Chereads / A Saga de Lunizs - Livro 2: O Escurecer / Chapter 16 - Uma Possível Aliança

Chapter 16 - Uma Possível Aliança

Depois que Kelvisk enfiou a lâmina de Coldbreath no coração do vampiro, Edward acordou de seu sono profundo. Abrindo os olhos, ele começou a sentir seu coração batendo forte, o sangue pulsando em suas mãos e braços, além de poder ouvir sua respiração ofegante.

A Rusalka apenas gritava alto sem parar, chamando-o de traidor e plebeu imundo, mas Kelvisk apenas ficou calado, esperando Edward se levantar, recobrando totalmente a noção e os sentidos que um vampiro possuía.

— O que você fez?! Não pode impedir a profecia de se cumprir! — A Rusalka diz com muita raiva e ódio nos olhos.

— O que houve? — Pergunta o Drácula, tossindo bastante.

— Bem-vindo de volta, Edward. Chamo-me Kelvisk, eu te libertei! — Diz, mostrando a espada de Coldbreath.

— Nossa… para mim foi como um piscar de olhos, eu só lembro de ter fechado os olhos e acordado aqui agora, que estranho — fala, se levantando da pedra.

— Como se sente? — Perguntou, guardando a lâmina na bainha.

— Difícil dizer, me sinto muito bem, mas parece que algo mudou em mim, ainda não sei o que é… mas você não libertou a realeza? — Perguntou, confuso.

— Não é problema seu, e acredito que nem os conheça. Precisamos sair daqui, em pouco tempo feiticeiros surgirão para te matar, venha comigo!

— Está bem.

Os dois então deixam o templo e começam a adentrar a mata da Floresta Lamentação. Kelvisk, conversando com ele sobre alguns assuntos importantes, contou sobre o reinado de Hannibal e a rebelião de seus conselheiros sobrenaturais. Edward ficou surpreso por Estêvão não ter sido o líder que reinou por séculos, pois essa foi a ordem de Coldbreath antes de adormecer.

Kelvisk então lhe disse que Estêvão estava preso nas terras dos orcs e que eles dois precisariam da ajuda dele daqui por diante. Edward, um pouco confuso, perguntou se Kelvisk pretendia trazer Coldbreath de volta para entregar-lhe a espada e as relíquias. Mas ele respondeu que não. Surpreso, ele pede a Kelvisk para convencê-lo a ajudá-lo, então Kelvisk diz:

— Primeiro, eu te trouxe de volta, e também posso te mandar dormir de novo, mas dessa vez, para sempre! Segundo, os conselheiros sobrenaturais de Hannibal vão querer te matar, pois sabem que você vai querer o anel vermelho de volta, e terceiro, não teria algo que eu poderia fazer por você, além do presente de tornar a vida?

— Você é bem convincente, mas tem algo sim, eu tenho uma mulher que amo. Ela se chama Harley, nos conhecemos antes da profecia ser criada, mas Coldbreath a amava também. Eu e ela vivemos nosso amor escondido do Cold, ele nunca descobriu, até os seus últimos dias, quando ele nos pegou se beijando. Cheio de fúria nos olhos, ele quase me matou, mas nossa amizade era forte demais. Então, para me ferir e ferir Harley para se vingar, matou-a e colocou o corpo aqui nessa floresta, deixando os minotauros cuidando da cova dela, sem deixar ninguém se aproximar.

— Eu não queria confusão com os minotauros, gosto deles, mas… vamos nessa!

Caminhando por vários minutos e passando mais de uma hora, os dois chegam até o acampamento dos minotauros, onde são recebidos por vários gritos de festejos e alegria.

O líder deles reconheceu Edward e logo sabia o motivo de ele voltar àquele lugar. Com seu machado de duas lâminas na mão, ele disse que cortaria a cabeça do vampiro fora e daria para os lobos comerem à vontade.

Mas o líder, vendo Kelvisk, ficou um pouco confuso, pois não entendeu por qual motivo estava ao lado de um traidor. Perguntando o motivo, Kelvisk apenas ficou calado, olhando para baixo.

— Não vai responder? Perdeu os modos de realeza, senhor? — Diz, se aproximando dele e querendo olhar em seus olhos. Kelvisk então levanta a cabeça e diz:

— Você sabe o que viemos buscar aqui. Se não quiser morrer depois de séculos vivendo, digo para nos deixar passar. Coldbreath não vai retornar, e você também não!

— Humpf… você é o escolhido?! — Pergunta o líder, ainda confuso.

— Eu sou! E estou fazendo o meu próprio destino, de acordo com a minha própria vontade! — Diz, retirando a espada da bainha e ativando o poder da lâmina. Quando os minotauros veem, eles reconhecem a aura de energia e se ajoelham em seguida.

— Vamos lutar em seu nome! — Diz o líder, e todos levantam seus machados para cima, uivando alto e gritando de alegria.

Kelvisk e Edward então foram até a cova, removendo a pedra que tapava o local do corpo. Então, o vampiro acaricia o rosto de Harley, que continuava preservado como no primeiro dia em que foi colocada ali, pois os corpos dos sobrenaturais não deterioram como os dos humanos.

Kelvisk, com a espada na mão, se prepara para trazê-la à vida, se concentrando para usar um poder parecido com o que despertou Edward.

— NO FIM DA COVA, RESSURJA MAIS NOVA! — Com a lâmina cravada no coração da mesma, uma luz branca irradia do corpo da jovem, fazendo-a acordar de seu sono de morte.

— HARLEY?! — Diz o vampiro, todo feliz.

— Meu amor? Edward?! — Ela se levanta rápido e o abraça forte, beijando-o — o que aconteceu, como estou viva?

— Esse é o Kelvisk, ele é o escolhido pela profecia, foi ele que te trouxe de volta! — Fala, agradecendo a Kelvisk pelo ato feito.

Quando os três menos esperavam, surge um portal na frente deles, e um grupo de pessoas sai através dele.

— Kelvisk?! Até que enfim, fomos até o templo, mas você não estava mais lá. Pensávamos que tinha destruído a bola de cristal, até que a Nerissa ainda sentiu a presença dele vindo daqui — Thalassa diz, abraçando-o.

— Você precisa ajudar a Halayna. O conselheiro de magia chamado Arkadius pegou o cajado dela, depois de dizer que mataria o Vilkus caso ela não o entregasse — Nerissa conta, ainda assustada.

— Depois, um príncipe chamado Wylzer ordenou para ela segui-lo, e ela foi sem questionar! — Thalassa concluiu.

— Tenho coisas mais importantes para fazer no momento. Halayna e Vilkus podem esperar. Estamos indo para as terras dos orcs, vocês vêm ou não? — Kelvisk diz, completamente sério.

— Eu não te entendo. Você nos reuniu apenas para salvá-la, agora não liga mais para ela? Kelvisk? — Thalassa pergunta, confusa.

— Eu estou indo, vocês se decidam aí. Vamos, Edward, Harley! — Diz, caminhando na direção para fora da floresta.

— Tem mais uma coisa que você precisa saber! O príncipe Wylzer estava usando o seu colar! — Kelvisk, ao ouvir isso, rapidamente toca no seu peito, verificando o colar, mas quando o pega, é outro objeto parecido.

— Humpf… Aquele aproveitador, eu mato ele! — Kelvisk fala, ficando com os olhos verdes fluorescentes — grande líder? — chama o líder dos minotauros.

— Sim, mestre?

— Pode vir comigo para roubar uma embarcação. Precisarei de ajuda também para invadir uma prisão muito bem protegida!

— Faz muito tempo que não lutamos uma boa guerra. Estamos à sua disposição, grande senhor!

— Então vamos!

Assim, Kelvisk e todos vão atrás de libertar Estêvão, menos os seus cinco amigos, que decidem ir ajudar Halayna.

Agora, os amigos estavam separados, e os que deveriam ser inimigos agora eram aliados. As coisas realmente estavam ficando cada vez mais críticas, e o destino do mundo para a chegada do fim do bem estava cada vez mais próximo. O império da maldade seria realizado, e a grande vitória do espírito das trevas iria acontecer.

Os companheiros de infância de Kelvisk questionavam-se sobre ele, se ainda era aquele menino que um dia conheceram. Eles sabiam que, desde que ele havia conseguido a espada, se tornara um homem diferente e mais frio, se tornando solitário e menos humano. Sabiam também que ele carregava um fardo pesado, mas algo nunca lhe faltou: companheiros para estarem ao seu lado.

Mas ele estava recusando a única coisa boa que tinha ganhado na vida: verdadeiros amigos. Ou talvez apenas estivesse fazendo o contrário disso. Independente das suas escolhas, eram de total responsabilidade do portador da lâmina de Coldbreath, e ele sabia muito bem disso.

Enquanto isso ocorria ao leste dali, um grande motim estava para acontecer no antigo império Tfw. O conselheiro de magia havia mandado reunir todos os sobrenaturais para destronar Hannibal e entregar o poder dos impérios nas mãos de Arkadius.

Alguns eram contra essa decisão, pois já estavam acostumados com séculos do mesmo reinado, e eles não queriam vivenciar uma mudança tão repentina de governo e novas leis. Apesar da maioria admitir que a forma de liderança de Hannibal era bem escravocrata, muitos queriam que ele morresse, mas que continuasse as regalias que a maioria tinha.

Em outras palavras, a maioria queria uma liderança nova, mas não queria abrir mão da mordomia que tinha, mesmo que isso significasse manter os mais fracos na sarjeta, o que a maior parte não se importava nem um pouco.

Halayna estava sendo obrigada a obedecer Wylzer, e, graças aos espíritos, ele ainda não havia lhe dado nenhuma ordem nojenta para ela fazer, mas isso não iria demorar muito, e Kelvisk sabia disso. Mas, para seus amigos, ele não estava mais se importando com ela, mesmo não sabendo os motivos. Irão ajudá-la, pois sabiam que, no fundo, era isso que Kelvisk desejava que todos fizessem. O que ele estava tendo em mente, apenas o espírito da luz sabia.