Chapter 11 - A Sala de Kalden Veyl

Aria se levantou em pânico, procurando freneticamente um lugar para se esconder. Mas antes que pudesse se mover, a porta rangeu ao abrir.

Seu coração afundou.

Lá estava ele — a figura imponente do Grande Mestre Kalden Veyl. Sua aura era magnética, porém sufocante, exalando uma dominância que fazia o ar na sala parecer mais pesado. Ele entrou, ladeado por seu irmão mais velho, Medrick, e um grupo de bajuladores que haviam se oferecido avidamente para mostrar ao mestre distante seus aposentos, cada um esperando ganhar seu favor. O falatório animado deles cessou no momento em que cruzaram o limiar e a viram ali parada.

Aria congelou, sua respiração interrompida enquanto seu olhar se chocava com os penetrantes olhos carmesins de Kalden. Por um momento, o mundo pareceu pausar. Seus olhos se fixaram nos dela, imóveis e indecifráveis, segurando-a no lugar como uma corrente invisível. Mas o peso do seu olhar era demais, e ela instintivamente baixou a cabeça, curvando-a em medo e vergonha.

Oh Deus.

Seus pensamentos giravam. O que estava acontecendo?

Seu sangue gelou conforme a realização a atingia como um raio. Este não era apenas qualquer quarto. Era a Câmara do Mestre Kalden Veyl.

Por quê? Por que, de todos os lugares, seus pés a tinham levado até aqui?

Ela sentiu uma vontade irresistível de gritar pela sua má sorte. Agora ela havia feito isso, ela pensou amargamente. Não só havia ofendido ele na noite anterior, mas agora ela havia invadido seus aposentos privados. A gravidade da situação não lhe escapava. Ser pega nos aposentos de qualquer hóspede já era uma violação das regras do palácio, mas invadir os aposentos de alguém tão influente quanto Kalden Veyl? Isso não era algo que poderia ser ignorado.

Sua mente buscava uma solução, mas antes que pudesse pensar em algo, Kalden começou a caminhar para frente, passando por ela, seus passos calmos e sem pressa. Seu olhar se demorou nela brevemente antes de passar por ela sem uma palavra.

Mas enquanto o próprio Kalden não mostrou reação imediata, os outros não estavam tão contidos.

"Qual o significado disso?" murmurou um dos bajuladores, sua voz tingida de irritação.

"Isso é impróprio!" outro interveio, olhando para Aria como se sua mera presença o ofendesse.

Mas a voz mais alta e mais cáustica veio de seu irmão mais velho, Medrick. Sua expressão torceu em raiva e nojo enquanto ele dava um passo em direção a ela.

"O que você está fazendo aqui, Aria?" ele exigiu, sua voz elevada e aguda o suficiente para cortar a tensão. "Você não tem vergonha alguma? Você perdeu completamente os seus sentidos, invadindo o quarto do Mestre Kalden como uma tola sem pensar?"

Aria estremeceu com o veneno em seu tom, mas Medrick não havia terminado.

"Você acha que isso é seu parquinho?" ele continuou, sua voz gotejando desprezo. "Você já envergonhou a si mesma e a esta família o suficiente! Você tem ideia do problema que trouxe para nós? Ou você é tão obtusa que nem percebe o peso do que fez?"

Os murmúrios de concordância dos outros só pioraram as coisas. Seus olhares reprovadores penetravam nela, cada olhar uma acusação silenciosa.

"Ela sempre foi assim," um sussurrou, alto o suficiente para ela ouvir. "Descuidada e egoísta."

"Ela não merece estar neste palácio," outro zombou.

"Ela não vale nada"

Aria sentiu suas bochechas ardendo de humilhação, e suas mãos se apertaram ao seu lado para parar de tremer. Sua garganta apertou, e quando ela finalmente falou, sua voz era quase um sussurro.

"Eu... eu não quis..." ela gaguejou, suas palavras vacilando sob o peso de seu desprezo. "Foi um acidente..."

"Um acidente?" Medrick estalou, seus olhos se estreitando. "Que conveniente. Você espera que alguém acredite nisso?"

Aria abaixou ainda mais a cabeça, seus lábios tremendo enquanto ela lutava para conter as lágrimas. O ambiente estava sufocante, as vozes zombeteiras e acusações se fechando sobre ela como uma tempestade da qual não podia escapar.

E ainda assim, no meio de tudo isso, ela sentiu outro olhar sobre ela — um olhar muito mais intenso que os outros. Ela ousou olhar para cima e encontrou Kalden observando-a de onde agora estava sentado na borda da cama. Sua expressão era indecifrável, seus olhos carmesins cintilando com algo que ela não conseguia decifrar.

Diversão? ela pensou, confusa. Mas havia também um indício de uma carranca, como se ele estivesse ponderando algo.

Onde estava a garota ousada e indomada que havia ousado enfrentá-lo na noite anterior? O contraste entre aquela figura desafiadora e a trêmula e temerosa agora diante dele era gritante.

A situação parecia piorar a cada segundo, e Kalden, de forma atípica, decidiu intervir. Algo que ele raramente fazia.

"Chega."

Sua voz estava calma, mas carregava uma autoridade indiscutível que silenciou a sala instantaneamente. A tensão mudou enquanto todos os olhares se voltavam para ele.

"Saiam." Seu tom era mais frio dessa vez, deixando claro que não era um pedido, mas uma ordem.

Medrick hesitou, seus lábios se abrindo como se fosse protestar, mas um olhar de Kalden foi o suficiente para fazê-lo engolir suas palavras. Os outros rapidamente se curvaram e murmuraram desculpas antes de saírem da sala, suas expressões uma mistura de confusão e medo.

Logo, a porta se fechou, deixando apenas Aria e Kalden na câmara.

O silêncio era ensurdecedor.

Aria ficou paralisada, sua mente acelerada enquanto lutava para compreender o que havia acabado de acontecer. Lentamente, ela se virou para encarar Kalden, seus movimentos hesitantes e cautelosos.

Ele ainda estava sentado na cama, sua postura relaxada, mas seu olhar aguçado e focado nela.

Seu coração batia forte no peito enquanto ela encontrava seus olhos novamente, a intensidade do seu olhar fazendo-a sentir como se ele pudesse ver diretamente através dela.

Seus pensamentos se dirigiram em uma direção que ela não queria.

agora só os dois estavam aqui e qualquer coisa poderia acontecer...

Não seria esta uma situação pior

Espere ela estava no mesmo quarto com esse homem!! Oh não!!