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Chapter 11 - CHAPTER 11

Às sete da noite Clarice chamou Lúcia para acompanha-la até a casa de Mayara.

- Tenho que ir mesmo? - Disse descendo a escada.

- Vem! Ajuda-me a levar isso - falou colocando nas mãos da filha uns tapaweres.

- Tem que levar essas marmitas?

- Vamos!

As duas saíram e atravessaram a rua com cuidado. Apertaram a campainha e Mayara as atendeu.

- Que surpresa boa! - Falou animada. - Entrem.

- Bom te ver de novo Mayara - disse Clarice dando um abraço na amiga.

- Quanto tempo, como você tá linda.

Lúcia olhou curiosa pela sala. Estava diferente, nem se lembrava de como era antes. Tocou em alguns enfeites da estante e viu a foto de Marcos ao lado de um homem. Pensou ser o pai dele.

- Quem é? - Perguntou mostrando a foto para as mães sentadas no sofá.

- Traga aqui querida, me deixa ver de perto - pediu Mayara.

Lúcia a entregou, sentando no sofá também.

- Esse é o tio do Marcos. Meu irmão Gilberto. Aqui foi na Tailândia quando Marcos foi iniciado no MuayThai junto com o Gil. Eu fiquei em Miami trabalhando como camareira num hotel nessa época.

- Então todo esse tempo vocês estavam nos Estados Unidos?

- Sim.

- Que bacana senhora Mayara.

As duas mães riram quando Lúcia se referiu a vizinha assim. Lúcia ficou sem jeito com o sarro delas.

- Fique em pé, minha menina - disse Mayara para Lúcia. - Quero ver você.

Lúcia sentiu-se incomodada com o pedido dela.

Mayara a analisou de cima abaixo. - Nossa! Como a Lúcia tá linda – Lúcia se encolheu. - Uma bela garota. Quase uma mulher. Tá pronta para casar e ter filhos.

- Nem me diga, não quero que ela cometa o mesmo que eu - rebateu Clarice.

- O mesmo que nós né querida.

As duas riram novamente. Mayara chegou mais perto, cheirou e tocou nos cabelos de Lúcia, depois descansou sua mão nos ombros dela, que estava constrangida.

- Que cabelos bem cuidados. Que maças perfeitas você tem e que boquinha. Os garotos devem brigar por você na escola né? – Disse Mayara sentando de volta no sofá.

- Não. Nenhum garoto briga por mim - quando terminou de dizer isso Lúcia viu Marcos escutando encostado na porta da sala de jantar. Suspirou voltando a se sentar.

Ele se aproximou e sentou no braço do sofá paquerando Lúcia. Mayara se levantou e buscou uns álbuns de fotos antigas.

- Olha o que eu trouxe para relembrar os bons tempos - jogou na mesa de centro.

- Para que vai mostrar essas fotos? Palhaçada mãe - Disse Marcos em tom rude.

- Que mal criado você, fica quieto – a mãe o repreendeu.

As três começaram a vasculhar os álbuns. Mayara entusiasmada encontrou uma foto de Marcos com Lúcia quando pequenos.

- Ai que fofos! – disse Mayara.

- Ahaha! – riu Clarice.

Lúcia olhou bem e reconheceu as crianças na foto.

- Ah não – disse cobrindo o rosto com as mãos.

Marcos curioso ficou atrás do sofá na qual estavam sentadas e viu a foto. Até sorriu, mas não lembrava bem desse dia, eram muitos pequenos.

- Acho que Marcos tinha quatro anos aqui – disse Mayara.

- Era. Lúcia devia ter três – falou Clarice.

- Vocês falam como se a gente nem tivesse aqui escutando – reclamou Lúcia.

- Parecem duas velhas caducas – Marcos criticou.

- Fiquem quietos – disse Clarice. – uma gracinha os dois nessa piscina. Tão rechonchudos.

- Mãe? – contestou Lúcia – estamos nus, que vergonha.

- Ah querida não sinta vergonha – falou Mayara. – isso é natural.

- Natural?

- Vocês são crianças. Que problema há.

- Eu posso beber uma água?

- Claro linda. Marcos leva Lúcia até a cozinha.

- Ela pode ir sozinha- disse ele rude.

- Marcos seu mal criado, faço o que to mandando – Enfim ele se descolou do sofá e fez sinal para Lúcia.

- Pode deixar dona Mayara eu vou sozinha – Lúcia levantou e foi caminhando até a cozinha. Marcos recebeu um beliscão da mãe como repreensão, fez cara feia de dor e foi atrás de Lúcia.

- Por que esses meninos não podem ser um pouco gentis com as garotas? – Mayara resmungou fitando Clarice que logo concordou.

- Eles ainda têm muito que aprender amiga.

- Deixa que eu pego pra você – disse Marcos avançando até a geladeira antes que Lúcia a alcançasse. Ela mostrou a língua e ele deu o insulto de volta. Bebeu a água e levou o copo até a pia. Virou-se prensando os lábios. Uma irritação subiu na garganta de Marcos.

- Então como foi sua vida nos Estados Unidos? – Lúcia perguntou ao cruzar os braços encostada a pia.

- O que te interessa? – respondeu marrento. – você nem me conhece, nem sabe o que passei não é mesmo – saiu da cozinha e foi em direção ao quarto. Lúcia se limitou na porta da sala de jantar que dava para outro compartimento da casa que levava ao quarto de Marcos.

Quando desistiu chateada e foi virar-se para voltar à sala a mão dele a puxou, arrastando-a para seu quarto. Ela se sacudiu. Ele tapou sua boca e fechou a porta. Jogou-se na cama com ela.

- E ai, vamos brincar de papai e mamãe ou clube de luta – disse Marcos insinuante.

- Você é um idiota – Lúcia cotovelou a barriga dele se desfazendo de seus braços.

- Ai! – resmungou ele. – por que me dói quando é você que me bate.

- Por quê? Os seus oponentes não te machucam tanto quanto eu? Você me machuca sendo um idiota - Ela tentou abrir a porta.

- Para de bobeira e vem aqui minha escudeira – seus olhos devoravam as curvas dela.

- Se eu pudesse confiar em você, quem sabe – fez careta para ele.

- Vamos refazer a foto da gente aqui na cama – ele ergue a blusa revelando o abdômen sarado. – ou lá no banheiro – saltou da cama e tirou a blusa e deu passos lentos na direção dela. Lúcia estremeceu. Mordeu os lábios como de costume quando fica com raiva ou nervosa. Isso o atiçou. Mas antes que chegasse, ela o driblou passando por cima da cama.

- Não vamos brincar de nada – mostrou a língua debochando dele.

- A é? Então vamos ver – ele correu querendo pegá-la. Os dois ficaram em círculos como brincando de pega-pega. Até que Marcos a agarrou. Ela se debateu fracamente, não tinha força para se sair dessa vez. Riu pelas cócegas que ele lhe fez na cintura. Ele a prendeu na cama. Os dois riram quase sem parar. Os dedos passearam pelo rosto dela com carinho. Enquanto a outra mão entrelaçava seus dedos.

- Você é... – ela ofegou.

- Eu sei. Eu sou um idiota.

- Não. É... Não estou pronta.

- Não, eu não vou forçar nada com você. Com você tem de ser especial escudeira – mordiscou seu queixo e ilustrou seus lábios com beijos suaves. Ele sabia conquistá-la quando queria. Lúcia não se opôs. Foi levada pelo momento. Deixou Marcos dirigir seus movimentos com carícias piedosas. Os dois ficaram se namorando por uns minutos. Enquanto suas mães ficaram tomando café na sala relembrando momentos de suas vidas quando adolescentes.