Lúcia ficou alegre de ver seus dois melhores amigos se acertando. Tomou uma agua e voltou para pista para dançar. Seu balançar era lento e deixava suas curvas mais insinuantes. O que atraiu o olhar malicioso de Adonis. Ele se aproximou furtivamente por tras de Lúcia apreciando os movimentos do seu corpo e sentindo os cabelos baterem suavemente na direção de seus ombros. Enquanto isso Marcos entrara na festa com a cara esborrachada de murros e a jaqueta manchada de sangue. Foi direto ao banheiro masculino e tratou de se limpar. Minutos depois saiu do banheiro. Cumprimentou Rafaela e Janio no caminho percebendo logo a intimidade entre os dois. Sorriu fazendo um sinal de apoio. Perguntou se Lúcia havia vindo e Rafaela confirmara que sim. Ele começou a procurar sua posição com o olhar pela pista de dança. Andou e não se agradou de ver Adonis a espreitando feito um lobo esfomeado. Se aproximou e se colocou na frente de Lúcia que ainda estava centrada na sua dança. Nem percebera que os dois a cercavam, pois as pessoas ao seu redor tambem se batiam sem querer pelos balançar de seus corpos sem se incomodar, pois todos estavam alegres na festa e desejavam apenas se divertirem. Para provocar, Adonis puxou alguns fios de cabelos de Lúcia e ficou a cheirar encarando o olhar feroz de Marcos que não se conteve e laçou com o braço a cintura dela trazendo-a para perto de si. Lúcia se assustou ao ser interrompida. Tirou a mexas de cabelos da frente de seu rosto e viu que era Marcos a segurando.
- Você tá doido. Me solta - ela não entendia porque ele a apertara na cintura com força. - Me solta Marcos - gritou, mas ele parecia estatico sem ouvi-la. Ela bateu no seu ombro para chamar sua atenção. Ele a virou como uma passo de dança mantendo-a presa pela cintura. Ao ver Adonis a sua frente entendeu a razão de Marcos agarra-la. Lúcia podia sentir o maxilar de Marcos ficando rigido e a furia queimar sua pele e eletriza-la. Adonis se atreveu a puxar uma mexa de seu cabelo com um sorriso dissimulado. Marcos segurou sua mão com força para que soltasse os fios de cabelo dela.
- Eu ainda não terminei com você, gostosa - ousou dizer fitando o rosto de Lúcia que sentiu vontade de cuspir-lhe a cara.
- Idiota - ela resmungou para Adonis. Segurou o braço de Marcos pedindo que parassem de se provocar. Marcos a obedeceu soltando o pulso de Adonis, que saiu de perto deles. Marcos por sua vez revirou o corpo de Lúcia para si.
- Odeio esse cara perto de você - disse.
- Fica calmo, já passou. Não tem porque estragar a diversão por causa daquele idiota.
- Então tá. Agora me beija para minha calma ficar completa - ele disse a olhando de uma maneira irresistível mesmo com o rosto roxo.
- Que tal a gente só dançar. Tenho certeza que vai ajudar também. Assim que terminou de falar ele se atreveu a beija-la. Um beijo feroz, mas que aos poucos ficou suave fazendo o corpo de Lucia quase derreter em seus braços ali mesmo no meio da pista de dança. Mas a noite ainda prometia muitas diversões e desagrados. Os dois aproveitaram para dançar juntos vários músicas. Depois pararam para beber agua e descansar.
- Nesse ritmo a gente vai acabar ganhando o concurso cultural de dança do colégio - Lúcia disse apos beber agua e ganhar folego.
- Com você dá para ganhar qualquer disputa de dança - Marcos disse tocando no queixo dela que enrubesceu.
- Isso é um elogio vindo de você.
- Porque não. Confesso que você vale a pena. Muito a pena, escudeira - falou lambendo os labios.
- É mesmo é. Hum... - ela aproximou os labios e o presenteou com um selinho.
- Que tal a gente sair amanha.
- Amanha.
- Sim. Só nós dois. Tipo um passeio.
- Bom deixa eu ver. To sem grana, minha mãe vai ta trabalhando e não sei se vai deixar. E outra, nem sei se posso confiar em você - ela ergueu uma sobrancelha com sorriso torto.
- Mas é claro sua boba, que você pode confiar em mim. Dinheiro não é problema e veiculo também não. A gente vai de moto.
- Moto de quem.
- Minha.
- E aonde o senhor espinhoso pretende me levar - mordeu o beiço.
- É uma surpresa - disse desejando beija-la mais do que nunca. Saiu da cadeira e a puxou para si, lhe dando um beijo sedento.
- Eu... - sussurrou Lúcia. - Eu preciso ir no banheiro - se desvencilhou de Marcos e saiu apressada.
Rafaela saira lá fora para respirar um ar fresco enquanto esperava Janio voltar com algum refrigerante. Para sua surpresa Hayden apareceu todo estiloso. Foi em sua direção e ficou bem de frente. Ela ficou paralisada por uns segundos sem entender a aproximação repentina dele. Hayden suava nervoso, quando viu Rafaela sozinha, a garota que sempre fora obrigada a judiar por ordem de seu colega Adonis, pensou que era a chance de se redimir e dizer tudo que no fundo sentia em relação a ela. Estava com vergonha de encara-la assim, mas precisava falar ou do contrario iria explodir. Rafaela deu um passo para tras apreensiva.
- Não - disse Hayden com a mão tremendo. Rafaela continuou sem entender. Podia ver com transparencia o nervozismo dele, mas não sabia ao certo se era agressivo ou se estava com algum problema de saude.
- Se fizer alguma coisa, eu grito - falou se afastando devagar. Ele piscou nervoso. Fechou os olhos prensando os labios juntamente com os punhos.
- Eu... - balbuciou. - Eu vim pedir perdão - disse finalmente abrindo os olhos. Rafaela pestanejou incredula. - Eu sei que sempre fui um idiota com você e seus amigos.
- Um paspalho - Rafaela acrescentou.
- Um canalha - Hayden complementou.
- Um babaca - Rafaela. - Um tremendo estupido e covarde.
- Verdade - ele passou a mão suada na testa. - Pode dizer e me acusar. Eu sei que mereço.
- O que deu em você. Isso é algum joguinho da tua turma de lunaticos não bolsistas, que acham que sempre foram os melhores só por causa do nivel social economico elevado que tem e acham que tem o direito acima dos outros para massacrar e tratar as pessoas como bem entender - ela parou para respirar.
- Na verdade... - ele pausou - Na verdade eu nunca gostei de ser assim, de ...
- Você quebrou meu celular. O que teu papaizinho pode pagar a vista, o meu demora seis meses.
- Isso... O celular... Eu quero dizer que o celular, e o cartão, foi eu que deixei na sua mesa - ele se aproximou mais.
- Que? - Rafaela suspirou atonita.
- Fui eu que deixei o celular, os bilhetes de admirador secreto. Eu fiz sozinho. Eu nunca quis participar das loucuras do Adonis. Eu nem falo mais com ele desde que ajudei Lúcia a escapar dele.
- Por que eu não consigo acreditar no que você tá dizendo?.
- Você tem todo direito de não acreditar. E tem mais, tudo que escrevi nos bilhetes, são verdade. Eu gosto de você - Rafaela arregalou os olhos, jamais esperava ouvir essas revelações da parte de Hayden. Sua mente fez uma restropectiva de todas as maldades que ele fizera contra ela e seus amigos. Isso fez subir o sangue.
- Aaah! - ela bateu com raiva levando a mão fechada no peito dele. Ele segurou sua mão mantendo-a firma no mesmo local como se quisesse sentir a pele dela por mais tempo. E queria. Se atreveu até pôr a outra mão na nuca de Rafaela chegando a sentir seu calor.
- Me solta seu babaca - Rafaela disse com a voz vacilante.
- Deixa eu dizer... - ele falou com a boca tremula. - Eu gosto mesmo de você e que se dane Adonis e aqueles idiotas retardados. Eu não sou como eles e nunca quis ser. Desde que vi você e seus amigos nos primeiros dias de aula nunca tive intenção alguma de fazer as brincadeiras estupidas de Adonis. Eu de cara achei você a garota mais linda do colegio. Não tenho preconceito contra sua cor ou seu nivel social e muito menos do seu amigo descendente de indigenas.
- Então por que você fazia... - ela segurou o braço dele voltado por baixo de seu cabelo.
- Por que eu estava cego e ia na onda do idiota do Adonis que dizia que era só uma brincadeira sem maldade, mas depois foi piorando e eu não sabia como se livrar da amizade dele.
- Isso se chama manipular pessoas, não amizade.
- Eu sei que seria demais, te pedir que me desse uma chance.
- Talvez se você fizer o favor de me soltar, eu pense em te perdoar - assim ele a soltou. Como um vulto Janio apareceu e o socou no rosto, nem mesmo Rafaela o viu chegar.
Nunca mais toque nela seu idiota - disse Janio. - E fique longe de nós - abraçou Rafaela a levando de volta para dentro do clube.
Hayden se afastou e se foi.
O resto do evento foi aproveitado o maximo pelo grupo de amigos. Marcos vestiu Lúcia com sua jaqueta e a levou na moto. Ela o abraçou por tras, enlaçando a cintura dele. Já era 3 da madrugada, quando sairam do baile. Ele não a levou para casa. Ela cansada e sonolenta, não se deu conta para onde ele a levava. Só quis sentir o vento frio que batia no rosto. A viagem na estrada foi longa. Enfim, ele estacionou a moto perto de um chalé. Desenlaçou os braços de Lúcia da sua cintura. As mãos dela estavam geladas e dormentes. Ele se equilibrou de moda a evitar que ela caisse da moto. Com agilidade a pegou. Colocou-a nos braços. A levou para dentro do chalé. Deitou-a na cama. Acendeu a lareira. Se cobriu junto a ela com cobertas. Afroxou o corset dela, para deixa-la mais confortavel. Então dormiram abraçados até as 10 da manhã de domingo.