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Chapter 7 - Capítulo 7: O Encontro

O sol se punha no horizonte, tingindo o céu de laranja e púrpura, enquanto Lucas Ferreira dirigia pelas ruas da cidade, seu pensamento girando em torno dos últimos eventos. A pressão sobre a polícia estava aumentando, e a sensação de que O Artista estava sempre um passo à frente o deixava inquieto. Ele e Ana haviam se reunido com Miguel Andrade naquela tarde, garantindo sua segurança, mas Lucas sabia que a proteção poderia ser temporária.

"Precisamos intensificar a vigilância em torno de Miguel," disse ele para si mesmo, enquanto parava o carro em frente à delegacia. "Não podemos deixar O Artista se aproximar."

Entrando na delegacia, Lucas se deparou com Ana, que estava revisando algumas evidências. "Oi, Lucas. Precisamos discutir a segurança de Miguel mais a fundo. Ele não parece acreditar que está realmente em perigo."

Lucas assentiu, mas antes que pudesse responder, um policial entrou apressado na sala. "Detetive, temos um problema. Recebemos uma ligação anônima. A pessoa disse que O Artista está prestes a se manifestar novamente."

O coração de Lucas disparou. "Onde? O que mais foi dito?"

"Foi um aviso. A ligação se cortou antes que pudéssemos obter mais informações, mas a pessoa mencionou um local, um antigo galpão na zona portuária. Parece que ele planeja fazer uma performance."

"Vamos imediatamente," Lucas disse, sentindo a adrenalina pulsar em suas veias. "Ana, reúna a equipe. Precisamos chegar lá antes que seja tarde."

A equipe se mobilizou rapidamente, e em poucos minutos, Lucas e Ana estavam a caminho do galpão. No fundo, ele sentia uma mistura de ansiedade e determinação. Sabia que essa poderia ser a oportunidade de confrontar O Artista e, quem sabe, descobrir o que o motivava.

Quando chegaram ao galpão, a atmosfera estava carregada de tensão. O lugar era sombrio, suas paredes cobertas de grafites e símbolos enigmáticos. A equipe se dividiu, verificando cada canto enquanto Lucas e Ana se moviam juntos, atentos a qualquer movimento.

"É aqui que ele escolheu se manifestar," Ana murmurou, observando as paredes. "Essas pinturas… são como as que ele deixou nas cenas dos crimes."

"Sim, ele está se comunicando de alguma forma," Lucas respondeu, o olhar fixo em uma pintura que representava uma batalha entre luz e escuridão. A obra era impressionante, mas ao mesmo tempo perturbadora.

Enquanto exploravam o local, Lucas sentiu um frio na espinha. Ele não sabia se era a tensão do momento ou a presença de O Artista, mas algo estava prestes a acontecer.

De repente, uma sombra se moveu nas sombras do galpão. Lucas e Ana se entreolharam, e antes que pudessem reagir, O Artista apareceu, emergindo da escuridão como um espectro. Ele estava vestido de forma simples, mas sua presença era inegável. Seus olhos brilhavam com uma mistura de inteligência e loucura.

"Detetive Ferreira," ele disse, a voz suave como seda, mas com um tom desafiador. "Você finalmente veio."

"Você está cercado," Lucas respondeu, sua voz firme. "Desista antes que isso termine mal para você."

O Artista riu suavemente, como se estivesse apreciando uma piada interna. "Não, não, você não entende. Eu não estou aqui para lutar. Estou aqui para mostrar a verdade. Cada pincelada, cada crime, é uma obra de arte que revela a corrupção que permeia sua cidade. E você, meu caro detetive, faz parte dessa obra."

Lucas sentiu sua mente trabalhar rapidamente. "Você acha que está fazendo justiça? Assassinatos não são arte. Você está destruindo vidas."

"E você acha que a vida é algo sagrado quando a corrupção reina?" O Artista se aproximou, seus olhos fixos nos de Lucas. "Eu estou fazendo o que você não pode. Estou revelando a verdade que vocês ignoram."

Ana, percebendo a tensão crescente, interveio. "Você precisa se entregar. Não há glória em ser um assassino."

"Glória?" O Artista zombou. "Eu não busco glória; busco a expressão da verdade. A arte é a única maneira de fazer o mundo ver o que realmente está acontecendo. Você não entende, detetive. A única coisa que importa é a mensagem."

"Se você realmente acredita nisso, então se entregue. Use sua arte para algo construtivo," Lucas disse, tentando apelar ao lado humano de O Artista.

Mas O Artista apenas sorriu, um sorriso enigmático que fez Lucas sentir um frio na espinha. "É tarde demais para arrependimentos. Meu próximo ato está em andamento, e você não pode parar. A cidade verá a verdade, e eu serei seu mensageiro."

Com isso, O Artista deu um passo para trás, desaparecendo nas sombras do galpão, deixando Lucas e Ana atordoados. A sensação de que tinham perdido uma oportunidade crucial a atingiu como um golpe. A caçada estava longe de terminar, e agora, a pressão aumentava.

"Precisamos encontrá-lo antes que ele faça outra vítima," Lucas disse, determinado. O encontro havia sido inesperado, mas também revelador. Ele sabia que a mente de O Artista era complexa, e agora, mais do que nunca, ele precisava entender sua arte para detê-lo. Uma nova batalha estava se formando, e Lucas não iria permitir que a cidade se tornasse mais um quadro manchado de sangue.