite Vladminsk retornara para seu quarto. Seus olhos ainda dilatados encobertos de vermelho. A boca borrada com sangue do assassino. Retirou as roupas pretas. Sentou-se a mesa e pegara papeis brancos. Abriu o frasco que continha o sangue do seu réu e gotejou algumas gotas na tinta preta. Com a pena escrevera mais uma poesia. Talvez esta fosse à décima quinta. Não contava quantos réus já executara desde que começara a investigar com seu tio. Isso de fato não importava. Mas nunca matara tanto quanto fizera nos seus primeiros dias de transição. Foi até o quarto de sua esposa pela passagem alternativa que havia entre os três quartos. Admirou o corpo dela por segundos sob os lençóis. Acariciou seus cabelos encaracolados esparramados para o lado. A presenteou com um beijo. Ela se mexeu com o toque de sua boca. Gemeu de modo que o fez ficar extremamente excitado. Emália abriu os olhos lentamente. O que fez com que Vladminsk utilizasse o método de persuasão. A hipnotizou. A levou para o quarto do meio que ficava entre o dele e o dela. O quarto de encontro. Ainda com a boca manchada de sangue a beijou. Após tirar sua camisola, pintou seus seios com sangue e os saboreou. Isso fazia com que não sentisse desejo de mordê-la. De não machuca-la com suas presas. Não queria a transformar no que ele é. Não se ela não o quisesse. Ela teria que desejar por amor a ele. Não forçada.
Depois a levou para o banho e a deixou novamente em seu quarto.