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Chapter 30 - Preparação

O plano estava formado, todos estavam prontos, e agora, restava preparar o terreno para colocá-lo em prática. Os meninos se encontraram com Erine e seu grupo durante o intervalo para preparar as coisas.

-Muito bem, criançada. -Paul começou a explicar o plano para os garotos.

Os cinco concordaram com ele. Erine e Martha ajudaram Paul a explicar alguns detalhes sobre as coisas para eles.

-Mas escutem, -Erine olhou para os cinco e apontou para todos. -Soda cáustica é uma coisa perigosa para todo mundo! Não quero vocês brincando com isso!

-Obrigado por avisar que coisas perigosas são perigosas. -Scott disse.

-Scott! -Erine gritou.

Paul e Anne riram.

-Gostei dele. -Anne disse.

-Sarcástico igual a Anne... -Karen murmurou.

Matt fez alguns sinais.

-O quê isso significa? -Hector perguntou.

-Ele quer porquê quer matar o vampiro. -Disse Paul. -Ele acha que é direito dele, já que ele sempre avisou a gente sobre vampiros...

Matt fez que sim, com o rosto franzido.

Ele era magro e seu cabelo era bagunçado, o fazendo parecer um louco. O fato de ser pálido e os olhos castanhos cobertos com olheiras apenas reforçavam o fato.

Paul era maior que todos ali, grande, parrudo, seu cabelo enrolado era enorme, e seus óculos quadrados refletiam na luz do sol da tarde.

Anne tinha um cabelo razoavelmente curto, ele passava do queixo, lançando sombras sobre seu rosto. Seu estilo gótico a faziam parecer assustadora, e seus olhos verdes apenas acentuavam esses traços.

Karen era o oposto, a garota era loira e alegre, seu rosto fino e delicado emanava alegria, mas seus olhos eram verdes como os de Anne e os de Erine. Aquela rara combinação das três as fazia chamar a atenção em todo lugar.

Martha tinha um cabelo escuro, combinando com os olhos e a cor da pele, seu olhar era sempre pesado e sua expressão sempre estava fechada, o quê fazia ela parecer ser brava e irritável. Apesar de não ser, ela gostava da fama que lhe atribuíam.

-Certo, então a gente só precisa achar algum jeito de trazer o vampiro até nós. -Martha disse. -Essa vai ser a parte difícil. Será que o Mil vai ter alguma ideia boa?

-Pode ser que tenha. -Paul disse. -Mas não quero depender dele.

-Ei! Ele tá com a gente nessa! -Karen disse. -Não tem como simplesmente deixar ele de lado!

-Eu sei, mas é que não sei como encaixar ele nesse plano a não ser fazendo ele de isca! -Paul disse.

-Não podemos! Ele pode se machucar!

-Eu sei! Mas não tem o quê fazer!

-Calem a boca, idiotas! -Anne gritou. -Vão escutar vocês falando bosta!

-Ei... -Zack chamou. -Eu tenho uma ideia.

Todos o olharam.

-Se não colocar ninguém em perigo, tudo bem por mim. -Erine disse.

-Então... -Zack disse e coçou a cabeça.

-Acho que a gente vai morrer. -Hector disse.

-Se pode matar algum de nós, então é divertido! -Scott disse.

-Esse é o espírito! -David disse.

-Se acalmem! -Karen disse.

-Não gosto de colocar vocês em perigo.

-Acho que a coisa mais perigosa aqui é a ideia do Zack... -Max disse.

-Bom. -Zack respirou fundo e começou a falar. -Todo mundo diz que não tem garantia de que o vampiro vai voltar. Mas, a gente pode chamar ele.

-Não vamos para a morte. -David comentou. -Ela vai vir pra gente.

-Sugiro que a gente espalhe sobre o Tristan em algum lugar grande, dizendo que ele tem um poder incrível e importante, aí o vampiro vai ver e vai saber que é uma armadilha. Ele vai bancar o Durão, e vai vir provar que não tem medo!

-Eu esperava algo menos burro. -Scott disse. -Adorei a ideia.

-Vamos lá! -Hector gritou.

-Cara... -Paul olhou para todos. -Vocês são os nerds mais malucos que eu já vi. Agora sei porquê o Joe pediu pra gente cuidar de vocês.

Os meninos riram.

-Sim! -Hector disse. -Vamos com tudo nesse plano!?

-Não. -Martha disse. -Essa ideia é idiota e suicida.

-Merda. -Scott disse.

-O quê? Vocês queriam mesmo? Achei que estavam zoando! -Erine falou.

-Lembram que o Tristan foi a vítima? -Karen disse. -Usar ele de isca é uma crueldade. Não vamos fazer isso. Hoje de tarde nós vamos com vocês de novo lá. E lá a gente vai dar um jeito com o Mil. Enquanto isso, fiquem de olho no Tristan.

-Desculpa, Martha. -Scott disse. -A gente vai ficar com o Tristan.

-Ótimo.

-Eu acho que esse moleque tá só concordando com você pra você calar a boca... -Anne resmungou.

-Hein?

Scott apenas virou o olhar.

-Gente. -Hector disse. -Nós vamos voltar para a sala. Vamos tentar recrutar alguns amigos pra ajudar...

-Sem mais crianças nisso! -Erine gritou.

-Tá bom.

Erine o olhou, e então se voltou para os amigos.

-Ele tá fazendo também... -Anne denunciou.

Matt fez um sinal de positivo para os meninos e lhes lançou um sorriso.

-Entendido! -Hector falou.

Matt bateu continência para ele.

Logo, os grupos se separaram para voltar à aula.

Nathan estava sentado sozinho na sala quando os garotos chegaram.

-Vocês estavam onde? -Ele perguntou. -Não quero comer sozinho no recreio.

-Intervalo. -Zack o corrigiu.

-Ai, que crescido, Zack. -David caçoou.

-Isso.

-A gente tava planejando umas coisas. -Hector disse.

-Tipo o quê?

Hector parou e olhou em volta.

-Se souber, vai ter que dar toda a sua confiança pelo grupo!

-Cara, não sei se perceberam, mas vocês são meus únicos amigos.

-Hoje é o seu quinto dia aqui. -Zack disse. -Ainda dá tempo de arrumar amigos que não arrumem problemas.

-E qual a graça que eles têm?

Hector olhou de novo em volta. Ninguém havia chego ainda.

-Eu vou te passar o endereço da minha casa. Amanhã a gente vai se reunir lá pra discutir umas coisas. Mas saiba que não vai mais ter volta se for com a gente.

-Amanhã a gente têm treino! -Zack disse.

-Ué, um fim de semana em casa e outro no treino!

-Mas qual fim de semana é esse? O quê a gente treina ou...

-Zack, cala a boca. -Scott o interrompeu.

-Beleza. -Nathan falou. -Se eu preciso sair com vocês para poder saber o quê é que é tão secreto assim, amanhã eu vou lá.

-Gente... -David parecia confuso. -Amanhã é sábado?

-Idiotas. -Uma voz murmurou.

Era Alex, uma das garotas esnobes da turma. Alex tinha cabelo preto e longo, ela baixa e sempre andava com o nariz empinado perto dos nerds. Seus olhos eram escuros, mas sua pele era clara como a lua.

-Ah nós somos... -David disse.

-Pateta. -Scott falou.

-David? -Nathan falou. -Você não gosta 'dela', não é?

Ele disse o 'dela' com um desgosto visível.

-David tem um fraco por mulheres. -Scott contou. -Qualquer uma que dá atenção faz ele cair igual um idiota.

-Nathan, você devia fazer amigos normais, sabia? -Alex gritou do outro lado da sala.

-E você devia fazer amigos, porquê pelo jeito que você fala, não deve ter nenhum. -Nathan a respondeu.

-A Heather é minha amiga! Você é um escroto!

-Eu!?

-Nathan. -Max colocou a mão no ombro dele. -Não perde seu tempo.

Hector riu.

-Você nem sabe o quê é um escroto!

Heather entrou na sala e olhou feio para todos.

-O quê tá acontecendo aqui?

-Alex tá aprendendo a falar com garotos. -Scott disse.

Heather riu.

-O quê? É sério?

-NÃO! -Alex gritou. -Eles são uns babacas!

-E ela gosta do David... -Scott murmurou.

Heather começou a rir.

-Tá podendo hein, baixinho.

David riu.

-É...

Nathan riu também. Naquele momento, ele percebeu o quanto os cinco eram capazes de levar as coisas na esportiva de vez em quando. Talvez, fosse bom dar confiança para eles.

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-LÓTUS! -Crash gritou enquanto a mulher passava pela porta que dava para o terraço do prédio. -Cadê esses idiotas!?

A mulher baixa se aproximou dele.

-Todos vindo. Acho que você ficou nervoso demais, bobão. -Ela deu um soco fraco no ombro dele.

-A reunião já vai começar...

-Ei, ei... devagar...

Ela fez sinais e tocou no ombro dele enquanto tentava acalmar o homem.

-Oblivion vai adorar ver o quão merda essa equipe ficou.

-Ei! -Zap disse enquanto entrava. -Qual foi? Você sempre inventa de fazer tudo sozinho! Se a gente não faz nada, a culpa é sua por se meter em tudo!

Outros membros foram entrando, e logo a equipe estava completa.

O pequeno drone que Lótus havia recebido de manhã cedo estava com um horário escrito nele: 16:50.

Eram 17:40.

Quando Lótus apertou o botão para ligar o drone, o objeto flutuou e soltou um holograma vazio.

Alguns minutos se passaram.

Oblivion apareceu na imagem.

-Pontualidade lamentável. -Ele disse. -Vamos lá, eu andei verificando o desempenho de vocês, e simplesmente não estão dando retorno para nós. Eu vou desmanchar essa equipe se as próximas missões não forem um sucesso. O quê vocês... O quê você tá fazendo aí!?

Oblivion perdeu a postura séria.

-AH Oi, amigão! -A voz do homem veio de trás deles. -Eu fui comprar um salgado e vi o Duque aqui. Então segui ele.

Crash olhou para trás e ergueu uma sobrancelha.

-O quê? Ninguém?

-E aí, galera, todo mundo bem?

-Sinceramente... -Oblivion coçou a testa. -Cara, eu tava dando uma bronca neles!

-Ah, deixa disso. -Ninguém disse e deu um tapa no ombro de Crash. -Qual as novidades do dia?

-Nenhuma. -Oblivion disse.

-Acordou com o pé esquerdo hoje, então. Faz um cafezinho aí, Oblivion. O Doutor me ligou mais cedo.

-O doutor?

-Quê doutor? -Lótus perguntou.

-É, o Doutor. Ele queria uns trambolhos eletrônicos pra fazer alguma geringonça. Eu mandei entregar no laboratório aí. Daqui a pouco vocês recebem.

-Calma, e o quê isso tem a ver com a reunião? -Oblivion ergueu uma sobrancelha.

-Nada. Eu só quis contar.

-Ah...

-Mas ei, Crash! Eu tenho uma ideia!

-Eu sou a líder aqui. -Lótus anunciou.

-Já falaram para vocês sobre os Mirai?

-Ninguém! -Oblivion gritou.

-Calma, cara. Vai ficar calvo cedo se ficar estressado desse jeito.

-Ah, e qual a sua ideia? -Oblivion disse. -Mandar esse grupo para pegar os Mirai?

-Sim. -Ninguém respondeu. -Temos um plano. Consegui umas informações, e parece que o colégio deles vai levar a turma para um acampamento de fim de ano. E você, Lótus, vai capturar eles e levar para o Oblivion. Aí sim, vai provar que são uma equipe boa.

-Não acho que seja uma boa ideia. -Lótus disse. -Crash não é muito gentil com os inimigos.

-Crash é um amigão meu! -Ninguém passou o braço pelo ombro de Crash. -Podem confiar em mim!

-Mas quem é você? -Zap indagou. -Por que você pode falar assim com o Oblivion?

-Sou amigo dele, ué. Sou um recrutador da Gyazom. Meu nome é Ninguém.

-CERTO! -Oblivion disse. -Bem, deixem eu dar o feedback da equipe, depois eu passo algumas missões e vocês se preparam para prender os Mirai no fim do ano.

-Quem são os Mirai? -Crash perguntou.

-Nossos inimigos mais perigosos. -Ninguém contou. -Crianças que descobriram sobre nós. O Cataclismo está observando eles.

-O Cataclismo!? -Crash exclamou. -Mas o quê essas crianças são!?

-Não sabemos. -Oblivion respondeu. -Por isso que nós precisamos capturar elas. Vivas e sem machucados.

-Entendido. –Crash disse. -Vivas e sem machucados. Até o fim do ano, eu vou te entregar essas crianças.

-Será que vai? -Zap provocou.

-Ele vai. -Ninguém falou. -Pode confiar nesse grupo, Oblivion.

-Certo. -Oblivion disse. -Mas só vou confiar porquê você quem encontra as melhores pessoas dessa organização, Ninguém.

Ninguém sorriu.

-Obrigado. Querem café?

-FOCO! -Oblivion gritou.

Todos se voltaram para a reunião.

Crash, no entanto, pensava sobre esse fim de ano. Crianças? Cataclismo? Como Ninguém sabia dessas coisas todas? E mais, quem contou para ele sobre aquela viagem de fim de ano?