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Chapter 18 - Patricia Discute Com César

─ E o medalhão também. ─ Joshua tira sua mochila das costas e a abre.

─ Parece que a tentativa de o proteger falhou. ─ Samantha, ela está muito triste.

─ Eu não acredito! ─ César crava a espada no chão e fica agachado com a cabeça baixa e a mão direita fechando seus olhos.

─ Segundo este livro, deixe me ver… ─ Joshua folheia as páginas. ─ Achei, Astaroth é um dos governadores do Inferno e o seu poder só é menor que o de Lúcifer o imperador, Baal e Belial seu rei e vice rei. ─ ele empurra a armação de seus óculos, com a ponta do dedo indicador de sua mão direita.

─ Não quero que me levem a mal não, mas não temos como enfrentar os maiorais do Inferno. ─ Wadramór se despede acenando com as mãos e vai embora, Cassandra e Saulo vão atrás, eles conversam sobre os seus hematomas, feitos pelos mortos-vivos.

─ A GENTE SE VÊ POR AÍ! ─ Felipe acena para Wadramór, Saulo e Cassandra que já estão longe, eles viram-se e acenam também.

─ Preciso achar meu mestre… Ai, ai, minhas costas estão me matando! ─ César tentando massagear as próprias costas, sem sucesso, claro.

─ Deixe-me ver isso aí. ─ Patrícia ainda sob o efeito do vinho, vira a capa dele e arria o seu manto até a cintura, ele tira seus braços das mangas e fica da cintura para cima despido. Em suas costas há vários hematomas roxos enormes.

─ Nossa! ─ Patrícia e Samantha ao verem os ferimentos.

─ Hei! O que é isso? ─ Samantha se abaixa para pegar o sutiã que acabou de cair de dentro do manto.

─ O que meu sutiã está fazendo com você, seu… pervertido! ─ Patrícia pega o sutiã, chega para trás com as mãos na cabeça. Sua expressão parece de decepção total. ─ Eu nunca pensei que você pudesse ser tão sujo!

─ Não é o que você está pensando, eu o achei no chão atrás dos alojamentos. Eu estava esperando acabar esta confusão toda para te entregar. ─ ele tenta se explicar, mas ela o interrompe…

─ Mentira! Todo mundo aqui sabe que você tem obsessão por mim, desde que me conheceu na Omus! Você não consegue entender? EU NÃO QUERO NADA COM VOCÊ!

─ Eu… ─ ele não consegue dizer mais nada. Juninho então se levanta e tira ela de perto dele rapidamente.

As palavras não saem mais pela sua boca, apenas os olhos se enchem de lágrimas. Mas elas não rolam pelo seu rosto, ficam ali em seus olhos até que ele passa o braço direito neles e seca-os, de uma só vez. Ele desvia o olhar para o chão, em seguida olha os rostos de cada um por vez, por cerca de cinco ou seis segundos. É importante para ele saber pela expressão de seus amigos e dos que ali estão, aqueles que estão rindo por dentro diante da situação humilhante que ele está passando. Ele sabe bem ler as expressões, passou muito por isso em sua infância e aprendeu a reconhecer quando riem dos seus tropeços. Alan parece se sentir bem com o que acabou de acontecer, com um leve sorriso no rosto ele encara César, poucos segundos depois, vai caminhando em direção de onde Juninho e Patrícia estão. O seu amigo o olhou, fez gesto com o punho direito fechado e o polegar esticado indo até a boca (como quem diz que ela está bêbada), ele é muito amigo dos dois e sempre o avisou para esquecê-la.

─ Você não acha que foi muito dura com ele? Ele é nosso amigo, ele não tem culpa de te amar. ─ Juninho com Patrícia deitada no colo, eles estão sentados do outro lado do palanque.

─ Como ela está? ─ Alan se aproximando deles.

─ Ah não! ─ Patrícia balança a cabeça e se prepara para sair dali. Ela está com uma expressão de nojo no rosto.

─ Não, pode ficar aí descansando. Eu vou ver se o resto do pessoal está bem. ─ Alan dá meia volta, ao perceber que levaria um fora dela também.

─ Foi espontâneo, não tive a intenção de machucá-lo, mas eu já tentei de tudo e ele não me esquece. Talvez agora ele se liberte e dê uma oportunidade para outra pessoa ocupar o seu coração. ─ Patrícia demonstrando não está arrependida do que fez, ela acredita que fez um favor para ele.

─ Não dê ouvidos a ela, ela está bêbada! Por mais que ela não goste de você, ela não tinha o direito de fazer o que fez! ─ Cláudio com a não em seu ombro.

─ Senta aqui César, você está muito ferido, a ambulância deve estar chegando. ─ Samantha tenta segurar o braço dele, que se levantou e já ia em direção à saída do clube.

─ Não tenho tempo para isso agora. Preciso encontrar o meu mestre. ─ ele tenta seguir andando.

─ Não, você tem que se cuidar cara. ─ Cláudio também o segura e ele senta. Samantha continua olhando seus ferimentos.

─ Você teve muita sorte. ─ lembrando-se do instante em que ele entrou em sua frente. ─ Se eu não tivesse conseguido enfraquecer o meu poder, a essa altura não estaria mais aqui conosco. ─ diz Alan, sem esconder o orgulho, com um grande sorriso na face.

─ É, mesmo seu mega ultra poder nem fez cócegas no monstro. Eu não sei se você reparou, mas se não fosse por ele você poderia estar morto agora! ─ Claudio deixa Alan em silêncio, refletindo sobre o fato.

─ Enfim chegaram. ─ César ao avistar as duas ambulâncias entrando no clube, ele parece aliviado de poder cortar o assunto de uma pessoa que ele não está nem um pouco interessado em conversar naquele momento, afinal de contas, a culpa de certa forma é dele pelo que Patrícia fez.

─ César, eu vou para casa, o que digo a nossa mãe quando ela perguntar sobre você?

─ Vander, pode dizer a verdade. Diga que eu fui ao hospital com os meus amigos, estarei logo em casa. ─ ele pega o seu celular e não consegue liga-lo, aparentemente está com a bateria zerada.

As ambulâncias vão se aproximando do local onde eles estão. O inspetor Almir que estava na portaria do clube, entra também e vem vindo lentamente a pé, seguido por Francisco.

─ Que bom que chegaram. – Cláudio.

─ Onde está o homem com princípio de envenenamento? ─ o enfermeiro após descer do carro.

─ Ele está aqui. ─ Juninho aponta para Dimitri deitado no altar da festa, ele está desacordado.

─ Vamos pessoal, peguem a maca. O resto de vocês que estão machucados, vão se dirigindo a outra ambulância. ─ o enfermeiro.

Alguns minutos depois…

─ Como ele está? ─ Alan pergunta ao enfermeiro que está cuidando de Dimitri, enquanto o enfermeiro chefe acaba de fechar a porta traseira da ambulância e segue para a porta do carona. Alan vai com seu mestre na ambulância.

─ Aparentemente ele foi dopado, precisamos levá-lo às pressas para fazer exames detalhados para poder diagnosticar a substância que deram a ele.

─ Eles dizem que ele está muito mal, vão levá-lo às pressas ao hospital. ─ Inspetor Almir.

─ Qual o hospital? ─ Juninho pergunta enquanto vê o último curativo de César ser feito pela enfermeira.

─ Hospital Federal de Bonsucesso. ─ responde Almir. ─ Deixa só os colegas terminarem de colher os depoimentos do pessoal, que nós vamos para o hospital, eu levo alguns de vocês e os outros vão de ambulância mesmo.

Almir conversa com os policiais e após mais alguns minutos, eles liberam todos…

─ Vamos gente, no meu carro cabe três pessoas na cabine, mais duas na caçamba. ─ Almir chama o pessoal e vai em direção ao portão de saída do clube.

─ Vamos César! ─ Cláudio chama seu amigo, em seguida ele e Samantha correm atrás do inspetor.

─ Ok, lá vamos nós. ─ César anda rápido atrás deles dois.

─ Espera, eu vou com você. ─ Juninho gesticulando com as mãos.

─ Vamos Juninho, já está muito tarde. ─ olha o relógio. ─ Caramba! Já são 2 horas! ─ César e seu amigo caminham apressadamente.

Joshua, Patrícia e Felipe seguem na segunda ambulância, que ficou esperando para dar uma carona a eles…

─ Que picape linda hein?! ─ Juninho admirado com o carro do inspetor.

─ Vamos entrando, suponho que se apertar um pouco cabe todo mundo aí atrás. ─ Almir no volante.

─ Nossa é muito espaçoso o seu carro! ─ Cláudio após entrar e fechar a porta, vendo que coube os quatro e confortavelmente.

─ A ambulância está vindo. ─ Francisco no banco do carona.

─ Vamos segui-los, assim chegamos todos juntos. ─ Almir espera e segue a ambulância.

Enquanto eles faziam o contorno para poder pegar a Avenida Brasil seguindo em sentido centro da cidade…

─ Nin-non, Nin-non, Nin-non… ─ sirene de uma ambulância vermelha.

─ Olhe pessoal, pode ter algo haver com o mestre Josias! ─ César de cima do viaduto, vê outra ambulância seguindo sentido da Penha, saindo da Avenida Brasil, em alta velocidade.

─ Vamos perguntar. ─ Almir acelera descendo o viaduto e vai atrás da ambulância dos bombeiros.