Visão de Lola Greyroth:
A demi-humana dos cabelos loiros estava segurando uma espada bonita, que com certeza foi forjado apenas para ela. Pude perceber que seu jeito de segurar a espada, sua postura, sua respiração, que ela realmente era uma guerreira. Era uma sujeita estranha, seus rosto não dava a parecer que participou de batalhas, mas seu corpo traia essa afirmação.
Peguei minha espada e me posicionei. Fiz todos os procedimentos que eu havia aprendido na academia de cavaleiros, tanto meu posicionamento, minha respiração, postura, estavam todas de acordo. Apenas me preparei para o que ia vir.
"Me mostre seus truques."
A demi-humana não deu chance. Assim que ela disse essas palavras, seu corpo esguio apareceu na minha visão tão rápido quanto um dragão em plenas condições. Por sorte, consegui me defender deixando minha espada na diagonal. Nossas espadas após se colidirem, ambas estavam pressionando ambos os lados, as faíscas da raspagens de metais começaram a saltar loucamente.
Seus olhos turquesas olhavam friamente para dentro dos meus, mas não deixei minha guarda cair. Pude sentir na colisão das espadas, que ela era forte, mas nada que eu não pudesse aguentar.
"Aguentou meu primeiro ataque, ótimo." Ela disse.
Ela empurrou mais forte sua espada, me fazendo perder um pouco de equilíbrio. Mesmo feito uma abertura perfeita para me atacar, ela saltitou em acrobacias para trás. Consegui recobrar meu equilíbrio, e novamente apontei a espada para demi-humana.
"Vou me divertir mais um pouco."
Ela juntou seus pés e ajeitou a postura, fechou seus olhos e começou a recitar algo que eu não pude ouvir. No mesmo instante seus cabelos loiros brilhantes começaram a voar, um círculo mágico da mesma cor de seus olhos emergiu embaixo de seus pés. O ar havia começado a ficar tenso, eu sabia que aquilo seria uma ataque mais forte do que o anterior.
"Merda..." Murmurei para mim.
A espada da demi-humana começou a brilhar e o círculo mágico se expandiu. Depois de suspirar em concentração, ela colou seu pé para frente de seu corpo. Ergueu sua espada mais forte que pode, e depois abriu seus olhos. Aqueles olhos turquesas antes já eram lindos e ofuscantes, mas agora brilhavam tão forte quanto o próprio sol.
"IAAAAAAAH!"
Ela soltou seu grito e golpeou com tudo no chão.
Pensei que não precisava me defender, já que ela golpeou metros a frente. Mas depois de pensar nisso, vi que estava errada. O Verdadeiro golpe veio atrasado, uma enorme espada surgiu atrás dela, uma dourada parecendo uma divindade, ela começou a ser preenchida por várias flores da cor turquesa, e assim que estava pronta, esta verdadeira golpeou.
BOOOMMMM!!
Assim que a espada caiu em seu poderoso ataque, a terra se dividiu em duas e fez um estrondoso som ensurdecedor.
Mas por algum motivo, vendo aquele ataque cair em cima de mim, não tive vontade de escapar. Quase institivamente antes do ataque, ergui a minha espada e esperei o impacto. Minhas mãos que antes tremiam de medo a grande espada, se acalmaram quando olhei para a lâmina da minha espada.
Ela não era bem uma lâmina, apesar de simular uma. A espada era feita completamente de luz, não havia nenhuma estrutura feita por outros materiais, muito mais parecia ser polida a mão. Aquilo era magia pura. Era a espada que Aros-sama havia me dado. Pensei que por me lembrar dele, foi a causa de eu ter continuado ali e receber o ataque.
Quando olhei para cima, eu estava defendendo a grande espada dourada envolta por flores turquesas, com a espada de luz. Essa tinha sido a confiança que conquistei ao longo desses dias ao lado de Aros-sama, essa era a força que ele me falou.
Percebi que todos os cavaleiros ali presentes ficaram pasmos ao ver o ocorrido. Eu me deixei ser atingida, mas eu não tinha morrido, eu estava salva graças a proteção da espada que Aros-sama me deu. Não consegui me proteger toda, percebi que sangue escorria da minha testa até meu nariz e depois minha boca.
Eu senti o peso da espada sumir, olhei novamente para o que estava protegendo e havia completamente desaparecido. A espada divindade dourada, desapareceu e com isso o peso que eu estava sentido sumiu. Respirei fundo e olhei diretamente para demi-humana, dona do ataque poderoso. E ela estava sorrindo.
"Antes de continuar esta batalha, quero saber qual o nome do meu oponente, você poderia me dizer?"
Ajeitei minha postura e fiz uma manobra com a espada que estava segurando. Olhei para ela diretamente, para aqueles olhos turquesas ofuscantes.
"Meu nome é Lola Greyroth, sou uma aprendiz da Academia de Cavaleiros de Lálario."
Ela fez uma expressão de bom humor para mim, sua feição havia mudado muito desde o início da batalha. Antes com um rosto bem sério, agora ela estava sorrindo e me olhando diretamente enquanto conversamos. A demi-humana de cabelos loiros mostrava empolgação ao lutar comigo.
Ela respirou fundo e abaixou sua espada, ajeitou toda sua postura como guerreira, ou melhor, parecia mais como uma empregada se apresentando seu serviço. Após isso, ela se curvou para mim e começou a se apresentar.
"Meu nome é Aratoria, sou a serviçal de lorde Boreas, é um prazer para mim lutar com você que é tão forte."
"Er... O prazer também é todo meu." Retribui o sorriso e acabei coçando minha bochecha.
...
"Hmm?"
Seus pensamentos estavam mistos em: "Onde eu estou" e "Que aconteceu antes?". Mas eram questionamentos banais na situação que ela estava. Seus cabelos esbranquiçados estavam boiando junto de seu corpo. Levantou sua mão e tentou olhar, mas pela escuridão, não conseguiu ver nada.
"Que molhado, isso é água?"
Ela tentou se levantar, mas não conseguia, tentou forçar seus olhos a ver alguma coisa, porém nada via. Sua respiração estava normal e constante, então com isso ela não teve com que se preocupar. Mas o lugar desconhecido onde metade do seu corpo estava banhado, ainda a deixava um pouco apreensiva.
"Vamos, não precisa ficar com medo."
"Hã?"
A voz grave e distorcida que ouvira causou-lhe confusão total. Ela tentou procurar a fonte do som, mas o eco da voz já tinha desaparecido. Como sua visão estava restrita, não havia nada que ela pudesse procurar.
"Vou te ajudar."
Quando a voz distorcida terminou sua frase, um som de estralo pode ser ouvido, e no mesmo instante, se acendeu luzes. Não era lamparinas nem algo do tipo, era pequenas esferas flutuantes que davam iluminação, porém foi o suficiente para a garota conseguir ver algo. Institivamente ela olhou para baixo, depois para cima e depois para os lados, mas ainda não conseguia ver nada de interessante.
Mas ela conseguiu levantar, seus cabelos esbranquiçados estavam molhados, no entanto ela não se importou. Por se lembrar de algo, ela olhou para seus braços, e ficou surpresa. As queimaduras não estavam lá.
"Seus amigos curaram seus ferimentos, não precisa se preocupar."
"Er... Quem é você? E de onde está falando." Ela perguntou.
"Ah, me esqueci."
Outro estralo ecoou pela escuridão, e uma luz maior apareceu na frente da garota dos cabelos esbranquiçados. O ar ficou mais pesado que já estava antes, e agora era a chance de ela ficar com muito medo.
"Ah!"
Ela cambaleou para trás.
"Por favor não fique com medo, não irei te machucar."
"Q-Q-Q-Quem é você?"
"Se acalme por favor."
"Mas você é um dragão!"
Foi isso que ela viu.
Um dragão, grande, suas escamas eram avermelhadas e seus olhos eram carmesins ofuscantes. Sua pata era praticamente do tamanho da garota, sua cabeça era tão grande que alguém poderia morar lá dentro. O resto de seu corpo era enorme, não podia-se dizer que aquilo era um dragão normal. Sua aura só crescia, não porque estava bravo, mas agora que a garota o viu, ela pode sentir mais.
Ainda sentada no chão, ela tentou de qualquer jeito se afastar do corpanzil gigante daquele dragão. Por outro lado, ele, não tentou pará-la.
"Vamos jovem, diga-me seu nome."
"Asura, Asura Seith."
Ela parou de tentar se afastar e apenas respondeu tranquilamente.
"Certo, Você sabe por que está aqui?"
"Não..."
"Aqui é dentro de sua consciência, neste momento no mundo real você está desacordada."
"Ah... mas por que eu estou falando com você?"
"Sim, sim, você deve estar se perguntando: Por que tem um dragão falando comigo? Ou algo assim. Bom irei te explicar, mas antes, quero te passar basicamente um relatório do que está havendo com você lá fora."
Ela não respondeu.
"Você e os outros cavaleiros estão bem, vocês estão na carroça indo em direção a Aros Silverstein, o destino que você pôs a si mesma."
Asura ficou aliviada ao saber que os outros estavam bem, foi por isso que ela havia lutado aquela hora, para garantir a segurança deles. Isso também significava uma coisa, que a Rei Demônio, Zannith, havia derrotado o seu irmão.
"Porém, a garota demônio foi derrotada. Tenho um pouco de pena do lado de vocês, já que o garoto da luz terá que lidar com muitas coisas."
"..."
Ficou um silêncio, ela não pode falar nada. Asura pensou que a Rei Demônio derrotaria facilmente o seu irmão e com isso, eles iriam até Aros pacificamente. Porém não foi isso que aconteceu. Lógico, ela estava feliz pelos outros acompanhar ela até o final, mas seu coração ainda pesava ao saber que a Rei Demônio fora derrotada, Asura queria ter a conhecido mais.
"Bom agora que acabei o relatório, posso me apresentar adequadamente."
O dragão das escamas vermelhas se ajeitou, sua calda que tinha um comprimento enorme, se ajeitou para ficar a frente de suas patas. Ele suspirou, o ar que saiu da sua enorme boca emitia um calor que era intenso, mas por algum motivo Asura não sentiu.
"Eu sou o dragão elemental das lendas dos quatro elementos, O Dragão de fogo, Belphegor. Também acho que deve estar se perguntando do porquê eu estou aqui não é mesmo?"
"Sim."
"Eu geralmente acho um portador com potencial para me estabelecer, isso demora geralmente umas dez décadas aproximadamente, então, diga-se de passagem, que você é sortuda ao máximo."
"Me desculpa eu não entendi..."
Asura responde meio envergonhada, mas ela realmente não havia entendido a explicação de Belphegor. Tudo que ela pode fazer era pedir que ele explicasse de forma mais detalhada.
"Bom... Acho que você já leu as lendas certo? De pessoas que tinham espíritos de dragões dentro deles. Já, não é?"
"Sim, são lendas, mas meus pais dizem que tudo isso é real."
"Pois bem, por que é. Você foi sortuda, e agora você tem um dragão que habita seu corpo."
Belphegor bufou em conspiração a si mesmo. Se não fosse um dragão, e tivesse um corpo humanoide, com certeza ele teria feito uma pose apontando seu dedo indicador para cima e segurando sua cintura, como se fosse um campeão.
Ainda Asura não conseguia entender muito bem, mas foi uma explicação um pouco melhor — apesar de mesmo assim ter sido bem vaga. Ela agora era o que tinha lido em lendas, uma maga onde um espírito de dragão reside em seu corpo. Apesar de bem fantasioso, ela não podia negar este fato agora, ela conheceu realmente o dragão que vive dentro dela agora.
"Bom, pelo que eu me lembre, os espíritos de dragões e seus portadores têm que fazer um contrato. Como fazemos isso?"
"Ah não, deixa isso para a próxima..."
"Como?"
Belphegor balançou sua calda e relaxou seu corpo.
"Eu estou com preguiça para fazer isso agora, vamos deixar para quando você for usar algo de sua mana, tudo bem?"
"Lógico que não!" Ela gritou "Eu vou agora para um lugar perigoso salvar uma pessoa, eu preciso que este contrato seja feito agora!"
"Ah verdade, você está indo salvar seu amado."
"Hã? O que você está dizendo?"
"Hahaha... Não precisa esconder, por favor."
"Ficou tão na cara assim?" Asura colocou suas mãos em seu rosto e corou.
"Vocês humanos são engraçados. De qualquer forma, eu gostaria que fizéssemos o contrato depois, não estou com muita disposição para isso agora. WUAAAH, queria tirar uma soneca, se me permite."
'Que dragão mais folgado' Asura pensou irritada. Mas ela não tentou contrariar ele, sabia que nada resolveria. Então pelo menos uma coisa ela queria saber.
"Como que eu saio daqui?"
"Fique aí até você acordar no mundo real."
"Hã?"
Pelo visto, não resolveu muita coisa ter perguntado.
...
Nenhum dos ataques deles funcionou.
Vi o homem fera me atacando várias e várias vezes, mesmo sem a proteção de mana, ele ainda não conseguiu me ferir de verdade. Fiquei deprimido lógico, queria dar a chance de uma luta justa a ele, mas não era isso que estava acontecendo. Eu estava apagando todos as magias que ele soltava em mim, e qualquer arma branca que chegasse perto de mim, se despedaçava instantaneamente.
"Hunf...Hunf... Você é resistente."
"Ainda eu não fiz realmente nada."
"Mesmo com meus golpes mais fortes, você ainda está de pé e sem nenhum arranhão. No começo achei que era apenas um rumor infundado, mas agora sei que você é um humano forte demais."
Eu também estava começando a reparar nisso. Ninguém até aquele momento conseguiu ter uma batalha decente comigo, ou ao menos me machucar. Será que eu vim a este mundo com grandes poderes? Por que ninguém ainda me derrotou? Estou começando a achar que entrei em um roteiro de um personagem clichê.