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Chapter 26 - Ventania

Max estava em pé ao lado de sua carteira no colégio. Todos ao seu redor estavam com o rosto nebuloso. Mais um vislumbre vinha por aí.

A sala estava uma confusão, ele via crianças correndo em pânico, confusas. Vozes ecoavam, gritos distantes rasgavam suas orelhas. Algo ruim aconteceu.

Ele não conseguia fazer nada direito. Ele olhou em volta, e Zack estava ali, assustado, em pé.

-Zack... -Ele não conseguia formular uma frase. -O quê...?

-MERDA! -Zack gritou. -Você ainda avisou que a gente encontraria um traidor!

-Traidor...? -Ele compreendeu o quê estava acontecendo. -Quem!?

Max se assustou. Quem trairia eles? Ele estava avisando eles? Droga. Ele pensou em Nathan. Não. Nathan nem conhecia eles ainda. Não havia motivos. Mil? Droga!

-Pra onde o Scott e o Hector foram!? Porra! -Zack rodou, pôs as mãos na cabeça. -ALGUÉM ACHA O JULIAN! RÁPIDO!

Max tentou perguntar quem era o traidor novamente. Mas o sonho se esvaiu. Ele despertou em sua cama, em Arcadia.

Rapidamente tomaram café e partiram para o treinamento. Naquela manhã, Jeff os levou até o salão interno, o qual iriam treinar somente em dias chuvosos.

-Bem, eu espero que algum de vocês já tenham vencido uma briga na vida. -Jeff riu. -Porquê se não vão ter sérios problemas.

Hector riu.

-Ah, eu e o Max já entramos em algumas. Mas só nós dois.

Jeff olhou para os dois.

-Certo. Qual dos dois vai vir primeiro?

Hector olhou para Max e fez um sinal.

-Primeiro você.

-O quê? -Max olhou para eles. -Não! Porque eu?

-Você quem tinha recebido aquele convite pra academia de luta, não era? -Hector perguntou.

Max se lembrou do fatídico dia em que brigaram com James.

-Ah. Mas eu só fui uma semana. Era horrível e...

Jeff riu.

-Relaxa, Max. Aqui vai ser bem confortável!

-Droga...

Max deu uns passos a frente. Ficou parado, próximo de Jeff.

Ele plantou os pés com força no chão e ergueu os punhos.

-Olha, ele tem postura -Jeff disse em voz alta. -Certo, venha.

Max não hesitou. Ele instantaneamente atacou, alternando esquerda e direita com uma velocidade impressionante.

Jeff no entanto esquivava ainda mais rápido. Max acelerava, e Jeff acelerava mais ainda. Até um momento em que Max passou a mão esquerda pela guarda de Jeff, que pegou seu braço e o imobilizou com tanta rapidez que o menino nem pôde reagir.

-Mas quê...? -Hector disse, pasmo.

-Você é rápido. -Jeff falou, sorridente. -Muito rápido.

-Sai! -Max tentou se soltar.

Jeff o soltou.

-Muito bom. Muito bom mesmo. Vai ser mais fácil treinar Você do quê os outros. Por que você não ficou naquela academia de luta?

-Eu... Não gostei muito do lugar. Era nosso professor de educação física quem ia me dar aula. Mas ele era só um velho cachaceiro. Agora que a Grace tá dando aula pra gente eu até pensei em voltar...

-Entendo. -Jeff disse. -Pode ser que você precise aprender mais ou que precise de uma nova forma de treinar. Você consegue usar seu poder enquanto me ataca?

Max pensou um pouco.

-Acho que sim.

-Venha.

Max se preparou novamente. Ele atacou Jeff, que desviou.

Novamente.

Ele repetiu algumas vezes, até ser imobilizado novamente.

-Max, tente não se concentrar em fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Se fizer isso não vai conseguir.

Max tentou outra vez. Jeff o imobilizou de novo.

-Não consigo.

-Pense em algo, Max. Algo que te acalme. Lembre da sensação que sente quando isso acontece.

Max se lembrou de seu sonho.

-GENTE! É verdade, eu tive um sonho...

-Max. Foco. Uma coisa de cada vez. Primeiro se acalme. Depois, lute. Então use o seu poder. E por fim nos conte o sonho. Nós temos bastante tempo.

Max pensou um pouco. Ele tentou organizar seus pensamentos. Se lembrou do suco de maracujá que bebeu depois do sonho.

-Certo. Vou tentar.

Max pensou em suco de maracujá. Ele se acalmava quando bebia. Max se lembrou da sensação e tentou sentir a sensação outra vez. Calmamente, ele se virou para Jeff.

Ele ergueu a guarda. O vento balançou o cabelo de Jeff. Scott soltou um "Uou" quando Max foi para cima de Jeff.

-Isso é o Max!? -Zack gritou.

Max percebeu que estavam dentro de uma construção. Vento? Aquilo era... ele?

Um êxtase tomou conta de Max. Ele avançou. Rapidamente, Jeff desviou. Dessa vez, Max sentia Jeff se movendo. O vento o fazia se sentir livre. Ele quase acertou Jeff no rosto com o último golpe. Jeff caiu no chão desviando.

-CARALHO! -Hector gritou.

-Boa, Max! -Jeff exclamou. -Chega, calma. Deixa eu levantar.

A ventania diminuiu lentamente, até parar.

-Cara, o quê que foi isso? -David estava com os olhos arregalados.

-Mano, desde quando você consegue fazer isso!? -Scott perguntou.

-Gente... -Max ficou confuso. -Eu só usei o poder que vocês conhecem...

Ele olhou em volta.

O salão todo estava bagunçado, ferramentas, bonecos, poeira, até mesmo prateleiras com equipamentos estavam caídos no chão.

-Isso foi magnífico! -Jeff anunciou. -Quero ver esse empenho no treinamento.

-Agora eu posso falar sobre meu sonho? -Max aproveitou a deixa.

-Certo. -Jeff disse. -Já que você conseguiu de primeira, pode contar.

Max falou sobre o sonho que teve. Jeff ficou alarmado com o assunto.

-Se você viu isso, como um Vislumbre, então temos problemas. Escutem, vocês precisam considerar qualquer um como um potencial traidor a partir de agora. Se em algum lugar há um traidor, então temos problemas.

-Será que tem como a gente descobrir quem é? -David indagou.

-Tem. -Zack respondeu. -Mas a gente vai precisar de ajuda.

-Algum palpite? -Hector disse.

-Algum amigo do James. -Scott falou.

-James? -Jeff perguntou.

Os cinco contaram sobre James. Também sobre Nathan e alguns dos outros alunos.

-Sei. -Jeff falou. -Vamos lá. Amigos do James provavelmente não vão gostar de vocês. Considerem que esse Nathan é um possível perigo para vocês. Lembrem-se que para ser um traidor, uma pessoa precisa ser aliada.

Silêncio.

-Não tenho ideia, então. -Scott disse.

-Vamos devagar, galera. -Hector disse. -Sabem que não dá pra evitar as visões do Max. A gente pode procurar alguém tipo a Angeline pra ajudar.

-Angeline... -Jeff disse. -Quantas pessoas vocês estão escondendo de nós?

-Ah, é. Angeline é uma vidente que ajudou a gente. -Hector explicou.

-Espera... Eu conheço ela! -Jeff riu. -Uau hein, acho que a gente pode ir ver ela de vez em quando. Mas vamos ter que convencer o Gigi.

-Gigi. -David repetiu e riu.

Os meninos começaram a rir juntos e conversar sobre vários assuntos. Logo, o treinamento se seguiu, Max continuou tentando vencer Jeff. Eventualmente Scott entrou e tentou também, em vão, vencer Jeff.

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Erine e Matt estavam na porta da casa de Erika. Eles bateram na porta, e Gerard atendeu.

-Bom dia! -Erine disse.

-Ah, bom dia! -Gerard respondeu. -Que bom que vieram.

Eles entraram. Erine se incomodou com o cheiro de álcool. Algumas garrafas vazias estavam jogadas na mesa da cozinha. O fogão estava ligado, esquentando alguma coisa.

-Você está fazendo almoço? -Erine olhou para Gerard. -Ou...

-Eu. -Gerard olhou para o sofá. Erika estava lá, dormindo. -Ela não saiu dali desde ontem à noite. Eu vou tentar me mudar e morar aqui com ela para...

-Senhor, por favor... -Erine começou.

-Eu sei. -Ele a interrompeu. -Mas eu preciso cuidar dela. Erika precisa de mim mais do que nunca.

Erine sentiu um nó na garganta.

-Você tem razão. Tanta coisa aconteceu com ela...

-Infelizmente.

Matt de repente começou a gesticular freneticamente e fazer sons.

-O quê foi? -Erine perguntou.

Matt apontava para a televisão, onde o jornal mostrava um caso estranho.

O apresentador estava em frente a uma fábrica, e a porta da frente parecia ter sido arrombada.

"Ainda não temos informações concretas, mas hoje de manhã os funcionários chegaram e se depararam com a cena medonha de um assassinato. O guarda noturno foi encontrado completamente dilacerado. Não sabemos quem ou porquê fez isto. Não houve roubo em local nenhum, a polícia acredita na possibilidade de uma vingança. Este é o oitavo caso este mês de assassinato brutal. Recomendamos que os cidadãos evitem sair de casa durante a madrugada e mantenham suas casas trancadas."

Gerard olhava para a tevê e para Matt.

-Ele quer dizer algo. -Ele parecia incomodado. -Talvez seja bom a gente investigar isso.

-Matt. -Erine disse. -Nós sabemos que você se incomoda, mas nós já dissemos várias vezes que vampiros não existem...

-Erine. -Disse Gerard. -Ele está tentando dizer algo diferente. Eu não consigo entender pela aura, mas o Matt talvez... Eu acho que consigo dizer se ele está ou não mentindo!

Matt grunhiu.

-Calma. Matt, você acha que é um vampiro?

Vampiros eram lendas urbanas nas crenças de Erine. Ela não acreditava neles por isto. Apenas boatos que pessoas aleatórias espalhavam.

Matt fez que sim.

-Matt... -Gerard perguntou. -Você já viu algum vampiro?

Matt assentiu.

-Gerard...? -Erine estava ficando assustada.

-Ele está dizendo a verdade.