"O sabor não é doce, nem amargo
No entanto é saboroso e irresistível
E quando se prova na primeira vez
Se fica condenado a provar para sempre"
No sossego da noite ele andava a passos largos, mas era impossível algum vivente notar, pois sua discrição era absoluta. O mascarado de preto entrou num beco. Num estalar de dedos acendeu as velas derretidas no chão. Agora pode ver o rosto do réu que tentou contra ele, mas sua força e habilidades eram tantas que o réu era um mero páreo sem possibilidades de escapar. Os dentes afiados penetraram o pescoço do miserável. Antes que gritasse seu pescoço fora torcido. O mascarado negro o sugou até que a palidez se apresentasse na pele.
O investigador Ronald apareceu e pelo que viu, ficou abismado. Removeu o corpo do sujeito dando-lhe um fim, sem deixar vestígios.
O conde entrou janela acima. Tirou as roupas de couro preto. Tomou vinho para se acalmar. Sentou a escrivania e esboçou com pincel de pena molhada em sangue uma poesia. Suspirou ao terminar. Era assim todo vez que provava sangue de outrem. Isso o inspirava a escrever. Depois tomou banho e fora dormir.
Enquanto isso no quarto de Marienny três corpos estavam esparramados com sangue na cama. Sua fome fora saciada, mas nem tanto. Isso a deixava cada vez com sede. A bela de cachos ruivos adorava sugar sangue burguês, principalmente se forem mal caráter. Hipnotizou a criadagem para que fizessem a limpeza e pudesse em fim dormir tranquila.
Emália não conseguia sossegar na cama. Os sorrisos do conde eram constantes em sua mente. Ele a captara de um jeito que não podia sequer deixar de pensar naqueles olhos e naquele rosto lindo. Ele de fato a conquistou. Mas lutava dentro de si para não se iludir. Um homem do porte dele só se casaria com uma dama da alta nobreza. Pobre Emália, filha de artesão alfaiate, o que conseguiria com esses pensamentos? Pensou lamentando sua posição social. Só dormiu quando leu e releu o bilhete do conde. Dormiu agarrada com o papel.