Chereads / A jornada de Berenice / Chapter 24 - Sonhos

Chapter 24 - Sonhos

BERENICE VOLUME 01 - Sonhos

Quatro meses passaram-se...

Eu fui com o meu gato Zuzu para um cidade que não era caótica, Lá havia um orfanato de uma igreja que me acolheu, porém só podiamos dormir lá, durante o dia tínhamos que cumprir certas tarefas, a cidade odiava mendigos e não podia haver pessoas dormindo na rua, então haviam abrigos e casas que acolhiam e davam comida, porém você tinha que fazer alguns trabalhos para eles, como ajudar na limpeza da cidade, e setores públicos, diziam que matavam mendigos ou expulsavam da cidade, era um crime.

Aquela cidade estava longe do horror de onde eu vivia. Por mais que parecia me acolher, eu não sentia paz ou que aquilo era meu lar.

Eu havia engordado, devido as refeições regulares, eu estava longe da guerra, aquela cidade era agitada e muito movimentada.

Geralmente me enviavam para ajudar idosos com suas plantações e hortaliças, eu tinha uma enorme repulsa com velhos, devido ao que passei, porém não tinha escolha. Mas aquele casal de idosos eram simpáticos e gentis, me chamavam de netinha.

Me perguntavam se eu queria se adotada por eles, porém eu tinha muito medo, eu carregava os traumas das experiencias negativas. Foi trabalhando com eles que reparei que eles usavam uma terra preta que era preparada com adubo para as plantas.

Sempre pela manhã eu conferia o anel de ouro que havia levado comigo, daquele mago que foi morto e acabei roubando. Eu queria saber quanto ele custava, era minha maior curiosidade.

Era um dia pacífico, eu estava agachada no canto de uma casa, no meio de uma rua principal bem movimentada, eu fazia isto todos os dias, observando tudo e como as pessoas negociavam com as outras.

A forma que elas cumprimentavam, como falavam com os outros.

Era meu passatempo favorito, longe dali tinha uma cafeteria, lá havia uma área pequena na esquina, e habia quatro cadeiras, as pessoas compravam pães e chá e comiam no local, devido aquela cidade ser muito agitada, as pessoas trabalhavam muito, e quase não voltavam para casa, então elas comiam na rua, e locais como aquele era bem comum. Porém aquela loja era bastante luxuosa, suas paredes de uma madeira refinada e tingida de branco, com uma iluminaria de velas feita de cera de abelha, as cadeiras eram bem detalhadas, e o cheiro dela era agradável.

As ruas eram firmes, mesmo na chuva não fazia lama, a maior parte das ruas era com pedras e as ruas de setores mais pobres não eram. Dava para ver a diferença de pobres e ricos.

Observando eu percebi muitos padrões e a forma como diferenciavam as pessoas e suas classes. A mesma loja que vendia café para ricos era tingida e bem detalhada, já as mais pobres tinham preços acessíveis mas tudo era simples. E então percebi que mesmo o pão da padaria mais rica sendo três vezes mais caro, a experiência era melhor, eles me tratavam bem e sempre parecia sorrir e serem gentis.

Já a outra padaria não era bem assim, pareciam sempre com pressa e o atendimento era ruim, eles raramente sorriam e estavam de bom humor, o ambiente parecia menos leve do que o outro.

"Eu quero ser uma comerciante quando eu tiver a idade certa!" Eu conversava com o meu gato Zuzu, enquanto o acariciava naquela noite, estava eu sentada na janela olhando as estrelas.

"Sabe o motivo Zuzu? Eles são mais ricos é vivem bem, e parecem ter mais informações do que nós pobres! Eles são os primeiros a saírem da cidade quando algo Ruin vai ocorrer."

"Mas quer saber Zuzu! Mesmo se eu virasse comerciante ainda sim eu poderia sofrer!"

Meu gato ronronava enquanto eu falava com ele.

"E se eu virasse uma mulher bem bonita, talvez eu pudesse me casar com um príncipe e depois eu ia ser uma rainha! Dessa forma eu conseguiria evitar maior sofrimento já que os reis estão acima de um comerciante!"

"Zuzu! Eu e você, vamos fazer isso!"

Depois desse dia eu ficava sempre quando podia naquela esquina observando os comerciantes, era o meu plano, e o meu sonho, era tudo o que eu pensava e sonhava.

Porém sem perceber, alguém também todos os dias me observava de longe, naquela padaria chique de esquina.