Phediry aproximou-se com um sorriso largo e confiante, irradiando a presença de quem parecia dominar o ambiente. Ele estendeu a mão para Ganth em um cumprimento casual, mas havia algo nos seus olhos que sugeria segundas intenções.
PHEDIRY (em tom provocador): "Finalmente chegaram! Achei que você ia se contentar com a calmaria lá do segundo andar, Ganth. Mas você nunca desaponta, não é mesmo?"
Ganth soltou uma risada baixa, quase um sussurro, desviando o olhar para Jhenny e as duas garotas que a acompanhavam. Ele parecia medir cada uma delas com olhos frios, mas disfarçados por um ar de tranquilidade.
GANTH (com um tom hipnótico, quase paternal): "Vamos aproveitar, Jhenny. Vocês merecem se divertir."
Jhenny hesitou, desconfortável com a intensidade do olhar de Ganth. Mas antes que pudesse responder, as duas garotas a puxaram para o meio da festa, onde as luzes piscavam em tons vibrantes e a música pesada abafava qualquer pensamento coerente. Ganth permaneceu para trás, observando-a com olhos afiados. Não havia ternura ali, nem admiração – apenas um controle calculado, quase clínico.
No centro do salão, Jhenny começou a relaxar aos poucos, bebendo o champanhe oferecido e entrando no ritmo da música. As garotas riam ao seu lado, e por um momento, ela se permitiu esquecer a tensão. No entanto, um gosto estranho na bebida chamou sua atenção, mas era tarde demais para parar.
Do outro lado da sala, Ganth recusava calmamente qualquer copo que lhe fosse oferecido. Ele mantinha um sorriso cortês enquanto observava Jhenny e as outras.
GANH (murmurando para si mesmo): "A noite está apenas começando."
Acordando no desconhecido
Jhenny abriu os olhos com dificuldade, sua cabeça latejando como se estivesse saindo de um transe. A luz que atravessava as cortinas finas era fraca, mas suficiente para revelar que ela não estava onde esperava estar. Ela se levantou lentamente, sentindo o tecido macio de lençóis caros contra a pele. O quarto ao seu redor era luxuoso, decorado com móveis de madeira escura e detalhes dourados, mas completamente estranho.
Na cama, Ganth estava deitado no centro, parecendo tranquilamente adormecido. Ao lado dele, uma mulher de cabelos negros e lisos descansava com a mesma serenidade. Diferente de Jhenny, que ainda usava uma roupa amarrotada da festa, a mulher estava impecável, com um pijama de seda que parecia feito sob medida.
Jhenny franziu o cenho, tentando lembrar de como havia parado ali. Ela se sentia pesada, como se faltassem pedaços da noite em sua mente. Sem respostas, ela se afastou da cama, pegou uma toalha e foi ao banheiro. A água do banho trouxe algum alívio, mas não clareou as lacunas em sua memória.
Ao descer para a cozinha, Jhenny encontrou um ambiente igualmente luxuoso, com janelas que davam vista para um bosque de eucaliptos. Tentando se acalmar, ela preparou café e se sentou na bancada, observando a paisagem e tentando processar o que estava acontecendo.
Poucos minutos depois, passos leves ecoaram pelas escadas de madeira. A mulher de cabelos negros apareceu, descendo com a postura de quem já conhecia bem aquele lugar. Ela lançou um olhar rápido para Jhenny, seus lábios curvando-se em um sorriso que exalava desprezo.
MULHER (com um tom sarcástico): "Nossa, que fofo. Parece que essa é diferente das outras... Já fez café? Que prestativa."
Jhenny olhou para ela com desconfiança, tentando conter a irritação crescente.
JHENNY: "Eu... Não me lembro de você na festa. Quem é você?"
A mulher soltou uma risada curta, balançando a cabeça como se a pergunta fosse absurda.
MULHER (com um olhar esnobe): "Ah, que bonitinho. Já está falando como se tivesse algum direito de saber."
Ela se aproximou da cafeteira, serviu-se de uma xícara e deu um gole, movendo-se pela cozinha como se fosse a dona do lugar.
JHENNY (irritada): "Eu perguntei quem é você. E quem você pensa que é pra falar assim comigo?"
A mulher virou-se devagar, seus olhos avaliando Jhenny de cima a baixo como quem examina algo descartável.
MULHER (com um tom afiado): "Ora, queridinha... Ele não te contou? Eu sou a esposa dele."