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Chapter 17 - O Conjurador dos Cinco Elementos

─ Djin, grande rei das Salamandras… ajude-me a salvar o meu amigo! LA VAI FOGOOOO! ─ grita, apontando a sua varinha mágica. Ele evocou Djin o rei das salamandras e com isso consegue incendiar instantaneamente as costas do monstro.

─ Ah, ah! ─ ele vira-se novamente na direção do palanque. ─ Temos aqui um bruxo conjurador dos cinco elementos! ─ neste instante as chamas se apagam e começam a nascer asas na criatura. ─ Experimentem isso! ─ batendo as asas e uma ventania desce dos céus e fica constantemente soprando de cima para baixo, os empurrando com muita força para o chão.

César desperta nesse momento…

─ Viu seu moleque! Você só conseguiu enfurecer ele mais ainda! ─ Felipe está de joelhos, lutando contra a força do vento.

Todos os outros lutam também para não ficarem grudados no chão. O monstro agora vira-se para César que tenta rastejar até a sua espada.

─ Vou matá-lo agora seu idiota! ─ ele afasta a espada dele com a sua calda, só de toca-la ele perde mais um pouco da sua fumaça negra, que evapora.

─ Não posso fazer nada, gastei todo o meu poder! ─ Alan já se encontra deitado, tentando se levantar, frente a ventania mágica que empurra eles para o solo.

─ Não podemos deixar que o mate! Ele é do nosso coven, um dos nossos irmãos! ─ Samantha com lágrimas nos olhos observa junto a seus amigos o monstro erguer a sua calda, como um escorpião prestes a selar o destino de sua presa.

─ É tarde demais, não quero ver! ─ Juninho fecha os olhos e luta para se levantar, ele chega a ficar de joelhos, mas cai novamente de cansaço.

─ O único que poderia salvá-lo, está desmaiado! ─ Felipe olhando para o Dimitri caído no chão.

─ JOGA, VAMOS. ─ Almir grita para o seu velho amigo que vai chegando correndo.

─ La vai. ─ Francisco joga a arma.

─ O quê?! Como se atrevem, humanos ridículos e suas amas fedorentas! ─ o monstro lança a sua calda contra o inspetor, que vem correndo na direção dele e é obrigado a se jogar no chão, escapando por pouco da primeira investida.

─ Vejam, aquele policial está tentando salvá-lo. ─ Samantha.

─ Sim, ainda há esperanças! ─ Juninho tenta novamente ficar em pé.

A calda da criatura ao bater no chão abre uma cratera, tamanho é a força do impacto. Almir se ajoelha rapidamente e antes dela posicionar a sua calda para lançá-la novamente, ele dá dois tiros com a doze, bem no meio dos olhos dela, que fica se contorcendo de dor. Abre-se um rombo no peito dela, e nota-se que ela é completamente oca por dentro.

─ Grrrrrr!

─ Venha garoto, rápido. ─ Almir estende a mão e o levanta. ─ ME JOGA A MUNIÇÃO. ─ ele solta os cartuchos vazios.

─ PEGA. ─ Francisco tira do bolso a caixa e joga nas mãos do seu chefe, que imediatamente recarrega a arma. Ele então distrai a criatura descarregando a munição de sua belíssima magno cromada.

O monstro está regenerando o seu corpo, segundos depois ele continua indo na direção deles.

─ Tome isso! POW, POW. ─ atirando quando o monstro chega a uns dois metros de distância com a sua doze, na sequência recarrega e atira outra vez, fazendo dois buracos no seu peito.

─ HARRR! ─ o som emitido pelo monstro é horrível, ele parece sentir muita dor, mas em poucos segundos seu corpo está inteiro novamente. ─ NÃO PODEM MATAR UM IMORTAL! AH, AH, AH.

─ Vamos sair daqui! ─ Almir anda mais rápido com César pendurado nele.

O monstro bate as asas e uma ventania joga os dois no chão…

─ Dessa vez você escapou garoto, mas da próxima não terá tanta sorte! Agora preciso pegar o amuleto, meu tempo está acabando. ─ ele levanta voo subindo as alturas, desce dando um rasante por cima de todos ali presentes e segue voando. Nesse momento o seu feitiço de vento acaba, libertando a todos novamente.

Na Avenida Brasil em sentido Campo Grande, Josias dirige sua Kombi modelo luxo seis portas, muito conservada e na cor original azul e branco.

─ Ainda bem que a esta hora o trânsito está bom. ─ Josias corre o máximo que pode.

─ Como estão as coisas aí atrás? ─ Márcia pergunta mentalmente para Haldrin, que está sentado no último banco da Kombi vigiando a retaguarda.

─ Aqui está tudo em ordem, nada de monstro. ─ olhando fixamente pelo vidro traseiro.

─ Será que os outros conseguiram destruí-lo?! ─ Eldrich eufórico com a possibilidade.

─ Acho difícil, mas espero que estejam todos bem. Acredito que aquela coisa não tenha mais como nos alcançar. ─ Josias vai ultrapassando alguns carros.

─ Você deve ser muito poderosa, afinal ninguém consegue se comunicar mentalmente se não tiver um poder muito grande. ─ Eldrich.

─ Todas as pessoas do mundo podem, só não sabem disso. ─ diz ela.

De repente o monstro cai na pista a uns 30 metros, bem na frente do viaduto da Avenida Dutra. Muitos carros não conseguem frear e batem nas patas dele, capotando e os outros saem da pista ou batem no viaduto ao tentar desviar, fora que vai se formando um engavetamento a frente de Josias.

─ HARRRG! ─ ele ruge alto assustando muito as pessoas.

─ Ele tem asas? SEGUREM-SE! ─ grita Josias ao ver a criatura rugir, instintivamente ele vira o volante para a direita e consegue esquivar do engavetamento.

─ HAAAAAA! ─ Eldrich e Haldrim se segurando firme.

A Kombi tomba ao bater na proteção lateral da via expressa a direita, e vai se arrastando por alguns metros fora da pista em uma área aberta cheia de gramas. Muitos carros conseguem frear, mas o pânico toma conta das pessoas que abandonam seus veículos pela pista e correm. Os mais corajosos tentam filmar com os seus celulares, mas só conseguem gravar uma forte luz branca, mais nada.

─ Ai, ai. ─ Haldrin é o único que está consciente, ele apenas bateu com a cabeça, mas não dá para ver nenhum hematoma. ─ Droga! ─ pensa ele, ao observar o monstro se aproximando do veículo, suas pegadas tremem o chão.

A criatura vai até o carro e arranca a porta do carona com as suas mãos. Ela logo vê Márcia que estava usando o poderoso medalhão no pescoço, desacordada e está por cima de Josias, com um ferimento no supercílio direito. Este ferimento sangra bastante sujando parte do seu rosto.

─ Até que enfim te peguei! ─ diz o monstro ao erguê-la com sua mão esquerda.

─ Você dirige muito mal, me surpreende que ainda esteja vivo. ─ diz olhando Josias que está desacordado. ─ Tive uma ideia, vou me vingar do garoto aprisionando a alma do seu mestre. ─ com a sua boca enorme ele dá um sorriso que deixa seus dentes totalmente à mostra, os dentes humanos dos mortos formam o seu sorriso. Eles estão bem espaçados uns dos outros já que a boca dele é muito grande.

─ Santa Mãe de Deus! Ele vai nos comer! ─ pensa Haldrin ao ver o medonho sorriso da criatura, ele fecha os olhos e reza mentalmente o Pai Nosso.

O monstro rasga a blusa de Josias nas costas, usando o seu poder, imediatamente começam a aparecer símbolos feitos com sangue, como uma espécie de escrita desconhecida. Está escrita é disposta formando círculos nas costas dele. Ao acabar de escrever, o monstro diz umas palavras na mesma língua e depois voa com Márcia desmaiada em seu colo em direção ao clube.

Na Casa do Marinheiro, o inspetor Almir e o policial Francisco estão na portaria, conversando com a polícia que acabou de chegar. O restante do pessoal está esperando o socorro médico. Eles estão sentados no palanque da festa e conversam sobre o que pode acontecer, se o monstro pegar o medalhão, quando alguém grita…

─ OLHEM LA EM CIMA! ─ Samantha vendo algo se aproximando das árvores.

─ Ele voltou? ─ César olhando o monstro que desce em direção dos jovens. ─ Desta vez vou cravar minha espada nele! ─ pensa, sacando suavemente a sua espada da bainha.

─ Ele está segurando algo. ─ Wadramór tentando enxergar.

─ Como podem ver peguei o medalhão. ─ o monstro pousa a uns quinze metros de distância.

─ LARGUE ELA! VOCÊ JÁ TEM O QUE QUER! ─ Alan irritado com a maneira em que o monstro está erguendo a mulher do seu mestre, como se ela fosse um troféu.

─ Vou acabar com você de uma vez por todas! ─ César corre com a sua espada em punho para cima dele.

─ Pare ou… ─ a criatura agora segura Márcia pelo pescoço, usando apenas o seu dedo indicador e o polegar da sua mão esquerda.

─ Seu maldito! ─ ele para.

─ Eu poderia matá-lo agora facilmente, mas que prazer isso me daria? ─ com a calda em posição acima do seu corpo. ─ Ao invés disso quero vê-lo sofrer pela alma de seu mestre! ─ ele sorri e recua.

─ O que você fez com o meu mestre? Você não… ─ César teme pelo pior.

─ Eu sei que vamos nos ver em breve, então guarde bem o meu nome. ─ ele bate as asas e vai subindo lentamente. ─ EU ME CHAMO… ASTAROTH! ─ o monstro grita com a sua voz medonha e voa em direção ao céu, até desaparecer.

─ Ele levou a mulher de Dimitri! ─ Cláudio olhando na direção em que o monstro voou.