A cidade estava pulsando sob o brilho das luzes neon, as ruas badaladas cheias de vida e barulho. No centro desse caos, Ganth estava dirigindo o conversível com uma calma quase incomum, o charuto entre os dentes e o olhar fixo na estrada. Mas a cena à sua frente era um contraste gritante com sua compostura tranquila. Jhenny estava em pé no carro, os cabelos soltos ao vento, com a expressão completamente descontrolada. Ela estava rindo, gritando, como se o mundo inteiro fosse uma festa sem fim. A garrafa de tequila na mão e um pó branco espalhado de forma desconexa pelo seu nariz deixavam claro que ela estava em um estado de pura euforia. A adrenalina fluía como um rio, e a rua era sua pista de dança.
Ganth olhou para ela, observando com uma mistura de fascínio e preocupação. Ele deu uma tragada no cigarro, ajustando o volante com uma mão enquanto tentava focar na situação ao seu lado. O som do carro, misturado com a música alta e os gritos de Jhenny, tornava a atmosfera quase surreal. Ele acenou para ela, tentando gritar acima do barulho.
"Ei!" ele tentou, mas sua voz se perdeu no som. Ele teve que se aproximar, virando o rosto para ela enquanto dizia, mais alto agora, "Jhenny, você precisa limpar o nariz!"
Ela, desorientada e com dificuldade, olhou para ele pelo retrovisor do carro, os olhos já brilhando de excitação, ainda sem conseguir entender completamente o que ele estava dizendo. Mas, ao ver sua reação e a dica que ele lhe dava com um gesto para o nariz, ela percebeu. Com um esforço tremido e ainda rindo, ela limpou o rosto, sua mão instável tentando tirar o resto do pó, mas ela não se importava. Em seguida, ela voltou a se ajeitar no banco, gritando como uma criança em uma montanha-russa. Ao fazer isso, a garrafa de tequila derramou sobre o banco do carro, mas Jhenny não se importava nem um pouco, jogando a bebida para cima enquanto ria de si mesma, uma risada solta, livre.
Foi quando ela viu o grupo de jovens na rua, todos pulando e gritando com a mesma energia frenética. Um impulso a dominou. Sem pensar, ela ergueu a blusa, mostrando os seios para todos ao redor, um gesto provocativo que parecia descontrolado, mas que de algum modo a fazia sentir-se ainda mais viva, ainda mais poderosa. Ela sorriu maliciosa, mostrou a língua e, em um ato impulsivo, atirou a garrafa de tequila para o grupo. Os jovens ficaram eufóricos, gritando e se agitando como se estivessem participando de uma festa particular, uma loucura compartilhada.
Ela voltou para o banco do carro, sentando-se ao lado de Ganth e, em um gesto impulsivo, beijou-lhe o rosto. Ele observou tudo com um sorriso relaxado. O comportamento de Jhenny, essa liberação total da adrenalina, o comportamento desinibido e sem amarras, apenas fazia ele rir. Ele adorava ver aquilo nela. "Uh, uhu!", ele gritou junto, como se estivesse na montanha-russa dela também. A noite parecia infinita, e o desejo de viver aquele momento com ela o consumia.
A cena mudou rapidamente, agora para o interior da balada. Jhenny estava dançando, completamente entregue à música, seu corpo se movendo sem qualquer preocupação, como se a pista de dança fosse seu único lugar no mundo. Ganth estava no balcão de drinks, observando-a com um sorriso tranquilo. Ele viu duas garotas se aproximando de Jhenny, e não demorou para que as três estivessem dançando juntas, uma sincronia perfeita de corpos se movendo pela pista.
Jhenny estava completamente fora de controle, beijando as duas garotas com a mesma intensidade com que dançava. Não havia vergonha em seu gesto, nem hesitação, apenas a busca constante pela próxima sensação, pelo próximo impulso. Ganth a observava, sem se importar com aquilo. Ele não achava estranho, não via problema algum. Para ele, aquilo era apenas mais uma noite. Quando um homem ao seu lado comentou, admirado, "Cara, isso é maravilhoso. Eu sonho com um momento desses!", Ganth sorriu com tranquilidade e disse, com um tom de possessividade sutil, "Aquela ali", apontando para Jhenny, "é a minha garota."
A cena se transformou de novo. Agora, eles estavam no quarto de hotel, o ambiente mais silencioso e sombrio. Jhenny estava no chão, perto da cama, deitada no carpete macio com a garrafa de tequila na mão, enquanto as duas garotas estavam na cama, aparentemente dormindo abraçadas debaixo das cobertas brancas desprovidas de roupas, com seus corpos ainda entregavam os vestígios de uma noite intensa. Ganth estava sentado em uma cadeira, fumando lentamente seu cigarro, observando tudo com uma expressão de distância, quase como se estivesse em um outro lugar, em outro estado de espírito. Seus olhos estavam fixos nas meninas, mas sua mente estava distante, refletindo sobre o que estava acontecendo.
Ele não parecia incomodado, mas havia algo de vazio em sua postura, como se o prazer da noite e o caos da balada não fossem suficientes para preencher o vazio crescente dentro dele. Ele estava observando, mas, ao mesmo tempo, se perdendo nos próprios pensamentos. Tudo aquilo parecia tão instável, tão fugaz, e, ao mesmo tempo, tão irresistível.