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Chapter 9 - Capítulo 9: O Último Golpe de Aganju

O cenário ao redor de Keyon era uma visão que desafiava a própria compreensão. A terra se estilhaçava, rachando e ondulando, como se estivesse viva, sentindo a força do impacto da batalha. O ar estava carregado com a fusão dos elementos primordiais: lava e água, fogo e vento, terra e poder divino. Cada respiração que Keyon tomava parecia um peso, mas ao mesmo tempo, ele se sentia mais vivo do que nunca, como se tivesse se tornado uma extensão do próprio caos que se desenrolava ao seu redor.

A luta contra Aganju havia se intensificado. O deus, agora mais enfurecido do que nunca, estava verdadeiramente em sua forma mais poderosa. Seus olhos, como chamas de um vulcão, queimavam com raiva. A sua pele, que antes parecia composta de terra, agora era uma crusta sólida de rocha, pulsando com o calor da própria criação do mundo. A fúria de Aganju não tinha limites, mas Keyon sabia que ainda havia uma chance. Ele sentia a energia de Hórus, Oxú e Osíris em seu corpo, uma fusão de poderes incomparáveis que só um Campione poderia compreender e canalizar.

Com um grito de desafio, Aganju ergueu as mãos para o céu, e uma nova onda de lava se ergueu do solo, formando uma gigantesca parede de magma que avançava em direção a Keyon. O calor era insuportável, mas ele não recuou. Em seu corpo, a energia dos deuses fluía livremente, e o poder que ele agora possuía não era apenas físico, mas espiritual. Ele havia absorvido os poderes de três deuses, e isso o tornava uma ameaça ainda maior do que Aganju poderia imaginar.

Com um movimento quase imperceptível, Keyon ergueu sua lança, que agora parecia brilhar com a luz de uma estrela distante. A arma, imbuída com a energia dos deuses que ele havia derrotado, era uma extensão de sua própria alma. Ele sabia que o momento da verdade estava chegando. Ele podia ver a força de Aganju sendo canalizada através do magma que o cercava, e sabia que se não agisse rapidamente, seria consumido pela força destrutiva do deus.

O primeiro movimento de Keyon foi a absorção do poder de Oxú. A água que ele controlava se materializou ao seu redor, criando uma barreira impenetrável contra o calor insano da lava. A água de Oxú, em um fluxo incessante, circulava ao redor de Keyon, criando uma zona de resfriamento que o protegia das ondas de magma. No entanto, a força de Aganju não era algo que pudesse ser facilmente contida. O deus do vulcão se adiantou, suas mãos criando uma tempestade de fogo e rocha, quebrando a barreira de água que Keyon havia formado. O choque entre fogo e água explodiu em uma onda de vapor, cegando temporariamente os dois combatentes.

Keyon sentiu a pressão do choque, mas ele sabia que precisava de algo mais. Ele sentiu o poder de Hórus dentro de si, sua visão aguçada permitindo-lhe observar os movimentos de Aganju com uma clareza que transcende a lógica. Ele podia ver cada rachadura no corpo de Aganju, cada ponto fraco na sua imensa estrutura. A batalha não era apenas física, era uma dança de espíritos, uma luta pela supremacia divina.

Com um movimento rápido, Keyon lançou sua lança em direção a Aganju, sua força multiplicada pela visão de Hórus. A lança cortou o ar com a precisão de uma flecha disparada de um arco celestial. Mas Aganju, com a habilidade e a agilidade de um deus primordial, desviou da lança com um movimento fluido, como se o tempo estivesse desacelerado para ele. A lança passou de raspão, mas o simples fato de ter quase alcançado Aganju fez com que o deus ficasse momentaneamente desconcertado.

Keyon não perdeu a oportunidade. Ele usou o poder de Osíris, canalizando a energia da morte e do renascimento em seu corpo. Ele sentiu a energia escura de Osíris em suas mãos, uma força que não só destrói, mas também recria. A morte, em suas mãos, não era um fim, mas um novo começo. Ele sabia que esse poder poderia não apenas ferir Aganju, mas reverter sua força de criação, tirando-lhe o controle sobre a terra e a lava que ele comandava.

Com um grito feroz, Keyon imergiu nas profundezas de seu poder. A energia de Osíris convergiu para sua lança, e a lâmina da arma se transformou em uma manifestação da morte e da transformação. Quando ele a lançou em direção a Aganju, uma onda de energia pura, escura e devastadora, foi liberada. O impacto foi tão grande que o céu parecia se partir, e a terra ao redor tremia como se estivesse sendo reconfigurada pela própria morte.

A lança atravessou o ar, cortando o espaço como uma lâmina cósmica, e atingiu Aganju no peito. O deus rugiu de dor, e, pela primeira vez, a máscara de confiança que ele havia exibido começou a rachar. A energia de Osíris, fundida com a morte e a renovação, penetrou na carne divina de Aganju, enfraquecendo suas defesas. A terra ao redor do deus começou a se desintegrar, e as colunas de magma que antes brotavam de suas mãos começaram a desaparecer, como se estivessem sendo absorvidas pela própria essência da morte que Keyon havia invocado.

A batalha não estava terminada, mas Aganju, visivelmente abalado, recuou por um momento, sua forma colossus vacilando. Ele olhou para Keyon com uma expressão de surpresa, uma rara fraqueza visível em seus olhos flamejantes. Keyon, por sua vez, não sentia compaixão nem arrependimento. Ele havia absorvido o poder de três deuses, e agora ele estava pronto para tomar o próximo passo em sua jornada.

— "Você não pode me vencer, Aganju," Keyon disse, sua voz profunda e tranquila, mas carregada de uma autoridade que vinha de sua ascensão como Campione. — "Você, como todos os outros antes de você, será derrotado. Você é uma força primitiva, mas eu sou mais. Eu sou a fusão de deuses, eu sou o futuro."

O corpo de Aganju tremeu com a magnitude dessas palavras. Era claro que ele não aceitava a derrota, mas a confiança de Keyon parecia inabalável. Ele havia absorvido a essência de deuses imortais, e isso o tornava algo mais do que humano, mais do que divino. Ele era a síntese de tudo o que existia, e nada poderia impedi-lo de alcançar a vitória.

Com um movimento final, Keyon se preparou para lançar o golpe decisivo. Ele sabia que, ao fazer isso, absorveria mais uma parte do poder de Aganju, tornando-se ainda mais forte. E quando a lança partiu para o coração de Aganju, o deus do vulcão, do fogo e da terra sentiu a presença da morte de Osíris se aproximando dele mais uma vez, e soube que, desta vez, não havia mais escapatória.

O impacto foi como o fim de um mundo, uma explosão de poder que ecoou pela terra e pelo céu. O vulcão de Aganju, que antes tinha sido uma força de destruição, agora se desintegrava em uma tempestade de chamas e cinzas. A batalha havia terminado, e Keyon estava mais forte do que nunca. Ele havia conquistado o poder de Aganju, e com isso, ele se tornava uma força imparável. Agora, ele era o verdadeiro mestre dos deuses.