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Chapter 18 - encontrando minha casa

BERENICE VOLUME 01 - Encontrando minha antiga morada

Era tempos difíceis, conforme eu ia andando e observando as cidades desoladas, o cheiro de cadáveres já não incomodava como antes, alguns corpos empilhados é queimados, era uma refeição als ratos e abutres.

Eu vi as rosas esmagadas, os brinquedos quebrados, aquele vestido de princesa rasgado e sujo, o nobre dormindo com os porcos, minha cama se tornar a lama, é o dias quentes serem um alívio, pois já não existia coberta, não existia mais alguém me dando um beijo na testa e dizendo boa noite, as crianças agora brincavam de roubar pão, a guerra me vez enxergar que o mundo colorido podia virar cinzas, eu estava sendo forçada a crescer.

Era quase fim da tarde, o Sol estava prestes a sumir, Foi quando avistei uma cidade, sua aparência cinzenta e suja, parecia abandonada, foi quando reconheci. Era a minha cidade do qual fui levada.

Meus olhos arregalaram, meu coração bateu forte, eu senti uma energia, queria sair correndo. Eu apressei os passos e fui para a estrada que era marcada com lama, perto da entrada da cidade, havia um cadáver de algum animal, um cachorro magro brigava com três ratos pela comida, eram ratos enormes e gordos, que já tinham um tamanho de um gato, aquilo me deu um medo terrível, e os ratos acabaram expulsando o cachorro ficando com o resto do cadaver, sem poder fazer nada o cão sentou longe é ficou choramingando enquanto via as ratazanas comendo.

Eu também estava com muita fome, sem perceber fui me aproximando, já não sentia o cheiro de podridão, as moscas voando sob o cadáver não me incomodava, havia algumas larvas alí, eu fiquei observando os ratos grande comendo aqueles morto.

O barulho de suas mastigações, parecia algo maravilhoso, eu estava com fome, e naquele momento olhando aquela cena, minha boca salivou, e me deu uma vontade de comer. Sem perceber eu comecei a me imaginar devorando aquele cadáver junto com os ratos e os cães, parecia delicioso, parecia ser a melhor alternativa, minha barriga roeu, e eu estava ficando com muita vontade de comer.

Até que eu escutei um barulho vindo do meu lado direito, em direção ao vilarejo, uma porta rangendo, e passos na madeira seca do piso. Aquilo foi o suficiente para tirar minha atenção e meu foco, eu olhei para a casa, e constatei um velho saindo de sua cabana e sentando numa cadeira de balanço, ele tinha uma balestra nas mãos e pôs ao seu lado, começou a balançar na cadeira. Foi então que ele tirou de uma sacola do outro lado, um pão fresco, estava recém feito, o vendo veio trazendo o cheiro suave do pão.

Aquilo me fez esquecer o cadáver e sai em direção qo velho, com lágrimas nos olhos, é uma fome absurda, minha boca salivava, o cheiro do pão me trouxe várias lembranças, da manhã dos tempos de paz, onde minha mãe sorridente fervia o chá, meu pai trazia de fora o leite e queijo, era maravilhoso acordar cedo e ver preparando o lanche matinal, o cheiro do pão era irresistível, saindo da fornalha, minha mãe cuidadosamente colocando na mesa, passavamos manteiga e observava derreter sob o pão, aquela mordida que me trazia um sorriso, era manhãs encantadoras, era tão natural, que nem davamos tanta importância, parecia que nunca teria fim.

Aquele pão do velho me trouxe a tona todas as lembranças, uma lágrima escorreu em meu rosto, eu só queria voltar no tempo, quando não havia guerra, quando minha família ainda estava bem, quando eu ainda tinha um lar, quando eu ainda podia comer um simples pão todos os dias. Eram coisas tão simples que nem percebia ou dávamos valor. Eu sentia fome e saudades, e aquele velho poderia dividir um pão comigo.

Eu cheguei próximo dele e ele se alarmou arregalando os olhos e levantando da cadeira, pegou a balestra e apontou para mim, como se eu fosse um animal ou inimigo, como se eu não fosse um ser vivo e ainda criança.

Velho: "Saía daqui imunda!"

Eu com meus olhos cheios de lágrimas e uma garganta seca, ainda fraca. Me ajoelhei pedindo por compaixão.

"Por favor! Me dê um pouco de pão! Eu estou com fome!"

O velho olhou para mim como se eu fosse um pedaço de merda. "Não escutou o que falei! Suma daqui! Não vou compartilhar meus mantimentos!"

lágrimas escorreram em meu rosto, eu queria comer, eu esperava bondade. "Por favor! Não estou pedindo muito!"

O velho sem piedade atirou uma flecha de aviso que acertou o chão, muito perto de mim, ainda acho que ele tenha errado o tiro.

Velho: (Gritando nervosamente) "Suma daqui imunda antes que eu mate você!"

Aquilo me assustou muito, e eu saí correndo aos prantos. Nem se quer eu olhei para trás.