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Chapter 19 - Eles estão a chegar

O sol brilhava alto quando Arwen, Eren e Lya chegaram à residência de Isolde para o almoço. A mansão era uma estrutura imponente, rodeada por jardins meticulosamente cuidados e adornada com flores encantadas que pareciam inclinar-se ligeiramente ao perceberem a chegada dos visitantes. Lya observou o ambiente com atenção, sentindo-se um pouco deslocada, mas mantendo a compostura pois tinha Eren ao seu lado.

O jovem feiticeiro, por outro lado, parecia perfeitamente à vontade. Com um sorriso descontraído, esticou as mãos a Lya para ajudá-la a descer da carruagem enquanto sorria com os olhos brilhantes, um gesto natural, mas que não passou despercebido por Isolde. A jovem feiticeira, já à entrada da casa, estreitou os olhos ao ver a proximidade entre os dois. O olhar de Isolde faiscava de ciúme, e a rigidez de sua postura denunciava sua frustração.

— Que honra receber-vos na minha casa — disse ela, com um tom educado, mas frio. Seus olhos, no entanto, pousaram demoradamente na mão de Eren sobre Lya antes que ele a retirasse com um sorriso travesso.

— A honra é nossa — respondeu Arwen, ignorando a tensão no ar. — É sempre bom reunir-nos em tempos tão incertos.

Foram conduzidos para um salão espaçoso, onde uma mesa ricamente adornada aguardava. O pai de Isolde, Lorde Cedric, já os esperava, sentado à cabeceira. Era um homem de traços severos, cuja expressão impenetrável contrastava com o brilho atento de seus olhos azuis perspicazes, que pareciam captar cada detalhe ao seu redor.

— Espero que a viagem tenha sido agradável — disse ele, com um aceno respeitoso para Arwen. — Devemos aproveitar este momento de calma, não sabemos se irão durar.

Os criados serviram os pratos, e a conversa fluiu de forma relativamente diplomática, com Arwen conduzindo habilmente o diálogo para evitar atritos. No entanto, Isolde mal tocava na comida, concentrando-se em cada interação entre Eren e Lya. Ele serviu-lhe vinho antes que ela pudesse fazê-lo sozinha, inclinou-se levemente ao falar com ela, e até ajeitou um fio solto do cabelo de Lya atrás da orelha enquanto sussurrava algo que a fez corar.

Isolde apertou o cálice com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos.

— Eren, parece que encontraste uma nova distração — comentou ela com um sorriso forçado, sua voz impregnada de doçura venenosa.

Eren ergueu uma sobrancelha, mas foi Lya quem respondeu, mantendo um tom calmo.

— Ele tem sido um ótimo amigo desde que cheguei. Tenho muita sorte de tê-lo por perto.

Isolde soltou um riso seco, mas antes que pudesse retrucar, Lorde Cedric interveio.

— Eren sempre teve um talento especial para cultivar amizades valiosas — disse ele, olhando de relance para a filha. — No entanto, falemos de assuntos mais urgentes. Arwen, há algo que devemos esperar com a chegada dos metamorfos?

O rosto de Arwen tornou-se mais sério. Sentia o peso da responsabilidade sobre seus ombros e sabia que cada detalhe da reunião futura poderia influenciar o destino de muitos.

— A aceitação do convite já é um passo significativo — disse ela. — Mas devemos estar preparados. Há muitas forças que não desejam que essa aproximação ocorra. Qualquer erro pode ser explorado.

O clima no salão tornou-se mais pesado. Lya olhou para Arwen e viu a convicção em seu olhar. O almoço, que começou com tensões pessoais, agora se transformava num momento crucial para a estabilidade da cidade.

Eren percebeu a gravidade do momento e recostou-se na cadeira, cruzando os braços.

— Então, teremos que garantir que nada saia do nosso controle — disse ele. Seu tom era despreocupado, mas Lya sabia que por trás daquela leveza havia uma atenção aguçada.

Isolde, ainda contrariada pela proximidade de Eren com Lya, suspirou dramaticamente e pegou seu cálice.

— Seja como for, espero que os metamorfos saibam comportar-se.

Detestaria que esta reunião fosse um desastre... Um desperdício de tempo, já que são bárbaros por natureza.

Lorde Cedric pousou o cálice sobre a mesa e inclinou-se ligeiramente para a frente, com um olhar ponderado.

— Isolde, não fales como uma garota infantil. Esta é uma oportunidade de grande importância para o nosso povo — repreendeu ele, sua voz firme, mas sem perder a compostura.

Isolde desviou o olhar, cerrando os punhos sobre o colo, mas não ousou retrucar.

— Eles ficarão por uma semana — continuou Lorde Cedric. — Teremos um baile na noite em que chegarem e outro antes de partirem. Será uma oportunidade para mostrar a nossa prosperidade e poder enquanto somos hospitaleiros.

Arwen assentiu levemente, refletindo sobre o impacto desses eventos e as inúmeras possibilidades que poderiam surgir.

— Faremos o possível para que tudo ocorra da melhor forma — disse ela, ocultando a preocupação que já começava a pesar em sua mente.

Quando foram embora Lorde Cedric olhou para filha com uma mistura de decepção e compaixão e disse lhe. — Eren nunca se interessou por ti, está na hora de crescer, não busque quem não te quer.

Isolde ao ouvir tais palavras de seu pai sentiu um aperto no coração, queria chorar, gritar, explodir de raiva mas simplesmente ficou sem reação, parada ao ver a carruagem partir.

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A tarde seguia radiante quando Arwen levou Lya e Eren ao centro da cidade para comprarem roupas e acessórios. As ruas estavam movimentadas, repletas de feitiços cintilantes que enfeitavam as lojas e barracas, destacando tecidos finos, joias encantadas e fragrâncias exóticas que pairavam no ar.

Lya observava tudo com fascínio. Ainda não se habituara à grandiosidade daquele mundo, e o mercado parecia um espetáculo de cores e sons vibrantes. Artesãos trabalhavam à vista de todos, encantando tecidos para que mudassem de cor ao toque, ourives esculpiam metais preciosos com a ponta dos dedos, enquanto vendedores entoavam pequenos cânticos para atrair clientes.

— Precisamos de algo apropriado para o baile — disse Arwen, guiando-os para uma das lojas mais refinadas da cidade. O letreiro dourado cintilava sob a luz do sol, e as vitrines exibiam vestes de um luxo impressionante.

Assim que entraram, uma atendente veio recebê-los com uma reverência respeitosa.

— Senhora Arwen, é sempre um prazer tê-la aqui. Como posso ajudá-los hoje?

— Precisamos de trajes para uma ocasião especial — respondeu Arwen, lançando um olhar significativo a Lya e Eren. — Algo digno de um baile.

Lya corou levemente, sentindo o peso da atenção sobre si. A atendente sorriu e começou a apresentar opções, puxando delicadas peças de veludo e seda, cada uma mais deslumbrante que a anterior.

Eren, por outro lado, parecia completamente à vontade. Pegou uma capa escura com detalhes prateados e ergueu-a contra o peito.

— O que achas, Lya? — perguntou, com um sorriso brincalhão.

Ela riu, revirando os olhos.

— Fica bem em ti, mas devias escolher algo menos sombrio para um baile.

— O mistério também tem o seu charme — replicou ele, piscando um olho.

Arwen suspirou, meneando a cabeça antes de voltar-se para a atendente.

— Mostre-nos algo especial para ela. Quero que esteja perfeita.

Lya hesitou, mas a atendente já puxava um vestido de tom profundo, tecido como se fosse feito de estrelas. O brilho era sutil, mas parecia mover-se à medida que a luz o tocava. Ela passou os dedos pelo tecido, encantada.

— Experimenta — incentivou Arwen com um leve sorriso.

Lya desapareceu para o provador, e quando saiu, os olhos de Eren brilharam com admiração. Ele abriu um sorriso largo, mas, em vez de um comentário atrevido, apenas a observou, como se tentasse memorizar cada detalhe.

— Perfeito — disse Arwen, satisfeita. — Agora só falta escolhermos os acessórios.

A compra seguiu entre trocas de provocações entre Eren e Lya, Eren se mostrava ccada dia pais apaixonado por Lya e ela por ele, enquanto Arwen supervisionava tudo com o olhar atento. No fundo, ela sabia que aquela não era apenas uma simples ida às compras, política também é sobre aparências e Lya sabia disso.