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Chapter 35 - Transportando

Sábado, 12:00.

Todos estavam em ordem, prontos para sair dali. Depois de 3 horas em meio àquela confusão, era um alívio para Tristan.

-Vamos, venham. -Mil guiou todos até a entrada do hospital. -Eles olharam para os guardas.

Zack tentava contar o número de guardas que viu no caminho.

-Tem muitos, não vai dar pra contar todos!

-Não importa, andem. -Mil disse.

Eles saíram pela entrada da frente. O pátio externo se estendia até um muro distante.

-E aí, vamos fazer o quê? -Clementina perguntou.

-Temos um plano. -Vanda disse. -Vem comigo e com o Mil.

Eles se dividiram nos três grupos.

-Mãe! -Tristan gritou. -Eu vou te esperar em casa. Te amo.

Vanda voltou e abraçou ele.

-Ele vai para casa com eles? E a gente? -Clementina questionou novamente.

-A gente vai também, mas por outro caminho. A coisa já deve estar perseguindo a gente. Crianças! Fiquem dentro de casa até eu chegar! Erine! Se alguma coisa acontecer comigo...

-Não! -Erine gritou. -Vai dar tudo certo. Eu vou mandar as crianças e nós vamos matar aquele monstro. Quando a gente se ver de novo, vai estar tudo bem!

Erine e seu grupo acompanharam as crianças até um portão que estava bem mais longe do principal. Eles passaram por algumas salas e então saíram para a rua.

-Aqui fora... Faz tanto tempo... -Tristan balbuciou.

-Sim. -Hector disse. -É estranho ver uma rua depois de uma semana inteira tomando porrada do Jeff.

-Falando no Jeff, o quê será que ele foi fazer? -Zack questionou.

-Alguma pesquisa maluca que ele fica fazendo com o velhote. -Scott disse.

-Respeito! Ele é nosso mestre! -Zack gritou.

-Desculpa. Ele tá na missão com o vovô. -Scott riu.

-Olha seu... Ah, que se foda. -Zack desistiu.

-Gente. -Erine deu um abraço em cada um dos seis. -Olha, eu não sei o quê vai acontecer hoje. Eu nem dormi direito de ansiedade. Mas...

-Mas a gente vai fazer tudo certo. -Martha disse. -Vamos ter certeza de dar um jeito nele antes que ele sequer toque em alguma outra pessoa.

-Galera. -Paul chamou. -Olha, eu não posso garantir que vamos sair bem dessa. -Ele apertou a mão dos seis. -Se alguma coisa acontecer comigo, preciso que vocês me façam dois favores. Primeiro, peguem cada membro daquela organização e deem um cacete neles. O segundo, se vocês um dia descobrirem quem é o pai do Joe, deem uma surra nele. Uma surra das boas mesmo, quero ter certeza que ele nunca vai esquecer que ele é um bosta. Beleza?

-Paul... -Hector suspirou. -Pode deixar, parceiro.

-Gostei de você. -Scott disse. -Se você morrer, eu vou te dar uma surra.

Paul riu.

-Por favor, gente, fiquem bem. -David disse.

-Vocês são nossos amigos também. -Zack disse.

-Eu ainda quero zoar com vocês, voltem pra gente. -Max completou.

-Meninos... -Anne disse. -Quero vocês todos em segurança.

-Quero muito continuar com vocês, garotos. -Martha disse.

Karen chorou, e então abraçou cada um deles.

Matt grunhiu, triste, e então abraçou os meninos também.

Erine então segurou as mãos de Hector.

-Ah meus meninos... -Ela lacrimejava. -A gente vai brincar muito ainda. Eu sei. Vocês todos... São iguaizinhos ao Joe, eu tenho certeza que nenhum de vocês vai dar o braço a torcer. Eu quero ver vocês crescendo, quero ver vocês de novo. Se o pior acontecer, não se abalem. Se o monstro achar vocês, então acabem com ele. Não tenham dó.

-Isso parece muito uma despedida. -Paul riu. -Vamos lá, vamos ficar bem. -Ele ainda lacrimejava. -Se eu sair dessa inteiro, vou contar pra Denise o quê eu sinto por ela.

-PELA DENISE!? -Karen gritou. -SÉRIO?

Ela ria

-O quê? Ela é inteligente e tudo o mais.

-Eu não esperava isso. -Erine riu também.

Alguns guardas passaram correndo por ali. Um paciente alegre corria deles.

-Liberdade! Liberdade! -Gritava o homem.

-Ei! Fica parado aí!

-Espero que meu tio tenha contado os guardas. -Hector comentou.

-Clementina. -Tristan disse. -Será que ela era mesmo o monstro?

-Você acha? -Erine o encarou. -É bem estranho ela aparecer tão rápido assim. A única pessoa que viu o incidente, ela nem questionou sobre o vampiro. Não tem outra possibilidade.

-Por favor, tenham certeza que é ele se forem atacar ela. -Tristan disse.

-Prometemos. -Erine disse.

Dois furgões brancos viraram a rua à distância.

-Nossa carona. -Hector disse.

-Tô meio ansioso agora. -Paul comentou. -Bem, gente, o lugar da emboscada é meio longe. A gente vai demorar um pouco. Vamos avisar vocês pelo celular.

Os furgões pararam.

Os motoristas eram dois homens trajados em ternos. Eles possuíam pequenos comunicadores.

-Eles não estão usando óculos. -David comentou.

-É. -Hector concordou.

Os dois grupos subiram cada um em um furgão.

-Crianças, coloquem o cinto. Eu vou levar vocês para casa. -O motorista disse.

Logo, todos partiram.

No caminho, os motoristas receberam algumas transmissões. Eles explicaram para os passageiros a estratégia: todos seriam deixados em um local próximo, pois caso o Furgão tivesse sido avistado, o mesmo seria perseguido para um lugar diferente do destino dos passageiros.

Erine e Paul debatiam sobre o plano. Até que Anne interferiu.

-Gente, vocês acham que existe uma chance da Clementina ser mesmo a Clementina?

-Pequena. -Paul disse. -Só o nome me parece mais falso que todo aquele drama dela lá dentro.

-Mas se ela não for, então significa que o Vrazael tá no hospital. -Erine disse. -Agora deixa eu dar uma olhada nas coisas aqui. Acho que eu devia ter dado um saco de lixo para as crianças...

-Você acha que ele pode ir atrás delas? -Martha perguntou.

-Ele pode. A chance de ir até os meninos é minúscula, mas...

-Como assim!? -O motorista gritou. -Quê guarda!? Não tinha guarda nenhum!

Eles se viraram para o homem.

-O quê... -Erine começou.

-Algum guarda escoltou vocês até a saída? -Ele perguntou.

-Sim. Se não me engano foram quatro.

O motorista passou a informação.

-Merda... -Ele olhou pelo retrovisor. -Fiquem de olho na rua. O merdinha provavelmente era um deles.

-O QUÊ!? -Karen gritou.

-Você tem certeza?

-Parece que faltou um guarda quando eles voltaram para o William. Todos aqueles lá deviam ter ficado com vocês até nós chegarmos.

-Será que eles perceberam? -Paul perguntou.

-Acho que sim.

Enquanto isso, William e os guardas vasculhavam tudo freneticamente. Ele estava em parceria com 01. Os dois contataram todos os guardas, ordenaram a contagem completa. No final, 54.

-E agora, Senhor? -Ele olhou para a rua. -O 51 sumiu completamente.

-Agora vamos tentar achar ele. Vou ligar para o Maximillion.

Assim que Mil atendeu, William perguntou sobre seus guardas.

-William, eu esqueci de avisar. O 51 veio com a gente. Ele vai ajudar aqui. Eu tô dirigindo e ele cuidando da gente. A Clementina e a Vanda estão se sentindo mais seguras com ele aqui.

-Entendido. Pode passar para ele?

51 pegou o telefone e atendeu.

-Senhor, peço desculpas. Um dos pacientes arrancou meu comunicador enquanto eu carregava ele de volta para o hospital. O Maximillion pediu que eu acompanhasse ele.

-Ah, cacete, que susto. Porquê você não pegou o comunicador de volta?

-Porquê aquela mulher surtou completamente. Ela me batia igual um animal. Gritava e pedia socorro. Achei que vocês iam me matar achando que eu era um impostor. Desculpa, senhor.

-Tudo bem. Vamos avisar as crianças já.

-Certo. Vou passar para o Max de novo.

-Avisou as crianças sobre o guarda. Muito bom. Desculpa por ter dado esse susto. Eu vou demorar para chegar no lugar, então espera eu te ligar. Se a gente pegar o safado, vamos ligar pra você ir ver ele. Consegue?

-Óbvio que sim.

William ligou para os outros motoristas e explicou a situação.

Quando repassaram, Erine entendeu a mensagem.

-O guarda provavelmente está entre ele e a Clementina. Até o Mil deve achar isso.

-Ele disse que achava isso enquanto a gente tava meio longe dela. -Paul contou. -O guarda deve estar ali pra evitar que ele ataque a Vanda.

-E se ele for o vampiro? -Karen perguntou.

-Então, a gente vai dar um fim nele e não diz nada para a Clementina.

-Faz sentido.

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Sábado, 13:00.

Tristan e os amigos chegaram em casa, e ele entrou primeiro. Ele se assustou ao encontrar Trixie e Heather com Claire. Mas ele ficou parado, embasbacado quando viu Nathan.

-Oi... -Ele acenou. -Você é enorme... Você é o Nathan?

-Sim, sou. Como vai?

-Bem...

-Qual é? -Hector disse para Claire. -Era só a gente! As duas podem ficar em perigo!

-Com a Heather aqui, é mais fácil o vampiro estar em perigo. -Claire respondeu.

-Vampiro... -Heather murmurou.

-Só companhia boa pra gente passar a tarde toda, hein. -Scott disse, em tom de sarcasmo.

-Cala a boca, Scott. -Heather disse.

-Ei! -David disse. -Vamos fazer o quê o dia todo?

-Vamos achar alguma coisa. -Tristan disse.

Por uma hora inteira, eles apenas conversaram e assistiram.

E então o telefone tocou.

Quando Tristan atendeu, ele ficou parado, em choque.

Ele balbuciou algo, e então foi até a sala.

Scott, Hector e Max estavam sentados conversando.

-Gente... Minha mãe ligou.

-E aí? -Hector ergueu uma sobrancelha.

-O plano deu errado. Ele escapou.