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Chapter 8 - 8 ESCARNECER

Escarnecido em meu ser outro ser

Que a não ser que eu o controle

Perco o domínio de ser eu mesmo como ser

Um perfume suave vagava pelo corredor da mansão, o conde seguiu e ao chegar a porta da biblioteca se surpreendeu com o que viu e ouviu. Ele mergulhou intensamente naquele recital simplório, mas que para seu coração foi o maior e celebre de todos os recitais que aclamara nos grandes palcos por onde passara.

Belamente encaracolados num coque, os cabelos dourados caídos em ramos floridos até sua fina cintura apertada pelo corset, estava Emália, de pé, ao lado de uma mesa redonda lendo poesias.

- Senhorita? - disse o conde quebrando sua leitura.

- Ah, perdão senhor eu só estava...- disse assustada pela presença repentina do conde.

- Oh, não quis assustá-la.

- Não, quer dizer, estava tão distraída que não percebi que o senhor havia entrado.

- O que faz tão cedo aqui?

- Eu... Sua irmã, a condessa me pediu que viesse lhe fazer companhia esta manhã para novos pedidos de tecidos.

- Onde esta minha mal educada irmã que a deixou sozinha pela casa?

- Por favor não fique bravo com ela. Apenas me pediu que viesse a biblioteca para pesquisar modelos desenhados. Fiquei tão encantada com a biblioteca que quase me absorvi nos incontáveis livros, e, isso - Ela levantou na mão folhas finas de papel ilustrados.

- Creio que além de recitar tão bem poesia, apreciar jardins, é especialista em modismo - ofereceu a mão para que ela a recebesse.

Emália soltou os papeis na mesa e inebriada pelo sorriso dele não negou-lhe sua mão. Ele a conduziu descendo as escadas, passando pela sala até chegar na cúpula de chá. Onde se sentaram para o desjejum.

- O conde não bebe chá? - indagou.

- O gosto do chá não satisfaz meu paladar, porém o vinho preenche de sabor os poros salivares de minha língua. É como degustar a própria poesia - finalizou tomando um gole, saboreando como se fosse a primeira vez, um beijo.

Emália sentiu o coração palpitar forte, seus lábios umidecerem e sensações desconhecidas copularem com suas entranhas ao ver os lábios do conde fazer movimentos sinuosos, enquanto bebia o vinho. Tomou um gole de chá, o que fez seus lábios sentirem o gosto da malicia.

- Promoverei uma festa - disse ralando os lábios um no outro e abrindo um sorriso mais sedutor que pólen de flor para uma abelha.

- Uma festa? - quase não pode falar pelo hipnotismo dos lábios dele.

- Sim. Desse vez quero vê-la com seu pai no aniversário de Marienny.

- Não perderemos por nada.