O sol brilhava alto no céu, refletindo nas ondas que vinham e iam com um ritmo calmo, como uma melodia natural. Ganth e Jhenny caminhavam lado a lado na areia macia da praia. Jhenny parecia outra pessoa: o sorriso tranquilo, a postura relaxada e os olhos livres de qualquer traço de embriaguez ou cansaço. Ela segurava o braço de Ganth com carinho, como se ele fosse o único ponto de equilíbrio no mundo.
JHENNY (rindo enquanto olha o horizonte): "Sabe, parece que a noite de ontem nem aconteceu. É como se fosse só um sonho louco."
Ganth olhou para ela de soslaio, o canto dos lábios se curvando em um sorriso discreto.
GANTH: "Deixe a noite onde ela pertence, Jhenny. Na memória. É um bom lugar pra guardar essas coisas."
Eles continuaram andando, as pegadas sendo lentamente apagadas pelo toque das ondas. Mais à frente, encontraram um evento local na orla, com barracas de comidas, sobremesas e música ao vivo. Jhenny, sempre curiosa, puxou Ganth pelo braço.
JHENNY (animada): "Vamos! Quero ver o que eles têm aqui!"
Juntos, exploraram o local. Jhenny experimentava de tudo: desde bolinhos de peixe até sorvetes exóticos que a faziam rir ao primeiro gole. Ganth apenas observava, rindo baixo enquanto ela fazia caretas e compartilhava as melhores porções com ele. Caminhando de mãos dadas, Jhenny apontou para o mar.
JHENNY (pensativa): "Esse dia tá tão tranquilo... Quase não parece que ontem fomos completamente loucos."
Ganth soltou uma risada baixa, olhando para ela com um brilho divertido nos olhos.
GANTH: "Algumas coisas são feitas para ficarem em contraste. O caos da noite faz o dia parecer ainda mais calmo."
Jhenny virou-se para ele, parando por um momento e apertando levemente sua mão.
JHENNY (curiosa): "Você sente vergonha de ontem? Tipo, de mim...?"
Ganth franziu a testa ligeiramente, surpreso com a pergunta. Ele soltou um suspiro leve e balançou a cabeça.
GANTH: "Vergonha? De jeito nenhum. Se pudesse, faria tudo de novo. A vida é feita dessas coisas, Jhenny. O que seria de nós sem um pouco de loucura de vez em quando?"
Ela sorriu, mas havia algo no olhar dela que parecia buscar mais.
JHENNY: "Sabe... Eu pensei que você não fosse o tipo de cara que gostasse de aventuras assim. Pela forma como você vive, tão... calmo, tão estável."
Ganth riu de leve, enfiando as mãos nos bolsos enquanto caminhavam.
GANTH: "Já vivi muita coisa, Jhenny. Tenho 39 anos, sabia? Passei metade da minha vida lutando pra chegar onde estou. Trabalho, sacrifícios, responsabilidades... Agora que finalmente tenho estabilidade, posso me permitir essas aventuras. Sem me preocupar com amanhã."
Jhenny olhou para ele com uma expressão divertida, mas intrigada.
JHENNY: "Não parece que você tá tão despreocupado assim... É por causa das férias acabando?"
Ganth hesitou por um momento, desviando o olhar para o horizonte antes de responder.
GANTH (com um tom sério): "Sim, isso também. Mas o que realmente me preocupa é... nós. Estamos ficando muito próximos, Jhenny. E eu não sei se isso é bom ou ruim."
Ela parou, puxando-o levemente pelo braço para que ele olhasse diretamente para ela.
JHENNY (com um sorriso desafiador): "Você tem medo de tomar um passo mais sério comigo, é isso?"
Ganth respirou fundo antes de responder, seu tom mais suave desta vez.
GANTH: "Não é medo, Jhenny. Você é incrível, de verdade. Mas eu não sei se sou o cara certo pra você. Não quero que descubra algo sobre mim e se arrependa. Prefiro que aproveitemos o que temos agora, sem apressar decisões."
Jhenny inclinou a cabeça, um sorriso sincero se formando em seus lábios. Ela se aproximou, ficando na ponta dos pés e beijando o rosto dele com carinho.
JHENNY (determinada): "Ganth, eu não me importo com o que você acha que pode me afastar. Eu estou aqui, e vou ficar com você. Pro que der e vier. Entendeu?"
Ele a encarou por um momento, surpreso pela firmeza dela. Por fim, um sorriso resignado surgiu em seu rosto, enquanto ele passava o braço ao redor dos ombros dela, puxando-a para perto.
GANTH (com um suspiro): "Você é impossível, Jhenny."
Eles continuaram caminhando pela praia, com a certeza de que, embora o futuro fosse incerto, o presente era exatamente onde deveriam estar.