BERENICE VOLUME 01 - Meu primeiro assassinato
Tomei coragem e coloquei a bolsa na porta da casa, abri a janela devagar é entrei coloquei, Zuzu ficou lá fora, porém ao ver-me entrar pulou na janela e ficou a olhar.
Eu silenciosamente e com medo, porém com grande coragem, fui a pegar o pão da mesa e colocando dentro de um saco, a minha intenção era pegar apenas dois pães e deixar o resto pro velho.
Porém, ao olhar em volta da casa percebi haver muitos mantimentos, o velho tinha um bom estoque de farinha e outras comidas.
Os meus olhos arregalaram era muita comida. "Suponho que ele nem vai sentir fala se eu levar mais comigo!"
Então fui a pegar o pão meu gato Zuzu se aproximou se esfregando na minha perna, como se quisesse algo, eu joguei um pão para ele, e ele começou a comer, eu estava feliz, um sorriso de satisfação saiu do meu rosto, e o medo foi a ir embora, eu queria aquela cada para mim, achei um pote de geleia, enfiei a mão e comecei a comer, os meus olhos encheu de lágrimas, aquilo era muito gostoso, o azedo na minha língua misturado com o doce fazia-me ir às nuvens, eu estava muito feliz, e acabei a deixar o sentimento de ambição tomar conta de mim.
Peguei e comecei a comer o pode e dar ao meu gato que parecia feliz, deixei a metade na prateleira. Na minha cabeça eu estava a dividir os recursos com o velho que eu roubava. Era a justiça, era algo que acreditava ser certo e que ele não sentiria falta.
Porém, ao olhar a lareira percebi, um berço próximo à lareira, curiosamente fui a caminhar lentamente tentando não fazer barulho.
Porém, meu sorriso desfez-se, era o Stuart, o rato do velho, uma ratazana quase do tamanho do meu Zuzu. Ele estava num lençol limpo deitado, todo embrulhado, dormindo próximo ao calor da lareira.
"Ratos! Eu odeio ratos! Ainda mais você que vive melhor que eu!"
Um sentimento de inveja e ódio com desespero veio. um pensamento rápido veio em minha mente em me vingar, aquele rato representava uma ameaça para mim.
O Sol começou a brilhar no Horizonte entrando pela janela e iluminando a casa, lá fora era frio mesmo durante os dias, devido ser o inverno. Os ratos lá fora matava os fracos, agora havia aquele rato diante de mim, que vivia uma vida luxuosa com comida e cama e tudo que eu gostaria de ter.
Fiquei com tanto odio, havia uma faca na mesa, eu peguei ela fortemente, o rato dormia em uma posição fetal na sua cama limpa e macia, feito por aquele velho negador de Pão.
Sem pensar eu parti para cima do rato e o golpei com ódio varias vezes, o sangue espirrou em mim, e no meio de minha fúria e amargor, eu chorava de raiva.
Ao ver o que eu havia feito, me afastei. Eu senti uma repulsa no início soltei a faca no chão, que caiu fazendo barulho.
Eu fiquei olhando minhas mãos sujas de sangue, Comecei a respirar rápido e superficialmente, meu coração acelerado, minha mente não pensava em nada.
Naquele momento então, o velho acordou, lá de cima escutei ele levantando de sua cama.
"Stuart é você? Tem alguém aí! "
Fiquei desesperada.
"Se ele me ver, vai me matar!" Pensei desesperada, passando os olhos rapidamente pela casa para fugir.
Escutei os passos dele pesadamente andando no quarto até abrir, a porta.
Velho: "Stuart? E você? Calma que vou levar comida meu filhinho!"
"Não vai dar tempo de eu fugir!" Pensei rapidamente.
Ao bater o olho, vi um galão de óleo é um pote de açúcar.
Certa vez eu vi um homem dizendo que açúcar pega fogo fácil, e outra vez eu me lembro que toda vez quando no meu vilarejo faziam uma fez ascendendo uma enorme fogueira para assar um cordeiro, eles jogavam óleo na madeira para o fogo alastrar mais rápido.
Então saí correndo desesperada e joguei o açúcar no chão, porém o pote era pesado, e acabou deslizando da minha mão, caindo e espalhando pela casa.
Velho: (gritando) "Quem tá ai? Saiam da minha casa! Eu tenho uma balestra, vou matar vocês! Malditos!"
Desesperada meus passos eram pesados, tive dificuldade de pegar o galão com óleo e jogar próximo a escada, Peguei com um pegador de ferro o carvão e joguei no óleo porém só saiu fumaça. Lá em cima ouvi os passos pesados do velho descendo, desesperada saí jogando vários carvão pegando fogo pela casa.
Eu já nem sabia o que estava fazendo, até que saí deixando a sacola de pão, tropeçando acabei caindo num pacote de farinha que se rasgou.
Me levantei e peguei outro galão que achei que fosse de óleo porém era álcool, na verdade era de uísque, más era bem inflamável.
Eu saí correndo, e o Zuzu já tava lá fora, eu escutei os passos do velho descendo a escada, eu saí espalhando o galão correndo para fora, da casa, abri a porta desesperada, e acabei fazendo um trilha sem querer com aquele liquido do galão que carregava.
Zuzu saiu correndo na minha frente indo pro bosque, e eu fui correndo atrás deixei o galão cair no chão próximo a casa, e fui correndo.
O velho ao descer a escada, viu seu rato de estimação morto, e começou a gritar desesperado em enorme aflição., Logo começou a xingar, a casa já tava toda esfumaçada. Eu fiquei aflita atrás de uma árvore Segurando o Zuzu para ele não se separar de mim.
O velho saiu pra fora tossindo e chingando, com uma balestra nas mãos.
Foi então que naquele momento, o uísque pegou fogo, e o líquido de maior conteúdo de álcool estava mais concentrado perto da área onde o velho tava, o galão explodiu espalhando as chamas que invadiram a casa, e o velho começou a se desperar no meio das chamas, seu corpo se encheu de fogo.
A farinha, e o calor alto ajudou com que as chamas intensificasse rapidamente após a pequena chama de ignição ter surgido. Tive sorte de ter conseguido.
Com medo ainda pude observar, para ver se ele vinha atrás de mim, porém vi sua silhueta no meio das chamas,ele gritava, E a casa pegava fogo, cada vez se intensificando, devido as casas serem de madeira era mais fácil incendiar uma casa.
Eu fiquei olhando porém aquilo não me afetou, minha intenção era apenas atrasar o velho, evitando que ele me pegasse. Porém acabei matando ele.
Naquele momento eu não sentia odio, nem repulsa ou arrependimento. Tudo que senti foi um certo alívio, pois eu estava a salvo, não corria perigo de ser morta. Porém no meio das chamas também foram meus pães e minha mochila.
Mesmo assim, eu desci do bosque e fiquei observando, a casa e o velho queimar, queria ter certeza que eu estava a salvo. Ao observar, e senti alívio virei as costas, e acariciando meu gato Zuzu fui embora dali, andando pela trilha tranquilamente e com um senso de alívio e paz, enquanto a casa pegava fogo atrás de mim. Abandonei a cidade no qual um dia chamei de casa onde morava minha família. Agora era só eu é o Zuzu, e mais ninguém.