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Chapter 20 - O Mundo de Scott parte 2: Manipulação

Scott estava parado, olhando para o horizonte. Ele via o sol, enorme, se pondo. Ele comia pães de queijo com Joe e os garotos. Ninguém via, mas um homem estava ali, parado, olhando-o.

E então, não estava mais.

Ele se esqueceu do homem. Ou deveria ter esquecido.

Não houve muito tempo para raciocinar, Scott acordou em um frenesi, gritos e uma música alta tocavam.

Ele se levantou. Estava em uma cama branca, em um quarto de madeira.

Jeff estava ali, rindo e chamando o garoto. Scott viu os outros ali também, que pareciam estar perdidos como ele.

-Vamo lá, Rapaziada! -Jeff berrava. -Hoje é dia de treino!

Todos, em pânico levantaram e desesperadamente correram pelo quarto em uma confusão.

-PAROU TUDO! -Hector berrou.

Todos pararam, inclusive Jeff.

-Eita! -David exclamou.

-Bom dia! -Zack disse.

Max calmamente parou e recuperou o fôlego.

-Oi, Jeff... -Max falou.

Scott não disse nada.

-Muito bem, são 6 da manhã! -Jeff disse quando viu que todos estavam quietos. -Vão por aqui para o refeitório.

Ninguém disse nada. Caminharam até o refeitório, que era uma pequena sala com duas mesas e dois bancos em cada uma.

Es se sentaram em uma das mesas, Scott e David em um lado, outros três do outro.

Jeff chegou até eles.

-Gente, a comida não vai vir voando não. Vão escolher lá.

Ele apontou para uma passagem, que dava em uma cozinha. Lá dentro, um enorme homem estava fazendo algo.

Os cinco se aproximaram.

-Oi, Chef, o quê tem pra hoje? -Hector perguntou.

-Comida! -O brutamontes gritou. -Legumes, verduras, frutas, suco e água. Vocês vão seguir uma dieta avançada aqui.

-Ah, sério? -David perguntou.

O brutamontes veio na direção deles.

-Sim.

Ele então voltou para as panelas.

-Com licença! -Max chamou. -Tem suco de maracujá?

-Mas é claro! -O Chef disse. -Temos sucos de todas as frutas que quiserem! Contanto que não seja nada industrializado e nenhuma porcaria de mundo moderno, eu poderei oferecer a vocês!

-Obrigado! -Max disse sorrindo.

-Venham pegar a comida! Ela está pronta!

-Mas você tá cozinhando... -Scott começou.

-Sempre estou! -O Chef disse.

Os cinco começaram a pegar os pratos. Comida selvagem, pelo visto. Brócolis, alfaces, espinafre, ovos, frutas picadas e alguns molhos.

-Isso não me parece um café da manhã... -Disse Hector.

-Sabem que seu treinamento começa às 7!? -O Chef gritou. -Até o horário do almoço vocês precisam estar bem alimentados.

Os cinco então começaram a comer. Sono começava a surgir nos cinco. Max bebeu dois copos de suco de maracujá. Zack devorava brócolis como se fosse um monstro dos legumes.

Quando terminaram, respiraram e se acalmaram, mas não conversaram muito. O Mestre logo chegou.

-E então, os Mirai estão começando seu treino aqui, agora... -Ele respirou fundo, e soltou uma risada. -Muito bem, muito bem...

-Olá, galerinha! -Jeff disse.

-Olá! -Hector acenou.

-E aí... -Disse Zack.

Os outros apenas acenaram.

-Enfim, o primeiro exercício de vocês. -Giorgio disse. -Venham comigo.

Ele apenas se virou e saiu andando da construção.

-Ei, espera! -Hector chamava, inutilmente.

Ele saiu andando. Os cinco correram atrás dele.

Giorgio parou apenas no lado de fora, olhando para a belíssima paisagem da ilha.

-Aproveitem, pois o sol está baixo. O exercício é simples: corram até a praia e voltem. Tragam a bandeira que está plantada lá embaixo.

-Apenas isso? -Disse Max. -Tipo, isso parece só um aquecimento.

-É só isso. -Disse Giorgio. -Vocês tem até o meio dia. Comecem.

Scott olhou para a distância. Foi somente naquela hora que ele percebeu o quão alto ainda estavam. Longe dali, a ilha descia até chegar em uma praia, onde as ondas quebravam

Hector olhou para a floresta, que descia pelas colinas da ilha.

-Vamos. -Ele disse.

-Mas como? -Zack perguntou. -Não sabemos onde tem animais, barrancos, armadilhas, trilhas, podemos nos perder e....

-Andando. -Disse Scott. -Se a gente não sabe, descobre no caminho.

Hector saiu andando e entrou na mata. Os outros os seguiram. Zack foi por último, protestando.

David e Max foram ao lado de Hector.

-Mas esperem, se ir assim, a gente pode dar de cara com problema! -Zack continuou.

-Chega, Zack. -Scott disse. -Ficar esperando pra descobrir também não vai dar em nada.

-Nossa... -Zack reclamou.

Os cinco continuaram andando pelo mato enquanto o sol subia. Apesar de ainda ser de manhã cedo, estava calor. Muito calor.

Scott pensava enquanto andava. Desta vez, Myrella estava longe de sua imaginação.

-Zack... -Ele começou. -Você parou pra pensar que provavelmente a gente tá só fazendo o quê os outros querem?

Zack ficou mais sério.

-Não sei. Mas acho que o pessoal tá agindo estranho. Deixa eu ver...

Scott olhou em volta.

-Talvez, só talvez, a gente esteja sendo usado.

Todos pararam.

-O quê? -Hector perguntou.

-Pensa só, -Scott começou. -desde o início, todos estão dizendo onde e o quê a gente precisa fazer. Ninguém perguntou o quê a gente quer ou pensa. Disseram o quê é errado, e disseram pra gente fazer a coisa certa.

Zack continuou.

-Sei, todos escondem as coisas de nós, mas a gente é só um monte de criança... -Ele suspirou. -E se for isso? Talvez, seja mais fácil mandar uma criança fazer o trabalho de ir até o inimigo, e só ver o que dá.

-E então, -Scott terminou. -as crianças seriam perfeitas para atrair o inimigo para uma armadilha para pensar que somos só uns ingênuos...

-Quer dizer, -David disse. -Que somos só uma isca?

-Sim. -Disse Scott. -Só isso.

-Droga... -Max grunhiu. -A gente não pode só ficar quieto!

Ele suspirou.

-E então, o quê a gente vai fazer? -David perguntou.

Ninguém disse nada.

-Vamos fazer tudo o quê podemos! -Hector gritou. -Nós vamos continuar em frente!

-Hector, não é certo isso! -Zack gritou. -A gente tem o direito de escolher!

Lágrimas surgiram na expressão de raiva de Zack.

-Claro que não! Mas eu estou aqui! Eu não vou deixar os Mirai virarem fantoches! Nós vamos ir em frente do jeito que estão fazendo, e quando todos menos esperarem, nós vamos tomar nossa própria decisão e ganhar essa guerra pelas sombras!

O discurso foi levemente inspirador.

-O quê? -Disse Scott. -E você acha que é só isso!?

-SIM! -Hector gritou. -Todos vão esperar a gente agir do jeito que querem, e é isso! E ninguém vai ver a gente se erguer!

Todos em silêncio.

-Sei. -Scott apenas disse isso.

-Vamos! -Hector se virou e foi em frente.

Todos começaram a seguir ele.

Scott, por um breve segundo, teve um pequeno lapso.

Ele se viu andando com duas pessoas por um matagal.

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William passou a noite contatando alguns conhecidos do governo para por seu plano em prática. Naquela manhã ele foi até a casa de Marshall.

Eles estavam juntos tomando café na sala de estar. A esposa de Marshall não estava em casa, foi com a filha para comprar alguns doces.

William agradeceu a ela quando ela saia para que pudessem ter sua conversa privada.

-Certo, irmão. -Ele suspirou. -Eu consegui mexer alguns pauzinhos para que o Hector consiga entrar em uma missão pra investigar o Vrazael.

-Boa, mano. -Marshall apertou sua mão. -Se puder, vamos por alguém pra assistir eles.

-Essa é a melhor parte. -William sorriu. -Já tem alguém. Tudo que falta é o Hector. Uns agentes vão contatar aqueles caras do treino dele pra liberar ele.

Eles riram.

-Esse é o meu irmão! -Disse Marshall. -Sempre dá um jeito!

-O que importa agora é só colocar o Hector na reta, e vai dar tudo certo.