Chapter 19 - Reencontro

Ainda na consciência de Itsumo...

Após, Itsumo cortar o vento, outra rajada foi soprada pelos os campos verdes daquele lugar. Kenzou, o pai de Itsumo observou a postura do pequeno. Viu que não havia nenhum erro, contudo sentiu que faltava algo mais.

Então, colocou uns dos dedos em seu queixo, e se aproximou mais do pequeno. Querendo observar as falhas de perto. Itsumo, por sua vez, olhou de canto e percebeu que seu pai estava o observar com cautela.

— Algo de errado... — ele limpou a garganta, e logo em seguida um sorriso se formou no rosto do pequeno. Depois de muito tempo, iria falar novamente a palavra pai. — Pai?

Kenzou saiu de seus pensamentos, e levantou sua cabeça para encarar o garoto. Que estava a lançar um olhar curioso para ele.

— Er... — o homem colocou uma das mãos em sua nunca, e sorriu para o pequeno. — Eu estava observando que ficou muito bom deste a última vez que manejou uma espada.

Nessa hora, o corpo de Itsumo ficou tenso. Ele sabia que o seu pai era muito experiente, mas não imaginava que ele poderia ver diferença entre a técnica dele agora e de antes. Apesar, de quando era criança se recusar de treinar. Já era bastante bom no uso da espada. Se aperfeiçoou em pouquíssimos detalhes. Limpou a garganta antes de responder, e falou:

— Ando treinando um pouco sozinho. — ele respondeu com um sorriso. Logo, se curvando um pouco, e se retirando do local.

Porém, Kenzou, não queria deixá-lo ir tão fácil. Sabia que precisava ver de perto o desenvolvimento do filho. Agora, neste instante, ficou um pouco triste por perder uma boa preta do desenvolvimento. Queria muito, aconselhá-lo melhor. Para que pudesse ir além, de suas habilidades.

Estendeu o braço, e parou o garoto depositando uma das mãos em sua ombro.

— Ah... — Itsumo ficou surpreso. Seu pai nunca foi de impedi-lo de ir para um local mais afastado. Se virou novamente de frente, para olhar seu pai corretamente. Em seguida pergunta: — O que houve, pai? O senhor deseja que eu faça algo?

— Ah, sim... Quero que você me espere no dojo de nossa casa. Preciso lhe contar uma coisa. — Kenzou fala sério, e Itsumo arregalou os olhos por um segundo. Fazia muito tempo deste de fora a sua antiga casa. E, principalmente, ao dojo. Era um dojo como qualquer outro, porém, como seu pai dizia era um dojo que escondia muitos segredos.

— Sim. Esperarei o senhor. — Itsumo novamente faz a reverência, e se retira. Contudo, foi interrompido, novamente por seu pai.

— Ah, e fale para a sua mãe "A hora chegou". — Kenzou então sorri fino. Itsumo não entendeu muito bem o que ele quis dizer com aquilo, mas seguiu com o seu destino. E, com a frase gravada.

Se distanciando do dojo da vila, Itsumo soltou um grande sorriso com dentes, e começou a correr pelos as arredores. Sentindo a grama fresca, o cheiro familiar de ferro que aquele lugar passava. Absorvia tudo. Ele estava com saudades. Fechou os olhos por um segundo, e pensou:

"Estou em casa..."

Entretanto, ele logo se deu conta, de que, aquilo era somente uma ilusão de seu subconsciente. Não deveria abusar tanto. Não deveria ficar tão feliz, mas tão não queria se reprimir. Não custa nada tirar um pouco da grande saudade que está a carregar daquele lugar. Após se distrair, Itsumo correu mais o ponto mais alto da vila. Era nesse lugar, onde ficava sua casa. Ainda de longe, ele já conseguia avistar a grande moradia de madeira. Sua casa era a maior da vila, já que a sua família era a mais importante de todos os clãs. Além de seu pai ser o líder. Fazendo, então, Itsumo o jovem mestre. Era bastante respeitado pelos os moradores.

Se aproximou um pouco mais, e avistou sua mãe em frente a casa tirando os lençóis. Mais uma vez, o vento voltou a soprar. E o lenço branco, que estava sobre a cabeça da mulher voou para um pouco longe. Revelando seus fios ruivos.

— Ah, mais que droga! — a mulher se queixa. — Tenho que amarrar esse lenço melhor da próxima vez! — a mulher começou a seguir o lenço que continuava a ser levado pelo o vento. Até que pousou na mão do garoto de cabelos pretos. A mulher parou de correr, e começou a acenar para o garoto com um largo sorrindo.

Itsumo agarrou o lenço mais forte que antes, e novamente lágrimas começaram a cair de seu rosto. Sua mãe estava bem. A mãe de Itsumo possuía o cabelo ruivo, olhos dourados, pele branca. Mesmo que tivesse entre os quarenta anos, aparentava ter menos. E, o melhor de tudo. A melhor guerreira em que a vila Kurosufaiabirejji já teve. Muitos diziam que era a Tetsu no mesu raion¹.  Passou por muitas experiências ruins, por ser ruiva, mas superou tudo! Aprovando que podia ser forte! E que a sua determinação, era a sua maior arma. Mostrou para todos como uma mulher sabe manejar uma arma também!

Era implacável nos campos de batalhas. Nada sobrava, quando ela brandia a sua lança. Itsumo, ficou impressionado em saber que era tão cariosa e mau-humorada, era uma mulher tão perigosa. Enquanto, contava a história de sua mãe para o pequeno Itsumo, o pai de Itsumo foi pego por ela. E recebeu um coque na cabeça.

— Quem disse que você pode contar minha história para o nosso filho? A mulher parecia muito zangada. Cruzou os braços, e inflou as bochechas. — Conte a sua também!

Após isso, Kenzou soltou uma risada um pouco sem-graça. Itsumo já estava animado em saber qual era a história de seu pai. Porém, o homem respondeu:

— Ainda não é hora. — ele fica um pouco cabisbaixo. — Minha história não é tão impressionante como a sua, Reian. Também, não é uma história que possa contar para uma criança.

— Eu estou querendo saber, onde a minha é apropriada para uma criança?! — ela parecia impressionada. Era uma grande novidade para ela. — Que eu saiba, minha virou até história de terror, e minha pessoa uma lenda. Como todos nós dessa vila...

— Não! Por favor, Reian. Você é a única que entende melhor do que ninguém. Por favor... Não me force. Ainda... — Kenzou implorava para a sua esposa. Que apenas o olhou com tristeza, e logo deu de ombros.

— Que seja. — ela fala em um tom alto. — Mas, Kenzou. Lembre-se, você não poderá esconder isso para sempre. Você não foi o único que teve que matar alguém precioso... — e desapareceu da vista do homem, que pressionava suas mãos juntas.

Itsumo, ainda era muito novo para entender de alguma coisa que seus pais estavam a falar. Contudo, sempre fora muito curioso. E, volta e meia insistia no assunto. Depois de tanto ouvir um não, o pequeno desistiu.

Itsumo correu até a sua mãe, e chegando bem perto pulou e a abraçou forte. A mulher ficou surpresa com o ato. Seu filho nunca fora tão carioso. Bem, ela achou que não tinha o que reclamar. Apenas retribuiu de volta, e com um logo sorriso.

— Ei, Itsumo. — ela fala gentilmente. — Bem-vindo de volta.

O garoto falou mais alto, após ouvir isso. Não entendia o motivo, mas no momento que teve contato com a sua mãe se sentiu tão bem. Amava o seu pai, porém, a sua mãe lhe entendia muito melhor. A mulher se desesperou na hora. Seu filho agora estava mais entranho ainda. Nunca foi de chorar tão alto.

— Mãe, Mãe... Eu.. eu.. — ele começou a falar com a voz embarcada, e limpando as lágrimas com as pontos dos dedos. A mulher não entendia o que estava acontecendo, se saber o que fazer, ela o abraçou de volta e mais forte.

— Eu estou aqui. — ela começa a passar gentilmente a mão sobre a cabeça do pequeno para tranquiliza-lo. — Estou aqui. — ela repete. E, o garoto se acalmou. Agora, só agarrou o kimono de sua mãe como não quisesse se separar. Reian, pegou o garoto no colo e o levou para dentro da casa. Suspirou incompreendida, e sorriu balançando a cabeça. — Vamos entrar. Comer uns dangos para melhorar o seu ânimo!

Itsumo observa por cima do ombro, e após uma fungada. Ele começou a falar:

— Mãe, o papai pediu para lhe falar essa seguinte frase: "A hora chegou." — Itsumo fala sério.

Logo em grande sorriso apareceu no rosto da mulher. Envolveu os braços por baixo dos de Itsumo, e levantou bem alto. O encarou, e finalmente disse: — Já era hora! — ela solta um suspiro aliviada. — O maldito do meu danna-sama parecia que não queria soltar não! — ela gargalha alto. — Já estava a ficar irritada!

Itsumo também foi na mesma de sua mãe, começou a gargalhar. Não sabia ao certo, mas a alegria de sua mãe era bastante contagiante. Queria que esse momento durasse para sempre. Finalmente... Havia visto sua mãe. Sua amada mãe novamente.