Os dias passaram de maneira tranquila e, ao mesmo tempo, intensa. Ganth e Jhenny haviam começado a criar uma rotina conjunta durante os almoços. A cada novo dia, encontravam-se na mesma cafeteria, compartilhando uma pausa no meio da correria do trabalho. Conversas sobre tarefas e pequenos desabafos se tornaram mais frequentes, e o ambiente descontraído foi se tornando o cenário perfeito para que algo mais fosse crescendo entre eles. Algo que ambos pareciam tentar ignorar, mas que estava ali, o tempo todo, nas entrelinhas.
Às vezes, Ganth não sabia se era o charme sutil de Jhenny ou a sensação de conforto que ela trazia para sua vida, mas era impossível negar que sua companhia havia se tornado indispensável. Conversas sobre o trabalho, sobre a empresa e até mesmo sobre coisas mais pessoais se entrelaçavam nas suas interações diárias. Ela não falava muito sobre a vida pessoal, mas havia algo no jeito dela que fazia com que ele se abrisse mais do que normalmente faria.
Em uma das tardes, ela comentou casualmente sobre o livro que estava lendo, uma obra que ele conhecia bem. A conversa, que começou sobre a trama, logo se transformou em um debate animado sobre as metáforas e os personagens. No entanto, o que mais chamou atenção de Ganth não foi o conteúdo do livro, mas o modo como Jhenny falava: com paixão e empolgação, sem medo de ser ela mesma, algo que ele raramente via nas outras pessoas.
Cada encontro no intervalo do almoço se tornava mais especial. Quando ele a via sorrir, algo nele se aquecia, e a sensação de que ela era uma pessoa de grande importância foi se tornando mais clara a cada dia. O toque casual de uma mão em seu braço, as piadas internas que só os dois entendiam, tudo parecia deixar o clima entre eles mais carregado de algo que ambos tentavam disfarçar.
E foi em um desses dias, quando o almoço parecia mais leve do que o normal, que Ganth percebeu que não poderia continuar ignorando o que estava acontecendo entre eles. O olhar dela, agora com mais intensidade, parecia sempre encontrar o dele, e o sorriso tímido que ela lhe dava ao passar, como se fosse um gesto simples, parecia esconder algo mais.
"Você parece diferente hoje", comentou Jhenny enquanto ele mexia no seu prato. "Mais tranquilo, menos... tenso."
Ele levantou os olhos para ela e sorriu de volta, embora a tensão ainda estivesse ali, mas de uma maneira diferente. "Acho que é você. Você tem esse efeito sobre mim."
Ela o encarou por um momento, seus olhos brilhando com algo que ele não conseguia definir. "Eu fico feliz em saber disso. Mas, sério, você precisa relaxar. Tem trabalhado demais."
Ele suspirou, se deixando cair na cadeira. "Eu sei. Estou atolado de relatórios e mais relatórios. Não vejo a hora de acabar com isso."
Jhenny: "Trabalhar tanto pode te fazer mal sabia?"
Ele olhou para ela e sorriu. "Meu pai sempre disse, a riqueza vem com o trabalho após o trabalho, e o que enriquece o homem!"
Jhenny: "Não posso dizer o mesmo, mas se quiser eu te ajudo com os relatórios?"
Ganth: "Não será nescessário, pode descansar eu já estou acostumado com isso!"
Foi aí que o relógio indicou que o intervalo estava chegando ao fim, e os dois se levantaram juntos, ainda trocando olhares carregados, mas também cúmplices. O tempo parecia ter desacelerado quando estavam próximos, e aquela proximidade começou a se tornar mais natural do que nunca.
Quando chegaram ao escritório naquele dia, o ambiente estava vazio. Todos os colegas já haviam saído, e as luzes fluorescentes da sala só realçavam o silêncio. Ganth se sentou em sua mesa, colocando-se imediatamente a trabalhar. Ele sabia que seria mais uma daquelas noites intermináveis, com pilhas de dados esperando por ele. Mas, quando olhou para Jhenny, ela ainda estava ali, sem pressa de ir embora, algo na sua postura que não passava despercebido.
"Eu disse que ia ajudar, lembra?" ela sorriu, se aproximando de sua mesa. "Não vai ficar sozinho nessa, Ganth. Vamos fazer isso juntos."
Ele sorriu, sentindo um alívio imediato. "Eu realmente preciso terminar isso. Não posso deixar para amanhã."
Ela concordou com a cabeça, sentando-se ao lado dele. "Claro, mas vou te ajudar. Só me avise quando você achar que está ficando demais. Eu te puxo para a realidade."
Ele sorriu com a delicadeza e preocupação dela com ele.
A sala estava ficando mais quieta, a única luz vinda das telas dos computadores. As horas passaram, e, à medida que a noite se aproximava, a energia entre os dois foi mudando. O toque mais casual, os sorrisos mais frequentes, começaram a se tornar algo mais intenso.
A sala foi ficando mais escura quando Jhenny se levantou e caminhou até as cortinas, fechando-as. O ambiente, que antes parecia vasto e vazio, agora se tornou mais privado, mais secreto. Parecia que ela estava preocupada se não havia mais alguém além deles na empresa aquela hora.
As luzes diminuíram, e o clima parecia se tornar mais carregado de emoção, deixando um clima mais de aconchego com as luzes alaranjadas. Ganth focado, nem sequer a observava a sua volta.
Ela se virou para ele, a luz suave da tela do computador iluminando seu rosto enquanto ela desabotoava a camisa com calma, soltando os cabelos que caiam delicadamente sobre os ombros. Cada movimento parecia ser pensado, como se ela estivesse esperando pela reação dele. E Ganth, sem resistir, ficou completamente absorto.
Pois ela com seu perfume doce, se aproximava com sua voz delicada bem perto dele falando baixinho, sobre os relatórios perguntando se estava correto daquele jeito.
A atmosfera estava densa agora. A tensão entre eles era palpável, e Ganth sabia que não conseguiria mais se esconder disso. Ele a olhou profundamente, sentindo a proximidade cada vez maior, o calor entre eles crescendo.l, e algo nele também crescia.
Ela deu um passo em sua direção, sua voz suave: "Você sabe, Ganth... eu não quero que você trabalhe até tarde sozinho. Você tem o direito de se divertir um pouco. Relaxar... com alguém que entende o que você precisa."
Antes que ele pudesse responder, ela estava mais perto, o olhar dela fixo no dele. A respiração de ambos se tornou mais lenta, mais pesada, e não havia mais como negar a química que existia entre eles. O que estava acontecendo ali, no silêncio do escritório, não era mais algo que eles podiam ignorar.
Sem palavras, Ganth se levantou, não resistindo mais. A mão dele tocou suavemente a cintura de Jhenny, e os dois se aproximaram, os lábios finalmente se encontrando. O beijo foi urgente, como se os dois soubessem que aquele momento era irreversível, mas também Proibido. Não havia mais como voltar atrás, e ambos sabiam disso.
Quando se separaram, ambos ofegantes, o olhar deles se cruzou novamente, mas agora com um entendimento mais profundo. "Isso foi... melhor que imaginei", Ganth murmurou, ainda em choque com o que acabara de acontecer.
Jhenny sorriu, um sorriso genuíno, como se tivesse esperado por aquele momento. "Eu diria que você me deixou molhada aqui em baixo."
E, ali, no silêncio do escritório, enquanto o resto do mundo parecia ter desaparecido, suas roupas acabaram se no chão, e algo além do trabalho surgiu entre eles.