Não sei explicar os meus sentimentos quando vi Asura chegar, não sei se estava muito feliz, ou muito preocupado, de algo acontecer com ela naquele momento. Porém fiquei aliviado ali, Asura protegeu Lola e a demi-humana, chegando igualzinho a uma heroína de um mangá ou algo do tipo.
Mas meu mau pressentimento não iria passar tão rápido.
Ali mesmo, havia todos os reis demônios, cercados tentando me matar e também Asura, Lola e a demi-humana. As vinhas negras que aquele rei demônio lançou em mim, me travou por completo. Elas amarraram minhas pernas, braços, tronco e parte do rosto, deixando apenas meus olhos a mostra. Era um tipo de magia diferente, eu não conseguia me soltar usando força bruta.
Eu queria gritar para Asura correr, mas as vinhas obviamente me impediam. Comecei a ficar desesperado, tentar me debater, porém nada funcionava. Enquanto eu me preocupava, a luta já havia começado. Um dos reis demônios partiu para cima de Asura, em uma velocidade rápida e pronto para mata-la no primeiro golpe. No entanto, assim que fora se colidir com ela, Asura colocou seu braço na frente e recitou uma magia. Um circulo mágico apareceu e a protegeu, deixando até o rei demônio impressionado.
"Interessante, quem é você?"
"Não sei se vai ser muito útil saber!"
Asura repeliu o ataque e fez uma onda de choque surgir e expulsar o rei demônio para longe. Todos os outros ficaram impressionados com a força dela, já que por sua aparência não parecia ser uma maga forte. Fiquei orgulhoso e aliviado, eu sabia que ela era forte, então não preciso me preocupar muito, posso ter meu tempo para pensar em como sair daqui.
Aros pensava em como se soltar da magia completamente diferente e poderosa de Kauhs. Ele tinha plena confiança em Asura para segurá-los um pouco, já que conseguiu repelir um ataque de um ser tão forte, facilmente. A garota dos cabelos esbranquiçados tinha uma tarefa muito grande, proteger Lola e Aratoria de qualquer um dos demônios.
Por sorte — e insistência, ela conseguiu o contrato com Belphegor, o dragão do fogo. Agora ela estava com o dobro de capacidade de sua mana, além de ter adquirido mais algumas habilidades, como previsão de impacto. Esta habilidade que se ativava inconscientemente, mostrava a ela qual seria a força do impacto que ela levaria, seja de magia ou de ataque físico. Graças a isso, ela conseguiu facilmente repelir o ataque do rei demônio.
"Eu queria ter de perguntar, em como repeliu meu ataque, mas é uma pergunta genérica em uma batalha trivial entre a vida e a morte."
Ela ficou apreensiva em responder, mas...
"É óbvio que não revelarei uma das minhas habilidades tão facilmente, queria perguntar como conseguiu prender um dos humanos mais fortes do planeta, mas parece uma pergunta inútil."
Asura se levantou e deu de ombros depois de sua resposta. Lógico que o rei demônio sentiu uma pontada por ter sido zombado por uma mera humana.
"Você é só uma plebeia, não é? Que tal voltar para suas terras medíocres, além de ser humana, é do mais baixo escalão entre eles."
"Tem razão, uma plebeia que conseguiu repelir um ataque de um ser que se acha superior."
Leonard franziu a testa.
"Estas muita atrevida para um ser medíocre, devo eliminá-la já."
"Temos opiniões diferentes, e claro, isso torna este dialogo mais excitante."
O rei demônio que estava preparando um ataque fervoroso, abaixou o braço e começou a ouvir Asura. Claro que ele não tinha piedade, mas queria entender mais sobre o que ela estava falando. Ele sabia que ela provavelmente estava atrasando-os com seu papo alheio, porém pareceu divertido saber mais.
"Por que abaixou a mão? Este ataque não me afetaria nem se quisesse."
"Tsc! Então morra!"
Com rapidez na ativação do feitiço, Leonard disparou um ataque brutal para cima de Asura. Com a rapidez e força, parecia ser um ataque fatal, fez até Aros segurar a respiração. No entanto, os reis demônios novamente foram surpreendidos com a garota dos cabelos esbranquiçados totalmente ilesa do disparo mortal. Ela emitia um sorriso de confiança que fez o coração de Aros bater um pouco mais rápido.
"Escamas?"
Escamas feitas por chamas cobriram o braço esquerdo de Asura, sua aura que desde que chegou não era tão perceptível, agora era sentida pelos reis demônios, uma aura feroz e ardente. Na hora, todos os quatro já sabiam o que era.
"Belphegor..." Disseram e franziram a testa ao mesmo tempo.
Assim que perceberam a fonte daquele antes misterioso poder, todos entraram em guarda novamente, perceberam que a luta era um pouco mais complicada do que parecia.
"Eu sabia que era muito poder para uma mera humana..."
"Se achas que é só este poder que me deixa forte, não poupe forças."
"Tsc, que humana insolente!"
Todos os reis demônios entraram em posição de combate e foram para cima de Asura. Ela já estava esperando por isso, então preparou um ataque para dispersá-los rapidamente. A garota estendeu sua mão para cima e lá apareceu uma lança, ela o agarrou e rodopiou com força.
"AAAAAAAAAAAH!"
A lança rodopiante ficou em chamas e parecia ser ativação de um feitiço. Quando terminou, Asura fincou-a no chão com força. Uma grande onda de choque reverberou pelo local e fez os reis demônios serem repelidos para longe dela. Aquilo era tudo que ela podia fazer, ela tinha força o suficiente para se defender, porém para um ataque contra aqueles seres era muito difícil, então decidiu focar na sua função principal, que era proteger Lola e Aratoria.
"Hunf...Hunf..."
Uma fadiga começou a encher, aquele seu poder novo, não era tão bem dominado por ela, então era óbvio que se desgastaria rapidamente. No entanto, ela precisava focar naquilo que estava fazendo, Asura não queria nem imaginar o que aconteceria se eles colocassem a mão em Lola, o tanto de acontecimentos terríveis que circulo sua cabeça, era o suficiente para criar motivação para não desistir ali.
"Podem vir..."
Mesmo exausta, ela arrumou a postura e olhou para os reis demônios que haviam se afastado graças ao seu poderoso feitiço. Lógico que aquilo não era o suficiente para causa-los arranhões ou algo do tipo, mas feriram a dignidade deles.
"Então morra."
Com um tom sério e mais raivoso, Leonard partiu para cima de Asura mais uma vez com mais força. Ela conseguiu defender mesmo por pouco, usando novamente a técnica das escamas de Belphegor, então ela conseguiu dar um sorrisinho ode canto de boca.
"Não é comigo que deverias se preocupar."
"Hã?"
Quando Asura olhou para trás, procurando sentido para a frase do rei demônio. Chronos chegava rasante em sua magia de voo. Ele ergueu seu punho e disferiu um soco no rosto da garota. Pela lata força, ela saiu voando dali, indo tão longe a ponto de se perder ao horizonte. Os reis demônios deram risada e se aliviaram.
Aros arregalou os olhos.
"Não..." Pensou.
Preso nas vinhas negras de Leonard, Aros observou a luta toda e estava se contorcendo para sair dali o mais rápido possível. Mas não conseguiu. Ele depositava toda sua fúria em sua força, porém não funcionava. Aros finalmente sentiu a impotência pela primeira vez, depois de reencarnar naquele mundo diferente.
"Por favor não."
Um dos reis demônios saiu voando em direção onde Asura foi arremessada. N/ão deu um segundo direito, e o rei demônio voltou com ela e a jogou no chão sem piedade nenhuma. Leonard e Chronos estavam diante Lola e Aratoria, os dois puxaram estacas de dentro de seu feitiço e ergueram contra as duas.
"Não... por favor..." Aros pensou novamente.
Fuse estava diante Zannith, a rei demônio que se aliou a Aros para proteger Asura durante sua trajetória na carroça. Ele fez o mesmo que seus irmãos, ergueu uma estaca contra o corpo desacordado da rei demônio, que com certeza com poder máximo, eles teria uma boa luta.
E por último, Kauhs estava diante de Asura que fora ferida no ataque e no impacto de ter sido arremessada longe. O rei demônio fez o mesmo, ou até pior, além da estaca de magia, ele preparava em sua mão esquerda um outro ataque mágico, para não sobrar nada de Asura depois de atingi-la.
"Não... Não... Parem! É comigo que deviam lutar..."
Não.
Não.
Não.
A mesma palavra de negação circulava a mente de Aros naquele momento. A estranha sensação de aflito, triste e raiva foram colocadas dentro de seu coração. Não sabia mais o que fazer, já que não conseguia escapar daquelas vinhas nem usando quase toda sua força. Lagrimas saiam de seus olhos, sentindo-se impotente ele realmente achou melhor se despedir, mesmo que seja o mais dolorido possível.
No fim, ele falhou em proteger as pessoas que amava.
Alfred, seu mordomo pessoal, era um homem mais de idade elegante o bastante para disfarçar a sua velhice. Apesar de esse não ser seu nome, Aros colocou este apelido por se lembrar de um mordomo muito famoso de HQs americanas que lia. Seu nome verdadeiro era Sheisnougher, apesar de difícil, Aros memorizou.
Cássiria, a elfa que ele contratou como sua secretária. Era uma mulher jovem que ele conheceu no reino das elfas. Simples e adorável era a descrição que ele tinha encontrado na cabeça. Apesar de conhece-la melhor em circunstâncias ruins, ele entendeu seu lado amigavelmente e viu que ela totalmente competente no que fazia. Ele praticamente se apaixonou pela sua personalidade.
Tess, ele não sabia o direito que era aquela pequena garota demi-humana. Mas durante o caminho, conversaram o bastante. Aros descobriu que ela era escrava por bastante tempo, não conhecia seus pais e já tinha desistido de procurar eles. Aquilo o comoveu. Então decidiu leva-la junto com ele, quem sabe não consiga adotá-la.
Lola, era uma garota pequena que parecia ser bem dedicada em ser guerreira. Assim que viu ela pela primeira vez, ele sabia que seria uma grande guerreira, não importa com quem lutasse. Tudo isso, baseado em seu conhecimento em jogos RPG. Ele a respeitava bastante, por ter protegido Asura durante o ataque.
E claro, a mais importante para ele, Asura. Foi a primeira pessoa com quem conversou naquele mundo, e se sentiu completamente à vontade. Não se sabe se foi por emoção na hora, ou por generosidade da moça, ele tinha se apaixonado. Toda vez que ele pensava nela, seu coração acelerava o bastante para perder completamente sua audição e ouvir apenas "TU TU... TU TU". Foi por conta de vê-la machucada, que decidiu fazer a vingança nos reinos que tinham o atacado, e até aquele momento, não se arrependera. Ele lembrava de tudo, seu cheiro, a linda cor de seus olhos, seus cabelos esbranquiçados, sua voz doce, tudo nela o encantava.
"Por favor... me deixe salvá-los..."
"Você não vai conseguir sair dessas vinhas, elas são mais poderosas do que pensas... Velhote."
Ele ouviu a voz distorcida novamente, e se virou para a fonte de som que ele ouviu.
Lá estava ele, Aros Silverstein original, aquele que habitava aquele corpo antes e foi substituído por Kai. Aquilo foi tranquilizante, mas ainda sim agonizante ver ele.
"Ei... Aros, você pode me ajudar?"
"Para que?"
"Para salvá-los, eu preciso, eles são nossa família agora."
"Não, não. Eles são sua família agora, eu não estou mais aí, isso também significa que você terá que salvá-los."
"Por favor, eu sei que fui imprudente fazendo o que bem entender dentro de seu corpo, mas eu preciso de sua ajuda agora."
"Esse não é um fator que me fez não o ajudar."
"Hã?"
No lugar mais escuro da consciência de Kai, Aros e ele estavam discutindo sobre quem salvaria quem, naquela situação tão desesperadora.
"Quando você reencarnou em meu corpo, decidi não resistir. Apesar de ter vivido poucos anos, eu queria realmente paz. Desde de pequeno, meu sonho era ficar em um lugar vazio e curtir uma visão privilegiada. Quando vi que não estava mais controlando meu corpo e observando alguém usá-lo, fiquei feliz. Foi engraçado, foi legal ver você se descobrindo em um mundo completamente diferente do seu. Mas... Você também fez coisas erradas e aquilo me incomodou. Mas logo passou, sabe por que?"
"Por que não é mais você?"
"Exato! Agora eu estou aqui dentro da sua subconsciência, te auxiliando, como diz no seu mundo mesmo?... É... Eu sou tipo um telespectador de um... Game?... De uma série?... De um filme? É isso, não é? Eu apenas observo agora Kai, não, Aros. Você agora é o Aros, Aros Silverstein. Então é você que deve se ajudar, e salvar sua nova família."
"Mas eu estou desesperado! Eu não sei como salvá-los, você mesmo disse, essas vinhas são poderosas."
"Ah sim, elas são fortes mesmo. Elas foram criadas especialmente por eles, para prender caso algum rei demônio decidisse trair seus irmãos. Eles podiam ter usado em Zannith, mas eles acreditam que ela fraca de mais... Bom, eu posso dar uma dica que você pode fazer, já que você é café com leite. Olha! Estou aprendendo gírias do seu mundo."
"Por favor, qualquer coisa!"
"Bom, é algo que eu te falei quando te mostrei alguns feitiços. Dica suprema! Ela pode acabar com sua vida."
"..."
A conversa tinha ficado tensa. Aros pensou em todos os feitiços que tinha aprendido com Aros original. Finalmente se lembrou de um, aquele que até o próprio Aros disse para usar apenas em situação crítica, nada mais além disso. Já que ela podia acabar com a vida do usuário.
"... vou ter que tentar..."
"Uau! Você vai mesmo?"
"É o único jeito de salvar Asura e todos."
"Ótimo, então boa sorte."
Aros original começou a andar para direção oposta de Kai, deixando apenas ele na imensidão daquele escuro. Enquanto desaparecia, ele decidiu dizer algumas palavras um tanto clichê.
"Caso saia vivo, lembre-se de todo mundo, até de quem matou..."
E assim ele sumiu na escuridão.
"É claro que vou lembrar" pensou.
Assim que ele voltou para o mundo real. O tempo estava no mesmo, apesar de bem demorado, aquela conversa foi muito rápida a ponto de não ter avançado o tempo. Isso provava que ele era o mais rápido dali, por conta da sua magia de luz. Com a visão desagradável em vista, seus olhos brilharam na luz branca mais ofuscante que tinha. Após isso, ele rompeu as vinhas facilmente. E olhando em direção a Kauhs e Asura, ele disse:
"Expansão de Mana."
Na mesma hora, todos os reis demônios olharam arregalados por ouvir aquela frase. Porém era tarde demais. Uma explosão de som grave ecoou no ouvido de todo mundo, uma grande barreira foi levantada, deixando a visão de tudo negativo. A mana que estava dentro da barreira, era toda a mana que Aros tinha, os reis demônios não conseguiam respirar, nem se mover, nem nada.
Aros levantou sua mão direita e estalou os dedos.
Um som agudo reverberou dentro da barreira, e assim, todos os corpos dos reis demônios explodiram em sangue, sem o maior entendimento deles, que morreram tão rápido a ponto de não conseguirem revidar. Ao redor dos olhos de Aros, suas veias incharam, deixando o rastro de cada uma em sua pele.
A barreira abaixou e tudo voltou ao normal. O sangue que estava parado no ar por consequência da barreira, se espalhou para todo canto, caindo até mesmo no rosto de Aros. Mas a missão ainda não tinha acabado. Ele estendeu a mão para frente e recitou as seguintes palavras:
"Reversão de tempo."
Automaticamente, todos os corpos ali feridos, foram restaurados para como se nunca tivesse tido aquela batalha. Todos recuperaram a consciência e se levantaram logo em seguida para tentar ver o que aconteceu. Asura, como uma, se levantou ainda meio devagar e olhou para os cantos. Foi visto sangue para todo o lado, mas não foi isso para o que ela ligou. Ela olhou para trás e viu Lola se levantando, muito bem e sem feridas. Ela foi para dar um abraço, mas ouviu uma coisa.
Puff!
Após olhar para direção do som, ela avistou Aros, derrubado ao chão de exaustão. Como já sabia que Lola estava bem, Asura correu em direção a Aros que estava caído sobre as gramas esverdeadas, um pouco desgastadas por conta da batalha que teve por lá. Ela percorreu alguns metros de distancia e finalmente alcançou o corpo de Aros.
"Aros-sama!"
Ela pegou a cabeça de Aros e colocou sobre seu colo.
"É você... Asura?"
"S-Sim! Sou eu."
"Ah... Eu não consigo enxergar nada..."
"Hã?"
Desesperada, Asura olhou fixamente para os olhos de Aros e se surpreendeu. Antes acinzentados, agora estavam parcialmente brancos. Estava confirmado, que Aros ficou cego.
"Que? Por que isso aconteceu?"
"Foi a expansão de mana..."
"Você usou isso!? Você sabe que essa magia é tão poderosa que só deuses podem usar? É lógico que você ficaria ferido após isso!... N-Na verdade, é uma sorte você estar vivo!"
"Então é algo que possa me orgulhar, não é?"
"Não! Por que fez isso?... Snif... Snif..."
"Asura... você está chorando?"
Aros estendeu suas mãos até encontrar o rosto de Asura. Foi a primeira vez, ele tinha sentido com clareza aquela macia pele dela. Pode imaginar tudo, sua feição, quantas lagrimas escorria por segundo. Se sentiu culpado lógico, mas o deixou feliz, sabia que ela estando bem, era o objetivo dele. Com sua mão fraca, ele limpou as lagrimas dela.
"Acabou, não é?"
"Sim..."
Todos que acordaram e se levantaram, foram até a direção dos dois, incluindo Lola e Aratoria que estava apoiada em na garota de cabelos rosa. Todos se reuniram ali e viram a cena emocionante que estava ocorrendo. Apesar de muitas coisas ruins, Aros salvou a todos de acontecer novamente a tragédia de séculos atrás, dos reis demônios dominarem o continente.
...
Com as patas de cavalo se aproximando, os guardas que aguardavam em frente ao portão principal olharam para direção do barulho. E era justamente o que eles queriam ver. Uma carroça não tão grande, com cavaleiros, uma garota encapuzada, outra de cabelos rosados e um garoto jovem, da capa azul.
"Aros-sama chegou!" Anuncia um dos guardas.
No mesmo instante, uma multidão saiu pelo portão e se posicionou em frente a ele. Era civis normais, reunidos para a chegada de seu rei. Uma elfa saiu da multidão e aguardou pacientemente a chegada da carroça até onde estavam. Ao lado dela, saíram um mordomo e um demi-humana criança, dos cabelos acinzentados. Todos estavam animados, homens e mulheres, velhos e crianças, todos estavam ali esperando.
Assim que a carroça chegou perto, eles podem ver Aros, que estava com a cabeça encostada na garota encapuzada e desacordado. Lola pensou, que era ali que ele seria criticado e que talvez, anunciassem algum tipo de revolta contra Aros, já que fez ações impróprias para um governante de respeito.
Mas foi totalmente diferente.
"Bem-vindo de volta Aros-sama!"
"Obrigado por seus esforços!"
"Confiamos ainda mais em você!"
"Obrigado por vingar a gente, Aros-sama!"
Todos eram agradecimentos, até a garota encapuzada ficou surpresa. Ela olhou os arredores até achar quem queria. Lá estava a elfa, que ajudou a suar jornada em direção a Aros. As duas se olharam e trocaram cumprimentos. Assim a carroça avançou sobre a multidão e adentrou o reino. Aquele que Aros quis proteger, a nova casa dele, a casa de Asura e Lola. Foi destruída uma vez, mas o seu governante não deixará outra vez, nunca mais.
...
"Me perdoe Aros-sama, minha habilidade de cura é muito fraca, não posso fazer alguém se recuperar da cegueira. E também conversei com alguns curandeiros e eles disseram o mesmo. Por favor me perdoe!"
"Não se preocupe com isso Cássiria, eu sei que não existe cura pra cegueira. Eu posso me curar usando a reversão do tempo."
Meio sentado e meio deitado, Aros estava em sua cama — que nunca tinha estreado desde que reencarnou. Cássiria, sua secretária elfa se curvava diante dele pedindo quantos perdões ela queria, mas não era necessário.
"E por que já não usou?"
"Eu estou sem mana."
Aros fez uma pistola com as mãos e disparou uma magia no vestido de Cássiria. Porém nada ocorreu, o disparou chegou no vestido e se dispersou, causando nenhum dano nem no vestido nem na secretária elfa.
"Nossa! Eu posso chamar uma pessoa especializada em recuperar mana agora mesmo!"
"Não precisa, estou bem assim."
"Como!?"
Ela se enfureceu por um momento.
"Eu quero usar esse tempo para descansar um pouco e pensar nas minhas ações."
Todo mundo ficou surpreso.
"Sei que tudo que eu fiz foi sem pensar e com certeza causei muitos problemas a todos vocês. Se eu não tivesse me enfurecido nada teria acontecido com Asura, Lola e nem com o Boreas... Por isso terei que pensar bem o que vou dizer as pessoas de outros reinos e arcar com qualquer consequência que me sobrou."
Asura e Lola estavam no quarto também, juntamente de Tess, que estava na cama juntamente de Aros, ouvindo sua explicação e recebendo um cafuné do próprio. Elas chegaram se emocionar e seguraram as lágrimas.
"Nós sabemos que fez isso para proteger a gente e é por isso que te apoiamos e não vamos te julgar." Diz Asura.
"Fico feliz..."
Mesmo não conseguindo enxergar, Aros sentiu que todo mundo em seu quarto estava feliz. Cássiria até mesmo deixou soltar um sorriso de alegria, por lembrar que todos estão bem.
"Bom, já que está de volta. Sabe que deixou algumas coisas para fazer não é mesmo? Por exemplo, sobre a reconstrução do reino temos duzentos e dois papeis de aprovação a novos modelos de construção, empregos e material. Já os outros reinos nos mandaram algumas solicitações de pagamento por ter rompido contrato de alguns. Sem contar mais trezentos e cinquenta papeis que deixou antes de partir."
"Ugh..."
Aros tentou desviar o rosto de Cássiria, para deixar claro que ele não gostaria de resolver tudo aquilo.
"Como consegui preencher alguns que não precisava de sua assinatura a papelada diminuiu. Então, vamos voltar ao trabalho né?"
Mesmo não querendo, ele sentiu o peso em sua cama. Logo já sabia, que aquilo era o peso dos papéis de tudo que ele tinha para resolver. Seu rosto de aliviado tinha desmanchado, o rosto alegre de Aros tinha desaparecido e agora é só frustração. Ele pode ouvir Asura e Lola rindo um pouco.
"AAAAAH... EU NÃO QUERO SER UM LORDE!!"
(Fim do volume 1!)