BERENICE VOLUME 01 - Sofrimento
O Sol estava nascendo, minhas pernas cansada, minha boca seca, é meus olhos pesados, parecia que tinha areia em meus olhos, meu peito doía ao respirar.
Enfim, estou a salva, pelo menos é o que acredito.
Eu sentei em uma pedra enorme com musgo, eu estava com sono terrível, cansada porém nem havia saido direito da cidade. Eu observei o nascer do sol, eu ouvi os pássaros cantarem, eu senti o vento fresco balançando meus cabelos. Tudo era tão pacífico e quieto, eu peguei no meu colar e agradeci a Semi-Deusa Heaslynglow.
"Obrigado por ter me livrado de todo o mal!"
Após isto observei a cidade em chamas, eu estava no alto de uma colina cheia de árvores, parecia que tinham repelido o ataque invasor da cidade, porém ao contrário da paz do bosque, a guerra não havia terminado.
Eu menti para mim mesma, dizendo que só teria um cochilo, e me deitei naquela pedra fria, acabei dormindo. Tive sorte de ninguém me achar.
Da minha cidade para aquela cidade aonde eu estava era cerca de 23km, uma pessoa adulta gastaria um dia e meio andando, de cavalo, uma noite. Eu estava louca para voltar ao meu lar, para minha casa, salvar a minha mãe é ir embora dali.
No entanto eu era uma criança de quase 9 anos, sem senso de direção, com medo, faminta e sem nenhum conhecimento técnico de sobrevivência. O que eu gastaria talvez três dias indo na direção certa, acabou se tornando 6 meses.
Lembrando que o planeta Animale tem certa de 20 horas o dia, e 32 dias no mês, e que uma estação dura seis mese. São três luas, e dependendo da estação a lua predominante pode parecer que não há noites ocorrendo. Aquela época era verão, é não havia noites iguais nas outras estações, devido a lua maior, da cor amarela ser a predominante naquele mês.
Eu sobrevivi, comendo frutas nas florestas e algumas folhas, no final daquele período eu estava muito magra e feia, parecia uma assombração, eu estava em um estado crítico, algumas vezes adoeci, tinha medo de ir a cidade, tinha medo de falar com outras pessoas, medo de ser vendida, ou abusada, medo de o pior ocorrer comigo.
Foi num dia qie vi soldados no vale erguendo seu estandarte do reino azul. Eles estavam organizados, prontos para guerrear, do outro lado estava os que chamamos de bárbaros, com um estandarte vermelho.
Foi naquele momento, que eu vi uma batalha diante dos meus olhos, eu estava distante me escondendo. Observando tudo.
Foi naquele dia que eu vi na prática a mágia. Mágos atirando bolas de fogo, manipulando a terra, causando um caso organizado diante meus olhos.
O uso de mágia e algo de conhecimento nobre, e são proibidos o uso no dia a dia, sendo que apenas militares e pessoas de auto nivel com permissão podem fazer uso da mágia.
Magos de suporte, magos de ataque, magos de defesa, era algo raro de se ver. Eu passei quase o dia todo vendo eles.
O lado azul acabou vencendo, porém com muitas baixas, os bárbaros recuaram porém foram perseguidos. Eles empilharam os corpos para atear fogo, eram os cadáveres dos inimigos.
No entanto algo me chamou a atenção, os mortos aliados era postos em uma fileira organizada, pareciam que não teria o mesmo destino dos inimigos.
Curiosa eu desci, com muita cautela, eu queria ver os magos mortos de perto, eu queria ver se tinha armas ou itens valiosos, e talvez comida. O que eu estava fazendo era tentar roubar cadáveres, o que na minha mente não era algo errôneo.
Parecia que não havia nada próximo, eu comecei a vasculhar um corpo rapidamente com pressa, porém ele tinha anéis de ouro e colares, não era algo que me faria sobreviver, mas então pensei: "Talvez quando eu achar minha família, esse ouro sirva para algo".
Foi olhando os corpos que encontrei um corpo em particular, era alguém conhecido, eu me levantei perdendo a cautela, e comecei a me aproximar.
Entre os mortos estava a sacerdotisa que havia me dado o colar. Eu fiquei triste, porém aquilo não me abalou a ponto de me fazer chorar.
Naquele momento de longe um guarda me avistou, tentando chamar a atenção gritando, eu saí correndo sem olhar para trás sumindo no bosque, carregando um anel de ouro na mão, Porém aquilo não tinha valor algum para mim, eu desejava que fosse pão ou algo que pudesse saciar minha fome.