Chereads / A Companheira Amaldiçoada do Alfa Vilão / Chapter 1 - Um Lobo Solitário Sem um Lobo

A Companheira Amaldiçoada do Alfa Vilão

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Synopsis

Chapter 1 - Um Lobo Solitário Sem um Lobo

Era meia-noite.

Esme, de quinze anos e com cabelos azuis impressionantes, estava à beira da clareira, com metade do corpo escondido num canto sombrio, enquanto espiava os membros de sua matilha como se esperasse que algo excitante acontecesse em breve.

Seus olhos azuis se arregalaram em pura fascinação enquanto seus companheiros de matilha se transformavam em lobos sem esforço, seus corpos se fundindo perfeitamente à noite. Seu coração batia forte com a emoção enquanto observava a transformação, e ela se perguntava se algum dia seria capaz de realizar algo tão incrível quanto aquilo no futuro próximo.

"Por que isso parece tão legal?" Ela pensou em um sussurro leve, observando os transformadores que haviam se metamorfoseado e estavam prontos para ir para a floresta em uma caçada noturna.

Seu pequeno momento foi grosseiramente interrompido quando Dahmer, seu meio-irmão de dezenove anos, a empurrou pelo ombro para dentro da clareira, e ela deu um grito. Esse empurrão forçado fez com que todos, que mal notaram sua presença antes, virassem a cabeça para ver Dahmer sorrindo maliciosamente para a irmã aterrorizada.

Ao notar o rapaz familiar, o sangue de Esme gelou.

"Por que você ainda vem aqui, Esmeray?" Ele zombou, sua voz alta o suficiente para atrair a atenção que ela tanto tentava evitar. "Você não é nada além de um fardo inútil para a matilha. Ninguém quer você aqui." Seu tom gotejava desprezo, e o olhar trêmulo de Esme se desviou para o resto dos transformadores, que a encaravam com desdém aberto e sorrisos debochados.

Suas bochechas coraram de vergonha, e Esme mordeu o lábio inferior para segurar as lágrimas. "Eu não… eu só… Pai sempre me permitiu—"

"Sua pobrezinha miserável. Seu pai não está aqui agora, está? Você o vê em algum lugar?" Ele deu um tapinha na cabeça dela, encontrando seus olhos assustados. "Seu pai está morto, desaparecido, e você sabe por quê? Porque ele gerou uma filha inútil como você. Se ele soubesse que tipo de fracasso você se tornaria, teria te matado no momento em que você saiu do ventre frágil de sua mãe." Seu sorriso se torceu em um sorriso condescendente.

A risada que seguiu as palavras de Dahmer ecoou dolorosamente em seu ouvido. Sua expressão mudou de choque para raiva com o comentário vulgar sobre sua falecida mãe, seu punho cerrando ao seu lado devido à sua raiva crescente, mas isso foi interrompido quando um tapa forte pousou em sua bochecha.

Isso silenciou a todos. A marca da mão estava dolorosamente proeminente. Lágrimas escaparam de seus olhos enquanto sua cabeça permanecia virada, o choque do tapa estampado em seu rosto, e quando ela sentiu algo molhado escorrer pelo seu nariz, só então ela se recuperou de seu estado congelado.

Ela estava sangrando.

Olhando para cima, Esme encontrou o olhar odioso da mulher com quem seu pai havia se casado para preencher o vazio deixado por sua própria mãe. Esta mulher era Luna Percy, e mãe de Dahmer — o mais novo Alfa de sua matilha.

"Como ousa olhar para o seu Alfa com tanto rancor! Peça desculpas agora ou eu garanto que você enfrentará o chicote!" Luna Percy ameaçou com pura hostilidade, e o medo nos olhos de Esme retornou.

Ela baixou a cabeça e pediu desculpas derrotadamente por uma ação que nem sequer era sua culpa.

"D-desculpe."

Alfa Dahmer sorriu com sua conformidade e cruzou os braços. "Desculpe? Então prove. Ajoelhe-se e beije meus pés como o pequeno cão obediente que você é." Ele exigiu, suas palavras fazendo o corpo de Esme congelar no lugar. Os risos vindos de todos ao redor a estavam deixando tonta, ela odiava e temia a multidão, eles pareciam demônios, e a pior parte de estar no meio deles era que a atenção hostil de todos estava voltada para ela.

Com coração pesado, ela ajoelhou-se, e fez exatamente como lhe foi dito. Isso só provocou mais ecos de risadas em sua direção, fazendo ela derramar lágrimas. Tudo que ela queria era assistir à transformação sem incomodar ninguém — isso realmente era pedir demais?

Luna Percy estava igualmente satisfeita com as ações dela e ordenou. "Volte para a casa, sua coisa suja! Você não pertence aqui."

Levantando-se, Esme baixou a cabeça e se virou para longe da matilha, sua visão embaçada por lágrimas não derramadas. O ar frio da noite ardeu suas bochechas enquanto ela caminhava de volta para a casa — uma casa que já não parecia mais um lar.

Dentro da mansão mal iluminada, Esme não se preocupou em ir diretamente para seu quarto. Sua empregada, cujo nome era Vivienne, estava arrumando o pequeno quarto bagunçado para garantir que ela teria algum conforto enquanto dormia esta noite. Se ela aparecesse com a bochecha vermelha, Vivienne ficaria preocupada, e ela não queria isso. Em vez disso, Esme se dirigiu à biblioteca, outro refúgio que lhe dava uma chance de escapar da realidade sempre que precisava.

Sentada na cadeira, as lágrimas de Esme finalmente fluíram livremente, manchando as páginas do livro que ela estava lendo. Este era um livro que dava os procedimentos básicos para fazer ervas para aliviar feridas, e como sua madrasta nunca permitia que os curandeiros tratassem suas feridas, Esme aprendeu a fazer seu próprio remédio desde os doze anos.

Ela estava sozinha — uma loba solitária sem um lobo. Ao contrário dos outros, ela não podia se curar rapidamente. Ela nasceu fraca, com um pulso fraco, e devido ao seu espírito baixo, ela não podia se transformar como todos os outros. Sua existência na matilha não tinha significado, pois um transformador sem um lobo não era visto diferente de um humano. Ela estava praticamente se afogando num mar de expectativas que nunca alcançaria.

Enquanto suas lágrimas derramavam, ela olhou para sua palma trêmula e sussurrou para o vazio.

"Por que eu sou assim? Por que nasci tão fraca?"

Fechando o livro, Esme apoiou a cabeça na mesa e chorou.

Poucos minutos depois, um toque leve em seu braço a fez congelar momentaneamente, temendo que fosse alguém de sua matilha que a tivesse encontrado e estava aqui para intimidá-la. Ela lentamente virou a cabeça para ver um par de olhos azuis observando-a. Era ninguém menos que seu meio-irmão de sete anos, Finnian.

Seus olhos de cervo estavam cheios de preocupação enquanto ele olhava para sua bochecha levemente inchada, e as pupilas de Esme se dilataram quando ele enfiou um pano branco limpo em sua narina. Ela estava tão absorta em suas próprias emoções que esqueceu que tinha um nariz sangrando.

Finnian entregou-lhe um pequeno pote contendo pomadas curativas, e ele sussurrou suavemente.

"Aqui." Ele a incentivou a pegá-lo.

"Finnian?"

"Ninguém está em casa, exceto minha mãe. Use isso para curar sua ferida antes que o irmão Dahmer volte." Ele colocou o pequeno pote sobre a mesa e rapidamente saiu da biblioteca, justo antes de Esme poder agradecer.

Seu olhar permaneceu no pequeno pote sobre a mesa, atordoada pela inesperada gentileza de Finnian. Isso fez seus olhos lacrimejarem ainda mais.

Ela só tem que aguentar mais alguns anos. De uma forma ou de outra, ela terá que escapar deste inferno de matilha, não importa como.

Essas eram as palavras que ela repetia para si mesma até completar vinte e um anos.

Esme permaneceu devotada à deusa da lua, esperando que seu companheiro viesse e a libertasse dessa servidão.

Durante a cerimônia lunar, ele veio.

Ele era tão forte e resistente quanto ela esperava que fosse — mas, ele veio apenas para rejeitá-la.