Chereads / Amaldiçoada a Desejar o Toque Lascivo dos Meus Irmãos Adotivos / Chapter 14 - Arrumando o Quarto do Seu Irmão

Chapter 14 - Arrumando o Quarto do Seu Irmão

Não, eu não permitirei que me enviem para lá. Eu não posso. Eu tenho que provar que sou mais do que eles pensam de mim.

Determinada, ela decidiu fazer a única coisa que lhe disseram que não podia: usar sua mágica. Era uma habilidade com a qual ela lutou a vida inteira, suas tentativas ou fracas ou desastrosamente descontroladas. Mas esta noite, falhar não era uma opção.

Ela se ajoelhou no chão, fechando os olhos e focando na energia que sabia estar enterrada bem no fundo dela. Ela podia senti-la, uma força pulsante e inquieta, como um animal selvagem enjaulado dentro do seu peito. "Desta vez, eu vou controlá-la", ela sussurrou para si mesma, sua voz trêmula, mas resoluta.

Lentamente, ela estendeu as mãos, seus dedos trêmulos enquanto tentava evocar a mágica. Um brilho fraco começou a se formar em suas palmas, cintilando como uma vela moribunda. Encorajada, ela forçou mais ainda, sua testa se contraindo em concentração. O brilho se intensificou, transformando-se em um turbilhão de luz.

Mas algo estava errado. A energia parecia muito quente, muito selvagem, como se estivesse resistindo ao seu controle. O pânico se instaurou enquanto a esfera começou a expandir, sua luz cegante e instável. "Não, não, fique estável!" ela implorou, mas a mágica tinha vontade própria.

Antes que ela pudesse reagir, a esfera explodiu em uma erupção de energia bruta, jogando-a para trás. Dor disparou pelo seu corpo enquanto a força a lançava no chão. Sua visão embaçou e um zumbido agudo preencheu seus ouvidos. A última coisa que viu antes da escuridão a reivindicar foram os restos estilhaçados de sua tentativa fracassada dissipando-se no ar.

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Quando Aria abriu seus olhos, o mundo parecia distante e surreal. Seu corpo doía, e sua mente estava embaçada, como se ela estivesse presa em um sonho por dias. Lentamente, seu entorno ganhou foco: as paredes familiares de sua câmara, o leve aroma de lavanda persistindo no ar.

O que aconteceu? ela pensou, suas memórias fragmentadas e nebulosas. Ela tentou se sentar mas se contorceu ao sentir uma dor aguda atravessando sua cabeça. Seu corpo se sentia pesado, não respondendo, como se ela tivesse dormido por tempo demais.

Ela virou seu olhar em direção à janela e se assustou ao ver os tons quentes do sol da tarde entrando. O pânico a atravessou. Tarde? Por quanto tempo eu estive desacordada?

Saindo às pressas da cama, ela ignorou os protestos de seus membros doloridos. Seu coração acelerou ao perceber que ela havia dormido demais, sem dúvida uma consequência do contragolpe mágico. Mas não havia tempo para se deter nisso — ela tinha deveres a cumprir, e atraso era uma ofensa punível.

Suas mãos se atrapalhavam enquanto ela ajustava seu vestido e passava uma escova pelos cabelos. Sua mente inventava os piores cenários possíveis. E se já tiverem me denunciado? E se a Mãe descobrir? Não, eu não posso me dar ao luxo de mais encrencas.

Ela apressou-se para fora de seu quarto, seus passos ecoando pelos corredores vazios. Quando chegou aos aposentos dos criados, sua respiração estava ofegante e seu coração batia no peito.

A chefe das camareiras, uma mulher severa com uma expressão perpetuamente azeda, cumprimentou-a com um olhar que poderia talhar leite. "Então, você finalmente decidiu nos agraciar com sua presença", a camareira zombou. "Você tem alguma ideia de que horas são, Aria? Ou você pensa que sua posição lhe concede privilégios especiais?"

Aria baixou a cabeça, suas bochechas corando de vergonha. "Desculpa," ela murmurou. "Não acontecerá novamente."

A camareira deu de ombros, seus lábios se torcendo em desdém. "Desculpa não conserta nada. Você tem sido nada mais que um fardo desde que chegou aqui. Se nem consegue acordar no horário, de que você serve?"

Aria mordeu o lábio, engolindo a resposta que ameaçava sair. Ela não podia se dar ao luxo de discutir, não agora.

"Já que você está tão ansiosa para compensar sua incompetência," a camareira continuou, "você pode limpar os aposentos do segundo príncipe. Essa é a única tarefa que sobrou para hoje."

O estômago de Aria se retorceu em nós. Lucien. Seu irmão do meio. A ideia de pisar em seu quarto, quanto mais limpá-lo, a enchia de medo. Por que ele? De todas as pessoas, por que ele?

A camareira sorriu, claramente desfrutando de seu desconforto. "O que você está esperando? Ande logo. Ou prefere que eu relate sua preguiça à rainha?"

Aria forçou-se a assentir. "Não, eu vou cuidar disso."

Ao virar para sair, sua mente girava com pensamentos ansiosos. Ela fez o melhor que pôde para evitar Lucien pelo máximo de tempo possível, mas agora não havia escapatória. Como eu vou encará-lo? E se ele estiver lá? E se...

Ela balançou a cabeça, tentando dissipar o medo que ameaçava sobrecarregá-la. Apenas termine logo com isso, Aria. Quanto mais rápido terminar, mais cedo poderá sair.

Segurando seus materiais de limpeza, ela se dirigiu aos aposentos de Lucien, seu coração pesado com apreensão.