Chapter 16 - Em ação!

"Quando não compreendermos a dor, ela nos dilacera. Quando entendermos seus fins, ela nos aperfeiçoa."

– Provérbio Chinês.

De tanto esperar, Itsumo começou a ficar com tédio. Ainda agachado, sentiu que as suas pálpebras estavam começando a ficar pesadas. Percebendo isso ele as coça. Achou estranho, já que não era comum ficar com sono. Muito pelo contrário. Mal dormia a noite, não conseguia sentir sono. Então, presumiu que era por causa da droga que havia ingerido mais cedo.

— Droga! — reclama mais uma vez. — Como o feito dessa porcaria ainda não passou? Isso é feito de quê? — começa a questionar.

Ainda sentindo sono, Itsumo decidiu se entregar a ele só um pouco. Apoiou sua cabeça com o braço e fechou os olhos puxando ar.

No outro lado da casa, Hanasaki já estava perdendo a paciência. Parecia que não iria chegar nunca.

"Por que o meu pai tinha que fazer essa cerimônia logo no fundo da residência? Inferno viu!"

Suspirou cansada.

Mesmo com tédio, Hanasaki não podia deixar de apreciar a pela visão das cerejeiras. Estavam florescidas e toda vez que o vento soprava espalhavam um pouco de suas pétalas no ar. Enfeitando todo lugar.

— Nós nos separamos aqui, princesa. Daqui em diante você poderá seguir sozinha. — um dos guardas se pronuncia se afastando. Eles se curvam e se retiram em seguida.

— Ah, sim. Obrigada por me acompanhar até aqui.

Hanasaki, estava distraída com a beleza das belas árvores e nem percebeu que havia chegado ao seu destino. Agradeceu os guardas e encarou a entrada da cerimônia.

— Parece até os portões do inferno. — Hanasaki murmura enquanto lembra do que leu uma vez no livro. Onde descrevia um grande portão vermelho, que nele havia quatro lanternas ao seu redor. Duas acima e outras duas em baixo. Desse modo, poderia guiar as almas perdidas até ele. E neste instante, o portão à sua frente estava igualzinho.

Ela avançou em três passos curtos, e faltando só mais um passo para passar pelo portão ela hesitou. Inspirou e expirou e tomou coragem. Entrou na cerimônia de cabeça erguida e atraindo a atenção de todos.

— Oh, finalmente Hanasaki! Pensei que não veria mais. — seu pai, Tadashi exclamou parecendo que já havia perdido a paciência.

— É, eu estava quase desistindo mesmo. Mas fazer o quê, né? — Hanasaki ironiza. Todos os senhores ao redor de seu pai deram risada.

— Senhor Irashi, você tem uma filha realmente muito linda. — ele olha Hanasaki de baixo para cima. — Você poderia dá-la para o meu filho? — perguntou. — Eu adoraria tê-la como filha.

Hanasaki semicerrou os olhos na direção do homem e observa o seu pai com uma expressão mortal.

— Não. Desculpe, mas ainda não estou pretendendo dar os dotes da minha filha. — fala enquanto toma mais um gole de seu saquê.

— Que pena! Mas quando estiver pronto para dá-la pode vir falar comigo. — o homem fala decepcionado, mas ainda insiste no assunto.

— Sim, eu irei me lembrar. Hanasaki, por favor, se acomode. — Irashi ordena para Hanasaki. Ela assente e vai em direção ao seu lugar.

— Fez muito bem, velho! — ela murmura para si mesma. Já estava pensando em voar no pescoço do homem que estava ao lado de seu pai. Mas agora, tem outras coisas para se concentrar.

Ela se acomodou, e a primeira coisa que pensou foi em Itsumo.

Será que ele está bem? Será que o meu pai se livrou dele? Estará ainda vivo?

Estas perguntas não paravam de rodar na cabeça da jovem. Estava muito preocupada. Não conhecia Itsumo o bastante, mas sentia uma certa atração pelo o jovem. Não sabia como explicar, mas queria o ajudar.

Itsumo por outro lado, ainda estava cochilando. Mas logo despertou quando ouviu barulhos de flautas, tambores e palmas.

— Ah, será que Hanasaki já chegou? — fala piscando várias vezes. Ajustado a visão, já que estava embaçada. Colocou a mão sobre a sua testa e olhou para frente. Avistou Hanasaki sentada com a cara emburrada. — Que bom, que ela chegou. Agora irei me mover. — se levantou e se alongou. Desembainou a sua espada e desceu do alto pelo cabo de aço que sustentava as lanternas.

Chegando no chão firme, algumas pessoas notam a sua presença. Ele se levanta e as pessoas ainda permanecem o olhando.

— Meu jovem, você está bem? — uma mulher perguntou um pouco assustada.

Itsumo não lhe respondeu, apenas ficou a olhando. Começou a caminhar e ignorou aquelas pessoas. Seu alvo era Hanasaki Irashi e Tadashi Irashi. As outras pessoas não lhe importavam.

Ele sorrateiramente, passa disfarçado entre a multidão e chegando a frente do organizador da festa, ele para.

Tadashi, percebe a sua presença e um sorriso aparece no rosto de Hanasaki. Irashi, o pai de Hanasaki olhou para a espada de Itsumo e ficou desconfiado sobre a intenção dele à sua frente.

— O que há, meu jovem? Está perdido? — Irashi pergunta para Itsumo em um tom firme.

— Meu alvos são Tadashi Irashi e Hanasaki Irashi! — murmurava para si mesmo diversas vezes. Apertou o cabo de espada e apontou para Tadashi. Respirou fundo e avançou em direção a mesa.

— Itsumo! — Hanasaki grita o seu nome já se levantando de seu assento.

Itsumo brandir a espada para cortar a cabeça de Tadashi, mas ele desvia no último instante. Tadashi, vendo que o ataque de Itsumo não iria parar por ali. Deu um pulo para trás e tomou uma posição de batalha. Todos ao redor começaram a correr desesperados. Não queriam ficar ali. Um sujeito havia aparecido com a intenção de matar o senhor Irashi.

— Interessante. Você porta a Kuroishi. Já faz um bom tempo desde de que eu alguém com uma Seikatsu. — Tadashi fala já tirando sua espada da bainha.

Itsumo não queria perder mais nem nenhum segundo, então novamente avançou na direção de Tadashi e estava pronto para cortar de seu pescoço até o abdômen do homem, mas logo sua visão foi coberta por panos brancos e alguns detalhes vermelhos.

— Pare! O que pensa que está fazendo? — Hanasaki toma a frente no último segundo. Tadashi estava com os olhos arregalados, ficou assustado com a rapidez de Itsumo e jurava que já havia sido cortado. Itsumo parou o ataque e impediu que Hanasaki fosse cortada.

— Saia da minha frente, Hanasaki. — Itsumo grita irritado. Já estava perdendo a paciência. Queria ir embora. Queria voltar logo para o lugar onde passava a maior parte do tempo.

— Não. Não sairei! Então, agora me responda. O que está fazendo? — Hanasaki o olhou confusa. Estava com medo. Itsumo a olhava com um olhar assassino. Não parecia mesmo o Itsumo que ela conheceu.

— Se não sairá por boa vontade, então eu irei fazer sair da frente! — empurra Hanasaki, a fazendo sair da frente. A garota cai no chão e ele prossegue o ataque. Levanta mais uma vez a sua espada.

Por um movimento desesperado, Hanasaki pega uma faca de suas vestes e vai em direção a Itsumo. Corre para a frente do ataque mais uma vez, e sem hesitar ela perfura o abdômen de Itsumo. Quase que imediatamente ver riscos de sangue descendo pela boca de Itsumo.

— Me desculpe, Itsumo. Mas eu não irei ficar parada. — Hanasaki se desculpa enquanto puxa a faca de volta. Mas sangue jorra da ferida e sangue desce pela as mãos de Hanasaki sujando-as. O olhar de Hanasaki estava diferente, parecia vazio e cruel.

Mesmo com o ferimento, Itsumo não retrocedeu nenhum passo. Apertou ainda mais forte a sua espada e desceu o ataque sobre Tadashi. Rasgando apenas o ombro dele. Já que quando tentou feri mais profundo, não deu. Hanasaki ainda estava no meio.

— Mas que patético eu sou... — colocou a mão sobre o ferimento que não parava de sair sangue. — Deixei uma garota me ferir. — retrocedeu alguns passos.

Hanasaki abaixou o olhar sobre suas mãos e percebeu que elas estavam sujas de sangue. Ao ver isso, parece que ela acordou de algum transe. Seu olhar voltou a ter vida. Seu corpo começou a tremer quando flash do que havia feito via a mente.

— O que eu fiz... — seus olhos começaram a lagrimejar. — Não... de novo não.. Por favor, não.. — ela repete várias vezes quando memórias borradas vem à sua mente. Viu um gato preto com um lenço vermelho todo sujo de sangue, juntamente com as suas mãos e algumas partes do seu rosto. Onde o sangue havia respingado. Com essas memórias voltando, Hanasaki coloca as suas mãos sobre a cabeça e tenta esquecê-la. Ela solta um grito agonizante. — Por favor, faça parar! Eu não sou um monstro! Eu sou humana! Eu nunca desejei, nunca... Então por favor, faça parar. Eu não aguento mais.... — ela esbraveja. Tadashi, seu pai, não entendia o que se passava com Hanasaki. Nunca viu sua filha naquele estado. Não sabia o que falar.

Com a perda grande de sangue, a visão de Itsumo já estava um pouco embaçada. Mesmo assim, aproximou alguns passos e ergueu seu braço apontando para Hanasaki.

— Não é sua culpa.... — ele cospe um pouco mais de sangue. — É minha culpa, por favor pare, Hanasaki. Eu lhe imploro, pare…

Continua.....