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Chapter 20 - Camus, a Bela e Poderosa Governadora do Inferno

Enquanto isso, os outros jovens também pegaram um táxi e seguem para casa.

─ Ele dormiu mesmo? Vê aí. ─ Cláudio falando baixo, pede a Samantha para confirmar se César está mesmo dormindo. Ele está sentado ao lado dela com a cabeça apoiada na janela do carro.

─ Sim, ele está dormindo com certeza. ─ cochicha.

─ Eu não queria mostrar isso na presença dele. ─ Cláudio passa o seu celular com a foto que o médico lhe mostrou, para os seus amigos, que estão sentados no banco de trás.

─ O que diabos é isso?! ─ Juninho arregala bem os olhos.

─ Parece coisa de magia negra. ─ Samantha põe a mão esquerda na boca instintivamente.

─ O que significa? ─ Cláudio.

─ Não sei ao certo, mas seja lá o que for nosso mestre está em grande perigo. Eu vou ligar para o Joshua, pois ele deve conhecer alguns destes símbolos. ─ Juninho pondo a mão no bolso de sua calça.

─ Vruuum, Vruuum. ─ o celular de Joshua vibra em seu bolso.

─ Deve ser minha mamãe preocupada. ─ Patrícia ao lado dele no banco de trás do táxi.

─ É o Juninho. ─ ele viu o nome na tela de chamada. ─ Alô.

─ Como está o Dimitri?

─ Ele está bem, ainda estão limpando o organismo dele. Se tudo der certo, manhã ele deve receber alta. Estamos no táxi voltando para casa. Como está o nosso mestre?

─ Ele permanece desacordado, mas suas funções vitais estão normais. O médico disse que vai bater uns exames e só aí poderá ver melhor a situação. Ele garantiu que ele está normal. Também estamos voltando para casa, já estamos quase chegando à casa de Samantha.

─ Vamos ter de esperar até amanhã então, para ter uma posição mais detalhada dos médicos? ─ Joshua.

─ Vamos ter que esperar. Estaremos te enviando uma foto tirada das costas do Josias, tenta descobrir algo sobre isso e encontre a gente amanhã lá pelas 17 horas, na minha casa, tchau.

─ Vou mandar a foto. ─ Cláudio pegando o seu celular.

─ Estarei lá, tchau! ─ Joshua desliga e guarda seu celular.

Alguns segundos depois o celular dele vibra novamente.

─ Minha nossa, nunca vi nada assim antes!

─ O que Joshua? ─ Patrícia pede o celular dele.

─ Cruzes! Isso é Magia Negra?! ─ ela amplia a imagem e observa os detalhes dos símbolos.

─ Preciso descobrir para que serve este feitiço. Bem, o nosso mestre ainda está desacordado, provavelmente é para isso que ele serve. ─ Joshua desvia o olhar para a janela ao seu lado esquerdo, pensativo como se estivesse em transe buscando em sua mente.

Vinte minutos mais tarde César chega em casa, e tenta abrir a porta bem devagar sem fazer barulho…

─ Estou exausto, preciso dormir bastante hoje. ─ pensa ao fechar a porta bem devagar.

─ Posso saber por onde andou? ─ a mãe dele aparece no corredor, de camisola e com os cabelos em pé.

─ Mãe, depois eu conto tudo está bem? Eu já disse para você não ficar me esperando. Você vai ficar com problemas nas costas dormindo neste sofá duro! ─ ele aponta para a sala enquanto fala.

─ Você disse que mais tardar 2 horas estaria em casa, mas já são quase 4 horas! ─ ela fica parada esperando ele dizer algo.

─ Mãe eu não estou conseguindo raciocinar direito, estou com muito sono, estou com tanto sono que posso deitar aqui no chão que vou apagar de uma vez. ─ abre a porta do seu quarto, enquanto deixa a sua mãe falando sozinha.

─ Eu não sei mais o que fazer! Deixo você continuar com esta palhaçada de brincar de bruxo e este é o meu maior erro! ─ ela chora. ─ Talvez se eu cortasse isso na sua infância, quem sabe você hoje seria um jovem normal. Você e seus amigos ficam adorando a lua?! Nem parecem que são deste mundo!

─ Meu quarto, é tudo o que mais eu quero agora. ─ ele liga o ventilador de teto, cai na cama de sapatos e com o seu manto, que não está mais tão limpo. Quando já estava quase pegando no sono, ele pega a sua espada e a coloca do lado do seu corpo por baixo dos lençóis. A voz de sua mãe começa a ficar distante, cada vez mais distante, diminuindo a medida que ele vai adormecendo…

Minutos depois, algo de estranho acontece, ele parece ter um pesadelo…

─ Não, o meu mestre não! ─ ele fala dormindo bem baixo e pausadamente, seu corpo vira de um lado para o outro. ─ Eu não vou deixar… ─ de repente o seu corpo fica imóvel.

César se encontra em cima de um bloco de terra flutuante, que se assemelha com um iceberg, contudo neste caso são pedaços de chão, ele olha a sua volta e vê outros diversos blocos de terra flutuando no vazio, um espaço negro onde tudo que se pode ver é uma escuridão infinita a sua volta a não ser por uma luz avermelhada, bem fraca, esta luz ao longe chama a atenção dele, de lá a voz do seu mestre clama por socorro.

─ NÃOOOOO! AJUDEM-ME! POR FAVOR, NÃOOOO! ─ a voz de Josias, parece que ele está sofrendo a pior das torturas. Quanto mais César houve o sofrimento do seu mestre, mais corre e salta de bloco em bloco. Ele nem se dá conta de que está correndo risco de cair no vazio absoluto daquele espaço negro, até que ele quase cai ao tentar alcançar um bloco que estava muito longe. Por sorte consegue ficar pendurado com uma das mãos, após a outra ter escorregado com um monte de terra que cedeu. Após estabilizar o seu corpo, que balançava seguro por apenas uma mão, ele enfim conseguiu subir com muita dificuldade.

Já se pode ver um castelo enorme por onde passa um rio de lava fervente ao seu lado. O estranho é que a lava cai no espaço, ao terminar o enorme bloco de terra no qual o castelo está.

César consegue em fim chegar até ele.

─ Que droga! Como vou entrar? ─ nesse instante uma plataforma de pedra se solta da terra e flutua na sua frente. ─ Não tenho nada a perder mesmo! Mas que calor insuportável faz aqui! ─ limpando o suor de seu rosto com a mão, enquanto sobe na pedra que o leva direto para uma abertura, que mais parece uma gigantesca boca aberta de um peixe abissal. Esculpida na rocha, a abertura tem uns oito metros de altura. Ele está muito tenso devido à escuridão total que há na entrada.

─ Meu anjo da guarda, me proteja! ─ ele olha para o alto rapidamente.

A pedra voadora desce na entrada e se fixa a um buraco. César está no castelo agora e a escuridão começa a desaparecer no momento em que ele toca o chão com os seus pés, pois começam a se acender dezenas de tochas pelas pilastras centrais do imenso corredor de entrada. Elas vão se acendendo a cada duas pilastras por vez, como um efeito dominó.

─ César, você é um dos últimos que ainda se tornarão grandes na magia em seu mundo. ─ uma voz feminina muito marcante.

─ QUEM É VOCÊ? ONDE ESTÁ O MEU MESTRE? ─ ele olha para os lados, pois não consegue identificar de onde vem à voz.

─ Você me lembrou o guerreiro lendário mais poderoso que o seu mundo já viu! César o imperador! ─ ela sai de trás de uma pilastra. ─ Deixemos minha paixão por guerras para outra ocasião… O meu nome é Camus, e sou um dos doze governadores do Inferno.

─ O que César o imperador faria aqui agora com você?! ─ pergunta ele com raiva.

─ Eu não seria louca de enfrenta-lo aqui! Se é que isso responde a sua pergunta.

─ O que é este lugar?! ─ pensa ele. ─ Vamos parar de falar em história, até porque isso não tem nada a ver com a nossa.

─ É aí que você se engana! Ele acreditava que unificando os povos, conseguiria acabar com as guerras para sempre, assim usava a sua magnífica oratória para encantar os seus seguidores e mostrar um mundo sem guerras. Mundo esse onde todos vivem felizes, onde o crime praticamente não existe… até porque, para que cometê-lo se basta eu trabalhar e terei o suficiente para viver muito bem!

─ Chega de falar estas baboseiras, alguns historiadores dizem que ele foi um dos maiores tiranos que este mundo já viu!

─ Hum! Humanos são tão tolos! A vossa história é contada de acordo com a cabeça de quem a conta, se é um dos nossos ele conta o que queremos que ele conte. A verdade é que se César tivesse tomado a Partia, ele tomaria muito além de todo o território que Alexandre havia tomado. Após mais alguns anos, tomaria toda a Arábia, toda a Índia, as outras Ilhas Britânicas, a Alemanha. Provavelmente morreria de velhice investindo na tomada da China e Mongólia… Você sabe o que isso tem a ver conosco hoje?!