"O Caminho do valete não segue os passos da estupidez. Quando um samurai diz que fará algo, é como se tivesse feito. Nada nesta terra deterá na realização do que disse que fará."
-Código Samurai
No beco, escuro só estava Hanasaki e Itsumo. Hanasaki, detida na parede sem ter como escapar da força de Itsumo. Itsumo, por sua vez tentava fazer algo com aquele movimento um tanto suspeito. Com certeza, a garota destemida ficou assustada e paralisada.
—O que ele está pensando em fazer? —questionou em sua mente, confusa. —Aposto que ele, deve achar que eu sou idiota. Não vou deixar. —juntou as sobrancelhas. Estava preparada, para tudo.
Em um rápido, e decisivo movimento. A garota, rapidamente levantou um pouco de seu hakama e deu um chute na cabeça de Itsumo. Surpreendentemente, o jovem possuindo um incrível reflexo; segurou a perna de Hanasaki
—Você, por acaso, está maluca? —parecia indignado. —Como é que, você ataca uma pessoa que apenas quer tirar um galho da cabeça?!
Hanasaki, ficou assombrada por Itsumo ter a capacidade de parar um dos chutes delas. Apenas ela, conseguia pensar nisso e não prestou muita atenção em que Itsumo havia falado.
—Princesa Hanasaki, está me ouvindo? —perguntou tombando a cabeça de lado. Ainda, segurando a perna.
Hanasaki ainda estava chocada, tentava encontrar uma resposta de como aquilo poderia ser possível. Como possuía, uma pessoa que pare uns de seus chutes? Entretanto Itsumo a fez sair do transe quando ela sentiu a respiração de Itsumo próxima da dela.
—Sim, estou ouvindo você. —mentiu.
O jovem de cabelos pretos como a noite, soltou o pé de Hanasaki e a olhou confuso logo em seguida.
—Que bom, que a senhorita está bem. —olhou Hanasaki, de baixo para cima. —Mais ainda, deve pensar seriamente sobre o chute que me deu. Não me deve desculpas, Princesa Hanasaki? —falou sério.
Itsumo, praticamente exigiu desculpas de Hanasaki. Contudo, a reação de Hanasaki foi um pouco extrema. Não sabia, como era pedir desculpas para um homem.
—Eu devo desculpas a ninguém, muito menos a você! —parecia revoltada. Elevou a voz.
Algo queimava, dentro de Hanasaki. Não sabia, como lidar com aquilo. Era um sentimento, de vergonha ou de raiva? Estava confusa, não entendia mais nada. Por impulso, falou o que não devia.
—Seu mero samurai, quem acha que está falando? Você não é nada e nem ninguém! —estava vermelha, puxava o ar e cuspia palavras.
Em seu âmago, Itsumo começou a se perguntar quem realmente era ele. Havia se perdido? Algo também, começou a crescer em Itsumo. Não entendia, algo dentro de si estava oco; sem nada para preencher.
"Quem realmente sou eu? Porque estou aqui?"
Itsumo, não tirava de sua cabeça, estas duas perguntas. Sua expressão, ficou alterada. Pegou no braço de Hanasaki e apertou.
—Quem sou eu? Por favor, me diga quem sou. —Itsumo, teve uma recaída em seu emocional. Misturou as coisas e estava confuso. —Me diga, quem sou! —gritou com Hanasaki. Apertava, cada vez mais o braço da garota.
—Qual é a dele? Porquê, ele ficou tão alterado só por eu ter falado sobre a sua pessoa?! —Hanasaki, fechou os olhos por um instante.
Hanasaki ficou se debatendo e gritando:
—Me solte, seu maluco! Isto realmente está me machucando! —Itsumo, parou de aperta-la forte
Itsumo não queria machucar Hanasaki, apenas foi consumindo pelo trauma. Algo, na mente dele estava em conflito e apenas uma frase era suficiente, para desencadear.
Ele se acalmou, de vez instantes depois e soltou o braço de Hanasaki. Virou a cabeça de lado, não sabia como encara-la depois de que havia feito.
—Me desculpa, por ter feito isso e por tê-la assustado. —cerrou os punhos. Havia, claramente pesar em sua voz.
Hanasaki, ficou roçando sua mão contra o braço. Tentava, amenizar o vermelhão que ficou.
—Não precisa, se desculpar. Foi eu, que comecei. —observava com atenção, Itsumo cabisbaixo. Que evitava, contado visual. Suspirou e continuou: —Você é realmente forte, mas cuidado para não ser pego machucando a 'Frágil Princesa. Depois vim, reclamado para mim dizendo que as chibatadas deixaram marcas. —brincou, tentando tirar o clima pesado entre eles.
O jovem, de olhos vermelhos ficou surpreso, em ver aquela atitude de Hanasaki; mesmo depois de fazer aquilo. Itsumo, finalmente encarou a garota e logo fez uma expressão de que estava emburrado.
—Cicatrizes, nunca foram uma vergonha para mim. Não me, incômoda nem um pouco. —falou orgulhoso.
—Então não, terei nenhum problema com você. —Hanasaki, tirou a poeira de seu hakama e olhou para cima e vi o sol se pondo. —Já está ficando tarde...—falou para si e logo olhou para Itsumo e perguntou: —Você, por acaso tem onde passar a noite?
Itsumo ficou assombrado. Ele nunca, nunca mais nunca imaginou que veria Hanasaki, fazendo uma pergunta daquelas. Já, pelo seu comportamento; claramente a garota era bastante orgulhosa.
—Não. Não tenho onde ficar, mas porque está me perguntando isso? —acercou-se um passo.
Hanasaki hesitou um instante, a responder a pergunta. Nem mesmo, ela sabia o que estava falando e fazendo. Só sabia, que era um absurdo!
—Sei que, você quer me matar. —confessou. Itsumo, permaneceu normal. Ele nunca, havia feita esforço para ocultar. —Mais eu, ainda acho que lhe devo uma. Você tirou, aqueles idiotas do meu caminho. —continuou. —Então vou abrir uma exceção para você. Quer vir para a minha casa?
Itsumo, quase que literalmente caiu de coisas. Não poderia, acreditar no que estava escutando. Desconfiou da boa intenção de Hanasaki.
—Será o que ela está tramando? Não importa, de qualquer maneira assim será mais fácil de matá-la! —terminou o seu raciocínio
Itsumo olhou diretamente nos olhos de Hanasaki.
—Eu aceito o seu convite.
Os olhos de Hanasaki chega brilhou, mas logo sumiu este brilho. Logo em seguida Itsumo falou:
—Eu apenas quero conhecer o famoso templo de Tokoyo. A maravilhosa e misteriosa energia que habita nele.
—Humm , então você conhece a lenda da mulher guerreira Tokoyo. —estranhou. Ele não, parecia o tipo de pessoa que gostava dessas coisas. —Então, eu lhe direi e mostrarei o maior tesouro da família Irashi. —apontou o dedo.
Itsumo se sentiu um sentimento estranho por detrás daquelas palavras. Seus instintos, estavam gritando para ele ficar longe.
—Mais não é, um segredo? Porque iria revelar, logo para mim? —questionou, aproximando para um passo de Hanasaki.
A garota de cabelos castanhos, viu o movimento de Itsumo. Mas ao invés, de se afastar; ela ficou cara a cara com ele e o enfrentou.
—Já estou ficando, cansada dessas formalidades. Eu me chamo: Hanasaki Irashi e você, meu jovem? —sorri cinicamente. Estava a fugir da pergunta de Itsumo.
Itsumo não queria dizer seu nome a ela, mas acabou que cedendo. Pois ele achava que ela não iria viver muito mesmo.
—Meu nome é Itsumo. Não vai responder a minha pergunta? —abaixa o seu olhar para Hanasaki.
—Que nome, mais raro em se ver nestes tempos. —ignorou, novamente a pergunta.
A jovem, viu que ela não iria contar. Então, preferiu não tocar mais no assunto.
Hanasaki, saiu da aproximação e se virou bruscamente para saída. Ela correu, rapidamente para a estrada principal. Já havia, se cansado do beco. De algum, modo era sufocante. Algo atrapalhava, o seu raciocínio. Então, pensava que era o mal-cheiro e o espaço apertado.
Itsumo, a seguiu por trás. Estava calmo e obediente.
30 minutos depois.....
Já estando em frente a casa de Hanasaki. Itsumo, fez um comentário:
—A Senhorita, tem uma belíssima cara. —elogiou, ao mesmo tempo que olhou para lados; para ver se alguém havia visto sinal deles.
—Eu já lhe disse, que me chame de Hanasaki. Formalidades, não é comigo. —ao invés de entrar, pelo o portão principal. Hanasaki, tomou a direção contrária. —Não é nada demais. É uma, das belas falsas aparências de meu pai. Essa casa, para mim é como uma prisão.
Itsumo, não entendeu muito o que ela quis dizer, com aquilo. Com cuidado, sem dar uma de intrometido. Ele pergunta:
—Tem algum problema com seu pai, Hanasaki? —Ele a seguia e via ela abrindo uma espécie de porta.
—O único, problema que tenho com ele é: Obediência. —Abriu a porta, com força. Fez um sinal, para entrar. —Eu odeio, ser usada como objeto. —Itsumo, entrou e ela fechou a porta.
Ele desceram, umas escadas. Logo, de terminar a descida; estavam agora passando por um túnel. Hanasaki, pegou uma tocha e os guiou para o local.
Itsumo, permaneceu calado quase todo o caminho; mas logo questionou Hanasaki:
—Para aonde, está me levando, Hanasaki?
—Não foi você, que disse que queria conhecer o Templo de Tokoyo? —tirou teias de aranha do caminho. —Então, não reclame!
—Mais Hanasaki, nós estamos embaixo de sua casa. —olhou ao redor e gesticulou com as mãos. —Como haveria, um Templo aqui embaixo!? —estava começando, a se arrepender e achar Hanasaki, maluca.
Hanasaki, decidiu ignorar Itsumo. E apenas, seguiu em frente. Sem esperar, muito. Um sorriso, presunçoso tomou conta do rosto de Hanasaki e sem demora alerta, Itsumo.
—Você está preparado, para ver uma coisa totalmente inacreditável? —perguntou ansiosa.
—Sim. —Itsumo, respondeu sem qualquer ânimo.
—Nossa, que sem graça! —ela apagou a tocha.
Uma luz apareceu entre a escuridão e revelou um templo em meio as cocheiras, em um alto morro.
—Como pode, existir um Templo embaixo de uma casa? —estava espantado. —Pode me responder, Hanasaki? —Exigiu o mínimos, de explicação.
Continua.....