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Chapter 22 - reflexão

BERENICE VOLUME 01 - reflexão

Ao Olhar para ela naquele estado deplorável tive uma esperança porém ao mesmo tempo uma dor no peito, eu dei um passo de esperança indo em direção a ela, porém parei quando ela falou comigo.

"Hei, tem uísque. Me da um pouco?" Disse ela erguendo a caneca para minha direção.

A luz da lua clareou saindo das nuvens obscura da noite, foi quando confirmei que realmente era minha irmã em um estado horrível. Havia umas feridas no corpo dela, (Mais tarde descobri que aquilo era sífilis). Eu começei a não crer que aquela era minha irmã.

"Irmã! Sou eu, a Berenice, Lembra?" Tentei falar com ela.

"Tu quer um bo-que-tis? Me de uísque e te pago um!" Respondeu ela, parecendo distante.

"Maninha, Sou eu Berenice! Lembra de mim? Aonde tá a mamãe, o que aconteceu?" Insisti em falar com ela.

"Me dá um uísque! Enche meu copo de uísque! É eu pago um bo-que-tis! Tu quer um Bo-que-tis?" Ela não parecia lúcida

"Irmã!?" Eu fiquei assustada sem entender.

"Vai, abaixa a roupa então, mas vê se enche meu copo de uísque!" insistia ela, naquele momento percebi que ela além de magra, fedendo a álcool e doente, estava com alguns dentes faltando.

Aquilo era tão horrível a min, desconstruía toda a memória que eu tive com minha irmã em tempos de paz. Eu abracei fortemente o Zuzu, que parecia tranquilo dormindo em meus braços, desesperada negando tudo, virei as costas para ela é saí correndo.

"Não! Não pode ser! Essa não era minha irmã!" Eu saí correndo negando aquela visão que tive.

Meus pés pisando no barro pesava, aquele lugar horrível, das ruas que brincavamos, dos dias felizes. Agora era cheio de barro, esterco e cadáveres, cinzas e destroços das casas e lojas. Eu odiava tudo aquilo.

"Preciso sair daqui! Senão morrerei! Eu não quero morrer neste lugar!" Saí correndo me afastando daquela pessoa que eu recusava a aceitar que fosse minua irmã. De Longe escutei sua voz reclamando.

"Hei! E o meu Uísque!"

Virei a esquina e me escondi em um beco escuro, eu comecei a chorar.

Foi naquele momento que vi os ratos passando por mim e indo e voltando. talvez eu estivesse perto do ninho deles. Fiquei quieta, apenas observando, então percebi que aquele cadáver do cachorro estava sendo arrastado pelos ratos.

"Se existe coisas que odeio, e tenho certeza e que velhos, guerra e ratos são meus inimigos!" Eu sussurrei falando com meu gato Zuzu que dormia em meus braços.

"Pelo menos agora eu tenho alguém para conversar!" Eu refleti comigo mesma.

Então fiquei refletindo enquanto andava com medo para a floresta, de longe avistei a casa do velho, o dia já estava prestes surgir. Naquele momento eu parei e fiquei olhando a janela dele, vi a lareira queimando, os pães sob a mesa.

"Por que? Por que essas pessoas ruins e coisas ruins prevalecem? Eles tem o melhor, vivem seguro e atacam os mais fracos!" Comecei a me questionar, um ódio e raiva emergiu em meu coração conforme meus pensamentos surgiam, questionando o mundo.

"Eu vivo me escondendo e com medo, como aquele cão! Os ratos viviam escondidos e eram menores, agora o caos domina e eles ganharam forças! Se eu viver assim vou morrer! Não justo!"

"eu só queria que fosse como antes, eu só queria que a paz e a vida normal prevalecesse, essas pragas viviam nas sombras se escondendo, agora tudo virou o contrário!"

Observando aquele pão me senti injustiçada, me senti fraca, me senti revoltada.

"ninguem terá piedade de mim! Ninguém irá me socorrer!" refleti.

"Nao me importou mais, eu irei invadir essa casa e roubar o pão desse velho maldito! Se ninguém irá me ajudar, só me resta eu."