Chereads / Strike the Blood: The Rise of the 5th Blood Ancestor / Chapter 2 - Capítulo 2: O Encontro com Cleo e a Revelação de Poderes

Chapter 2 - Capítulo 2: O Encontro com Cleo e a Revelação de Poderes

O sol nascia em Beira, tingindo o céu de tons dourados e alaranjados, enquanto Keyon vagava pelas ruas da cidade, ainda se adaptando ao seu novo corpo e poderes. As pessoas ao redor seguiam suas rotinas habituais, mas Keyon observava tudo com olhos curiosos, cada detalhe lhe parecia mais vívido e real do que jamais havia experimentado. Ele sentia que estava destinado a algo maior, embora ainda não soubesse exatamente o quê.

Nos dias que se seguiram, ele dedicou-se a explorar as capacidades que lhe haviam sido concedidas. Descobriu que podia se mover com velocidade sobre-humana, quase como um borrão, e que sua força era praticamente ilimitada. Ele também começou a dominar a manipulação das sombras, conseguindo moldá-las em formas simples, como lanças ou escudos. As bestas vassalas eram outra questão. Cada vez que invocava uma, sentia uma conexão profunda, quase como se aquelas criaturas fossem uma extensão de si mesmo. Entre elas, Rayquaza, uma besta imensa em forma de dragão serpentino, impressionou-o com seu poder destrutivo.

Mas mesmo enquanto testava seus limites, Keyon sentia algo faltando. Ele não queria apenas força; queria propósito. E foi enquanto caminhava pela orla da cidade que o destino interveio.

Era uma tarde tranquila. O som das ondas quebrando na areia e o murmúrio distante da cidade criavam um ambiente quase meditativo. Keyon sentou-se em uma das pedras que margeavam a praia, olhando o horizonte. Ele pensava na vida que havia deixado para trás, nas pessoas que amava e que nunca mais veria. Entre elas, havia uma memória que ainda lhe causava um aperto no peito: uma jovem chamada Chloe, sua namorada na vida passada. Eles haviam se conhecido na universidade, e embora o relacionamento tivesse terminado de forma amigável, ele sempre se lembrava dela com carinho.

Foi nesse momento que seus pensamentos foram interrompidos por uma risada suave. Ele olhou ao redor e viu uma jovem descendo pela areia. Ela era negra, com pele de um tom quente e radiante, e seus cabelos crespos estavam presos em um coque alto. Seus olhos eram brilhantes, cheios de vida, e ela usava um vestido simples de verão que dançava com o vento. Keyon ficou imediatamente hipnotizado.

A jovem estava brincando com um grupo de crianças, ajudando-as a construir castelos de areia. Sua risada era contagiante, e Keyon se viu sorrindo sem perceber. Ele desceu da pedra e caminhou em sua direção, tentando pensar no que dizer. Quando se aproximou, uma das crianças derrubou um balde de areia perto do pé da jovem, e ela olhou para cima, encontrando os olhos de Keyon.

"Oi," ela disse com um sorriso, inclinando a cabeça. "Você está perdido?"

Por um momento, Keyon ficou sem palavras. Ela era ainda mais bonita de perto, e algo nela parecia estranhamente familiar. Finalmente, ele conseguiu responder. "Na verdade, não. Só estava… admirando a vista."

Ela arqueou uma sobrancelha. "A vista, é? Bem, espero que inclua o mar e não só as pessoas brincando na areia."

Keyon riu, sentindo-se relaxado. "Inclui tudo. E você parece estar se divertindo."

"Ah, essas crianças são da minha vizinhança," disse ela, gesticulando para o grupo ao seu redor. "Eu sempre venho aqui para ajudar a distraí-las um pouco. Meu nome é Cleo, aliás."

"Cleo," repetiu Keyon, sentindo um aperto no coração. O nome era quase idêntico ao de sua antiga namorada, e por um momento ele se perguntou se isso era coincidência ou algo mais profundo. "Sou Keyon. É um prazer conhecê-la."

Os dois conversaram por horas naquele dia. Cleo era gentil e espirituosa, com uma energia que parecia iluminar tudo ao seu redor. Ela contou que era professora em uma escola local e que passava seu tempo livre ajudando na comunidade. Keyon, por sua vez, escolheu revelar apenas partes de sua história, dizendo que era um viajante em busca de um lugar para chamar de lar.

Nos dias seguintes, Keyon e Cleo começaram a passar mais tempo juntos. Eles passeavam pela cidade, compartilhando histórias e aprendendo mais um sobre o outro. Cleo o levou para mercados movimentados, apresentou-o a cafés locais e até o convidou para ajudar em um projeto comunitário que ela organizava. Keyon sentia-se mais humano ao lado dela, como se pudesse esquecer, mesmo que temporariamente, a imensa responsabilidade que sua nova vida carregava.

Por outro lado, Cleo também sentia algo diferente em Keyon. Ele era misterioso, mas não de uma forma ameaçadora. Havia algo em seus olhos vermelhos – que ele justificava como uma condição genética – que parecia carregar séculos de sabedoria e dor. Ela se pegava pensando nele com frequência, algo que a fazia corar.

Keyon sabia que estava se apaixonando por Cleo, mas também sabia que precisava contar a ela sobre o que realmente era. Não seria justo enganá-la, ainda que o risco de assustá-la fosse alto. Ele decidiu esperar até encontrar o momento certo.

Naquela noite, Keyon convidou Cleo para um jantar em sua residência temporária, um pequeno apartamento que havia alugado na cidade. Ele preparou um jantar simples, mas saboroso, usando as receitas que aprendera a apreciar em sua nova vida. Cleo parecia à vontade, rindo de suas piadas e comentando sobre o aroma dos pratos.

Depois do jantar, os dois se sentaram na varanda, olhando as estrelas. Keyon sabia que era o momento. Ele respirou fundo e virou-se para Cleo.

"Cleo," ele começou, sua voz mais séria do que de costume. "Eu preciso te contar algo. Algo que pode parecer… impossível de acreditar."

Ela franziu a testa, mas assentiu. "Pode confiar em mim, Keyon."

Ele hesitou por um momento antes de continuar. "Eu não sou como as outras pessoas. Sou… algo mais. Sou um vampiro. E não qualquer vampiro. Sou o Quinto Progenitor, uma entidade que existe há menos de uma semana, mas com poderes que desafiam a lógica deste mundo."

Cleo ficou em silêncio, seus olhos fixos nos de Keyon. Ele levantou a mão, e uma sombra começou a se formar ao redor dela, tomando a forma de uma pequena criatura – uma besta vassala menor, que ele invocou para demonstrar sua natureza.

"Eu sei que parece loucura," ele continuou, "mas essa é a verdade. E eu precisava que você soubesse, porque… eu sinto algo muito forte por você. E não seria justo esconder isso."

Para sua surpresa, Cleo não correu ou gritou. Ela apenas respirou fundo, tentando absorver o que ouvira. Depois de alguns minutos, ela finalmente falou.

"Se você queria me assustar, não conseguiu," disse ela com um sorriso hesitante. "É muita coisa para processar, mas… eu confio em você, Keyon. E se tudo isso for verdade, então estou disposta a entender."

Keyon sentiu um alívio imenso, mas também uma nova responsabilidade. Ele sabia que precisava protegê-la, não apenas das ameaças externas, mas do próprio peso de sua existência.

A partir daquela noite, Keyon e Cleo começaram a construir algo juntos. Ele sabia que o mundo ainda o testaria de inúmeras maneiras, mas com Cleo ao seu lado, ele sentia que nada era impossível.