Chapter 8 - Kaylden veyl era o ladrão

O sol brilhava intensamente nos terrenos do castelo enquanto as preparações para a grande cerimônia de boas-vindas de Kalden Veyl estavam a todo vapor. Todo o reino estava vivo com antecipação, e a atmosfera era vibrante, repleta de excitação e energia. Trabalhadores apressavam-se para colocar guirlandas de flores douradas ao longo da grande escadaria, enquanto servos poliam os pisos de mármore no grande salão. Bandeiras em carmesim profundo e ouro adornavam as paredes, balançando levemente na brisa suave enquanto pendiam de cada coluna e arco. O ar estava rico com o aroma de flores frescas e madeira polida, o tipo de fragrância que falava de celebrações reais.

A família real, normalmente composta e regal, estava atipicamente ocupada. A presença da rainha era sentida em cada canto, enquanto ela supervisionava pessoalmente os arranjos, garantindo que cada detalhe estivesse perfeito para a chegada das duas figuras que haviam causado tanto alvoroço. O rei estava igualmente envolvido, falando com diplomatas, dando instruções e verificando os preparativos. Até seu comportamento usualmente calmo e composto havia mudado para um de urgência. Era claro que isso não era apenas outro evento — era algo muito maior.

As pessoas que se reuniram para decorar e preparar estavam cheias de alegria, seus rostos brilhando com excitação. Não era frequente que o reino recebesse um espetáculo tão grandioso, especialmente um envolvendo figuras tão importantes. As ruas estavam alinhadas com bandeiras e guirlandas, e por onde você olhasse, havia rostos alegres e atividade frenética. Risadas enchiam o ar, com servos conversando enquanto trabalhavam, e nobres trocando sussurros animados.

Aria, no entanto, mantinha-se à parte de tudo, seu rosto não traía nenhum sinal de excitação ou alegria. Ela observava com o coração pesado enquanto todos ao seu redor se apressavam para tornar tudo perfeito, mas não havia emoção em seu peito. A chegada iminente das duas figuras mais significativas em sua vida — seu irmão mais velho e o misterioso Kalden Veyl — não era algo que ela esperava com ansiedade.

Seu irmão. Só de pensar nisso já lhe revirava o estômago. Não era apenas porque ele era seu irmão; eram as memórias de seus encontros anteriores, o tormento constante e a dor emocional que ele lhe havia causado. Agora, com a chegada de Kalden Veyl, o poderoso e misterioso mestre, suas ansiedades dobraram. Ela nunca havia encontrado o homem, mas sua reputação por si só já havia incutido medo em seu coração. Para completar tudo isso, Aria ainda estava presa como uma criada, forçada a servir na festa enquanto os outros compareceriam como convidados. Ela não suportava a ideia de ser humilhada na frente de todos.

Trabalhar como criada durante um evento tão significativo parecia a desonra máxima. Não havia como ela poderia ser esperada para servir ao seu irmão, ao homem que a atormentava, e a um poderoso mestre sem sofrer ainda mais constrangimento. Mas, apesar de sua tormenta interior, ela sabia que não tinha escolha. Suas funções estavam atribuídas, e por mais que desejasse evitar isso, não havia escapatória. O fato de que ela tinha que suportar tal tormento para permanecer no castelo era uma realidade dura, uma que ela não podia mudar.

Com o coração pesado e a mente cheia de temor, Aria entregou-se às preparações, sabendo que era a única coisa que podia fazer. Não havia espaço para rebeldia ou recusa, não quando o rei e a rainha, seus pais, já haviam dado suas ordens. O melhor que ela podia fazer era terminar seus deveres rapidamente e tentar esconder seu desconforto. E, felizmente, ela conseguiu. Os criados foram rápidos, trabalhando diligentemente, e logo tudo estava pronto. O castelo estava reluzente, o grande salão digno de realeza.

À medida que os últimos momentos de preparação passavam, a tão esperada chegada de Kalden Veyl estava próxima. Primeiro, o filho do rei, o irmão mais velho de Aria, fez sua aparição. A multidão abriu espaço e os olhos de Aria se arregalaram enquanto seu irmão entrava no salão.

Seu nome era Edward, e era um homem alto, de ombros largos, com uma presença comandante. Ele vestia trajes reais, uma túnica fina de azul-marinho com bordados prateados que brilhavam enquanto ele se movia, um símbolo de seu sangue nobre. Ele caminhava com confiança, seus passos deliberados e medidos. A multidão aplaudiu, e muitos nobres avançaram para cumprimentá-lo, claramente respeitosos ao filho primogênito.

Aria se enrijeceu ao vê-lo, seu estômago se contorcendo ao pensar em ter que enfrentá-lo. Seus olhos frios varreram o cômodo, pousando brevemente sobre ela antes de seguir adiante. Mas Aria podia sentir seu olhar demorar-se por apenas um momento a mais. Seu irmão tinha um jeito de fazê-la se sentir pequena e insignificante, e ela odiava o modo como ele a olhava. O momento passou, e os aplausos continuaram.

Logo em seguida, o segundo convidado chegou.

O som de outra procissão preencheu o pátio, essa mais silenciosa, mas de algum modo mais ameaçadora. A atmosfera pareceu mudar enquanto um único cavaleiro aparecia nos portões.

Kalden Veyl.

Os murmúrios da multidão morreram instantaneamente. Ele era uma figura envolta em mistério, seu manto escuro esvoaçando ao vento. Seu rosto estava parcialmente oculto pelas sombras de seu capuz, mas mesmo sem vê-lo claramente, o peso puro de sua presença era inegável.

Havia uma energia palpável no ar enquanto todos na sala o encaravam em reverência. A aura poderosa que o cercava era inegável. Não era apenas sua aparência que comandava atenção, mas o próprio ar ao seu redor parecia dobrar-se à sua vontade. Os murmúrios que se espalhavam pela sala estavam cheios de medo e respeito.

Ele desmontou com um movimento suave e fluido, cada gesto irradiando um poder sem esforço. Sem esperar por uma introdução, ele caminhou em direção à família real.

"Mestre Veyl," o rei cumprimentou, seu tom formal, mas tingido de respeito. "É uma honra recebê-lo em nossa casa real."

Kalden inclinou levemente a cabeça, sua expressão inescrutável. Sua voz era fria e distante. "Vossa Majestade."

A rainha deu um passo à frente, seu sorriso caloroso apesar do frio em sua maneira de agir. "Sua reputação o precede, Mestre Veyl. Somos privilegiados por tê-lo aqui."

Os olhos carmesins de Kalden varreram os nobres reunidos, demorando-se apenas brevemente antes de voltar ao rei. "Confio que os arranjos para supervisionar os encantamentos mágicos são adequados?"

"Claro," garantiu o rei, embora parecesse ligeiramente perturbado pela direção de Kalden. "Tudo foi arranjado, podemos começar a supervisionar o processo amanhã após você ter descansado."

A troca continuou, mas Aria mal ouvia. Posicionada longe do centro das atenções, ela lutava para vislumbrar sequer o rosto de Kalden. Seu capuz, combinado com a distância, tornava isso quase impossível. Ela sentiu uma pontada de irritação — se todo o palácio havia entrado em frenesi por esse homem, ela pelo menos queria ver quem ele era e qual era todo o alvoroço.

Mas a oportunidade escapou enquanto Kalden desaparecia no grande salão com a família real e seu irmão.

A multidão começou a se dispersar, deixando Aria de pé na sombra do arco. Ela deixou escapar um suspiro baixo, a frustração borbulhando sob sua aparência estoica. Por todo o alvoroço, ela ainda não tinha visto esse chamado mestre poderoso claramente. Talvez fosse melhor assim. Quanto menos ela soubesse, menos ela se importava.

Justo quando ela se virava para sair, algo a compeliiu a olhar para trás. Seus olhos se voltaram para a entrada do salão, e foi então que aconteceu.

A figura na entrada se virou, como se sentindo seu olhar. Kalden Veyl. Seu capuz agora abaixado, revelando traços afiados e marcantes e aqueles penetrantes olhos carmesins.

O fôlego de Aria prendeu. Seu pulso acelerou enquanto seu olhar se fixava no dele. Sua expressão era calma, mas distante, um leve toque de curiosidade e um olhar zombeteiro brilhavam em seus olhos enquanto eles a penetravam.

Ela congelou, sua mente em frenesi. Havia algo assustadoramente familiar nele, algo que ela não conseguia identificar — até que tudo fez sentido.

Espere... O quê?!

Seu coração batia alto em seu peito enquanto a realização a atingia. Não era esse o ladrão? O suposto ladrão que eu encontrei no jardim ontem?

O choque percorreu-a enquanto as memórias de seu breve encontro voltavam. Espera, ela realmente havia chamado um mestre poderoso de ladrão e, além disso, não tinha sequer falado com ele com respeito, mas apenas com audácia, oh não!!

Ele... Ele era o mestre poderoso?