Chapter 7 - Capítulo 7

Arthur não ousava chamá-la de Lena novamente.

A força daquele homem era imensa, e seu pulso ainda lateja levemente depois de ter sido agarrado por ele.

Vinícius soltou uma risada gélida, e o rosto de Arthur se encheu de vermelhidão outra vez.

Essa risada de Vinícius era mais insuportável para Arthur do que se este lhe tivesse feito uma crítica direta.

- O Sr. Arthur deseja se olhar no espelho? Seu rosto está mais pálido que o meu, claro, sem mencionar que você não é tão bonito quanto eu. Além do mais, a verdadeira pessoa que precisa de sustento aqui é você.

Arthur ficou extremamente sem palavras.

Helena não conseguiu se conter e começou a rir.

Vinícius lançou um olhar para ela, que rapidamente tapou a boca para evitar mais gargalhadas.

Arthur não queria ser superado por Vinícius.

Ele acreditava que ainda existiam sentimentos entre ele e Helena, visto que estiveram juntos durante quatro anos.

Se erguendo, ele desafiou Vinícius:

- Você pode oferecer uma vida material digna para Helena? Observe seu vestuário; sua renda mensal provavelmente nem sequer atinge cinco mil reais. - Arthur fez uma pausa antes de continuar. - Ouvi dizer que a Helena possui dívidas que excedem os cem mil. Eu tenho a capacidade de ajudá-la a quitá-las. E você?

Vinícius não revelou quanto ganhava, mas se virou e foi embora.

O público, que estava se deliciando com o espetáculo, se mostrou um pouco desapontado ao ver Vinícius se retirar sem enfrentar Arthur.

Até Raquel não se conteve e cutucou Helena, perguntando em sussurros:

- Quanto ele ganha por mês?

Helena balançou a cabeça, respondendo também em tom baixo:

- Também não sei. Ele trabalha no Grupo Rio Azul e reside no Condomínio Estrela, onde só o aluguel e as despesas mensais superam dez mil reais.

Como alguém que vivia no Condomínio Estrela poderia receber menos de cinco mil reais por mês?

Raquel observou Helena por um longo tempo, atônita.

Aquele senhor não havia dito que Helena era sua esposa do presidente? Como Helena desconhecia o quanto o próprio marido ganhava?

Refletindo sobre como ela e Helena passavam todos os dias juntas e ainda assim ela desconhecia que Helena era casada, Raquel se calou.

- Helena, você vê que ele simplesmente não tem capacidade de te ajudar a pagar as dívidas. Eu posso, agora. Helena, podemos começar de novo? - Arthur fez uma pausa antes de continuar. - Se você me der outra chance, pagarei todas as suas dívidas imediatamente.

Helena olhou para Arthur, cuja expressão denotava arrogância por ser rico, e respondeu de modo frio:

- Sr. Arthur, você não teme que sua atual namorada descubra que você está quitando minhas dívidas e reivindique tudo o que você tem agora?

Somente vantagens conquistadas por se associar a mulheres ricas, e ainda assim ele tinha a audácia de se exibir na frente dela.

Arthur lançou um olhar rápido aos convidados ao seu redor e disse baixinho para Helena:

- Helena, podemos sair para conversar? Há muita gente aqui.

Helena, impassível, respondeu:

- Desculpe, não tenho tempo. Sr. Arthur, se não for nada importante, por favor, se afaste e não me impeça de fazer negócios.

Arthur queria dizer mais alguma coisa, mas engoliu as palavras ao ver Vinícius entrar novamente.

Vinícius esteve fora por cerca de dez minutos e voltou segurando uma caixa, sem que se soubesse o que continha.

A curiosa multidão imediatamente voltou sua atenção, erguendo as orelhas e continuou a observar a cena.

Alguns estavam prestes a sair, mas, ao verem Vinícius entrar novamente, rapidamente voltaram aos seus lugares, pediram mais um café e alguns petiscos, e continuaram a assistir ao espetáculo enquanto bebiam e comiam.

Helena foi ao seu encontro e disse baixinho:

- Vini, não precisa se importar tanto com esse cafajeste, para não se irritar.

Vinícius olhou para ela com um olhar tão profundo que Helena não conseguiu interpretar.

Sua voz ainda era profundamente sedutora, mas Helena jurou ouvir um toque de autoridade.

- Não estou irritado, mas não posso permitir que outros zombem de você. - Se ele não recuperasse sua dignidade, as pessoas zombariam de Helena por escolher um homem cuja renda mensal realmente não chegava a cinco mil reais.

Helena disse rapidamente:

- Não me importo.

Vinícius respondeu com voz grave:

- Eu me importo.

Helena ficou um pouco sem palavras:

"Certo, Vini, continue atuando, estou observando. Depois, dou a ele um bônus, como recompensa por desempenhar bem o papel de marido."

Arthur olhou para Vinícius, que carregava a caixa, com uma mistura de satisfação e desprezo, dizendo com desdém:

- Sabia, ganhando menos de cinco mil por mês e ainda tenta competir comigo pela Helena. Sabe quanto eu ganho por mês? Me deixe dizer...

De repente, um som interrompe.

Antes que Arthur pudesse terminar, a caixa que Vinícius carregava foi jogada aos seus pés, fazendo com que Arthur saltasse, um tanto desajeitado.

Os espectadores não conseguiram se conter e começaram a rir.

O rosto de Arthur se encheu de vermelhidão novamente, e ele teve vontade de avançar sobre Vinícius para uma briga.

Claro, ele apenas pensou nisso, sem coragem para agir.

Pela força que Vinícius usou para agarrar seu pulso anteriormente, Arthur sabia que não poderia vencê-lo.

- Abra e veja! - Vinícius usou um tom de comando.

Arthur queria resistir, mas sob o olhar penetrante de Vinícius, descobriu que não conseguia falar em oposição.

Ele obedientemente se agachou e abriu a caixa.

Quando a caixa foi aberta, toda a sala caiu em silêncio, tão silencioso que se poderia ouvir uma agulha cair.

Dentro da caixa, havia dinheiro, aparentemente novinho em folha, com maços de notas de cem reais, que feriramm os olhos de Arthur.

Helena também ficou chocada com a cena; seus olhos arregalados observavam atentamente o dinheiro na caixa, se perguntando se não seriam apenas adereços de um filme.

Vinícius, de pé diante de um Arthur atônito, olhou para baixo, com sua voz agradável ainda suave, mas suas palavras eram como espinhos, deixando Arthur sem lugar para se esconder:

- Isso foi retirado do banco agora mesmo.

Arthur se sentiu extremamente embaraçado.

Ele pensava que, agora que tinha dinheiro, se tornou importante, mas foi severamente humilhado por Vinícius, o que atingiu profundamente seu orgulho.

Se sentindo extremamente envergonhado, Arthur também desenvolveu um ódio profundo por Vinícius, um homem cujo nome ele ainda não sabia, que ousou tratá-lo assim.

Ele pensou consigo mesmo:

"Espere só, eu me vingarei!"

Vinícius se inclinou, fechou a caixa e, segurando ela, perguntou a Arthur, com um sorriso irônico:

- Sr. Arthur, você vai sair por conta própria ou quer que eu o expulse?

Arthur se levantou, sem ousar olhar para Vinícius, com o rosto vermelho de vergonha, e saiu de fininho.

A multidão que assistia:

"Essa cena foi simplesmente espetacular!"

De repente, aplausos irromperam.

Helena estava entre os que aplaudiam.

Vinícius lançou um olhar aos clientes que já não tocavam mais no café, fixando finalmente seu olhar em Helena, que aplaudiu com entusiasmo, um tanto resignada.

Trocando a caixa de mão, ele tocou a testa de Helena com o dedo indicador e disse:

- Helena, eu fiz tudo isso para te ajudar.

- Eu sei, Vini, você é incrível, tão dominador. Não me enganei ao te escolher, tenho um ótimo olho. - Helena riu, elogiando Vinícius com muitas palavras de afirmação, afinal, elogiar não custava nada.

Vinícius a observou em silêncio.

Helena ficou um pouco confusa com o olhar dele.

- Vou devolver o dinheiro agora; peguei emprestado com um amigo que trabalha em um banco aqui por perto. - Vinícius disse, passando por Helena com a caixa de dinheiro.

Helena e Raquel ficaram sem palavras:

"Então era emprestado."

A multidão que assistia:

"Conseguir pegar emprestado tanto dinheiro em tão pouco tempo para humilhar um rival amoroso, isso também é digno de admiração!"