Chapter 21 - Kaen

O silêncio que se instalara no salão parecia uma entidade própria, densa e expectante. Lya sentia o peso de cada olhar sobre a comitiva recém-chegada, mas foi apenas um par de olhos que prenderam os seus. Os olhos dourados, o seu rosto era o mesmo de seus sonhos ardentes, mas como? Perguntava se num turbilhão de emoções.

 Malrik, como líder do Conselho de Feiticeiros,, avançou com um sorriso diplomático, ocultando qualquer hesitação que pudesse sentir.

— Príncipe Kaen, é uma honra recebê-los — declarou com um tom controlado, quebrando o gelo.

Kaen inclinou levemente a cabeça, os fios negros de cabelo deslizando sobre sua pele bronzeada. Seu traje era de um requinte sóbrio: um casaco longo de tecido negro com detalhes em dourado, ajustado ao seu porte atlético. A gola alta conferia-lhe um ar régio, e os ombros largos davam-lhe uma presença ainda mais marcante. Um broche em forma de lua eclipsada brilhava em seu peito, o metal polido refletindo as luzes do salão.

— A honra é nossa — respondeu Kaen, sua voz grave e envolvente ressoando pelo salão. Havia algo na sua entonação que parecia carregar ecos de uma força antiga, quase hipnótica. — Viemos como convidados e desejamos que esta noite simbolize um novo começo entre nossos povos.

Os murmúrios recomeçaram ao fundo. Apesar das palavras cuidadosas, a tensão era inegável.

Eren não se moveu. Seus dedos continuavam entrelaçados aos de Lya, mas seu corpo estava rígido, pronto para reagir. Um músculo saltava em sua mandíbula quando Kaen voltou os olhos para ele, um olhar intenso, avaliatório, antes de desviar novamente para Lya.

Kaen sorriu, e Lya sentiu um arrepio descer pela espinha. Era um sorriso magnífica, como se ele já a conhecesse. Começou a aproximar se sem tirar o contacto dos olhos de Lya.

— Permita-me uma dança, senhorita? — perguntou, estendendo a mão.

Eren deu um passo à frente, mas antes que pudesse dizer algo, Arwen interveio, pousando uma mão firme em seu ombro.

— Eren venha comigo, preciso de ti. — murmurou, num tom que apenas ele podia ouvir.

Lya hesitou, o coração martelando contra o peito. Ela olhou para Eren, cuja expressão era sombria, mas também para Kaen, cujo olhar parecia puxá-la e resistir era impossível.

Engolindo em seco, colocou a mão sobre a dele e com isso seu corpo todo se arrepiou, era uma mistura de ansiedade e conforto, como se todo o seu ser estivesse em êxtase.

A música recomeçou, e Kaen a guiou para o centro do salão, onde os olhares dos convidados os seguiam com fascínio e receio. Lya sentiu a força sutil dos braços dele, a proximidade de sua presença. A pele quente contrastava com o frio que sentia no estômago.

— Não temas, minha Deusa — sussurrou Kaen, os lábios perto demais de seu ouvido. — Estou aqui para te buscar, amor.

O silêncio que se instalara no salão parecia uma entidade própria, densa e expectante. Lya sentia o peso de cada olhar sobre a comitiva recém-chegada, mas foi apenas um par de olhos que prenderam os seus. Os olhos dourados, o seu rosto era o mesmo de seus sonhos ardentes, mas como? Perguntava se num turbilhão de emoções.

 Malrik, como líder do Conselho de Feiticeiros,, avançou com um sorriso diplomático, ocultando qualquer hesitação que pudesse sentir.

— Príncipe Kaen, é uma honra recebê-los — declarou com um tom controlado, quebrando o gelo.

Kaen inclinou levemente a cabeça, os fios negros de cabelo deslizando sobre sua pele bronzeada. Seu traje era de um requinte sóbrio: um casaco longo de tecido negro com detalhes em dourado, ajustado ao seu porte atlético. A gola alta conferia-lhe um ar régio, e os ombros largos davam-lhe uma presença ainda mais marcante. Um broche em forma de lua eclipsada brilhava em seu peito, o metal polido refletindo as luzes do salão.

— A honra é nossa — respondeu Kaen, sua voz grave e envolvente ressoando pelo salão. Havia algo na sua entonação que parecia carregar ecos de uma força antiga, quase hipnótica. — Viemos como convidados e desejamos que esta noite simbolize um novo começo entre nossos povos.

Os murmúrios recomeçaram ao fundo. Apesar das palavras cuidadosas, a tensão era inegável.

Eren não se moveu. Seus dedos continuavam entrelaçados aos de Lya, mas seu corpo estava rígido, pronto para reagir. Um músculo saltava em sua mandíbula quando Kaen voltou os olhos para ele, um olhar intenso, avaliatório, antes de desviar novamente para Lya.

Kaen sorriu, e Lya sentiu um arrepio descer pela espinha. Era um sorriso magnífica, como se ele já a conhecesse. Começou a aproximar se sem tirar o contacto dos olhos de Lya.

— Permita-me uma dança, senhorita? — perguntou, estendendo a mão.

Eren deu um passo à frente, mas antes que pudesse dizer algo, Arwen interveio, pousando uma mão firme em seu ombro.

— Eren venha comigo, preciso de ti. — murmurou, num tom que apenas ele podia ouvir.

Lya hesitou, o coração martelando contra o peito. Ela olhou para Eren, cuja expressão era sombria, mas também para Kaen, cujo olhar parecia puxá-la e resistir era impossível.

Engolindo em seco, colocou a mão sobre a dele e com isso seu corpo todo se arrepiou, era uma mistura de ansiedade e conforto, como se todo o seu ser estivesse em êxtase.

A música recomeçou, e Kaen a guiou para o centro do salão, onde os olhares dos convidados os seguiam com fascínio e receio. Lya sentiu a força sutil dos braços dele, a proximidade de sua presença. A pele quente contrastava com o frio que sentia no estômago.

— Não temas, minha Deusa — sussurrou Kaen, os lábios perto demais de seu ouvido. — Estou aqui para te buscar, amor.

Kaen guiava Lya com uma confiança tranquila, seu olhar fixo nela, mas sem pressa. A música no salão se estendia, e ele parecia não se incomodar com os olhares dos outros, absorvendo cada movimento dela. A tensão no ar não era algo que ela poderia ignorar, mas Lya sabia como lidar com isso.

Ele, por sua vez, estava intrigado, mais com ela do que com a dança. Sua curiosidade parecia ser a única coisa que o fazia realmente se importar com o momento. Kaen inclinou-se levemente para ela, os olhos dourados observando cada detalhe do seu rosto, como se tentasse ler seus pensamentos.

— Você é diferente — disse Kaen, sua voz grave quebrando o silêncio entre eles. Ele observava atentamente a reação de Lya, como se aguardasse uma resposta.

Lya não se deixou impressionar. Levou um momento para analisar a situação, mantendo a compostura. Não havia pressa. A sua inteligência sempre fora a sua maior aliada, e não ia perder essa vantagem agora.

— Diferente de quem? — respondeu ela, com uma calma imperturbável, o olhar fixo no dele, sem ceder ao jogo dele de mistério. — Todos têm a sua própria maneira de ser, príncipe. Talvez o que você veja como "diferente" seja apenas o que você não está acostumado a encontrar.

Kaen sorriu, um sorriso pequeno, mas com uma clara admiração pelo desafio que ela lhe apresentava. Ele não parecia incomodado, mas sim mais interessado.

— Pode ser. Eu tenho um talento para perceber as coisas que estão além da superfície. E você, Lya, tem algo... intrigante. — Ele se aproximou um pouco mais, ainda mantendo a calma, mas a intensidade nos olhos parecia crescer. — Minha Deusa, anseio em te conhecer.

Lya sentia se completamente envolvida nas suas palavras, era como poesia em seus ouvidos. Seu sorriso foi sutil, sem querer corar com tais palavras, tudo parecia loucura, não entendia como podia ter sentimentos tão fortes por alguém que acabara de conhecer.

— Deve tentar isso com todas, não? — ela perguntou, com a voz tranquila, quase desafiadora, sem medo de sua presença. 

Kaen esboçou um sorriso e ficou em silêncio por um momento, aparentemente contemplando sua resposta. Não era raiva que ele sentia, mas sim uma espécie de fascinação crescente. Ele não era do tipo que se apressava para obter respostas, mas gostava de observar, de aprender através de interações sutis.

— Talvez — disse ele finalmente, com um sorriso enigmático e provocando a continuou— Espero te deixar com ciúmes..

Lya observou o sorriso dele, sem se deixar levar por ele. Ele não a dominava, não emocionalmente, e sabia disso. E não se intimidou com a admiração que ele expressava. Era algo que ela tinha em abundância. Inteligência e autocontrole. Pelo menos era o que ela queria acreditar.

— Ciúmes? Não te conheço, príncipe — ela respondeu com calma. — Porque me chamou para dançar?

Ele parecia ponderar por um instante, os olhos fixos nela, mas sem a pressa de uma resposta. Kaen sabia que tinha encontrado alguém à altura. E Lya sabia que ele não estava mais interessado apenas na superfície. Ele queria algo mais.

— Minha doce Lya, — disse numa voz tão doce que Lya se conteve para não derreter. — Porque eu sou seu e tu és minha.

Lya manteve o olhar firme e a postura inabalável. Ela simplesmente não sabia como reagir, tudo nele a fazia vibrar.

— Não sou de ninguém, não me conheces, por favor me respeite — respondeu ela, sua voz firme e sem sinal de fraqueza.

Ele sorriu de novo, mas agora havia uma mudança em seu olhar, uma compreensão de que Lya não seria uma mulher fácil de se manipular. 

— Nunca iria te faltar ao respeito, minha Deusa — disse ele, com um brilho de diversão nos olhos. — Só gosto de como minhas palavras te fazem sentir. Por favor me chame de Kaen.

Lya corou ainda mais, mas não desviou o olhar, continuou com sua postura elegante e graciosa. Os dois continuaram a dança em silêncio, Kaen olhava fascinado para Lya e Lya em uma profunda confusão.