Em Peccáta, o homem loiro de olhos verdes enraivecidos, entrava em um restaurante de alta qualidade da cidade de acordo com as memórias que havia absorvido.
Entrando no restaurante onde só dois viri sanguinium, comiam em mesas diferentes, De Avarum se dirigiu para a cozinha que passava pelo balcão. O comerciante que se encontrava no balcão, vendo o homem loiro se dirigir até ali perguntou:
-E para você? O que desejas?
Porém, o homem o ignorou e passou pelo balcão se dirigindo à cozinha. O comerciante, vendo aquilo, falou:
-Ei, tu não podes entrar aí!
Ouvindo os gritos do comerciante, um viri sanguinium com vestes de chef, apareceu da cozinha, perguntando:
-O que aconteceu?
Porém, ignorando-os, o homem começou a sibilar como uma serpente, e sem que tivessem a chance de fazer qualquer coisa, todos que estavam no restaurante, começaram a ser consumidos por uma névoa negra a partir de seus corações.
Deparando-se com esta situação, eles tentavam gritar por ajuda, mas a névoa os consumiu antes que pudessem. Logo, a névoa negra voltou-se para o rei louco, que rapidamente as absorveu.
Então, De Avarum se dirigiu para a cozinha, e em um suporte onde havia diversas facas colocadas, ele pegou uma faca que parecia igual a outras que estavam ali. Logo, caminhando até uma parede onde havia um armário, ele sussurrou novamente as palavras da morte, e uma névoa negra surgiu de sua sombra, formando uma mão nebulosa que empurrou com violência o armário para o lado. Então, tomou a faca em mãos e cravou-a em uma pequena fenda vertical que havia na parede, logo em seguida girando-a no sentido anti-horário.
Assim que o fez, um estalo soou e a parede abriu-se lentamente revelando uma passagem. Logo, o rei entrou no corredor escuro à sua frente, puxando dali a faca, e fechando a entrada em suas costas. Então, olhando para a escuridão, ele falou com uma voz firme, cheia de loucura e raiva:
-Desgraçado.
Deste modo, sibilando, o homem misturou-se à escuridão e se moveu como um vulto pelos corredores. Sua velocidade era absurda, chegando em pouco tempo ao final do corredor, onde havia uma parede e onde o mordomo lhe esperava.
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O mordomo que esperava o rei pacientemente em frente ao portal, em meio ao silêncio, de repente ouviu o som de algo que rasgava o ar, movendo-se rapidamente em sua direção.
Olhando para frente com seus olhos afiados e frios, imediatamente, o viri sanguinium levantou a guarda. Porém, assim que um vulto de chamas negras passou por seus olhos, antes que pudesse ter qualquer reação, sentiu seu pescoço ser agarrado por algo.
Ao mesmo tempo em que as chamas que envolviam a figura que o atacava causavam queimaduras em sua pele, ainda tinha dificuldade de respirar já que a figura o apertava fortemente no pescoço.
Voltando seus olhos para o atacante, o mordomo vislumbrou um homem de barba e cabelos loiros, olhando para ele com olhos verdes cheios de loucura e ódio. O mordomo sem pensar duas vezes juntou esforços para exprimir algumas palavras:
- Á trevas...
Porém, o homem reforçou seu aperto no pescoço do mordomo, impedindo-o de continuar. Logo sussurros de serpente entraram nos ouvidos do viri sanguinium, que entendendo imediatamente a identidade do atacante, exprimiu suas forças para falar:
-Rei... eu estou...do...seu...lado
Porém, o homem continuou travando seu aperto com firmeza, surdo aos seus apelos, e assim que terminou seus sussurros, névoa negra começou a consumir o mordomo, brotando a partir de seu coração, engolindo seu ser. vendo que suas palavras não surtiram efeito, um tom ainda mais frio surgiu nos olhos do viri sanguinium, e em uma última tentativa de se libertar, ele juntou forças inesperadas, puxando de sua cintura uma faca, e dirigindo-a para o rosto de De Avarum.
Assim que a lâmina o atingiu com um golpe furtivo, imediatamente fez um corte profundo em sua face, porém, ao contrário do que se esperava, o homem ignorou os ferimentos e continuou fortalecendo o seu aperto.
Logo, em seus últimos momentos, os olhos do mordomo encontravam-se cheios de resignação, contemplando a face de seu assassino, onde agora um corte atravessava, traçado por sua lâmina. Porém, ao invés de sangue, somente uma névoa negra saía do corte, que logo se cicatrizava, de modo que a névoa começava a se ligar novamente, tornando o rosto do homem livre de qualquer ferimento. Logo, a névoa dissolveu o mordomo e imediatamente foi engolida por De Avarum.
Neste momento, absorvendo as memórias do mordomo que lhe poderiam ser úteis, De Avarum encontrou uma alegre surpresa. Agora em suas memórias havia a localização do garoto, que os servos enviados aparentemente tiveram a sorte de capturar, porém, sua ira novamente inflamou quando memórias sobre Nuntio rapidamente enchiam sua mente, principalmente o fato de que Nuntio, aparentemente, planejava manter esta informação escondida dele.
Sabendo que seu servo estaria logo além da passagem, De Avarum furiosamente dirigiu suas mãos para a parede, pronto para dizer a senha, porém, ele repentinamente parou. Ele não só havia sentido que Nuntio havia desaparecido da localização em que estava, como também sentiu que alguém havia invadido seu reino. Sabendo imediatamente de quem se tratava, De Avarum furiosamente gritou enlouquecido:
-MALDITO!
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Pouco antes de De Avarum chegar até o mordomo, Nuntio já havia adentrado a um certo tempo no corredor escuro, longe de olhos curiosos.
Terminando os preparativos e sondando o ambiente ao seu redor para ver se não haviam observadores, Nuntio colocou sua mão direita sobre o seu peito que havia sido marcado, e vendo-se livre de espiões, respirou fundo o ar que cheirava a sangue, e concentrou-se na marca em seu peito. Assim que o fez um sussurro sinistro entrou em seus ouvidos:
-Qual a maior alegria do mundo?
Nuntio rapidamente respondeu:
-Tomar tudo para si.
A voz sussurrante respondeu:
-Bem vindo ao reino da ganância!
Logo, à sua frente, formou-se uma espessa massa escura, semelhante a um portal. Nuntio olhando para as trevas falou:
-Se continuo vivo ou não, dependerá de como tudo ocorrerá daqui em diante.
Então, dizendo essas palavras, Nuntio sem hesitação avançou em direção a névoa e foi imerso nela. Assim que o fez, na sala do trono do grande castelo prateado de De Avarum, a mesma massa escura apareceu sobre a região central da sala, onde havia um círculo com o símbolo de De Avarum.
Logo, da massa escura que se contorcia no ar, emerge Nuntio, avançando com um olhar sereno, analisando seu entorno calmamente.
Assim que atravessou o portal, a massa escura rapidamente se dissipou, deixando Nuntio ali vislumbrando as pilhas e mais pilhas de tesouros ao seu redor, além dos detalhes requintados feitos em ouro e jóias por toda a sala, as paredes decoradas com arte valiosa e pedras preciosas, além de diversas riquezas espalhadas por todos os lados.
Além disso, havia um trono de ouro belíssimo na forma de crânios, incrustado com diversas jóias entre as mais valiosas. Este era o medo de De Avarum sobre as marcas, aqueles que entram nos reinos através da porta da torre, saem no portal fora do castelo. Porém, aqueles que usam a marca para entrar, tem acesso direto à sala do trono, onde se localiza o símbolo de cada rei.
Neste momento Nuntio analisava tudo com olhos gananciosos, mas, antes que tivesse tempo para cobiçar as riquezas na sala, um som de metal colidindo com pilhas de moedas de ouro e joias interrompeu seus pensamentos. Logo, olhando à sua volta, armaduras negras segurando diversos tipos de armas caminhavam em sua direção.
Olhando para os olhos vermelhos brilhantes por detrás de cada capacete fixos em si, além dos gritos angustiados que pareciam ecoar dentro das armaduras, Nuntio imediatamente ficou em alerta, e tendo certeza de que avançavam em sua direção com intenção hostil, preparou-se para a batalha. Mas, antes que ambos os lados pudessem entrar em conflito, uma massa escura de névoa negra explodiu na sala, próximo do trono, e desta pequena massa negra, De Avarum surgiu, gritando furiosamente:
-SEU VERME INSOLENTE! COMO OUSA ADENTRAR MEU REINO E AINDA NUTRIR INTENÇÕES DE ME TRAIR? VOU TE MATAR!
Nuntio, vendo que De Avarum havia surgido na verdade aliviou-se, afinal, ele duvidava que as armaduras o ouviriam se tentasse dar alguma explicação. Então, voltando-se rapidamente para o rei louco que já começava a sibilar, ele falou com pressa, mas com uma voz calma:
-Perderás o menino se me matardes!
Ouvindo suas palavras, De Avarum, tendo uma premonição ruim em sua mente, interrompeu seu sibilar falando:
-Não tens o que esconder de mim, eu já sei que o garoto foi capturado pelos servos que enviaram e também já sei a sua localização!
Nuntio, ouvindo as palavras do rei louco, ficou surpreso por De Avarum ter em mãos estas informações. Vendo a surpresa em sua face, De Avarum estava prestes a zombar dele, porém Nuntio continuou entre risadas:
-Isso foi inesperado meu rei! Bem, mudança de planos. Não pensei que meu mordomo iria abrir a boca para lhe contar as informações. Porém, minha vantagem não se resume à informação de onde se encontra o garoto, mas sim nas suas chances de pegá-lo!
Logo, ele continuou:
-Veja bem, criei com verba ex tenebrae, um sinal para alguns de meus homens no grande salão, onde todos os servos da facção residentes em Peccáta se reuniram, assim como ordenaste. Sei que precisas de tantos servos não porque temes o garoto, mas porque provavelmente pensas em fazer guerra contra Maschera para pegá-lo, e também precisas deles para caso Franciscus apareça. Inicialmente, planejava chantageá-lo usando isso, mas posso te apresentar mais motivos pelos quais tu ainda cavarás teu infortúnio se me matares.
Então, sorrindo, Nuntio prosseguiu dizendo:
-Primeiro, mesmo que seja verdadeira a informação de que o garoto foi capturado, ainda assim precisas de soldados, afinal, já fizemos um grande movimento e não irá demorar muito para que outros reis tenham ciência de sua movimentação.Então, mesmo que captures o garoto, ainda podes precisar de um exército para continuar com ele em mãos, e se não o tiver, não só perderás a criança, como também a sua vida! E eis a questão, o sinal que eu dei aos meus homens está diretamente ligado a mim. Se eu perder minha vida, o sinal se dissolve, e também basta um simples pensamento, para que do mesmo modo o sinal se dissolva. A esses pobres homens chantageados, foi dada a ordem, para que assim que o sinal se dissolvesse, usassem o ritual Akeldamách et pestem, que fiz questão de ensiná-los a usar, para contaminar e matar todos os que estão naquela sala.
Conforme o ouvia, a sensação de desconforto no rei crescia cada vez mais, e quando ouviu as palavras finais, encheu-se de ira:
-SEU RATO INSOLENTE!
Quando estava prestes a sibilar novamente, Nuntio o interrompeu:
-Acalme-se, o que achas que é mais rápido, meus pensamentos ou sua língua? Se quiser podemos competir!
De Avarum furiosamente cerrou os dentes e parou, e diante de sua fúria, perdendo o controle de suas intenções assassinas, sua pele, cabelos e roupas se dissolveram em névoa negra, revelando sua figura original. Olhando para Nuntio,, querendo ter certeza de que o viri sanguinium falava a verdade, De Avarum questionou:
-Realmente fizestes como dizes?
-Sim, eu o fiz.
Ele respondeu, logo, com um pequeno sorriso Nuntio continuou:
-Muito bem! Sei o que estás pensando. Mesmo que toda a sua facção morresse, enquanto ainda conseguisse pegar o garoto e trazê-lo para seu reino, ainda estarias seguro.
Então, com um tom de ironia, o viri sanguinium prosseguiu:
-Mas lembrando que estais contando somente com probabilidades. Não sabes se o garoto foi realmente pego ou não e não sabes se conseguirás tomá-lo e voltar ao teu reino a tempo, ou não. Além disso, para resolver a questão do tempo, eu pensei em vos atrapalhar um pouco.
Logo, com um tom subjetivo ele disse:
-Imagina se alguém enviasse um servo para a cidade, também com um dos meus sinais. Sabes que é muito fácil amplificar os sons, seria uma pena se quando esse servo visse o sinal se dissipar, ele resolvesse amplificar o som de sua voz e ecoar pelas ruas da cidade todos os seus planos!
Ouvindo suas palavras, De Avarum tremia ainda mais de raiva e Nuntio, e vendo que o rei estava furioso, o viri sanguinium continuou em uma voz zombeteira:
-Sabe, tu podes ser superior a mim em poder, mas sois um idiota em planejamentos. Por isso que nossa facção é tão fraca, porque tu é um rei fraco!
De Avarum gritou loucamente:
-Desgraçado!
E sibilando como uma serpente, com rapidez, uma flecha de escuridão se formou a sua frente e disparou na direção de Nuntio a uma velocidade gigantesca perfurando o ar e passando ao lado da face zombeteira do viri sanguinium, imediatamente acertando o chão da sala, causando um estrondo e perfurando profundamente um buraco no solo, do qual poeira se espalhava por toda parte.
O impacto fez tremer toda a sala, mas Nuntio continuou lá olhando para o rei com tranquilidade, logo, dizendo zombeteiramente:
-Cuidado meu rei! Se eu não soubesse que não irias ser tão idiota ao ponto de me matar poderia até ter pensado que me acertarias de verdade! Sabes, meus homens me viram ficar no corredor do grande salão com quatro de meus servos, e adivinha com quantos eu saí? Com três! Adivinha onde está o terceiro.
O rei ao som de suas palavras tremia furiosamente cerrando os dentes. O manto que vestia se agitava e a névoa de morte que o cercava parecia se esforçar ainda mais para sugar a vida de todo o ambiente. Cerrando os dentes, De Avarum pergunta:
-Onde ele está?
O viri sanguinium respondeu:
-Talvez, comprando sorvete?
De Avarum sabia que Nuntio mentia, de acordo com a marca, e furiosamente olhou com olhos assassinos para o jovem de olhos vermelhos brilhantes. Nuntio, logo continuou:
-Muito bem, quero que tires a marca em meu peito! Eu irei para longe e tu me deixarás em paz, então eu vos revelo as localizações dos meus servos.
De Avarum, ouvindo aquelas palavras, e sabendo que o viri sanguinium não mentia momento algum, com sua voz que soava ainda mais áspera e grosseira, devido a fúria reprimida, exprimiu essas palavras por entre seus dentes afiados apodrecidos:
-Verme, como poderei saber que depois de seres libertado não irás simplesmente dissipar os sinais e fazê-los realizar tua vontade?
Nuntio astutamente respondeu:
-Eu não seria louco de gritar seus planos pelas ruas depois de ser liberto! Afinal, sei que tu me perseguirias até os confins do mundo se eu o fizesse.
O rei louco perguntou:
-Dizes a verdade?
-Sim, eu digo!
Ouvindo suas palavras e tendo ciência de que ele não estava mentindo, De Avarum continuou:
-Muito bem, cavaleiros, parem!
Ao som de suas ordens, as armaduras negras pararam de caminhar na direção de Nuntio, enquanto todas, ao mesmo tempo, batiam a mão direita em seu peito, em sinal de obediência.
Então, De Avarum começou a lentamente se aproximar de Nuntio, que olhando para o rei com olhos astutos e profundos, falou:
-Eu não tentaria algo engraçado se fosse você, afinal, estou seguro de que meus pensamentos são mais rápidos do que sua língua!
De Avarum cerrou ainda mais os dentes, que pareciam querer se quebrar a qualquer momento devido a força que aplicava nas mandíbulas. Logo, Nuntio continuou:
-Além disso, meu rei, não penses que desconheço suas intenções! Eu sou incapaz de entender as palavras da morte, então, não há como eu saber se estás tirando a marca, usando controle mental ou alguma de suas magias semelhantes. Por isso, quero que jures pela torre de que me tirarás a marca do peito e que não tentarás mais nada contra mim!
Ouvindo aquelas palavras, a fúria de De Avarum mais uma vez estourou e a névoa negra que o cercava explodiu, causando uma tempestade por toda a sala. Com seus olhos cheios de loucura, De Avarum olhou para Nuntio como uma serpente olhando para um rato, porém, um rato que a mordeu, antes que desse um bote no infeliz. Logo, com sua voz desagradavel o rei gritou:
-MALDITO SEJAS!! ESTAIS ABUSANDO DE MINHA TOLERÂNCIA! ACREDITAS MESMO QUE NÃO OUSO VOS MATAR?
Nuntio rápida e calmamente respondeu:
-Bem eu não me importo se me matares, porém, você pode dar adeus ao garoto, aos seus planos, à sua facção e se quiserdes vos arriscar ainda mais e mesmo assim tentar pegar a criança, podes dar adeus a sua vida! Então rei ganancioso? Estais disposto a perder tudo que tens, só para me matar?
De Avarum, novamente reprimindo sua fúria, falou com os dentes cerrados:
-Eu juro pela torre que tirarei a marca de seu peito e...
Nuntio continuou:
-E?
Com um gosto amargo na boca, De Avarum continuou:
-E não irei tentar nada contra ti...
Nuntio o interrompeu:
-Seja mais específico. Sei como o juramento da torre funciona! O juramento da torre foi dado pela mesma aos que nela estão, aos que a habitam e principalmente a vós reis, pois não há confiança entre vós! Porém, a torre para vos colocar na linha e para criar uma diplomacia, entregou o juramento pela torre, afinal se não o fizesse, era capaz de que todos vós declarassem guerra, uns contra os outros, e se extinguissem a si mesmos. O que não convém à torre que precisa de vós como seus peões para seus joguinhos!
Ouvindo aquelas palavras De Avarum se enfureceu ainda mais, sentindo seu orgulho ferido:
-MALDITOO...
Porém, o interrompendo, Nuntio continuou:
-Por isso, todo aquele que quebra o juramento pela torre é condenado pela mesma a um destino pior do que a morte! Se desobedeces a torre, a torre vos destronará. Sei que existem forças acima de vós e que essas forças que habitam pelos séculos dos séculos nas trevas não aceitam a desobediência a elas, e tu que vives nas trevas, se tentardes ir contra seres que habitam a tanto tempo nas trevas, serás devorado na escuridão.
Ouvindo aquilo, o rei enlouquecido olhou para Nuntio com olhos assassinos, pronunciando por entre os dentes encerrados:
-Eu, De Avarum, o rei do reino da ganância, juro por operis tenebrae, que tirarei a marca de escravidão de Nuntio, o viri sanguinium que neste salão se encontra, e não tentarei de forma alguma, prejudicá-lo ou controlá-lo antes de fazê-lo ou enquanto o faço!
Assim que De Avarum terminou, de sua boca uma esfera de névoa negra emergiu e se dirigiu aos céus da torre. Olhando então furiosamente para Nuntio, o rei perguntou:
-Satisfeito?
Nuntio respondeu:
-Bem, eu preferia que tu não tivesses estipulado o tempo em que irás deixar de me prejudicar, mas enfim. Vamos começar! Se não vos apressardes e me deixar ir logo, creio que não terás muito tempo para pôr em prática os seus planos, sem que os outros reis o saibam.
De Avarum estava louco de ira, mas nada podia fazer devido a situação em que estava, então, aproximando-se de Nuntio, que o permitiu desta vez fazê-lo, colocou a mão sobre seu peito e começou a sussurrar como serpente.
Do peito de Nuntio, pouco a pouco, chamas negras começaram a emergir e se direcionar para a mão do rei louco, e conforme o fazia a marca em seu peito lentamente desaparecia.
Assim que o rei terminou, a marca de escravidão desapareceu de Nuntio, que imediatamente relaxou um pouco mais enquanto pensava consigo sobre como proceder em seus próximos passos.