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Chapter 32 - Todos os Meninos querem ser Heróis

Hector passou a manhã se preparando para receber os amigos.

Seu pai havia saído cedo, foi à casa do tio William. Jeff levou os garotos para casa na noite anterior. Dormir até tarde foi uma bênção para Hector, ao menos, ele tratava como tarde levantar 9 horas.

Ele levantou, varreu a casa, tomou café e lavou a louça. Sua mãe se levantou por volta das 10 e começou a fazer um bolo para ele. A manhã correu bem, até que no início da tarde alguém bateu à porta.

Sua mãe foi atender, e recebeu uma mulher.

-Oi, bom dia. -Sua mãe disse. -Quem é?

-Oi, eu sou a Natasha Embers. Você é a mãe do Hector?

-Ah sim, eu sou. Pode me chamar de Vanessa. -Ela recebeu Natasha. -Ei, eu não conheço você.

Vanessa disse passando a mão no cabelo do menino.

-Oi, eu sou o Nathan.

Hector correu até a sala.

-Nathan! -Ele gritou sorrindo.

Nathan foi até ele, sorrindo também.

-Cara, que casa enorme! -Ele disse, parecendo pasmo.

-Gostou? Tem espaço pra todo mundo dormir aqui hoje!

-Não sei... -Nathan coçou a cabeça. -Eu acho...

-Pode ficar se quiser! -Vanessa disse.

-Quer, querido? -Natasha perguntou.

Só naquele momento Hector percebeu a semelhança entre ela e Nathan. A mulher era baixa, mas era visivelmente forte. Seu cabelo era castanho avermelhado, seus olhos alaranjados como os dele.

-Pode ser...

-Não seja tímido, Nathan! -Vanessa disse.

-Ele tá meio nervoso, é a primeira vez que ele vem à casa de um amigo. -Natasha contou.

-Ah, que honra receber ele assim. -Vanessa disse. -Quer um café? A gente deixa os meninos brincar juntos e vamos fofocar.

As duas saíram por uns momentos. Hector e Nathan foram até o quintal da casa. Lá, Hector demonstrou a ele algumas das plantas que sua mãe plantava no quintal, e os dois ficaram conversando aleatoriamente até que um homem ruivo alto apareceu no portão.

-Oi, Hector! -O homem disse.

-Ah, oi! -Hector correu até o portão e abriu. Scott estava atrás do homem. -Entra, Scott.

-Tchau, filho. -O Homem disse. -Falou, Hector.

Hector apertou a mão do homem. Scott apenas entrou.

-E aí, Scott, como vai? -Nathan perguntou.

-Tô legal.

Scott se juntou aos dois na exploração da casa enquanto esperavam o restante dos garotos.

Enquanto isso, Natasha contava a Vanessa sobre seu filho.

-Sabe, eu tenho dois meninos só. O Nathan e o Nate. Os dois são bem unidos, meus meninos. Mas o Nathan é meio esquentadinho, entende? Ele arruma brigas com facilidade, sempre se envolve em confusão. Não sei se você soube, mas o Nathan brigou no primeiro dia no Moreil.

-Mulher, do céu, o Hector é outro. Sempre arruma confusão. A gente vai ter trabalho, pelo visto. Eu não sabia dessa confusão aí não. Ele te contou como foi? Hector tava envolvido?

-Ele falou dos meninos que ele conheceu no primeiro dia. Parece que andaram zombando de um amigo do Hector que morreu.

-Joe...

-Acho que sim. Se não for um incômodo, o quê aconteceu com o Joe?

-Essa história é muito mal contada. Eu queria saber também. Todo mundo ficou muito abalado quando aconteceu. Meu marido ficou em choque por umas três semanas.

-Todo mundo ficaria, eu acho. Ainda mais o pai de um amigo do garoto.

-Pois é. Quer um café? A gente vai ter muito o quê conversar.

-Eu aceito.

Vanessa fez um breve café, e nesse meio tempo, o restante dos meninos chegou. Eles foram jogar videogame na sala com Hector.

As mulheres continuaram conversando na cozinha. Vanessa dividiu bolo com Natasha, deu um pouco á pequena Kelly.

Os meninos foram buscar bolo, e deixaram um filme passando na televisão.

-Ah, Nathan, é verdade! -Ele pegou Kelly no colo. -Essa é minha irmãzinha, a Kelly!

Nathan acenou para Kelly.

Depois que os meninos voltaram à sala para assistir, Vanessa começou a falar.

-A história toda foi bem mal contada, na verdade. Nesse dia, o Joe levou os meninos para um parque de diversões, e eles todos estavam tranquilos brincando, se divertindo e é isso. De repente, eu vi na televisão um anúncio do prefeito que disse que um shopping que fica lá perto desse parque tinha que ser evacuado. De noite, eu recebi uma ligação de um hospital dizendo que o Hector estava no parque. O quê os meninos disseram foi que um cara estranho atacou eles e sequestrou só as crianças.

-Só as crianças? Era um... você sabe... tarado?

-Não sei. Ninguém sabe. Porquê o Joe foi salvar os meninos e aí esse cara acabou matando ele e fugindo.

Natasha parou de comer e arregalou os olhos.

-Que horror. Os meninos estão melhor?

-Melhores. Gostei do jeito que você perguntou. As pessoas perguntam normalmente se eles estão bem. Ninguém fica bem depois disso. É impossível. Ainda mais crianças. Quase um mês que nós ficamos levando os cinco em psicólogo todos os dias. Agora eles vêm com essa de "ser heróis".

-Crianças. É incrível, eles estão todos sorrindo, felizes, mesmo depois disso tudo. Esses meninos são fortes. Muito fortes. Nathan também quer trabalhar como herói. Meu filho mais velho conseguiu trabalhar na segurança pública, então o Nathan não quer nem saber, quer ser herói e acabou.

-Homens. Todos assim. Querem, querem e querem.

-Ah, menina, chega a dar medo. Imagino como ficou a mãe do Joe.

-Eu nem sei como ela aguentou. Era mãe solteira, sem família, sem ninguém. Eu às vezes vou procurar saber dela, mas ela nunca quer falar com ninguém.

-Que horror! Quando eu vejo alguma coisa assim, eu sinto a dor dessa mulher como se fosse um dos meus filhos partindo. Por isso que eu sempre vou atrás de saber dos meus filhos, sempre mantenho comunicação com eles. Eles sempre me contam as coisas. Um conselho que eu te dou, é evitar de ficar brigando e julgando o seu filho. Não inventa de dizer que ele não pode fazer algo, porquê ele vai. Ele vai, ele tenta e se vira, mesmo sozinho.

-Sim, sim. Eu sempre evito tentar fazer algo que magoe o Hector, por mais que eu tenha medo de quê ele vá atrás de vingança com esse cara que matou o amigo dele. Mas meu marido tenta sempre estar no controle das coisas, ele diz o quê o Hector pode ou não pode fazer. Agora, quem disse que o Hector escuta?

-Que coisa, né? Mas homem é tudo assim. -As duas deram uma risada. -Meu marido morre de medo do nosso filho se matar na missão de herói, mas você pensa que alguém tem coragem de tentar proibir o Nate de fazer alguma coisa? Não tem jeito. Proibir é pior, é capaz de dar confusão ainda.

A fofoca das duas começou a se perder após algumas frases daquela conversa. Distraídas, as duas mulheres não perceberam que os meninos planejavam coisas perigosas, exatamente como elas temiam.

-Bem, o Joe meio que era um irmão mais velho pra gente. -Hector disse. Ele havia contado sobre Joe e sobre como eram todos unidos no passado. -Mas nesse dia, uma mulher chamada Olívia sedou a gente. Ela explicou. Aí ela usou umas invocações malucas pra carregar a gente até um shopping e outra pra evacuar tudo.

-Caraca, mas ela contou pra vocês tudinho assim? -Nathan perguntou.

-Sim. -Zack explicou. -Ela e o Niccolo acharam que o Joe era um assassino que tava perseguindo eles. E como a gente tava investigando eles, acharam que a gente tava sendo enganado pelo Joe. E a gente só se entendeu tarde demais.

-Nossa. -Nathan baixou o olhar. -E vocês sabem muito. Mas como foi que vocês chegaram nesses caras?

-Isso eu não te contei, porquê pra saber, você precisa dar seu voto de confiança, e vai ser parte do grupo até o fim. -Hector estendeu a mão fechada. -Se fizer agora, não tem mais volta.

Nathan fechou o punho e bateu com a mão na de Hector.

-Negócio fechado.

A marca dos Mirai surgiu na mão de Nathan, com a ampulheta laranja de Hector no canto.

-Agora, você é um Mirai.

-Mirai?

-Mais tarde a gente te explica tudo. -Scott interrompeu.

-Então, a gente sabe desses caras porquê a gente achou o Aureus no dia que ele ressurgiu. Eles têm algo a ver com o sumiço dele.

-O quê!? -Nathan tentou não gritar. -Mas isso é demais! Caras, isso é muito louco!

-Sim. Bom, agora você sabe. Mas tem muita coisa ainda pra gente discutir. Primeiro, você pode ir pra nossa missão com o Tristan! Que tal?

-Você tá contando muita coisa. -Max disse. -Devia falar uma coisa de cada vez...

-Beleza! -Nathan disse. -Mas esperem. Antes de contar sobre o Tristan, deixa eu mostrar meu voto de confiança. -Ele olhou para a cozinha para ver se as mulheres estavam escutando. -Então, conhecem o Nightwatch?

-Nightwatch? -Hector perguntou.

-Nightwatch, você diz, o Herói Nightwatch? -David indagou.

-Esse mesmo. -Nathan olhou em volta outra vez. -Ele é meu irmão mais velho!

-O QUÊ!? -David gritou. -CARALHO!

-SHHH! -Hector disse. -Desculpa o palavrão, mãe!

-Bom mesmo! -Ela respondeu da cozinha.

-Agora, vamos ao que importa. -Hector começou -Tristan é um menino da nossa turma que você ainda não conhece. Meio que ele teve uns problemas uns dias atrás.

-Uns problemas bem feios. -David interrompeu.

-Feio é pouco. -Max falou.

-Na verdade, acho que você deve ter escutado sobre os desaparecimentos estranhos que aconteceram nos últimos meses em Gardeville. -Scott completou. -O cara que a gente acha que fez isso tentou matar o Tristan. Ele é... Digamos, diferente.

-Um vampiro. -Nathan disse.

-Você sabe? -Scott arregalou os olhos.

-Sim. Meio que nós viemos morar pra cá porquê os preços das casas baixaram, pessoas estavam com medo de vir.

-Para de falar feito um adulto. -Zack disse.

-Bem, meu irmão disse que quer pegar esse vampiro. Estão dizendo por aí que esse vampiro é o tal do Vrazael. Ele é famosinho nos jornais mais antigos. As pessoas só não acreditam que ele é um vampiro.

-Cara, a gente devia ter te contado quando você chegou no colégio. -Hector riu. -Mas é isso. Vampiro, a gente precisa proteger o Tristan. Nós vamos passar o fim de semana que vem na casa dele.

-Me fala onde é, e eu encontro vocês lá no dia.

-Eu preciso ver onde é. Vai contar para o seu irmão?

-Sim. Ele vai saber o quê fazer. Mas só vou dizer no dia, aí não vai dar tempo de ele contar pra mamãe.

-Inteligente. -Zack disse.

-Valeu. Mas meu irmão é um gênio. Ele é muito inteligente.

-Vai ser bom, ele vai saber o quê fazer com o Vampiro. -Scott concluiu.

-Mas o quê exatamente aconteceu com o Tristan? E o quê a gente vai fazer pra precisar proteger ele?

-Então, -Hector olhou para ver se as mães ouviam-no falar. -a gente tem um plano. Come o bolo enquanto eu te explico tudo.