A chuva batia forte contra o asfalto, acompanhada por trovões que iluminavam a noite. Keyon Arks, um homem comum de 35 anos, vivia na periferia de uma grande cidade no mundo moderno. Ele passava os dias trabalhando como professor de história em uma escola de ensino médio, apaixonado por mitologia, ficção e, especialmente, animes. Entre seus favoritos estava Strike the Blood, uma série que ele revisitava frequentemente, fascinado pelos progenitores e seus poderes.
Naquela noite fatídica, Keyon caminhava de volta para casa após mais um dia longo. Seus pensamentos estavam distantes, mergulhados em reflexões sobre as possibilidades de um mundo onde ele pudesse ter controle absoluto sobre seu destino. Um som súbito de pneus derrapando o tirou do transe. Quando olhou, já era tarde demais. Um caminhão em alta velocidade cruzava o cruzamento. Tudo que ele viu foi o brilho dos faróis antes do impacto brutal. Ele não sentiu dor; apenas uma estranha sensação de frio tomou conta de seu corpo enquanto sua visão escurecia.
Keyon acordou em um espaço vazio, sem chão, paredes ou teto. Era apenas ele e um brilho dourado à sua frente, que lentamente tomou a forma de uma entidade humanoide. A figura parecia feita de luz pura, com olhos que transbordavam poder e sabedoria.
"Keyon Arks," a entidade falou, sua voz reverberando como se mil ecos a acompanhassem. "Sua vida terminou, mas você foi escolhido. Uma chance rara de recomeçar, moldar um destino que transcenda sua existência anterior."
Atônito, Keyon perguntou: "Escolhido? Por quê? O que está acontecendo?"
"Você foi um espectador de muitos mundos," respondeu a entidade. "Agora, terá a oportunidade de vivenciar um deles como protagonista. Darei a você três desejos. Use-os sabiamente, pois moldarão sua nova existência."
Keyon respirou fundo, sua mente imediatamente voltando ao mundo de Strike the Blood. Ele sabia exatamente o que queria. "Meu primeiro desejo é ter o poder de um progenitor, como o Quinto Progenitor, mas com capacidades únicas que me tornem especial."
A entidade assentiu. "Concedido. E o segundo desejo?"
"Quero possuir 120 bestas vassalas, cada uma mais poderosa que a anterior, mas também únicas e versáteis."
Mais uma vez, a entidade concordou. "Concedido. E o terceiro?"
Keyon pensou por um momento. Ele queria ser mais que um vampiro imortal; queria criar algo duradouro, que tivesse impacto no mundo. "Quero o poder de invocar subordinados leais, guerreiros e aliados que compartilharão meu destino. Porém, para evitar abusos, limite as invocações a três por ano."
A entidade sorriu. "Interessante. Concedido. Agora, vá, Keyon Arks, e trilhe seu caminho."
Uma luz ofuscante o envolveu, e ele sentiu seu corpo sendo puxado para outro lugar, como se fosse sugado por um vórtice.
Keyon abriu os olhos e foi imediatamente atingido por uma rajada de calor. Ele estava deitado no meio de uma rua movimentada, cercado por edifícios desgastados pelo tempo. O som de vozes falando em um idioma familiar ecoava ao seu redor. Era Moçambique, mais especificamente a cidade de Beira, em Sofala. Keyon reconheceu o lugar; ele havia aprendido sobre o país e sua história em sua vida passada.
Ele se levantou lentamente, notando que algo estava diferente. Seu corpo parecia mais leve, mais forte. Sua visão era mais nítida, permitindo que enxergasse detalhes distantes com facilidade impressionante. Ao olhar para suas mãos, percebeu que sua pele tinha adquirido um tom impecável, e suas unhas estavam perfeitamente afiadas. Ele correu até uma vidraça próxima e viu sua reflexão: seu cabelo agora era branco como a neve, seus olhos brilhavam em um vermelho intenso, e ele parecia mais jovem, com no máximo 25 anos.
"Então, é real," murmurou ele. "Eu realmente reencarnei... como o Quinto Progenitor."
Keyon começou a caminhar pela cidade, absorvendo o ambiente. Ele sentia os olhares de curiosidade e desconfiança dos transeuntes. Afinal, um homem negro com cabelo branco e olhos vermelhos não era algo que passava despercebido. Ele se refugiou em um beco para evitar mais atenção. Foi quando sentiu algo pulsar dentro dele, uma energia que nunca havia experimentado antes.
Fechando os olhos, ele se concentrou. A energia respondeu ao seu chamado, como um rio prestes a transbordar. Quando ele abriu os olhos, uma criatura colossal surgiu diante dele. Era Dark Magician, uma das bestas vassalas que ele sabia que tinha. A criatura parecia saudar seu mestre, curvando-se levemente antes de desaparecer em uma nuvem de energia sombria.
"Então, é verdade," disse ele, ainda tentando assimilar tudo. "Eu tenho as 120 bestas. E isso é só o começo."
Keyon passou o restante do dia explorando seus novos poderes. Ele descobriu que podia se mover em velocidades impossíveis, regenerar qualquer ferimento instantaneamente e manipular as sombras ao seu redor. Ele também notou que sua fome era diferente: não era apenas por comida, mas por sangue. Felizmente, ele encontrou um mercado de alimentos e comprou algumas frutas para enganar a sensação, pelo menos temporariamente.
À noite, Keyon subiu no topo de um prédio para observar a cidade. Ele sabia que sua jornada estava apenas começando. Ele precisava aprender mais sobre o mundo, estabelecer uma base e entender o impacto de sua existência como o Quinto Progenitor. E, acima de tudo, precisava de aliados. Sozinho, ele poderia ser poderoso, mas construir um império seria impossível sem um grupo leal ao seu lado.
Enquanto a lua cheia brilhava no céu, Keyon jurou para si mesmo: "Eu não desperdiçarei esta vida. Este mundo será meu, e eu o moldarei com minhas próprias mãos."
E assim, o primeiro dia de Keyon como o Quinto Progenitor chegou ao fim, deixando a promessa de um futuro repleto de desafios e conquistas.