Chapter 13 - Capítulo 13

- Helena, peça o que quiser comer. - Vini se inclinou para perto, sussurrando no ouvido de Helena. - Não se preocupe, eu posso pagar. 

Depois de dizer isso, ele ainda fez questão de soprar um ar quente. 

Helena instintivamente se encolheu, virou a cabeça para olhá-lo e, ao ver que sua expressão era séria, não suspeitou que ele estivesse flertando de propósito. 

- Vini, eu também não sei o que escolhe, melhor você pedir. - Helena passou o cardápio para Vinícius. 

Vinícius sabia que ela estava intimidada com os preços dos pratos, então escolheu sem hesitar alguns dos mais famosos do Hotel Soares. 

Afinal, Helena era a proprietária do Hotel Soares, e uma proprietária devia ser servida com os pratos de destaque. 

De repente, o celular de Helena tocou. 

Ela tirou o celular do bolso da calça e, ao ver quem estava ligando, não pôde deixar de murmurar para o marido: 

- É minha mãe de novo, certamente me lembrando do encontro às cegas de amanhã. Todos os dias um encontro às cegas, todos os jovens solteiros da região já se encontraram comigo! - Helena fez uma pausa antes de prosseguir. - Ela nem me dá um tempo para respirar. 

Apesar das reclamações, Helena atendeu a ligação da mãe: 

- Mãe. - Sem esperar que sua mãe falasse, Helena a interrompeu docemente. - Mãe, eu definitivamente voltarei amanhã; você não precisa me lembrar novamente. 

- É bom saber que você finalmente entende o que deve fazer. 

- Mas, mãe, por favor, converse com a tia-avó Cecília para dispensar aquele homem; eu não quero encontrá-lo! 

Após ouvir sua filha, Beatriz perguntou diretamente: 

- Helena, seu irmão voltou. Ele disse que você se casou, não é? Aquele homem é o colega do seu irmão, o tal Vinícius? 

Helena não se surpreendeu que seu irmão tivesse informado seus pais antecipadamente. 

Ela estava em um encontro às cegas hoje, e de repente mencionou que tinha se casado; seu irmão certamente informaria seus pais. 

- Sim. - Helena respondeu honestamente. 

No fundo, ela reclamava. Se não fosse por sua mãe arranjar tantos encontros às cegas para ela num mês, a ponto de a enlouquecer, ela também não teria que contratar o Vini para ser seu marido. 

- O que você está fazendo? 

- Preparando para jantar. 

- Na loja ou no apartamento? 

- O Vini vai pagar, estamos no hotel. 

Beatriz ficou em silêncio por um momento, e então falou em um tom autoritário: 

- Depois do jantar, volte imediatamente! 

- Devo levar o Vini? 

- Claro! - Beatriz respondeu e desligou o celular. 

Helena suspirou aliviada e mostrou a língua, brincalhona. 

Pelo telefone, ela podia sentir a raiva reprimida de sua mãe. 

Ela realmente temia que sua mãe pudesse vir correndo para estrangulá-la. 

- Vini, minha mãe disse que devemos voltar logo após o jantar; meu irmão voltou. - Helena fez uma pausa antes de prosseguir. - Ele contou aos meus pais sobre nós dois, e nós dois podemos ser interrogados durante a noite. Você tem que ser forte e não revelar a verdade, senão minha mãe vai me matar. 

Sua família a amava muito, mas quando ela fazia algo errado, sua mãe mostrava seu talento para discutir, repreendendo ela severamente. 

Vinícius sorriu e disse: 

- Não faz diferença voltar esta noite ou amanhã; de qualquer maneira, temos que voltar. - Ele pausou antes de prosseguir. - Fique tranquila, eu sou muito discreto, definitivamente não direi que fui contratado por você. 

Depois de Helena dar mais algumas instruções e receber sua promessa, ela finalmente se acalmou. 

- Não deve ter ônibus à noite; vou chamar um carro agora. - Vinícius disse e pegou o celular que estava sobre a mesa, enviou uma mensagem para seu motorista particular, solicitando que trouxesse um carro mais acessível até a frente do Hotel Soares para esperar.

Depois de arrumar o carro, Vinícius disse:

- Estou indo conhecer os pais, não posso chegar de mãos vazias. Vou mandar uma mensagem agora para um amigo meu, para que ele me ajude a comprar alguns presentes. Assim que terminarmos o jantar, podemos pegar as coisas e ir.

Não havia necessidade de perder mais tempo.

Helena disse apressadamente:

- Vini, eu vou reembolsar o dinheiro dos presentes.

Ele foi "contratado" por ela, recebendo apenas cinco mil reais por mês.

Para alguém com suas qualificações, isso era um grande prejuízo.

Helena tinha consciência de si mesma.

O fato do Vini concordar em ser contratado por ela para ser seu marido, era devido à amizade com seu irmão, que foi seu colega de universidade.

Ela não podia permitir que ele ainda tivesse que gastar dinheiro com presentes.

Vinícius olhou profundamente para ela por um momento e, quando ela mostrou confusão, sorriu novamente, um sorriso que trazia grande conforto.

Helena pensou consigo mesma:

"Um contrato de um ano é muito longo, eu deveria ter feito apenas por três meses."

Isso porque Vini estava se saindo tão bem que ela temia que, após um ano, pudesse acabar se apaixonando por ele.

- Tudo bem, quando você estiver menos apertada financeiramente, você me paga. - Ele então mandou uma mensagem para tia Isabelly, pedindo para que não respondesse à mensagem, apenas fizesse como ele pediu.

Ele ia conhecer os pais em uma hora e pediu que tia Isabelly preparasse os presentes o mais rápido possível, sem serem muito caros, mas também não muito baratos.

Se fossem muito caros, temia que a sogra pudesse devolver.

Se fossem muito baratos, se preocupava que a sogra pensasse que ele era mesquinho.

Quando tia Isabelly recebeu a mensagem de seu patrão, levou muito a sério, pegou imediatamente seu carro e foi pessoalmente preparar os presentes.

Como governanta de seu patrão, tia Isabelly era muito eficiente.

Quando Vinícius e sua esposa do presidente terminaram de jantar e saíram do hotel, tia Isabelly já os esperava na entrada, coberta de pacotes grandes e pequenos.

Era especialmente chamativa, atraindo olhares, de modo que qualquer pessoa que passasse por perto certamente viraria a cabeça para olhar.

Vinícius, ao ver tia Isabelly coberta de pacotes grandes e pequenos, não pôde evitar de levar a mão à testa, quase querendo fingir que não a conhecia.

- Meu... Meu sobrinho, eu comprei tudo o que você me pediu. - A tia Isabelly quase o chamou de senhor.

Sendo repreendida com um olhar de Vinícius, ela rapidamente se corrigiu.

Pensou consigo mesma:

"Então, ela não sabe da identidade do senhor. Não é à toa que ousa 'contratar' o senhor! O senhor realmente é astuto, se casou em segredo com a garota que se apaixonou há dez anos, sem contar a ninguém."

Vinícius apresentou calmamente tia Isabelly a Helena:

- Helena, esta é uma amiga da minha mãe, ela mora aqui perto, então eu pedi a ela para comprar alguns presentes para nós.

Helena olhou para tia Isabelly com um sorriso, cumprimentando ela educadamente:

- Tia, tudo bem? Vini disse que era só um pouco de presentes, isto é um pouco? 

A esposa do presidente está coberta de sacolas, pacotes grandes e pequenos.

Tia Isabelly abriu um grande sorriso:

- Senhorita, tudo bem.

- Tia, meu nome é Helena, pode me chamar de Lena.

Tia Isabelly olhou para seu patrão, vendo que ele não fez objeção, então ousou chamá-la pelo nome.

Ela acabava de chamar o senhor de sobrinho, então chamar a esposa do presidente pelo nome também não seria problema.

Tudo era para colaborar com o senhor.

Pensando assim, tia Isabelly não sentiu mais peso na consciência.

O motorista particular de Vinícius chegou em um carro semi-executivo, que era um carro particular do motorista, não um dos carros da garagem de Vinícius.

Na garagem do senhor, o carro mais barato custava milhões.

Não seria adequado para o senhor "fingir ser pobre"!