*Sabor de mel
Saborear teu beijo é como beber mel que antes fora apenas pólen de flor
Flor beijada por uma abelha que antes já beijara outras
Porem os da tua boca é muito mais doce, inocente boca, castos beijos que inspiram meu louco desejo de desfrutar mais do seu mel.*
A glaumorosa festa na mansão Rossien resplandecia na noite primaveril. Todos os convidados se sentiam felizes e tudo desde dos canapês até a luxuosa decoração lhes agradavam. Os elogios ecoavam por todas as partes do grandioso salão. Nenhum outro evento poderia se comparar a este, alguns comentavam. O conde Vladminsk como mestre de cerimônia falou a respeito da irmã tirando risos entre os convidados que além de se deliciarem com rico bufê, também se alegraram com a descrição de momentos cômicos sobre a anfitriã. A hora mais especial da festa chegara, Marienny fora anunciada. Ela descera esplendidamente a escada. Lourenço vestido a altura da aniversariante estendeu a mão para apoia-la. A jovem condessa fez acenos para os convidados e agradeceu mencionando nomes de famílias importantes de Londres que lhe deram presentes. Depois de dançar com seu par, Marienny agraciou outros cavalheiros com a dança. Com seu olhar hipnotizante escolheu seu banquete para seu festejo particular que teria após a festa.
Emália por sua vez fazia companhia a seu pai que apesar de se mostrar contente ao participar de tanto luxo e classe, seu corpo estava exausto e a filha por conhece-lo bem, via claramente seu cansaço. Ela o fez se sentar numa cadeira afofada no salão do buffet. O abanou com seu leque para lhe dar ar. Para a surpresa dos dois, o conde apareceu oferecendo uma taça de vinho branco suave.
- Achei que estava na hora de ter honra de ser apresentado a sua pessoa, senhor Holths – disse abrindo um sorriso gentil. O senhor Holths assentiu generosamente aceitando a taça de cristal. Emália ajudou o pai a se levantar.
- Desculpe conde Rossien – disse Emália. – Meu pai não...
- Não senhorita Emália – interrompeu o conde. – eu entendo. Senhor Holths é um prazer conhece-lo pessoalmente – se curvou levemente.
- O prazer é todo meu conde – falou o senhor Holths. – este pobre alfaiate é que fica honrado em ser agraciado por sua nobre pessoa.
- Pobre alfaiate? – girou a cabeça passando os olhos pelo salão ao dizer. – Não vejo nenhum pobre alfaiate por aqui – sorriu. O senhor Holths ficou encabulado, enquanto Emália prendia o riso. – o que vejo é um nobre homem de coração humilde com mãos de anjos, ou melhor, divinas, capazes de transformar qualquer trapo numa bela e majestosa vestimenta. Um homem que merece todo meu respeito por esse grande feito. Sinto-me, senhor Holths lisonjeado e feliz por estar tão bem vestido, mais que todos neste salão – fitou o rosto do senhor Holths com um sorriso, que levou Emália aos céus. O senhor Holths segurou as lagrimas, respirou aliviado. As palavras tão sinceras do conde o fez se sentir o mais nobre dos homens, tanto quanto os nobres presentes no evento. Sorriu feliz por isso. Um pensamento lhe passou na cabeça: ''Este sim seria o marido ideal para minha filha, um homem que aprecia uma função nobre, uma arte tradicional e digna. Eu seria capaz de oferecer meu bem mais precioso''. Olhou para filha mantendo o nobre sorriso. O conde que evitava ler os pensamentos das pessoas, não pode evitar escutar os do senhor Holths, que no fundo lhe deixaram satisfeito. Ter Emália Holth em seus braços, em sua cama, de corpo nu e entregue a ele completamente seria a maior das satisfações.
"Pena não sermos da mesma classe social" o senhor Holths completou o pensamento. O conde acompanhou a frase. Sorriu de novo e pediu permissão para dançar com Emália. O senhor Holths assentiu com todo gosto. Emália estava deslumbrante num vestido rosa claro com pedrarias que o fazia reluzir levemente. O corset com tom de rosa mais forte destacava sua já fina cintura. Sua maquiagem era suave, o que realçava sua beleza. Seus olhos emitiam um brilho quase surreal, na qual o conde desejou profundamente mergulhar. Delicadamente pegou sua mão e a conduziu para o salão. Enquanto as outras moças acompanhadas de suas mães ficaram alvoroçadas ao ver o cobiçado conde com outra parceira de dança.
Parecia um sonho para Emália, filha de um alfaiate que não costuma ser convidada para festas da alta sociedade londrina estar nos braços de um conde. Um belo homem com porte de rei. Sentiu-se uma princesa de contos de fada. Seu coração parecia borbulhar, sua pele parecia mais quente do que costuma ser. Suas pernas bambeavam, não sentia o chão, era como se tivesse flutuando como bolhas ao ar. O olhar do conde era profundo, mais que misterioso na verdade, penetrante, invasivo, como se quisesse possuir seu olhar. Ele queria de fato possuí-la. Seria capaz de hipnotizar a todos que os miravam com o poder de sua visão para realizar seu desejo obsceno. Seria capaz de despi-la sem piedade e provar cada parte de seu corpo. Ela fazia sua pele queimar de paixão só com o fato de simplesmente ter ai em seus braços, sob seu domínio. Seria capaz de não solta-la nunca mais e tornar esse momento eterno.
E não o queria. Ele não queria nunca mais solta-la...