Chapter 11 - Capítulo 11

Ela não temia ser motivo de chacota, ela e Arthur namoraram por quatro anos, apenas deram as mãos, se abraçaram e trocaram beijos, mas apenas no rosto.

Sim, ela achava que beijos na boca eram, de certa forma... Repulsivos.

Então, jamais beijou o Arthur.

Suas colegas de quarto na universidade diziam que ela tinha problemas psicológicos.

Vini sorriu e disse:

- Diante de suas condições, ainda ser pressionada a casar, a ponto de ter medo de voltar para casa, sua situação é realmente incomum.

Helena lamentou:

- É, mas também, é porque não encontrei alguém que me agradasse. - Helena fez uma pausa e prosseguiu. - Namorei o Arthur por quatro anos, obviamente nutria sentimentos por ele, naquela época, pensava que me casaria com o Arthur, mas quem poderia prever que ele, por conta de seu futuro, ia se unir com a outra mulher influente?

Sua mãe acreditava que ela estava tão magoada pelo Arthur que não queria se casar, e havia alguma verdade nisso.

- Após ser ferida, se torna difícil tentar novamente. - Ao mencionar Arthur, Helena naturalmente rememorava os detalhes dos quatro anos que passaram juntos, achava que o Arthur era estranho, ela não havia percebido antes, mas após o término, ela entendeu.

Com certeza, ele já estava com outra mulher bem antes de terminarem, por isso se comportava de forma estranha quando estavam juntos.

Aquele desalmado, ainda teve a audácia de procurá-la!

Ela não repetiria os erros passados. Mesmo que acabasse não se casando, ela não retornaria para o Arthur:

- Vini, vamos mudar de assunto, contanto que minha mãe pare de me pressionar para casar e me deixe em paz, está tudo bem.

Vinícius, com um sorriso, respondeu:

- Comigo aqui, asseguro que sua mãe não continuará arranjando encontros para você, pode ficar tranquila. Nos conhecemos há onze anos, compreendemos um ao outro, sem dúvida, sua mãe estará muito satisfeita comigo.

Ele apenas temia que seu amigo Daniel falasse mal dele para sua sogra.

Daniel o considerava apenas um colega, mas ele acabou casando com a amada irmã de Daniel...

Quem diria, Daniel sempre falava de sua irmã e, por curiosidade, acabou o seguindo e tomando o trem para a escola com ele.

A primeira vez que viu Helena, ela era apenas uma menina de treze anos, um tanto tímida com estranhos, mas muito educada e com um sorriso doce, definitivamente uma menina adorável.

Quanto mais a via, mais gostava dela, isso era um segredo dele, não podia ser revelado, pelo menos por enquanto.

Helena soltou uma risada.

Compreender um ao outro?

Ela apenas sabia o nome dele, que ele era colega de universidade de seu irmão, nada além disso.

...

A bicicleta ainda estava lá, Helena respirou aliviada e disse:

- Ainda bem que a bicicleta está aqui. Quando voltarmos, você tem que colocá-la na casa da tia Solange, no térreo. Senão, amanhã de manhã, sua bicicleta terá se tornado a de outra pessoa.

- Os ladrões são tão descarados assim?

- Sempre há quem aproveite a oportunidade para roubar algo.

Vini ficou sem palavras.

Ele destravou a bicicleta, montou nela e Helena, naturalmente, se sentou no bagageiro traseiro.

- Me abrace! - Pediu Vini.

Helena hesitou.

- É um treino.

Helena respondeu com um sim, estendeu os braços e gentilmente envolveu sua cintura.

- Helena, assim você pode facilmente cair; abrace mais forte.

- Eu... Eu vou segurar sua roupa, tudo bem?

Vinícius se virou, sorrindo:

- Se por acaso cairmos, minha roupa pode rasgar, e eu só tenho dois ternos para trabalhar.

Helena, franzindo os lábios e sem escolha, apertou o abraço em volta de sua cintura.

Um certo homem, maliciosamente satisfeito, começou a pedalar a bicicleta, levando sua querida esposa do presidente para um passeio. Ah, não, para jantar, celebrando o fim da solteirice deles hoje.

...

Mansão dos Lima.

- Mãe! - Daniel saiu do táxi correndo em direção à casa, chamando por sua mãe enquanto corria.

O motorista do táxi riu e murmurou:

- É a primeira vez que vejo um homem tão ansioso para chegar em casa, chamando pela mãe antes mesmo de entrar.

Talvez ele fosse um homem excessivamente dependente da mãe.

Daniel, suspeitado pelo motorista do táxi de ser excessivamente dependente da mãe, não se importava com isso.

Estava em uma viagem de negócios fora da cidade, e as coisas ainda não haviam terminado, mas, ao saber que sua irmã e Vinícius tinham pego a certidão de casamento, e que sua irmã não queria explicar claramente pelo telefone, ele estava ansioso.

Imediatamente, passou as tarefas de trabalho para um colega, comprou uma passagem aérea e voltou para casa em algumas horas.

- Mãe, você está em casa? Mãe! - Daniel entrou correndo em casa, chamando em voz alta.

Beatriz, com um avental florido e uma espátula na mão, saiu da cozinha ao ver o filho e o repreendeu:

- Por que está gritando tanto, tem alguém te perseguindo lá fora? - Beatriz fez uma pausa e continuou. - Você entra em casa já chamando pela mãe, não estava em uma viagem de negócios? Terminou suas tarefas? Você viaja tanto e nem traz uma namorada para casa, pensa que ainda é jovem? Daqui a pouco você faz trinta anos.

Ângelo Lima, que estava assistindo TV na sala, apenas lançou um olhar para sua esposa do presidente e filho, e continuou assistindo à sua televisão.

Afinal, já era costume.

Quanto aos outros dois idosos, fingiram que nem ouviram, nem sequer olharam para o neto.

Nada interessante para ver, já que ele não trouxe uma nora para casa.

Eles já estavam acostumados a ver o rosto do neto por vinte e nove anos.

Daniel, provavelmente habituado a ser repreendido, jogou sua mala de viagem no sofá e foi pegar um copo de água para beber.

Após umedecer a garganta, disse à mãe:

- Mãe, você só sabe pressionar para que eu me case, ainda não cheguei aos trinta. Você pensa que não quero trazer uma nora para casa para você parar de me importunar? O problema é que ainda não encontrei a mulher certa, como posso me casar? - Daniel fez uma pausa e continuou. - É justamente por causa da sua pressão constante que a Helena acabou se envolvendo nessa situação.

De repente, um som de algo caindo no chão ecoou.

A espátula que Beatriz segurava caiu no chão.

As três pessoas sentadas assistindo à TV se levantaram em uníssono, olhando fixamente para Daniel, perguntando ansiosamente:

- O que aconteceu com a Helena?

Beatriz, impetuosamente, agarrou a gravata do filho, o puxando para perto e exigiu em voz alta:

- Daniel, fale logo, o que aconteceu com sua irmã? Foi por saber que algo aconteceu com ela que você voltou de repente?

Daniel ficou sem palavras:

- Mãe, você pode soltar? Estou quase sendo estrangulado aqui.

A família inteira tratava a irmã como um tesouro precioso.

Quando ele era criança e caía, ninguém o ajudava a levantar; diziam para se levantar sozinho.

Seu pai ainda dizia que uma pessoa devia se levantar do lugar onde de caiu e não ser tão frágil.

Mas se sua irmã caísse, toda a família ficava extremamente preocupada, disputando para ajudá-la a se levantar ou para abraçá-la.

A diferença de tratamento era realmente incomparável.

No entanto, ele também amava muito sua irmã:

- O que eu quis dizer com a Helena estar em apuros é que ela se casou.

Ao ouvir isso, sua mãe soltou sua gravata, se abaixou para pegar a espátula caída no chão e deu a ele um tapa no ombro com ela.

- Seu idiota! - Beatriz xingou o filho e se virou para voltar à cozinha, continuando a preparar o jantar para a família.

Aqueles três assistindo à TV também relaxaram, se sentando novamente para continuar assistindo como se nada tivesse acontecido.

Como se a preocupação e a ansiedade de momentos atrás não fossem deles.

- Pai, mãe, avô, avó, estou falando sério, a Helena realmente se casou.

Esse sentimento de não ser acreditado era realmente desconfortável!

Ângelo continuou olhando para a TV, soltando uma fala desinteressada:

- Sua irmã acabou de falhar em um encontro hoje e foi até reclamada por telefone, dizendo que ela despreza os outros, merece ter 24 anos e ainda não ser casada, que nossa família deve se preparar para sustentá-la pelo resto da vida.

Daniel disse que a Helena se casou? Com quem ela poderia se casar? Isso é absolutamente impossível.