Durante os dias, Vladminsk passou a maior parte do tempo na companhia do primo Raysson. Fazendo cavalgadas matinais em manhas nubladas. Tomando vinho as tardes e nas noites exercia sua função de julgador. Marienny já sabia para que Raysson viera. Expressara sua opinião sobre o caso ao irmão. Porém Vladminsk preferia seguir com seu plano. Presentear sua amada esposa com um filho. Depois ele intimara a irmã e Lourenço para tratar do assunto dela ter o transformado sem consulta-lo.
- Você expõe sua opinião sobre o que decidi fazer a respeito de Emália e tentou me esconder seu grande feito com Lourenço – disse sério.
Marienny ergueu a taça de vinho na direção de Lourenço de modo a se vangloriar do feito que o irmão se referia.
- Você viu? Eu o eduquei bem – disse bebendo um gole de vinho.
- Quero saber o que vai fazer com ele?
Lourenço tremou por dentro temeroso. Olhou para Marienny esperando a resposta dela para o irmão.
- Ele será meu novo pupilo e lhe peço sua benção – Ela fez uma leve reverencia ao dizer.
- Novo pupilo? – falou Lourenço. – Existe outros? – ele olhou para a condessa imaginando como teria sido ela transformando outros homens.
- Oh querido, você não é o único – respondeu decepcionando o rapaz.
- Bom – interrompeu o conde. – Lourenço Custor – O rapaz voltou o olhar para o conde. – Você está disposto a ser fiel a Marienny e aos Rossien?
- Sim. Mas não quero ser apenas um pupilo – condicionou. Marienny se surpreendeu. Talvez pela primeira vez. Não lembra de nenhum dos seus pupilos ter condicionado algo para ela ou seu irmão.
- O que quer dizer Lourenço? – o conde estreitou os olhos para o rapaz. Jamais arriscaria a reputação dos Rossien se o rapaz desafiasse suas imposições.
- Quero ser seu esposo – disse. Marienny por sua vez arregalou os olhos. Ninguém nunca a havia pedido em casamento. Ainda mais na frente do irmão. Os outros pupilos apenas se aproximavam dela por interesse e não por que a amavam. Pela primeira vez sentiu uma explosão no peito indescritível. Ficou muda. Sem saber como agir ou falar. – Quero me casar com Marienny e mesmo assim fazer tudo o que ela desejar – olhou para ela com ar romântico e submisso. Marienny mordeu o lábio inferior excitada.
- saiba que nunca poderá ter filhos com ela – esclareceu o conde.
- não importa, ama-la será o suficiente. Tê-la será o bastante – sorriu para ela.
- então Marienny, aceita? – quis saber da irmã. Ela olhou para Lourenço e depois para o irmão.
- eu não esperava por isso. Eu nunca achei que você estivesse apaixonado por mim – falou como se fosse uma moça ingênua.
- eu a amo e faria qualquer coisa por você – tirou a taça de vinho da mão dela – qualquer coisa – afirmou. Bebeu em um gole o restante do vinho. Lourenço se ajoelhou diante de Marienny. Outra atitude que ela não esperava dele. Pegou sua mão esquerda e fez o pedido oficial. A condessa sentiu até um pouco de vergonha da cena diante do irmão. Vladminsk lembrou do dia em que pediu Emália em casamento. Uma saudade invadiu seu peito. Desejou estar com ela agora. Já fazia tempo, talvez semanas que não a procurava. Desde que ela ficara triste por saber que não estava gravida. Marienny, enfim, aceitou o pedido de Lourenço. O conde sorriu para os dois.
- Então recebam minhas bênçãos – ele levantou-se da cadeira e foi até os dois. Pediu que Lourenço se levantasse. De sua casaca aveludada azul escuro tirou um punhal de ouro. Pegou a taça vazia e posicionou na mesa próxima a eles. Cortou a palma da mão esquerda. Marienny sabia o que significava isso. Que para aceitar ou abençoar um pupilo que não seja do sangue Rossien, o corte é feito na mão esquerda. Marienny fez o mesmo. Deixando o sangue escorrer dentro da taça. Mas quando Lourenço foi fazer o mesmo. O conde o parou. Indicou que deveria cortar os pulsos esquerdo e direito como sinal de total fidelidade e submissão.
- não se preocupe, não acontecerá nada com você – alertou o conde. O rapaz o fez. Então cada um bebeu um pouco.
- agora vamos iniciar nossa núpcia – ela disse o puxando para fora do escritório do irmão. Os dois andaram depressa para o quarto da condessa, que o trancafiou para não serem incomodados.
- Não fique com ciúmes. Eu nunca me deitei com os outros pupilos – disse afim de dispersar os pensamentos de Lourenço que ainda estava cismado. – eram uns interesseiros. Apenas desejavam ser transformados para terem poder e fama.
- mas você deve ter tido amantes – falou.
- nem tanto meu caro – respondeu. Para um Rossien, amor é incondicional. E encontrar alguém para amar e ser amado é raro, para as condições em nos encontramos. Quem seria capaz de amar um vampiro de verdade?
- eu – disse Lourenço.
- por que você se tornou um?
- não. Por que eu a amei desde o primeiro momento em que a vi – revelou.
- você me ama de verdade?
- sim Marienny.
- então deve saber que não serei totalmente fiel a você. Mas manterei meu amor por você.
- isso quer dizer que você me ama, mas quem terá que obedecer, serei eu.
- muito bem. Meu querido, você aprende rápido.
- contanto que estejamos sempre juntos. Eu aceitarei tudo que você fizer.