Após aceitar Cleo como sua cavaleira, Keyon percebeu que sua jornada estava apenas começando. Os poderes que adquirira ao derrotar Hórus eram imensos, mas ele sabia que, para consolidar sua posição como um Campione, precisaria desafiar outros deuses e conquistar suas divindades. Cleo, agora uma aliada leal, trouxe-lhe informações sobre um deus africano poderoso que havia aparecido no oeste do continente: Oxú, o deus das tempestades e das águas violentas.
Oxú era uma divindade temida por sua imprevisibilidade. Suas lendas falavam de um espírito que governava rios e oceanos, mas com um temperamento tão volátil que podia afogar vilarejos inteiros em sua fúria.
— Ele foi visto próximo ao rio Níger, no território dos povos Iorubás, — informou Cleo, enquanto traçava um mapa na areia. — Há rumores de que Oxú está punindo mortais que ousaram explorar seu domínio.
Keyon cruzou os braços, observando o mapa e ponderando sobre a situação.
— Um deus que domina as águas... interessante. Seus poderes podem complementar os de Hórus.
Cleo, que estava ajoelhada ao lado dele, ergueu o olhar.
— Mas Oxú não é como Hórus. Ele é conhecido por sua imprevisibilidade e força bruta. Precisaremos de estratégia para enfrentá-lo.
Keyon sorriu de canto, uma expressão confiante no rosto.
— Não se preocupe, Cleo. Um rei demônio não teme tempestades.
A viagem até o território de Oxú foi longa e repleta de perigos. Ao atravessarem a savana e adentrarem florestas densas, Keyon e Cleo enfrentaram criaturas sobrenaturais que pareciam proteger o domínio do deus. Keyon, com sua lança imbuída pelo poder do vento de Hórus, cortava os inimigos com facilidade, enquanto Cleo, com sua lança espiritual, lutava ao lado dele como uma extensão de sua força.
Ao chegarem à margem do rio Níger, encontraram uma vila destruída. As cabanas estavam submersas, e corpos de animais e pessoas flutuavam nas águas.
— Ele esteve aqui, — murmurou Cleo, observando o cenário desolador.
De repente, o céu começou a escurecer. Nuvens negras cobriram o sol, e trovões ecoaram ao longe. Keyon ergueu a cabeça, sentindo a presença esmagadora de um deus se aproximando.
— Ele sabe que estamos aqui, — disse Keyon, segurando sua lança com firmeza.
Cleo assentiu, posicionando-se ao lado dele.
— Estamos prontos.
O Encontro com Oxú
As águas do rio começaram a se agitar violentamente, formando redemoinhos que pareciam querer engolir tudo ao redor. Do centro do rio emergiu uma figura colossal: um homem de pele negra brilhante como obsidiana, com olhos que brilhavam como relâmpagos. Ele estava envolto em um manto de água em constante movimento, e em sua mão segurava um cajado que parecia pulsar com o poder das tempestades.
— Mortais ousam invadir meu domínio? — sua voz era como o rugido de uma tempestade. — Vocês perecerão pelas águas de Oxú!
Keyon deu um passo à frente, apontando sua lança para o deus.
— Eu sou Keyon, o Oitavo Campione. Vim reclamar seus poderes, Oxú. Prepare-se para cair diante de mim.
O deus soltou uma gargalhada que fez o chão tremer.
— Um simples mortal ousa desafiar-me? Eu, que controlo as águas e os céus? Muito bem, que seu fim sirva de aviso aos outros!
Oxú atacou primeiro, levantando o cajado e invocando uma onda gigantesca que avançou como uma muralha. Keyon, aproveitando os poderes de Hórus, manipulou os ventos ao seu redor, criando uma barreira de ar que dividiu a onda ao meio, protegendo a ele e Cleo.
— Cleo, cerque-o! — ordenou Keyon, enquanto avançava diretamente contra o deus.
Cleo correu pelas margens do rio, movendo-se como uma sombra. Sua lança brilhou com a energia do espírito do leão, e ela lançou um golpe contra Oxú, que foi bloqueado pelo cajado do deus.
— Uma cavaleira insignificante não pode me deter! — gritou Oxú, desferindo um golpe que lançou Cleo para trás.
Keyon aproveitou a distração para atacar, saltando alto e usando os ventos para aumentar sua velocidade. Sua lança atingiu o cajado de Oxú com tanta força que criou uma explosão de energia que ressoou pelo rio.
A batalha se intensificou, com Oxú invocando redemoinhos e relâmpagos enquanto Keyon contra-atacava com ventos devastadores e golpes precisos. Cleo, mesmo ferida, voltou ao campo de batalha, coordenando ataques com Keyon para confundir e desgastar o deus.
Em um momento decisivo, Keyon usou o poder de Hórus para criar um vórtice de vento que aprisionou Oxú.
— Seu reinado termina aqui, Oxú! — gritou Keyon, lançando sua lança diretamente no peito do deus.
A arma atravessou o corpo de Oxú, e o deus soltou um grito que fez o céu e a terra tremerem. Sua forma começou a se dissipar, transformando-se em uma chuva leve que banhou o rio.
Quando tudo terminou, Keyon sentiu uma nova onda de poder preenchê-lo. Ele agora podia manipular as águas e controlar tempestades, além de sentir uma conexão ainda maior com a natureza ao seu redor.
Cleo aproximou-se, com sangue escorrendo de um corte no rosto, mas um sorriso determinado nos lábios.
— Você fez isso, meu rei.
Keyon a ajudou a se levantar, olhando para o horizonte.
— Não apenas fizemos, Cleo. Esta é apenas a segunda de muitas vitórias que virão.
E assim, o Rei Demônio Africano conquistou mais um poder divino, aproximando-se cada vez mais de seu objetivo de se tornar o mais forte dos Campiones.