Tudo que vejo em você são flores
Flores de primavera
Meu coração dança e minha boca canta poesia em homenagem a ti bela flor.
O senhor Tomas melhorou o animo quando leu o comovente bilhete do conde desejando-lhe melhoras. Aclamou a atenciosa gentileza do mesmo. Emália disse-lhe que conhecera a irmã do conde, que encomendara mais vestidos e acessórios. Falou encantada sobre a mansão Rossien. Logo o senhor Tomas revigorou-se, teriam daqui por diante trabalho e dinheiro garantidos e poderia pagar bons médicos para assegurar a boa saúde.
- O conde ficou de encomendar novas roupas também, pois deixara muitos de seus pertences na Romênia.
- Oh, isso é bom, digo da nossa parte. Emália, você o conheceu?
- Não. Somente sua irmã. A condessa tratou de me informar sobre o interesse do conde em novas vestimentas.
- Ótimo filha. Você será nossa entregadora, pois eu e Lourenço nos encarregaremos dos desenhos e das costuras.
- Sim meu pai.
Emália sozinha no quarto estudou a letra do conde. Sua caligrafia perfeita com belos traçados era inusitado. Comparada a sua, sentiu vergonha. Jamais escreveria um bilhete se lhe pedissem, preferia ir a forca que passar vergonha por sua escrita. Mas tinha de anotar os pedidos, isso era impossível de evitar, mas se o conde visse não assumiria que a letra a pertencesse.
Emália se asseou e vestiu-se. Estava pronta para o chá com a condessa Marienny.
Chegou as quatro e meia da tarde. Rachel a dirigiu para o local de chá. Uma fabulosa cúpula com teto de vidro onde um pouco de claridade invadia e o restante do teto, por fora, era encoberto de trepadeiras floridas.
- Oh querida você chegou! - disse Marienny dando um abraço caloroso em Emália.
- É um prazer estar aqui condessa.
- Convidei meu irmão se não se importar.
- Não, claro que não.
O sorriso de Emália aplacou as poesias dos pássaros e das rosas espalhadas por todo o local. E o conde pode apreciar ao se sentar com elegância na cadeira. O que fez o os sorrisos de Emália ficarem tímidos. Ela pode ver os traços de sua face perfeitos como sua caligrafia. Ele era um sonho, um sonho de homem perfeito que nunca sonhara. Ao vivo diante de si. Seu coração de vez em quando saltava toda vez que ele lhe lançava um olhar. Desastrosamente Marienny manchou a saia com chá, dava risadas escandalosas quando mencionava acontecimentos divertidos com ela e seu irmão.
- Com licença deixe-me trocar de roupa, logo volto - disse se retirando.
- Quer ajuda senhora? - Emália ficou de pé por educação e o conde acompanhou sua atitude.
- Não querida, fique ai, meu gentil irmão lhe fará companhia.
Emália sentou-se de volta. Se surpreendeu quando o conde lhe estendeu a mão.
- Vamos andar um pouco pelo jardim, enquanto minha irmã se troca.
- Oh claro, será bom espairecer - disse tremendo por dentro. Tocar na mão do conde levou a ter sensações que não poderia decifrar. Nenhum homem lhe encantou tanto. E nunca esteve tão só com um em sua vida.
- Gosta do jardim senhorita Holth?
- Sim, não há mais fabuloso em Londres.
- E o que mais a senhorita aprecia, além de jardins?
- Ah... - ela refletiu um pouco. O conde pacientemente esperou sua resposta. - pássaros, borboletas, músicas de salão e... - ela lembrou do bilhete dele e sua caligrafia, e, a única palavra que lhe inspirava era poesia. - poesia - disse num suspiro.
- Poesia - ele repetiu - eu também. Acho temos algo em comum ou talvez até mais.
- Oh não creio tanto.
- Por que a senhorita não crê? - Ele parou para fita-la. Emália estarreceu com aqueles olhos profundos lhe cercando. Era um azul avermelhado. Nunca tinha visto olhos assim. Parecia que ia suga-la para dentro deles a qualquer momento. Sentiu uma leve levitação nos pés.
- Não sou tão viajada e letrada quanto o conde.
- Hm... Então é por isso. Viajar demais se torna enfadonho senhorita, ainda mais quando a estrada tem barrancos ou lamas que nos atolam e ficamos na chuva no meio do nada - disse sorrindo.
- Oh que péssimo! - ela sorriu iluminando o coração dele.
- Se permite dizer senhorita.
- Diga - parou de rir.
- Vossa pessoa é muito graciosa, até mais que esse jardim, que borboletas e pássaros.
Emália congelou com o elogio do conde.
- Mas creio que na sua festa devia ter tido mais graça com tantas damas de classe.
- Se sua família as vestiu com certeza fora.
- Que modéstia senhor conde. Infelizmente nosso trabalho não é tão apreciado pela classe alta.
- Com Marienny e eu agora será.
Os dois trocaram sorrisos e voltaram a cúpula de chá quando Marienny voltou.